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De todos, o setor primário é o menos relevante para a economia estadual. Representava em 2018 apenas 5,5 da economia do Amazonas. Segundo o IBGE, o estado possuía em 2011 um rebanho bovino de cabeças, além de equinos, bubalinos, 671 asininos, 947 muares, suínos, caprinos, ovinos, codornas, coelhos e aves. Entre as aves, eram galinhas e galos, frangos e pintinhos. No mesmo ano, o estado produziu litros de leite de vacas. Foram produzidos dúzias de ovos de galinha e quilos de mel-de-abelha. O Amazonas é o maior produtor de fibras do Brasil, com participação de 87 da produção nacional IBGE -PAM 2014 . Os maiores produtores da fibra no Amazonas são da região das calhas dos rios Negro e Solimões, como Manacapuru, Anamã, Autazes, Careiro, Careiro da Várzea, Vila Rica de Caviana, Caapiranga, Iranduba, Manaquiri, Novo Airão, Rio Preto da Eva, Manaus, Beruri, Coari, Codajás e Anori. A produção total desses municípios anualmente varia de 20 a 200 toneladas de juta, e de malva gira em torno de 100 a 744 toneladas. Manacapuru e Beruri se destacam com a produção média de 70 a 100 toneladas de juta. O estado detinha 3 da produção de leite de vacas e 7 do valor da produção do mesmo, entre os estados da Região Norte do Brasil. Além deste, a produção de ovos de galinha no estado representava 57 da produção entre os estados da Região Norte, e 53 do valor da produção entre os mesmos estados. Sobre o mel de abelha, a produção do estado representava 5 entre os estados de sua região e 11 no valor da produção. notável também que o estado produziu 354 mil dúzias de ovos de codorna em 2011, representando 29 da produção da Região Norte e o valor da produção de ovos de codorna ficou em 26 . Na lavoura temporária são produzidos abacaxi, arroz, batata-doce, cana-de-açúcar, feijão, fumo, juta, malva, mandioca, melancia, milho, soja, tomate e trigo. Os maiores valores de produção na lavoura temporária foram de mandioca 519.911 mil reais , abacaxi 87.291 mil reais e malva 16.495 mil reais . Já na lavoura permanente produzem-se abacate, banana, borracha natural látex , cacau, café, coco, dendê, goiaba, guaraná, laranja, limão, mamão, manga, maracujá, palmito, pimenta-do-reino, tangerina e urucum. Os maiores valores de produção na lavoura permanente foram de banana 80.899 mil reais , laranja 64.729 mil reais e mamão 30.191 mil reais . A agropecuária registrou, em 2008, um aumento de 23,7 na composição do PIB do estado, o terceiro maior desempenho entre os estados do país naquele ano. Em relação à indústria madeireira, produzem-se carvão vegetal, lenha e madeira em tora. Na silvicultura, o estado produz produtos alimentícios como o açaí, castanha-do-pará também chamada castanha-do-brasil ou castanha-da-amazônia e umbu, além de látex coagulado e produtos oleaginosos. Há também produção de fibras, como o buriti e piaçava. O estado caracteriza-se com a segunda maior produção de açaí, sendo superado apenas pelo Pará.
José Serra visita a linha de montagem da Honda no Polo Industrial de Manaus Samsung em Manaus Responsável por 28,9 do PIB do Amazonas, de acordo com dados IBGE de 2018, o setor secundário destaca-se na Grande Manaus pelo fato da região concentrar a maioria das indústrias presentes no estado. O Polo Industrial de Manaus consolidou-se como o terceiro maior centro industrial do Brasil. Em Coari, a Província Petrolífera de Urucu, descoberta em 1986, é a maior reserva terrestre de petróleo e gás natural do Brasil. Outros municípios com notáveis indústrias no estado são Itacoatiara, Iranduba, Manacapuru e Tabatinga, onde originam-se unidades madeireiras e de materiais de construção. O órgão responsável pelas indústrias amazonenses ou sediadas no estado é a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas FIEAM . O setor secundário cresceu gradativamente no Amazonas. A participação relativa do setor industrial no PIB do estado, que era de 14,7 em 1970, passou para 19,00 em 1975 e 37,2 em 1980, o que fez com que a variação percentual do crescimento real do produto industrial regional tenha alcançado 826,28 na década de 1970. Em sua história recente, o Amazonas possui participação majoritária no produto industrial da Região Norte, detendo 48 entre os sete estados regionais. A Zona Franca de Manaus ZFM , também conhecida como Polo Industrial de Manaus, é o principal centro industrial da região Norte e um dos maiores do Brasil. Foi implantado pelo regime militar brasileiro com o objetivo de viabilizar uma base econômica na Amazônia Ocidental, promovendo melhor integração produtiva e social dessa região ao país e garantindo a soberania nacional sobre suas fronteiras considerado um dos mais modernos da América Latina e tem como abrangência os estados da Amazônia Ocidental Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima além de dois municípios do estado do Amapá Macapá e Santana . Segundo dados da SUFRAMA, o faturamento total do Polo Industrial obtido em 2016 foi de R 74,7 bilhões. Suas indústrias são voltadas, em geral, para a produção de produtos eletroeletrônicos, plásticos, madeireiros e polo de duas rodas. Seus principais polos industriais são Região Metropolitana de Manaus maior polo de riqueza estadual, concentra a maioria indústrias no Amazonas, onde a capital do estado detém o oitavo maior PIB municipal do Brasil. O faturamento desse polo é em média cerca de US 20 bilhões por ano, com exportações superiores a US 2,2 bilhões. São mais de 700 fábricas de grande, médio e pequeno porte que fabricam uma grande quantidade da produção brasileira de motocicletas, televisores, monitores para computadores, cinescópios, telefones celulares, aparelhos de som, DVDs players, relógios de pulso, aparelhos de refrigeração, bicicletas, produtos químicos, madeiras, tijolos, bebidas e materiais de construção. Coari a segunda maior economia do estado, apresenta concentrações de indústrias alimentícias, madeireira, petrolífera e tijolos. Parintins a quinta maior economia do estado, a indústria é composta basicamente por micro e pequenas nos setores de madeireira, alimentos, gráfica, naval, oleira, química e vestuário.
Região portuária de Itacoatiara, o segundo município mais rico do estado. O setor terciário é o mais importante do PIB amazonense, pois corresponde a metade das atividades econômicas do estado. Em 2018, a participação dos serviços representava 49,9 do valor total adicionado à economia de todo o estado. A unidade federativa abrigava em 2009, cerca de 4 530 unidades empresariais, de acordo com a Pesquisa Anual de Serviços PAS promovida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE . Aproximadamente habitantes exerciam a função de empregados no setor público ou privado, revelado pelo censo de 2010. Destes, empregados exerciam atividades profissionais com carteira de trabalho assinada e profissionais não possuíam carteira de trabalho assinada. habitantes eram autônomos e habitantes eram funcionários públicos estatutários ou militares. Destacam-se também, o número de pessoas que trabalhavam na produção para o próprio consumo, cerca de pessoas e que declararam não receber remuneração por suas atividades profissionais. Na questão salarial, pessoas declararam receber até um salário mínimo, pessoas declararam receber entre 1 e 2 salários mínimos, pessoas declararam receber entre 3 a 5 salários mínimos e declararam receber mais de 20 salários mínimos. no estado que se registra a menor porcentagem de trabalhadores que exercem seu trabalho fora de seu município de origem. Apenas 1,4 dos habitantes trabalhadores do Amazonas exercem sua atividade profissional em outro município que não seja o seu domiciliar. O nível de ocupação de pessoas empregadas com mais de 10 anos no estado, foi registrado em 48,5 estando abaixo da média nacional, de 53,3. Dados do Censo brasileiro de 2010 indicaram a existência de pessoas economicamente ativas no estado, sendo que destas, exerciam alguma ocupação no período em que ocorreu o censo e encontravam-se desocupadas. Em contrapartida, pessoas declararam não serem economicamente ativas. Entre os habitantes que declararam serem economicamente ativos, o maior número está na faixa etária dos 25 a 29 anos, onde habitantes são ativos na economia, em um total de que vivem no estado. O menor número registrado foi na faixa etária entre 50 a 54 anos, onde habitantes dos que vivem no estado são ativos na economia. notável ainda, o número de crianças e adolescentes que exercem alguma atividade profissional e movimentam a economia em um total de habitantes entre 10 e 14 anos. O número de habitantes com mais de 70 anos que declarou estar em idade ativa na economia também é notório em um total de habitantes nesta faixa etária que vivem no estado. Quanto a sua pauta de exportação, é representada principalmente por motocicletas 20,60 , outros preparos comestíveis 20,28 , telefones 13,81 , navalhas e lâminas de barbear 12,46 e compostos de materiais preciosos 3,83 .
Hospital 28 de Agosto, o maior complexo hospitalar de urgência e emergência da região Norte. Conforme dados de 2009, existiam, no estado, estabelecimentos hospitalares, com leitos. Destes estabelecimentos hospitalares, 786 eram públicos, sendo 609 de caráter municipais, 117 de caráter estadual e 60 de caráter federal. 224 estabelecimentos eram privados, sendo 216 com fins lucrativos e 8 sem fins lucrativos. 148 unidades de saúde eram especializadas, com internação total, e 848 unidades eram providas de atendimento ambulatorial. Ainda em 2009, 83,05 da população amazonense tinha acesso à rede de água, enquanto 58 tinha acesso à rede de esgoto sanitário. No mesmo ano, verificou-se que o estado tinha um total de 656,1 leitos hospitalares por habitante e, em 2005, registrou-se 8,4 médicos para cada grupo de 10 mil habitantes. A mortalidade infantil é de 24,2 a cada mil nascimentos, de acordo com dados de 2009. Uma pesquisa promovida pelo IBGE em 2008 revelou que 81,6 da população do estado avalia sua saúde como boa ou muito boa 58,9 da população realiza consulta médica periodicamente 37,4 dos habitantes consultam o dentista regularmente e 6,0 da população esteve internado em leito hospitalar nos últimos doze meses. Ainda conforme dados da pesquisa, 24,6 dos habitantes declararam ter alguma doença crônica e apenas 12,9 possuíam plano de saúde. Tratando sobre os domicílios particulares no estado que são cadastrados no programa Unidade de Saúde da Família, 52 destes possuem o cadastro. Na questão da saúde feminina, 28,5 das mulheres com mais de 40 anos fizeram exame clínico das mamas nos últimos doze meses 45,9 das mulheres entre 50 e 69 anos fizeram exame de mamografia nos últimos dois anos e 73,3 das mulheres entre 25 e 59 anos fizeram exame preventivo para câncer do colo do útero nos últimos três anos.
Resultados no ndice de Desenvolvimento da Educação Básica IDEB Ano IDEB 2011 4,3 2009 3,9 2007 3,6 2005 3,1 O Amazonas possui várias instituições educacionais, sendo as mais renomadas delas localizadas principalmente na Região Metropolitana de Manaus e em outras cidades de médio porte. A educação do Amazonas é considerada a quarta melhor do país, comparado à dos demais estados brasileiros, cujo índice, de acordo com dados de 2010, era de 0,561, ficando na vigésima colocação no país e na quinta na Região Norte, ficando atrás do Amapá 0,629 , de Roraima 0,628 , do Tocantins 0,624 e de Rondônia 0,577 , e à frente do Acre 0,559 e do Pará 0,528 . Quando se trata sobre o analfabetismo, a lista de estados brasileiros por taxa de alfabetização, mostra o Amazonas com a décima quarta maior taxa, com 90,40 de sua população considerada alfabetizada. O estado superou-se significativamente nesse ranking na última década. Em 2001, aparecia em décimo quinto lugar, com 15,5 de sua população tida como analfabeta. O estado possui a maior porcentagem, entre os estados brasileiros, de pessoas entre 7 e 14 anos de idade que não frequentam unidades escolares. De acordo com dados do censo de 2010, 8,2 dos habitantes do Amazonas nesta faixa etária encontram-se nesta situação. Entre a população na faixa etária de 15 a 17 anos de idade, 19,6 destes não frequentam unidades de ensino, de acordo com o censo de 2010, colocando o estado na 23 posição nacional, no ranking que abrangeu todas as 27 divisões administrativas do Brasil. Apenas os estados de Rondônia, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Acre estão em situação semelhante ou pior. A população do Amazonas em idade escolar alcançava habitantes em 2010, um total de 31,2 . No ndice de Desenvolvimento da Educação Básica IDEB , em 2015, o Amazonas obteve nota 5,0 nos anos íniciais do ensino fundamental, 4,2 nos anos finais do ensino fundamental, e 3,7 no 3 ano do ensino médio. Os municípios do estado que atingiram as melhores colocações na rede pública de ensino, nos anos iniciais do ensino fundamental foram Boca do Acre 6,1 Manaus 5,5 Parintins 5,4 Beruri 5,3 e Nhamundá 5,3 . Nos anos finais do ensino fundamental, na rede pública de ensino, os municípios que alcançaram as melhores posições foram Parintins 4,6 Boca do Acre 4,5 Envira 4,5 Itacoatiara 4,5 , Manacapuru 4,5 , Nhamundá 4,5 e Novo Airão 4,5 . Nos anos iniciais do ensino fundamental, Pauini foi o município com a pior avaliação educacional, segundo o IDEB, atingindo 2,9 pontos. Nos anos finais do ensino médio, o município que alcançou o pior desempenho foi Fonte Boa, também com 2,9 pontos. A nota média do Amazonas no Exame Nacional do Ensino Médio ENEM é de 35,55 na prova objetiva e 57,77 na prova de redação, sendo a maior nota entre os estados das regiões Norte e Nordeste. Em relação ao número de estudantes, participaram do ENEM em 2010, sendo que destes, eram concluintes do ensino médio e egressos. 85,52 do total de estudantes eram oriundos de escola pública. Do total de estudantes do ensino médio em 2010, 44,4 estudavam em período noturno. O Enem de 2008 identificou que o estado possuía o pior ensino médio público do país, com uma pontuação de apenas 33,48 pontos. A Escola Estadual Indígena Cacique Manuel Florentino Mecuracu, no município de Benjamim Constant, foi identificada pelo Ministério da Educação como a terceira pior escola pública do país. No ano seguinte, 2009, a educação do estado foi identificada novamente como uma das piores no Brasil. A Escola Estadual Indígena Dom Pedro I, em Santo Antônio do Içá, foi identificada como a pior escola pública no país, com 249,25 pontos no Enem, muito abaixo da média nacional de 500 pontos definida pelo Inep. Neste mesmo ano, das 20 melhores escolas do estado, 16 eram particulares e 4 federais, com destaque para o Centro Educacional Lato Sensu e Fundação Nokia, em Manaus, e o Colégio Nossa Senhora do Rosário e Instituto Adventista Agro Industrial, em Itacoatiara e Rio Preto da Eva, respectivamente. Em números absolutos, o estado possuía pessoas com nível superior completo em 2010, um percentual de 5,32 . Há demasiadas instituições de ensino superior no estado. Três delas são de caráter público Universidade Federal do Amazonas UFAM , Universidade do Estado do Amazonas UEA e Instituto Federal do Amazonas IFAM . Entre as principais instituições de ensino superior de caráter privado, no Amazonas, destacam-se o Centro Universitário do Norte Uninorte , Universidade Nilton Lins, Universidade Paulista UNIP , Faculdade Metropolitana de Manaus FAMETRO , Centro Integrado de Ensino Superior do Amazonas CIESA , Universidade Luterana do Brasil ULBRA , Fundação Getúlio Vargas, Faculdades Martha Falcão e Faculdade Batista Ida Nelson.
Navio cruzeiro no rio Negro, próximo ao Porto de Manaus O transporte hidroviário é o mais comum, sendo também o de maior relevância. O estado possui cinco terminais hidroviários, todos localizados na Hidrovia do Solimões-Amazonas Terminal de Boca do Acre, Terminal de Itacoatiara, Porto de Manaus, Porto de Parintins e Terminal de Humaitá. Todos são administrados pelo Ministério dos Transportes, com exceção do Porto de Manaus. Todos os municípios possuem pistas para operações de aeronaves, sendo que a maioria é servida por aeroportos, havendo em Manaus e Tabatinga os únicos aeroportos internacionais no Amazonas. Existem também aeroportos regionais, porém em poucos municípios, sendo o Aeroporto Regional de Parintins e o Aeroporto Regional de Coari os mais importantes, além dos aeroportos de Eirunepé, Lábrea e Tefé. Manaus conta com o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, nos moldes dos construídos na década de 1980. o maior aeroporto da região Norte e o terceiro em movimentação de cargas do Brasil atrás apenas de Guarulhos e Viracopos . Poucas rodovias são encontradas no estado, e em sua maioria estão situadas nos arredores da capital. A principal destas é a BR-174, principal acesso de Manaus a Boa Vista, capital de Roraima, e também principal via de ligação do Brasil à Venezuela e aos países do Caribe. Outras rodovias de destaque são a BR-319, que se inicia em Manaus e destina-se a Porto Velho, encontrando-se quase que intransitável em muitos de seus trechos devido aos impasses governamentais BR-230 Rodovia Transamazônica , iniciando em Cabedelo, no estado da Paraíba, e finalizando em Lábrea AM-010, de Manaus a Rio Preto da Eva e Itacoatiara e AM-258, de Manaus a Novo Airão. Há ainda a BR-317, no sul do estado, principal acesso ao Acre e ao Oceano Pacífico, AM-070, AM-174 e AM-254. Grande parte das rodovias situadas no território estadual estão em condições inadequadas de uso.
O Amazonas conta com outros serviços básicos. Na capital do estado, Manaus, a empresa responsável pelo abastecimento de água é a guas de Manaus, que atua na cidade desde junho de 2018 e faz parte do Aegea Saneamento. Outros municípios tem seus próprios Serviços Autônomos de guas e Esgotos, enquanto outros catorze municípios são atendidos pela Companhia de Saneamento do Amazonas COSAMA que, por sua vez, faz parte da administração direta do Governo estadual. Conforme dados de 2009, 83,05 da população estadual tinha acesso à água potável, no referido ano, e 58 tinha acesso à rede de esgoto sanitário. A primeira publicação jornalística no estado do Amazonas surgiu em 1850, ano de sua emancipação política, e chamava-se A Província do Amazonas. O jornal teve pouco tempo de duração, encerrando suas atividades em 1852. Apesar deste ter sido o primeiro periódico a circular na então província, a primeira publicação a ser impressa no estado foi o jornal Cinco de Setembro, que iniciou suas atividades em maio de 1851 e dedicava-se a publicar atos governamentais, tais como anúncios sobre escravos fugitivos e as realizações do Império brasileiro. Em 1854, o jornal renomeou-se para Estrella do Amazonas. Grande parte dos periódicos que surgiram no Amazonas, no , exibiam suas publicações em português, por isso viam suas atividades serem ameaçadas, pelo fato de a maioria da população do Amazonas falar o nhengatu naquela época. Além destes dois, destacaram-se ainda os jornais O Argos, publicação lançada em 1870 e defensora dos interesses republicanos, O Abolicionista do Amazonas, cujo surgimento deu-se em 1884 através de um grupo de mulheres que defendia o fim da escravidão na província amazonense, e O Humaythaense, o primeiro jornal registrado no interior do estado, lançado em 1891 em Humaitá, dedicado principalmente à economia da borracha. Também em Humaitá foi notável o jornal O Madeirense. O jornal mais antigo em circulação no Amazonas é o Jornal do Commercio, fundado em 2 de janeiro de 1904, por J. Rocha dos Santos. ainda, o jornal mais antigo em atividade na Amazônia e um dos mais antigos do Brasil. A exemplo do Jornal do Commercio, outros jornais impressos de destaque, no estado, são A Crítica, lançado em 1949 por Umberto Calderaro Filho Diário do Amazonas, surgido em 1986 Amazonas Em Tempo, fundado em 1988 O Estado do Amazonas, lançado em 2002 e Amazônia Oportunidades Negócios, também lançada em 2002.
A cultura amazonense tem seu referencial em três raízes étnicas bem distintas entre si, sendo essencialmente de base ameríndia e europeia. A Secretaria de Estado da Cultura é o órgão vinculado ao Governo do Estado do Amazonas responsável por atuar no setor de cultura do estado. Tem como secretário Robério Braga. O estado é sede de importantes monumentos e entidades culturais, como a Academia Amazonense de Letras, fundada em 1918, e a Academia de Ciências e Artes do Amazonas. Manaus e Parintins possuem traços da imigração japonesa em sua cultura. O Festival Folclórico de Parintins também é um destaque na cultura amazonense, sendo uma grandiosa referência nacional.
O estado conta com vários teatros. Na capital, destacam-se vários teatros, como o Teatro Amazonas, principal espaço de teatro e patrimônio cultural arquitetônico da região. Sua construção deu-se em 1882, sendo mandado construir pelo governador Eduardo Ribeiro, e foi inaugurado em 1896. um exemplo da opulência existente no apogeu do ciclo da borracha. O Teatro Amazonas foi tombado como Patrimônio histórico em 28-11-1966, e sedia eventos artísticos como o Festival Breves Cenas de Teatro, Festival Amazonas de pera, Festival Amazonas de Jazz, Festival de Teatro da Amazônia e Amazonas Film Festival. Há também, outros espaços de teatro na capital, Manaus, como o Teatro da Instalação, um edifício oriundo da Belle- poque e que chegou a sediar a pera dos Três Vinténs. Outros espaços teatrais são o Teatro Américo Alvarez, Teatro Gebes Medeiros, Teatro Jorge Bonates e Teatro Luiz Cabral.
O desfile de escolas de samba do Grupo Especial de Manaus é realizado todos os anos no sambódromo da cidade. Na foto, carro abre-alas da escola de samba Primos da Ilha, em 2016. Há registros de diversos festivais nos municípios do estado. Muitos dos festivais mostram a influência do folclore da região. O Carnaval de Manaus é realizado todos os anos na cidade, entre os principais eventos estão o desfile de escolas de samba, o tradicional desfile de fantasias, que acontece no Teatro Amazonas, a Banda do Galo, blocos de rua, etc. Há um grande desfile de escolas de samba em uma passarela construída especialmente para o evento, o Centro de Convenções de Manaus, conhecido popularmente como Sambódromo. O primeiro desfile oficial de escolas de samba em Manaus ocorreu em 1947, sendo que a escola de samba Mixta da Praça 14 de Janeiro foi a campeã. Até 1979 os desfiles eram realizados na Avenida Eduardo Ribeiro. De 1980 a 1990 passou à Avenida Djalma Batista, na Zona Centro Sul, e a partir de 1992 no Sambódromo, que possui a maior capacidade de público do Brasil mais de 100 mil pessoas , superando os sambódromos do Anhembi, em São Paulo 30 mil , e a Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro 72 mil . Em fevereiro de 1994, sem verba para transmitir os carnavais do Rio de Janeiro e São Paulo, a TV Manchete opta transmitir na íntegra o desfile das escolas de samba do Grupo Especial de Manaus para todo o Brasil. A pista do sambódromo possui 400 metros de extensão e 12 metros de largura, sendo os desfiles das escolas de samba são quinta Grupo de Acesso C , sexta Grupos de Acesso A e B e sábado Grupo Especial . Outro festival de destaque nacional é o Festival Folclórico de Parintins, que se realiza no município de mesmo nome no fim do mês de junho e tem como atração principal a modalidade competitiva entre o Boi Caprichoso, boi preto com a estrela azul na testa, cujas cores são o preto e o azul, e o Boi Garantido, boi branco com o coração vermelho na testa, cujas cores emblemáticas são o vermelho e o branco. O Festival Folclórico de Parintins é tido como o segundo maior evento folclórico e popular do Brasil, perdendo somente para o Carnaval. O Festival Folclórico de Parintins é considerado Patrimônio Cultural do Brasil pelo IPHAN. O festival é realizado oficialmente desde 1965, embora a criação dos bois é oriunda do início do . Caracteriza-se pela exposição dos ritos, costumes e histórias dos nativos, apresentados pelas duas agremiações folclóricas. Diversos personagens podem ser vistos no festival, entre estes um apresentador oficial, chamado de levantador de toadas o amo do Boi a sinhazinha da fazenda os elementos típicos da região e as lendas da Amazônia a porta estandarte, a rainha da festa e a Cunhãporanga, um mito feminino folclórico. O Boi Garantido foi criado por Lindolfo Monteverde, descendente de açorianos, em 1913, e o Boi Caprichoso provavelmente foi criado no mesmo ano, por Roque e Antônio Cid, migrantes do Ceará, e Furtado Belém. As duas figuras folclóricas, ao tempo de suas fundações, costumavam brincar em terreiros e saíam nas ruas onde confrontavam-se com desafios e inevitáveis brigas, dando origem à rivalidade existente até os dias atuais. Há registros de outras agremiações folclóricas em Parintins também chamadas de bois, como o Boi Bumbá Campineiro, entretanto, apenas os bois Garantido e Caprichoso permaneceram. A data de realização do evento popular, historicamente realizado nos dias 28, 29 e 30 de junho, foi modificada em 2005 por uma lei municipal, transferindo-o para o último fim de semana do mês. Há outros festivais nas cidades amazonenses o Festival de Ciranda de Manacapuru, uma manifestação folclórica realizada desde 1997, que consiste na disputa de cirandas, representadas pelas agremiações Flor Matizada, Tradicional e Guerreiros Mura o Festival da Canção de Itacoatiara, um festival de música realizado desde 1985 em Itacoatiara a Festa do Guaraná, uma manifestação folclórica que apresenta lendas e mitos indígenas do Amazonas, em Maués o Festival do Mestiço, realizado nas cidades de Autazes, Careiro da Várzea e Manaus e a Festa da Melancia, realizada em Manicoré.
O Amazonas recebeu o prêmio de melhor destino verde da América Latina, prêmio este concedido em votação feita pelo mercado mundial de turismo, durante a World Travel Market, ocorrido em Londres em 2009. Em pesquisa realizada em 2018 e 2019, a taxa de satisfação dos turistas de navios cruzeiros que passaram pelo Amazonas alcançou o percentual de 77,38 . Os turistas entrevistados em um estudo realizado pela Empresa Estadual de Turismo do Amazonas Amazonastur responderam a um questionário contendo 16 itens, entre comidas regionais, internet, opções de lazer, informações turísticas, bares e restaurantes. Entre os pontos melhores avaliados pelos visitantes, em passagem pelo estado, estão comida típica 98,34 opções de lazer 96,22 informações turísticas 95,85 internet 91,47 Centro de Atendimento ao Turista 89,15 bares e restaurantes 88,25 e segurança pública 87,23 . Manaus, capital estadual, é tida como o 7. melhor destino turístico no Brasil, conforme pesquisa do TripAdvisor, anunciada durante a 5 edição do Travelers Choice Destinations em 21 de maio de 2013. De acordo com a pesquisa, os maiores atrativos são os hotéis de selva, museus e atrativos naturais, como reservas florestais. O artesanato do estado é originalmente de cultura indígena e possui traços da biodiversidade da Amazônia. Usa-se objetos e utensílios pessoais e domésticos, oriundos da floresta, como sementes de frutos, folhas, penas de aves, raízes, fibras vegetais, palhas e outros elementos da natureza. A produção do artesanato dar-se-á em aldeias indígenas das tribos Tukano, Dessana e Baniwa, no Alto Rio Negro, e da tribo Tikuna e Kokama, no Alto Solimões. Também há incentivo ao artesanato produzido por famílias ribeirinhas e caboclas, que geralmente vivem afastadas dos centros urbanos do estado. Além do artesanato feito com utensílios modelados da floresta, também é possível encontrar produtos e cosméticos naturais produzidos a partir destas ferramentas, em formato artesanal. Há espaços dedicados à comercialização do artesanato, assim como a divulgação deste como parte de cultura. Um destes espaços permanentes são a Central de Artesanato Branco e Silva, o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, o Centro Cultural Povos da Amazônia, a Praça Tenreiro Aranha e a Praia da Ponta Negra. Também realiza-se no Amazonas, anualmente, a Feira de Artesanato de Parintins e a Feira de Artesanato Mundial.
Considerada a mais exótica do país, a culinária amazonense é a que mais preservou as origens ameríndias, tendo sofrido pouca influência europeia e africana. Os principais ingredientes usados na composição dos pratos típicos do Amazonas são os peixes de água doce, a farinha de mandioca também chamada de farinha do Uarini , jambu, chicória e frutas regionais. Cupuaçu, fruto típico da Amazônia Por estar situado na maior bácia hidrográfica do planeta, o Amazonas possui mais de duas mil espécies de peixes. O pescado é usado na maior parte da culinária típica da região, hábito este influenciado pelos costumes ameríndios e europeus. Além do pescado, a mandioca também é muito usada nos pratos típicos amazonenses, sendo uma influência indígena com técnicas de plantio e cultivo. Entre os pratos tradicionais do estado, estão o Pirão, Tacacá, Caldeirada, Tucupi, X caboquinho, Chibé, Pirarucu à casaca, Leite de castanha, Paxicá e Tucunaré de Forno. O Amazonas, assim como a Amazônia, apresenta mais de uma centena de espécies comestíveis, as denominadas frutas regionais, e em muitas vezes apresentando um exótico sabor para as suas sobremesas. Concentra a maior diversidade de frutas do mundo. O açaí, fruto oriundo de uma palmeira amazônica, é o mais conhecido no mundo, em grande parte devido ao suco feito com a polpa do fruto, conhecido como vinho de açaí e comercializado em lojas no Brasil e exterior. O Araçá-boi é outro fruto nativo do Amazonas e da Amazônia Legal que tornou-se bastante apreciado pelo mercado internacional. O cupuaçu, fruto amazônico também muito conhecido, pertence à família das esterculiáceas e acredita-se ser parente do cacau. O fruto é comumente usado para a fabricação de balas, bolos e tortas, além de refrescos, sorvetes e cremes. Outros frutos de origem amazônica são o guaraná, o bacuri e o buriti. O guaraná é um arbusto cultivado principalmente em Maués, pertencente à família Sapindaceae. O fruto possui grande quantidade de cafeína e estimulantes, sendo usado na fabricação de xaropes, pós e refrigerantes. O bacuri é um fruto com polpa agridoce e ainda em ascensão. O buriti, além de cosmetível, é usado principalmente na fabricação de cosméticos e remédios. Há outros frutos, tais como o tucumã, pupunha, graviola, Bacaba, patauá, marimari e Camu-camu.
Vista aérea da Arena Amazônia, em Manaus, uma das sedes da Copa do Mundo FIFA de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 Na área esportiva, a Secretaria de Estado da Juventude, Desporto e Lazer SEJEL-AM , é o órgão do governo estadual com a missão principal de estabelecer diretrizes, desenvolver e executar ações relativas à prática de esporte no estado. Desde 1914, o estado realiza o Campeonato Amazonense de Futebol, sob responsabilidade da Federação Amazonense de Futebol, existente desde 26 de setembro de 1962. O evento teve caráter amador até 1963, e passou a ter caráter profissional a partir de 1964. Antes da criação da Federação Amazonense de Futebol, os campeonatos e demais eventos esportivos no estado eram administrados por ligas. A primeira delas, Liga amazonense de Foot-ball, foi fundada em 15 de janeiro de 1914 e em 1916 passou a chamar-se Liga Amazonense de Sport Athléticos LASA , tendo durado até 1917. Após esta, criou-se a Federação Amazonense de Desportos Atléticos FADA . Há alguns clubes de futebol sediados no estado conhecidos em âmbito regional e nacional, sendo os principais o Nacional Futebol Clube, São Raimundo Esporte Clube, Fast Clube, Atlético Rio Negro, Princesa do Solimões, Sul América Esporte Clube, Nacional Borbense, Iranduba, Operário, Manaus Futebol Clube, dentre outros. Entre estes clubes, o detentor do maior número de títulos no Campeonato Amazonense de Futebol é o Nacional Futebol Clube, seguido por Atlético Rio Negro, São Raimundo, Fast Clube e Sul América. Acredita-se que 1906 foi o primeiro ano em que partidas de futebol foram registradas no Amazonas. Essas partidas ocorreram no Campo do Parque Amazonense, onde atualmente encontra-se o Parque dos Bilhares, e foram iniciativas de marinheiros, empresários e despachantes britânicos que imigravam para o Amazonas. Nesse mesmo espaço também ocorreram outras atividades esportivas, como corrida de cavalos. O primeiro estádio de futebol de grande porte construído no estado foi o Estádio Vivaldo Lima, inaugurado em 5 de abril de 1970 e conhecido também como Coliseu do Norte, Tartarugão e Vivaldão. O estádio foi remodelado em 1995 e demolido em 2010, para a construção da Arena Amazônia, que sediou partidas da Copa do Mundo de 2014. O estado é o único no Brasil a realizar a Copa Indígena, evento esportivo que tem como alvo os Povos Indígenas do Amazonas. O evento foi iniciado a partir de 2009. A Copa Indígena consiste na disputa de clubes de futebol formado apenas por etnias indígenas que disputam entre si. Outros eventos esportivos são realizados e sediados no estado, como os Jogos Escolares do Amazonas JEA S , que consiste na disputa entre escolas, públicas e privadas, em várias modalidades esportivas como torneio de vôlei de praia, torneio de futsal, torneio de voleibol, entre outros. Nos últimos anos, o atletismo, o judô e o tênis de mesa, regulamentados pela Federação Amazonense de Atletismo Feama , Federação Amazonense de Judô Fejama e Federação de Tênis de mesa do Amazonas Ftma , respectivamente, ganharam bastante espaço entre os esportes no Amazonas. Outras modalidades esportivas que também ganharam espaço nos últimos anos são as Artes marciais mistas, em especial o Jiu-jitsu, taekwondo, boxe e Muay thai. O Muay thai é regulamentado pela Federação Amazonense de Boxe Tailandês-Muay Thai FABT e reconhecido no estado desde 1987. O lutador José Aldo, um dos maiores lutadores brasileiros na modalidade, é natural do estado. O Amazonas já sediou eventos esportivos internacionais, como a Copa América masculina de Vôlei em 2007, o Pan-Americano Cadete de Luta Olímpica em 2010 e o Ultimate Fighting Championship UFC em 2012. A capital do Estado também possui um complexo olímpico de esportes, a Vila Olímpica Danilo Duarte de Mattos Areosa, gerida pelo Governo do Estado. Manaus foi uma das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014.
No estado do Amazonas, há dois feriados estaduais o dia 5 de setembro, em homenagem à Elevação do Amazonas à categoria de província, ocorrida em 1850, e o dia 8 de dezembro, em homenagem à Nossa Senhora da Conceição, tida como padroeira do estado.
Categoria Fundações no Brasil em 1850Alagoas é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situado no leste da região Nordeste e tem como limites Pernambuco N e NO , Sergipe S , Bahia SO e o Oceano Atlântico L . Ocupa uma área de km , sendo ligeiramente menor que a Albânia. Sua capital é a cidade de Maceió e a sede administrativa é o Palácio República dos Palmares. O atual governador é Paulo Dantas MDB . Inicialmente, o território alagoano constituía a parte sul da Capitania de Pernambuco, só vindo a conquistar sua autonomia em 1817, como punição imposta por D. João VI aos pernambucanos pela chamada Revolução Pernambucana, movimento separatista. Sua ocupação decorreu da expansão para o sul da lavoura de cana-de-açúcar da Capitania de Pernambuco, que necessitava de novas áreas de cultivo. Surgiram, assim, Porto Calvo, Alagoas atual Marechal Deodoro e Penedo, núcleos que orientaram, por muito tempo, a colonização e a vida econômica e social da região. A invasão holandesa em Pernambuco estendeu-se a Alagoas em 1631. Os invasores foram expulsos em 1645, depois de intensos combates em Porto Calvo, deixando a economia local totalmente desorganizada. A fuga de escravos negros durante a invasão holandesa criou um sério problema de falta de mão de obra nas plantações de cana. Agrupados em aldeamentos denominados quilombos, os negros só foram dominados completamente no final do , com a destruição do quilombo mais importante, o de Palmares. Durante o Império, a Confederação do Equador 1824 movimento separatista e republicano, recebeu o apoio de destacadas figuras alagoanas. Na década de 1840, a vida política local foi marcada pelo conflito entre os lisos, conservadores, e os cabeludos, liberais. No início do , o sertão alagoano viveu a experiência pioneira de Delmiro Gouveia, empresário cearense que instalou, em Pedra atualmente, Delmiro Gouveia , a fábrica de linhas Estrela, que chegou a produzir 200 mil carretéis diários. Delmiro Gouveia foi assassinado em outubro de 1917 em circunstâncias até hoje não esclarecidas, depois de ser pressionado, segundo consta, a vender sua fábrica a firmas concorrentes estrangeiras. Depois de sua morte, suas máquinas teriam sido destruídas e atiradas na cachoeira de Paulo Afonso. Penúltimo estado brasileiro em área mais extenso apenas que Sergipe e 16 em população, é um dos maiores produtores de cana-de-açúcar e coco-da-baía do país e tem na agropecuária a base de sua economia. Terra do sururu, marisco das lagoas que serve de alimento à população do litoral, e da água de coco, Alagoas possui também um dos folclores mais ricos do país. O estado possui um dos menores índice de desenvolvimento humano IDH e índice de alfabetização do país, embora tenha se destacando cada vez mais para melhoramento dos índices, como é o caso da mortalidade infantil no estado, saindo do último lugar para o décimo sexto em todo o país, devido a políticas voltadas a saúde dos recém-nascidos no interior de Alagoas.
O latim lacus, tanque, lago é a fonte, no acervo vocabular primitivo, do português, espanhol e italiano lago e do francês lac um seu derivado, o latim lacuna, fojo, buraco, falta, carência, omissão, explica o espanhol e italiano laguna. O português lagoa, coincidente com a variante espanhola lagona e o mirandês llagona, supõe mudança de sufixo, documentada já em 938 num documento de Valencia, sob a grafia lacona, e noutro de 1094, de Sahagún, sob a grafia lagona. Sob a grafia lagona talvez lagõna , é documentado no , tendo alternado com a forma lago por longo tempo. Já a prótese incorporação do artigo a, formando alagoa ocorreu sobretudo a partir de locuções na lagoa, vindo da lagoa ou por regularização morfológica com os derivados do verbo alagar alagadiço, alagado, alagador, alagamento etc. . O dicionário Aurélio registra alagoa como uma variação de lagoa. A forma alagoa aparece nos nomes concorrentes das lagoas Manguaba e Mundaú aquela, alagoa do sul, e esta, alagoa do norte já no , quando se fundam, perto, os núcleos de povoamento de Alagoa do Norte e Alagoa do Sul, chamados as Alagoas, com inclusão dos demais núcleos de povoamento da área. O sufixo do gentílico é o característico da área gentílica de -ano do Brasil paraibano, pernambucano, alagoano, sergipano, baiano, goiano, a que viria juntar-se acriano .
Penedo, cuja origem data do governo do primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho. Barra Grande deve ter sido o primeiro ponto do território das Alagoas visitado pelos descobridores europeus, por ocasião da viagem de Américo Vespúcio em 1501. Embora não haja referência àquele porto, excelente para a acolhida de navios, como a expedição vinha do norte para o sul, cabe crer que tenha ocorrido ali o primeiro contato com a terra alagoana. A 29 de setembro, Vespúcio assinalou um rio a que chamou São Miguel, no território percorrido a 4 de outubro denominou São Francisco o rio então descoberto, hoje limite de Alagoas com Sergipe. Sem sombra de dúvida, nas décadas seguintes, os franceses andaram pela costa alagoana, no tráfico do pau-brasil com os nativos dos arredores. Até hoje, o porto do Francês documenta a presença, ali, daquele povo. Duarte Coelho, primeiro donatário da capitania de Pernambuco, realizou uma excursão ao sul não há documentos que a comprove, mas há evidências de que tenha sido realizada em 1545 e de que dela resulte a fundação de Penedo, às margens do rio São Francisco. Em 1556, voltava da Bahia para Portugal o bispo dom Pero Fernandes Sardinha, quando seu navio naufragou defronte da enseada do hoje pontal do Coruripe. Sardinha foi morto e devorado pelos caetés, uma das numerosas tribos indígenas então existentes na região. Perdura a crença popular de que a ira divina secou e esterilizou todo o chão manchado pelo sangue do religioso. Para vingá-lo, Jerônimo de Albuquerque comandou uma expedição guerreira contra os caetés, destruindo-os quase completamente. Em 1570, uma segunda bandeira enviada por Duarte Coelho, comandada por Cristóvão Lins, explorou o norte de Alagoas, onde fundou Porto Calvo e cinco engenhos, dos quais subsistem dois, o Buenos Aires e o Escurial. Neste último, repousou, em 1601, o corsário inglês Anthony Knivet, que viajara por terra após fugir da Bahia, onde estivera prisioneiro dos portugueses.
Filipe Camarão No princípio do , Penedo, Porto Calvo e Alagoas já eram freguesias, admitindo-se que tais títulos lhes tivessem sido conferidos ainda no século anterior. Foram vilas, porém, em 1636. Repousando a economia regional na atividade açucareira, tornaram-se os engenhos de açúcar os núcleos principais da ocupação da terra. A partir de 1630, Alagoas, atingida pela invasão holandesa, teve povoados, igrejas e engenhos incendiados e saqueados. Os portugueses reagiram duramente. Batidos por sucessivos reveses, os holandeses já desanimavam, pensando em retirar-se, quando para eles se passa o mameluco Domingos Fernandes Calabar, de Porto Calvo. Grande conhecedor do terreno, orientou os holandeses em uma nova expedição a Alagoas. Os invasores aportaram à Barra Grande, de onde passaram a vários pontos, sempre com bom êxito. Em Santa Luzia do Norte, a população, prevenida, ofereceu resistência. Após encarniçada peleja, os holandeses recuaram e retornaram a Recife. Mas, caindo em seu poder o arraial do Bom Jesus, entre Recife e Olinda, obtiveram várias vitórias. Alagoas, Penedo e Porto Calvo eis os pontos principais onde se trava a luta em terras alagoanas. Por fim, os portugueses retomaram Porto Calvo e aprisionaram Calabar, que morreu na forca em 1635. Clara Camarão, uma porto-calvense de sangue indígena, também se salientou na luta contra os holandeses. Acompanhou o marido, o índio Filipe Camarão, em quase todos os lances e arregimentou outras mulheres, tomando-lhes a frente.
Por volta de 1641, afirmava um chefe holandês estar quase despovoada a região. João Maurício de Nassau pensou em repovoá-la, mas o projeto não foi adiante. Na época também se produzia fumo em Alagoas, considerado de excelente qualidade o de Barra Grande. Em 1645, a população participou da reação nacionalista, integrando-se na luta sob o comando de Cristóvão Lins, neto e homônimo do primeiro povoador de Porto Calvo. Expulsos os holandeses do território alagoano, em setembro de 1645, prossegue a população em sua luta contra eles, já agora, todavia, em território pernambucano. Em fins do , intensificam-se as lutas contra os quilombos negros reunidos nos Palmares. Frustradas as primeiras tentativas de Domingos Jorge Velho, sobretudo em 1692, dois anos depois o quilombo é derrotado, com o ataque simultâneo de três colunas uma, dos paulistas de Domingos Jorge outra, de pernambucanos, sob o comando de Bernardo Vieira de Melo e a terceira, de alagoanos, comandados por Sebastião Dias. Palmares começara a formar-se ainda nos fins do , e resistiu a sucessivos ataques durante quase um século. Réplica da sede administrativa do Quilombo dos Palmares, o maior quilombo do período colonial. Um dos maiores redutos de escravos foragidos do Brasil colonial, Palmares ocupava, inicialmente, a vasta área que se estendia, coberta de palmeiras, do cabo de Santo Agostinho ao rio São Francisco. A superfície do quilombo, progressivamente reduzida com o passar do tempo, concentrar-se-ia, em fins do , na ainda extensa região delimitada pelas vilas de Una e Serinhaém, em Pernambuco, e Porto Calvo, Alagoas e São Francisco Penedo , em Alagoas. Os escravos haviam organizado no reduto um verdadeiro estado, segundo os moldes africanos, com o quilombo constituído de povoações diversas mocambos , pelo menos 11, governadas por oligarcas, sob a chefia suprema do rei Ganga-Zumba. A partir de 1667, amiudaram-se as entradas contra os negros, a princípio com a finalidade de recapturá-los, em seguida com a de conquistar as terras de que se haviam apoderado. As investidas do sargento-mor Manuel Lopes 1675 e de Fernão Carrilho 1677 seriam desastrosas para os quilombolas, obrigados a aceitar a paz em condições desfavoráveis. Apesar desse revés, a luta prosseguiria, liderada por Zumbi, sobrinho de Ganga Zumba, contra cujas hostes aguerridas, em seguida a uma primeira expedição punitiva, em 1679, e a diferentes entradas sem maiores consequências, se voltaria finalmente o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, para tanto contratado pelo governador de Pernambuco, João da Cunha Souto Maior. Nos primeiros meses de 1694, aliado a destacamentos alagoanos e pernambucanos, sob o comando, respetivamente, de Sebastião Dias e Bernardo Vieira de Melo, Velho liquidaria a derradeira resistência do quilombo. Zumbi lograria escapar, arregimentando novos combatentes, mas, traído, ver-se-ia envolvido por forças inimigas, com cerca de vinte de seus homens, perecendo em luta, a 20 de novembro de 1695. Desaparecia, após mais de sessenta anos, o quilombo dos Palmares, o maior protesto ao despotismo que uma raça infeliz traçou à face do mundo, no dizer de Craveiro Costa.
Mapa de Alagoas, c.1903 Já então apresentavam as Alagoas indícios de prosperidade e desenvolvimento, quer do ponto de vista econômico, quer do cultural. Sua principal riqueza era o açúcar, sendo além disso produzidos, embora em menor escala, mandioca, fumo e milho couros, peles e pau-brasil eram exportados. As matas abundantes forneciam madeira para a construção de naus. Nos conventos de Penedo e das Alagoas os franciscanos mantinham cursos e publicavam sermões e poesias. Tudo isso justificou o ato régio de 9 de outubro de 1710, criando a comarca das Alagoas, que somente se instalou em 1711. Daí em diante, a organização judiciária restringia o arbítrio feudal dos senhores, e até o dos representantes da metrópole. A comarca desenvolvia-se. Já em 1730, o governador de Pernambuco, propondo a el-rei a extinção da decadente capitania da Paraíba, assinalava a prosperidade de Alagoas, com seus quase cinquenta engenhos, dez freguesias, e apreciável renda para o erário real. Ao lado do açúcar, incrementou-se a cultura do algodão. Seu cultivo foi introduzido na década de 1770 em 1778, já se exportavam para Lisboa amostras de algodão tecido nas Alagoas. Em Penedo e Porto Calvo, fabricava-se pano ordinário, para uso, sobretudo, de escravos. Em 1754, frei João de Santa ngela publicou, em Lisboa, seu livro de sermões e poesias é a primeira obra de um alagoano. A população crescia, distribuindo-se em várias atividades. Um cômputo demográfico mandado realizar em 1816 pelo ouvidor Antônio Ferreira Batalha registrava uma população de 89 589 pessoas.
D. João VI de Portugal Três anos depois, em 1819, novo recenseamento acusou uma população de pessoas. Contavam-se, então, na província, oito vilas. Alagoas já se constituíra capitania independente da de Pernambuco, criada pelo alvará de 16 de setembro de 1817. A repercussão da Revolução Pernambucana desse ano contribuiu para facilitar o processo de emancipação. O ouvidor Batalha foi o principal mentor da gente alagoana. Aproveitando-se da situação e infringindo as próprias leis régias, desmembrou a comarca da jurisdição de Pernambuco e nela constituiu um governo provisório. Esses atos foram suficientes para abrir caminhos que levaram D. João a sancionar o desmembramento. Sebastião Francisco de Melo e Póvoas, governador nomeado, só assumiu o governo a 22 de janeiro de 1819. Acentuou-se, a partir de então, o surto de prosperidade de Alagoas. Em 17 de agosto de 1831, apareceu o ris Alagoense, primeiro jornal publicado na província, assim considerada a partir da independência do Brasil e organização do império. certo que os primeiros anos de independência não foram fáceis. Uma sequência de movimentos abalou a vida provincial em 1824, a Confederação do Equador em 1832-1835, a Cabanada em 1844, a rebelião conhecida como Lisos e Cabeludos em 1849, a repercussão da revolução praieira.
O alagoano Deodoro da Fonseca foi o primeiro Presidente da República do Brasil. O movimento republicano, intensificado pela abolição, traduziu-se nas atividades da imprensa e clubes de propaganda. O mais importante destes foi o Centro Republicano Federalista, também, de certo, o mais antigo outros foram o Clube Federal Republicano e o Clube Centro Popular Republicano Maceioense, ambos existentes na capital no momento da proclamação. No interior havia igualmente outros clubes de propaganda. O Gutenberg era o órgão de imprensa mais veemente na difusão da ideia republicana. No mesmo dia em que no Rio de Janeiro era proclamada a república, em Maceió assumia a presidência o dr. Pedro Ribeiro Moreira, último delegado do governo imperial para a província. Confirmada a mudança do regime, organizou-se a princípio uma junta governativa, mas a 19 de novembro o marechal Deodoro designou o irmão, Pedro Paulino da Fonseca, para governar o novo estado. Foi ele também o primeiro governador eleito após promulgada a constituição estadual, em 12 de junho de 1891. Perturbados e incertos decorreram os primeiros dez anos de vida republicana, na província. Governos se sucediam, nomeados pelo poder central ou eleitos pelo povo, mas quase sempre substituídos ou depostos. Constituíram-se várias juntas governativas, numa ou noutra oportunidade. Somente no fim do , ou melhor, já nos primeiros anos do , a situação se consolidou com os governos do barão de Traipu e de Euclides Malta, o primeiro da chamada oligarquia Malta, que se prolongou até 1912. Euclides governou de 1900 a 1903 sucedeu-lhe o irmão, Joaquim Paulo, no período de 1903 a 1906 Euclides voltou ao poder de 1906 a 1909, e, reelegendo-se nesse ano, permaneceu por mais um triênio, até 1912. Arquivo Nacional. Os 12 primeiros anos do século se assinalaram por lutas partidárias. Contudo, não houve paralisação nas diferentes atividades do estado. Maceió ganhou numerosos prédios públicos, como o palácio do governo, inaugurado a 16 de setembro de 1902, o Teatro Deodoro e o edifício da municipalidade, ainda hoje existentes. Com a atividade pedagógica de Alfredo Rego, procedeu-se à reforma do ensino, atualizando a anterior, ainda dos fins do império, orientada por Manuel Baltasar Pereira Diegues Júnior, criador do Instituto de Professores, posteriormente chamado Pedagogium, iniciativa pioneira na época. Nova remodelação do ensino se fez em 1912-1914, sob a orientação do segundo daqueles educadores. Criou-se o primeiro grupo escolar. Em 1912, o Partido Democrata conseguiu derrotar a oligarquia Malta depois de enérgica campanha, em que se registraram ferrenhas lutas de rua, inclusive com a morte do poeta Bráulio Cavalcanti, em praça pública, quando participava de um comício democrático. Clodoaldo da Fonseca, governador eleito, embora não fosse alagoano, ligava-se ao estado através da família da Fonseca era sobrinho de Deodoro e filho de Pedro Paulino e, assim, parente do Marechal Hermes da Fonseca, então presidente da república. As lutas contra os Malta envolveram igualmente os grupos do culto afro-brasileiro. Xangôs e candomblés, diziam os jornais da oposição, tinham o governador Malta como estimulador. Entre papéis de orações, de panos com símbolos desenhados de Ogum, de Ifá, de Exu, foram encontrados retratos dos chefes democratas da oposição. O grupo que apoiava o governador era chamado de Leba, por alusão a uma das figuras do orixá dos xangôs. O que valeu de tudo isso é que o acervo apreendido pela polícia se preservou peças, objetos, insígnias e símbolos do culto, conservados no museu do Instituto Histórico como uma das coleções mais preciosas do culto afro-brasileiro. Floriano Peixoto, alagoano, foi o segundo Presidente da República do Brasil. Até 1930, o Partido Democrata manteve a situação, através dos governadores que sucederam a Clodoaldo. Cada um deles deu uma contribuição para o progresso do estado. Abriram-se estradas de rodagem em direção ao norte e ao centro, e posteriormente o trecho de Atalaia e a Palmeira dos ndios, estrada de penetração para a zona sertaneja construíram-se grupos escolares em quase todos os municípios Maceió renovou-se com a abertura de ruas e avenidas combateu-se a criminalidade, principalmente com o movimento contra o banditismo, que culminaria, em 1938, com o extermínio do grupo de Lampião promoveram-se pesquisas petrolíferas. As sucessões políticas praticamente se fizeram sem luta, pois quase sempre predominava o candidato único, oriundo do Partido Democrata. Com a vitória da revolução de outubro de 1930, também sem luta armada no estado, iniciou-se o sistema de interventores com breve interrupção entre 1935 e 1937 até 1947, quando a redemocratização do país propiciou a promulgação de uma nova constituição para o estado. O chamado período das interventorias foi igualmente fecundo, malgrado a falta de continuidade nas administrações, quase sempre de curtos períodos. Nesse período, entre outros fatos marcantes destacaram-se os trabalhos de pesquisa do petróleo a construção do porto de Maceió, inaugurado em 1940 o incremento das atividades econômicas, sobretudo com a diversificação da produção agrícola e a implantação da indústria leiteira em Jacaré dos Homens, constituindo-se a cooperativa de laticínios para a produção de leite, manteiga e queijo o incremento do ensino rural e a ampliação do cooperativismo. Tal desenvolvimento possibilitou que, no período da segunda guerra mundial, Alagoas contribuísse, de maneira efetiva, para o abastecimento de estados vizinhos, sem prejuízo de sua colaboração para o esforço de guerra. Constituiu-se, com a criação da usina Caeté, a primeira cooperativa de plantadores de cana. As atividades intelectuais também se desenvolveram, não apenas com o Instituto Histórico, mas ainda com a criação da Academia Alagoana de Letras, em 1919, e a formação de centros literários de jovens como a Academia dos Dez Unidos, o Cenáculo Alagoano de Letras e o Grêmio Literário Guimarães Passos. Em 1931, fundou-se a Faculdade de Direito, e em 1954 a Faculdade de Ciências Econômicas. Depois essas duas faculdades, e mais as de odontologia, medicina, engenharia e serviço social uniram-se para formar a Universidade Federal de Alagoas. As lutas políticas estaduais ganharam força na década de 1950. Quando da tentativa de impeachment do governador Muniz Falcão, em 1957, um tiroteio na assembleia legislativa causou a morte do deputado Humberto Mendes, sogro do governador. E em toda a segunda metade do manteve-se a tensão política, enquanto os ganhos oriundos do sal-gema, do açúcar e do petróleo não beneficiavam a população. Em 1979, o ex-governador Arnon de Melo, então senador, conseguiu do governo militar a nomeação de seu filho Fernando Afonso Collor de Melo, para prefeito de Maceió. Em 1988, um acordo entre Collor, já então governador, e as usinas de açúcar e álcool, principais contribuintes do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços no estado, permitiu que estas reduzissem sua carga tributária. A queda de receita agravou a histórica crise social e econômica do estado e gerou um quadro falimentar que levou o governo federal a uma intervenção não oficial em 1997. Depois de nomeado um novo secretário de Fazenda, o governador Divaldo Suruagy se afastou, cedendo o posto ao vice-governador.
Após o escândalo que levou Renan Calheiros a renunciar à presidência do Senado Federal do Brasil, em 2007, seu filho, Renan Filho PMDB , foi eleito prefeito de Murici, em outubro de 2008. O prefeito Cícero Almeida PP , foi reeleito com 81,49 dos votos. Em setembro de 2008, o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Antonio Albuquerque PT do B , foi destituído do cargo. Ele foi o principal suspeito do desvio de R 280 milhões do poder legislativo, investigado na Operação Taturana. Catorze deputados foram indiciados. O deputado Fernando Toledo PSDB assumiu a presidência da Casa. Em julho de 2009, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, determinou que oito dos 14 deputados retornassem à Assembleia, entre eles Antonio Albuquerque. Em outubro de 2006, Teotônio Vilela PSDB foi eleito governador do estado, sendo reeleito, em outubro de 2010, com 52,74 dos votos, em segundo turno, contra o seu adversário, o candidato Ronaldo Lessa PDT , que ficou com 47,26 .
Praia de carro quebrado Cânion de Xingó no Rio São Francisco, município de Delmiro Gouveia Praia do gunga Ficheiro Clima de Alagoas K ppen .svg miniaturadaimagem Alagoas segundo a classificação climática de K ppen-Geiger Cerca de 86 do território alagoano se encontra abaixo de 300 m de altitude, e 61 abaixo de 200 m. Apenas um por cento fica acima de 600 m. Cinco unidades compõem o quadro morfológico a baixada litorânea, com extensos areais praias e restingas dominados por elevações de topo plano tabuleiros areníticos uma faixa de colinas e morros argilosos, imediatamente a oeste, com solos espessos e relativamente ricos o pediplano, ocupando todo o interior, com solos ricos, porém rasos, e uma topografia levemente ondulada, da qual despontam as serras de Mata Grande e gua Branca, no extremo oeste do estado a encosta meridional do planalto da Borborema, no centro-norte, parte mais elevada de Alagoas e planícies aluviais várzeas , ao longo dos rios, inclusive o delta e a várzea do baixo São Francisco margem esquerda , com solos anualmente renovados por cheias periódicas. A rede hidrográfica do estado é constituída por rios que correm diretamente para o oceano Atlântico como, por exemplo, o Camaragibe, o Mundaú, o Paraíba do Meio e o Coruripe e por rios que deságuam no São Francisco como o Marituba, o Traipu, o Ipanema, o Capiá e o Moxotó . Três tipos de cobertura vegetal, em grande medida modificados pela ação do homem, revestiam o território alagoano a floresta tropical na porção úmida do estado microrregião da mata alagoana o agreste, vegetação de transição para um clima mais seco, no centro e a caatinga, no oeste. Toda a metade oriental do estado possui clima do tipo As, de K ppen, quente médias anuais superiores a 24 C , com chuvas de outono-inverno relativamente abundantes mais de 1 400 milímetros . No interior dominam condições semiáridas, clima BSh, caindo a pluviosidade abaixo de 1 000 milímetros essa região está incluída no chamado Polígono das Secas. As estações do ano são perfeitamente definidas pela periodicidade das chuvas. O verão tem início em setembro e termina em fevereiro e o inverno começa aproximadamente em março, terminando em agosto. A temperatura não sofre grandes oscilações, variando, no litoral, entre 22,5 e 28 C, e no sertão, entre 17 e 33 C. O estado encontra-se com 44,36 de seu território dentro do polígono das secas, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação FAO . O relevo alagoano sofreu ao longo do tempo variações de suas interpretações, algumas foram feitas com base em estudos de campo visita as áreas retratadas , outra com base em instrumentos modernos fotografia, imagem de satélite . Considerado nos traços gerais, este relevo tem aspectos particulares no conjunto de suas formas variadas, podendo ser dividido em planalto, planície baixada litorânea e tabuleiros costeiros e depressões nelas ocorrem formações mamelonares . O Litoral Planície Litorânea é formado por uma extensa baixada. A paisagem apresenta dunas e mangues na foz dos rios e riachos. Nessa faixa de terra encontram-se também as lagoas costeiras. A região dos Tabuleiros é muito ondulada, pouco elevada, e se estende para o interior. A cidade de Maceió encontra-se na base desses tabuleiros. Enquanto a região litorânea é cortada por pequenos rios que deságuam no mar ou no rio São Francisco, o interior do estado apresenta áreas mais elevadas, onde se destaca o planalto do Borborema, que se estende do Agreste até o Sertão.
As pessoas na faixa etária de 0 a 14 anos representam 40,3 do total da população os habitantes na faixa etária de 15 a 59 anos respondem por 53,3 do total e aqueles de 60 anos ou mais representam apenas 6,4 da população. Um total de 58,3 da população vive nas zonas urbanas, enquanto 41,7 encontram-se na zona rural. A população de mulheres corresponde a 51,2 do total de habitantes e os homens somam 48,8 . O índice de mortalidade do Estado é de 6,2 por mil habitantes e a taxa de mortalidade infantil em 2017 foi de 13,40 para cada mil crianças nascidas vivas. Alagoas apresenta o IDH de 0,683 em relação ao ano de 2017.. As cidades litorâneas e Zona da Mata do estado apresentam em geral IDH maior que as localizadas no Agreste e no Sertão Alagoano. A capital Maceió possui o maior IDH 0,735 , enquanto o menor é de Inhapi 0,484 , no Alto Sertão.
De acordo com dados obtidos por meio de autodeclaração pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 36 da população alagoana é formada por brancos, 59 por pardos e 3 por negros. A população branca do estado é descendente em sua grande parte de portugueses. Os pardos são compostos da mistura entre negros, índios e brancos. Os autodeclarados negros perfazem o menor grupo étnico alagoano. De acordo com um estudo genético de 2013, a composição genética da população de Alagoas é 54,7 europeia, 26,6 africana e 18,7 ameríndia. Os índios não apareceram na pesquisa, embora haja presença indígena no interior do estado. Os principais povos indígenas do estado são aconã, carapotó, kariri-xocó, caruazu, catokinn, jeripancó, kalankó, koiupanká, tingui-botó, uassu-cocal e xukuru-kariri
Estado Católicos Evangélicos Protestantes Espíritas Afro-brasileira Outras Sem Religião Religiões asiáticas 72,2 15,9 0,5 0,1 1,5 9,7 0,1 Além disso, o Estado possui 13.454 Testemunhas de Jeová no Estado, 0,43 da população. Fonte IBGE, Censo 2010.
Divisão das regiões intermediárias em vermelho e das imediatas em cinza em Alagoas. Região geográfica intermediária é, no Brasil, um agrupamento de regiões geográficas imediatas que são articuladas através da influência de uma ou mais metrópoles, capitais regionais e ou centros urbanos representativos dentro do conjunto, mediante a análise do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE . As regiões geográficas intermediárias foram apresentadas em 2017, com a atualização da divisão regional do Brasil, e correspondem a uma revisão das antigas mesorregiões, que estavam em vigor desde a divisão de 1989. As regiões geográficas imediatas, por sua vez, substituíram as microrregiões. A divisão de 2017 teve o objetivo de abranger as transformações relativas à rede urbana e sua hierarquia ocorridas desde as divisões passadas, devendo ser usada para ações de planejamento e gestão de políticas públicas e para a divulgação de estatísticas e estudos do IBGE. Alagoas está dividida oficialmente em duas regiões geográficas intermediárias a Região Geográfica Intermediária de Maceió e a Região Geográfica Intermediária de Arapiraca.
Praia do gunga Galés de Maragogi. Entre os principais produtos agrícolas cultivados no Estado, encontram-se o abacaxi, o coco, a cana-de-açúcar, o feijão, o fumo, a mandioca, o algodão,o arroz e o milho. O estado Alagoas é o maior produtor de cana-de-açúcar do nordeste e um dos maiores produtores de açúcar do mundo, A Rússia é seu maior comprador, 75 do açúcar consumido na Rússia é alagoano. Na pecuária, destacam-se as criações de aves, equinos, bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos. Existem, também, no estado, reservas minerais de sal-gema. Alagoas é o maior produtor de gás natural do Brasil ALG S, além do petróleo já mencionado. Alagoas tinha em 2018 um PIB industrial de R 5,9 bilhões, equivalente a 0,4 da indústria nacional e empregando 92.723 trabalhadores na indústria. Os principais setores industriais são Construção 34,2 , Alimentos 24,9 , Serviços Industriais de Utilidade Pública, como Energia Elétrica e gua 22,6 , Químicos 8,1 e Bebidas 3,3 . Estes 5 setores concentram 93,1 da indústria do estado. A atividade industrial tem, como subsetores predominantes, o químico, a produção de açúcar e álcool, de cimento, e o processamento de alimentos. Ultimamente tem crescido bastante a instalação de novas indústrias em Alagoas em apenas 1 ano chegaram 12 . Atualmente, as empresas que se instalam em Alagoas estão em um franco desenvolvimento, caracterizando um estado sólido para investimento na região Nordeste. Em Alagoas é possível observar um aumento da diversividade industrial, embarcações, PVC, etanol de segunda geração, alimentícia, Borracha, plástico e entre outros são responsáveis pelo crescimento industrial alagoano. A participação da indústria da cultura canavieira na economia do estado atinge 45 por cento. As outras atividades que possuem contribuição significativa são o turismo, com 23 , a indústria alimentícia, com 20 e a de química e mineração, com 12 . Nos últimos anos, Alagoas se destaca por ser um dos estados mais procurados no Brasil pelos turistas, inclusive estrangeiros vindos sobretudo da Itália, Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha e Argentina. O turismo tem crescido nas praias do estado com a chegada de brasileiros e também de estrangeiros, graças a melhorias no aeroporto de Maceió e na infraestrutura hoteleira. O litoral norte, especialmente Maragogi e Japaratinga tem recebido nos últimos anos grandes empreendimentos de resorts. Segundo a maior companhia de viagens da América Latina CVC, Maceió é a terceira capital mais procurada do Brasil. O estado de Alagoas tem uma pauta de exportação bastante concentrada tendo, em 2012, negociado com o exterior, principalmente açúcar in natura 91,45 e álcool etílico 7,47 .
Segundo os dados de 2018, Alagoas ocupa a oitava posição no ranking dos estados mais violentos do país, já tendo sido o primeiro colocado desse ranking no ano de 2011.
O estado de Alagoas possui de linhas de telefonia móvel ativas e de linhas de telefones fixos. Todas as linhas do estado possuem apenas um código de área que é o 82.
VLT de Maceió O Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares está localizado na Região Metropolitana de Maceió, entre a capital e a cidade de Rio Largo e é um dos maiores tamanho do terminal de passageiros aeroportos do Nordeste. Foi o desenvolvimento econômico e comercial do Porto de Jaraguá, próximo às margens da lagoa Mundaú, chamada maçaio, que fez surgir uma grande povoação que recebeu o nome de Maceió. O Porto de Jaraguá é considerado um porto natural que facilita o atracamento de embarcações, por onde os produtos mais exportados na época da colonização foram açúcar, fumo, coco e especiarias. E, hoje, o porto de Maceió é o 3 principal porto do nordeste, e o 8 do Brasil. Planos do Governo federal pretendem ampliar o espaço para navios cargueiros e os cruzeiros que sempre atracam na cidade. Números divulgados em 2022 pelo IBGE revelaram que, em média, o estado de Alagoas possuí automóveis, de um total de de veículos no Nordeste.
Usina Hidrelétrica de Xingó A Usina Hidrelétrica de Xingó está localizada entre os estados de Alagoas e Sergipe, situando-se a 12 quilômetros do município de Piranhas e a 6 quilômetros do município de Canindé de São Francisco. A Usina de Xingó está instalada no São Francisco, principal rio da região nordestina, com área de drenagem de km , bacia hidrográfica da ordem de 630 mil km , com extensão de 3,2 mil km, desde sua nascente, na Serra da Canastra, em Minas Gerais, até sua foz, em Piaçabuçu AL e Brejo Grande SE. A posição da usina, com relação ao São Francisco, é de cerca de 65 km à jusante do Complexo de Paulo Afonso, constituindo-se o seu reservatório, face as condições naturais de localização, num canyon, uma fonte de turismo na região, através da navegação no trecho entre Paulo Afonso e Xingó, além de prestar-se ao desenvolvimento de projetos de irrigação e ao abastecimento d água para a cidade de Canindé SE.
Piranhas Cânion do Rio São Francisco Os destinos mais procurados atualmente são Maceió, Maragogi, Japaratinga, Barra de São Miguel, Piaçabuçu, Marechal Deodoro, Piranhas e Penedo esse último tem um grande potencial turístico e histórico. Além dos festejos de Bom Jesus dos Navegantes que começam de 8 a 15 janeiro com balsas que atravessam desde Alagoas até Sergipe e voltam a Penedo, depois em terra começam os fogos sinalizando a chegada das embarcações e assim as festas com os shows de bandas musicais. Outros pontos visados pelos turistas são as praias do estado. Dentre as mais procuradas estão Praia de Pajuçara, Praia de Ipioca, Praia da Sereia e Praia de Cruz das Almas, todas em Maceió. Além disso, um dos destinos mais procurados na cidade são Mercado do Artesanato, Museu Pierre Chalita, Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore e Museu do Esporte. Outros locais procurados pelos turistas incluem Passeio às Galés, em Maragogi, Igreja de Nossa Senhora do Livramento, Ecopark, Foz do Rio São Francisco, Mirante da Praia do Gunga, Museu da Imagem e do Som, Catedral Metropolitana, Teatro Deodoro e Mirante, ambos em Maceió. Outras cidades que recebem intensa movimentação turística são Cajueiro, Quebrangulo, Santana do Ipanema, Santana do Mundaú, São Miguel dos Campos, Satuba, Taquarana, União dos Palmares, Viçosa, Paripueira, Boca da Mata, Barra de Santo Antônio, Branquinha, Capela, Lagoa da Canoa, Delmiro Gouveia, Olivença, Olho d gua das Flores, Murici, Maravilha e Coruripe. Todas elas atraem turistas de várias partes do mundo e fazendo sua economia alavancar, sendo esse setor o que mais emprega e gera renda para diversas cidades do estado. Maragogi é uma das cidades mas conhecidas de Alagoas, distante 131 km de Maceió, com uma população de 25 mil habitantes, é o segundo destino mais procurado de Alagoas. Devido ao rio que banha o local, Maragogi que significa rio livre deu nome ao povoado em 1892. A excelente infraestrutura turística, vários hotéis, pousadas, hotéis fazenda, restaurantes, centros de artesanato e várias opções de lazer agregam a qualidade dos serviços do município. Praia do Toque em noite de lua cheia, Alagoas, Brasil. Cenários como vilas de pescadores, fazendas com reservas e trilhas de mata atlântica, abundância de coqueirais, praias belíssimas de águas cristalinas, como as praias de São Bento, Peroba, Burgalhau, Barra Grande, além das galés formadas por recifes de corais a 6 km da costa, são algumas das riquezas naturais do município. Maragogi tem um dos ecossistemas mais importantes do Brasil, a diversificada fauna e flora de espécies marinhas são locais ideais para mergulhos. Navegar pelos rios onde se encontra os preservados manguezais, praias, praticar esportes, tomar banhos de bicas, cachoeiras, todas essas cidades tem um contato com a natureza. Alagoas é conhecida por paraíso das águas justamente devido os ricos aquíferos no estado, bem como cachoeiras, rios, mar, lagoas. Algumas praias são geralmente comparadas às do Caribe.
Municípios de Alagoas Ordem alfabética rea territorial rea urbanizada Lista de municípios de Alagoas por população Biografias de alagoanos notórios, separados por município de nascimento Governadores de Alagoas
Governo do estado de Alagoas Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas Categoria Fundações no Brasil em 1817Astrofísica é o ramo da física e da astronomia responsável por estudar o universo através da aplicação de leis e conceitos da física, tais como luminosidade, densidade, temperatura e composição química, a objetos astronômicos como estrelas, galáxias e o meio interestelar. Na prática, pesquisas astronômicas modernas envolvem uma quantia substancial de trabalho em física teórica e observacional. Algumas áreas de estudo para astrofísicos incluem suas tentativas para determinar as propriedades de matéria escura, energia escura, e buracos negros bem como se a viagem no tempo para o passado é possível, a formação de buracos de minhocas, ou a existência do multiverso e a origem e o destino final do universo. Tópicos também estudados por astrofísicos teóricos incluem a formação e evolução do Sistema Solar dinâmica e evolução estelar formação e evolução galáctica magnetoidrodinâmica a macroestrutura da matéria no universo a origem de raios cósmicos relatividade geral e cosmologia física, incluindo cosmologia de cordas e astrofísica de partículas. A astrofísica não deve ser confundida com a cosmologia, pois esta ocupa-se da estrutura geral do universo e das leis que o regem em um sentido mais amplo. Embora ambas muitas vezes sigam caminhos paralelos, frequentemente considerado como redundante, há diferenças quanto ao objeto de estudo.
Na Mesopotâmia, região situada entre os rios Tigre e Eufrates atual Iraque , surgiram e se desenvolveram vários povos em meados do século XXXV a.C.. Como os primeiros habitantes da região, os sumérios estão entre os primeiros a cultivar a prática da observação astronômica. Inicialmente, suas observações dos astros possuíam um caráter puramente místico, isto é, astrológico, em que há o entendimento de que os astros regem as relações humanas tanto como regem os ciclos naturais das estações. Por volta do primeiro milênio antes de Cristo, no entanto, iniciou-se a prática de observação do céu como um fim próprio, caracterizando as raízes da astronomia enquanto ciência. Isso acarretou as primeiras aplicações de métodos matemáticos para exprimir as variações observadas nos movimentos da Lua e dos planetas. Com a introdução da matemática, a astronomia babilônica realizou observações sistemáticas dos movimentos dos planetas e, especialmente, do Sol e da Lua determinou-se o período da lunação ou mês sinódico, o período do movimento do Sol ou ano trópico, e a inclinação da trajetória anual do Sol pela eclíptica. Além disso, era conhecido o fato de que a velocidade da Lua em seu movimento ao redor da Terra era variável. Os sumérios eram ainda capazes de prever eclipses e também verificaram que os planetas são encontrados sempre em uma mesma região do céu. Nomearam várias constelações, sendo que a maioria delas representava figuras de animais. Daí surgiu o Zodíaco, cujo significado é círculo de animais.
A esfera celeste idealizada pelos gregos. Na Grécia antiga, destacam-se os trabalhos da escola Jônica. Fundador da escola, Tales de Mileto propôs que o céu era uma abóbada e sugeriu que o Sol e as estrelas não eram deuses, mas sim bolas de fogo e, usando ferramentas matemáticas, previu o eclipse total do Sol em 28 de maio de 585 a.C.. Seu discípulo, Anaximandro de Mileto, utilizou as proporções matemáticas e geométricas para tentar mapear a abóbada celeste, elaborando tratados sobre astronomia e cosmologia em que propôs, almejando explicar a origem das coisas, o conceito de ápeiron, substância primordial da qual tudo provém. Ademais, postulou a existência de um número infinito de mundos, todos acomodados em camadas esféricas e que a Terra era um cilindro suspenso no centro do universo, sem qualquer suporte. Aristarco de Samos foi o primeiro a propôr, em 270 a.C., que a Terra gira em torno do Sol. Nicolau Copérnico resgataria o modelo heliocêntrico do sistema Solar quase 2000 anos depois da proposição de Aristarco. Usando geometria e trigonometria, Eratóstenes chegou no século III a.C. a uma estimativa de 40 000 km para o perímetro da circunferência terrestre, assumindo-a constante. A astrometria, ramo relacionado à medida precisa da posição e do movimento dos astros, surge com os primeiros catálogos de estrelas. A partir dos dados coletados em seu observatório na ilha de Rodes, o astrônomo Hiparco de Niceia catalogou a posição de 850 estrelas, classificando-as quanto ao seu brilho em seis grupos distintos de 1 a 6, em que 1 é a estrela visível mais brilhante e 6 a menos brilhante. Denominada como sistema de magnitude, essa classificação é usada ainda hoje.
Embora não seja possível datar o início preciso da astronomia, a astrofísica moderna surge no trabalho do astrônomo Johannes Kepler, que formulou as três leis do movimento planetário baseando-se em dados empíricos, coletados pelo astrônomo Tycho Brahe, sobre os planetas do Sistema Solar. As três leis enunciam propriedades das órbitas planetárias a primeira afirma que tais órbitas são elípticas e contidas em um plano, com o Sol em um dos focos da elipse a segunda propõe que áreas descritas na elipse pela trajetórias dos planetas, se iguais, serão percorridas em tempos iguais e a terceira impõe o vínculo de que o quadrado do período de translação de um planeta ao redor do Sol é proporcional ao cubo da distância média do planeta ao Sol. Isto é . Ao analisar os dados empíricos de Brahe, Kepler corrige com sua primeira lei a idealização feita por Copérnico, isto é, afirma que as órbitas dos planetas não são círculos perfeitos, concêntricos ao Sol. Dessa forma, rompeu-se com a tradição do idealismo cosmológico, favorecendo um entendimento científico baseado na experiência.
Formulada pelo físico inglês Isaac Newton e publicada em Philosophiae naturalis principia mathematica em 1687, a lei da gravitação universal explica teoricamente as três leis empiricamente constatadas por Kepler no escopo da mecânica clássica e do cálculo diferencial, também formulados por Newton. Newton percebeu que sua segunda lei do movimento era suficiente para explicar as três leis de Kepler, contanto que a força gravitacional de atração entre dois corpos fosse proporcional ao produto de suas massas, e , e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles, resultando na seguinte expressão , Na expressão acima, é a constante da gravitação universal, determinada entre 1797 e 1798 por Henry Cavendish em sua famosa experiência.
Após formular a teoria da relatividade restrita, o físico alemão Albert Einstein publicou, em 1915, sua teoria da relatividade geral. Essa nova teoria foi construída para expandir os conceitos de relatividade restrita a referenciais não inerciais e propôr uma explicação teórica para o fenômeno da gravidade, anteriormente ausente na lei da gravitação de Newton. Segundo Einstein, a existência de matéria ou energia curva o tecido do espaço-tempo.
Com o intuito de entender o mecanismo que produz a energia liberada pelo Sol, o astrônomo Arthur Eddington propôs, em 1920, que a fonte dessa energia seria advinda da fusão nuclear de elementos mais leves em elementos pesados. Após 12 anos da especulação de Eddington, a fusão de isótopos do hidrogênio foi produzida em laboratório. Em 1939, o físico alemão Hans Bethe descreveu detalhadamente o processo de fusão nuclear que ocorre no interior de estrelas, denominado nucleossíntese estelar.
Ficheiro ExpansionUniverse.JPG thumb 250px left Ilustração sobre a expansão do Universo. Em 1912, o astrônomo norte-americano Vesto Slipher mediu o espectro eletromagnético da galáxia de Andrômeda - à época identificada como nebulosa espiral - percebendo um deslocamento das linhas espectrais para comprimentos de onda menores, isto é, deslocada para o azul blueshift . Pelo efeito Doppler relativístico, previsto pela relatividade restrita de Einstein, Slipher concluiu que Andrômeda está se aproximando da Terra. Nos anos seguintes, o astrônomo analisou o espectro de 40 galáxias diferentes e observou que a maioria apresentava desvio para o vermelho, ou seja, que estavam se afastando da Terra. Analisando o comportamento de estrelas Cefeidas, cuja luminosidade varia em um período bem definido, por meio de imagens capturadas pelo telescópio de Monte Wilson, Edwin Hubble e Milton Homason estimaram a distância às outras galáxias. Ao comparar as distâncias entre as galáxias e suas velocidades de afastamento, eles perceberam que galáxias mais distantes afastavam-se com maior velocidade. Admitindo uma relação linear entre a velocidade de afastamento das galáxias e sua distância à Via Láctea, postulou-se a lei de Hubble-Humason . Em que é o parâmetro ou constante de Hubble.
Diagrama dos pontos de Lagrange provocados pelas forças gravitacionais da Terra e do Sol. A mecânica celeste estuda o movimento dos astros, que estão submetidos às forças resultantes da atração gravitacional entre corpos celestes, através das leis da mecânica. Assim, essa área encarrega-se, dentre outros, de calcular as distâncias e as posições dos astros do Sistema Solar, determinar massas de estrelas distantes e de outros objetos, calcular órbitas de satélites artificiais em torno da Terra e determinar as trajetórias de sondas espaciais enviadas a outros astros do Sistema Solar. O objetivo da mecânica celeste, similarmente à astrometria, é o de determinar as posições dos astros e como elas variam com o tempo. Porém, diferentemente da astrometria, a mecânica celeste também é embasada teoricamente pela mecânica clássica.
A dinâmica estelar estuda a estrutura e a evolução de sistemas gravitacionais de muitos corpos, enquanto que a dinâmica planetária se interessa por sistemas de poucos corpos. Como diz o nome, na dinâmica estelar, as estrelas são um elemento sempre presente, apesar de nem sempre serem o principal componente como, por exemplo, em aglomerados de galáxias, onde a principal componente do sistema dinâmico é a chamada matéria escura.
Evolução estelar Formação e evolução de galáxias Astrofísica de partículas Planetologia Remanescentes estelares Cosmologia Matéria escura Energia escura
Objetos em movimento de afastamento relativo à Terra têm seu espectro desviado para o vermelho redshift , enquanto objetos que se aproximem são desviados para o azul blueshift .
Analogamente ao efeito Doppler clássico, o efeito Doppler relativístico refere-se à mudança da frequência percebida por um observador em movimento relativo à fonte de emissão da onda. No entanto, a versão relativística ocorre em uma onda eletromagnética, desviando a luz para frequências mais baixas em direção ao vermelho se a fonte afasta-se relativamente ao observador e desviando a luz para frequências mais altas em direção ao azul caso a fonte esteja se aproximando. Esse fenômeno é resultado da relatividade restrita, embasada matematicamente pelas transformações de Lorentz. No início do século XX, em torno de 1910-1912, começou o estudo espectral das galáxias. Em torno de 1917 o astrônomo holandês Willem de Sitter demonstrou teoricamente através da relatividade geral que o Universo se expandia, faltando apenas a comprovação prática. Na mesma época foi constatado que em sua imensa maioria, as galáxias têm um desvio para o vermelho que aumenta progressiva e proporcionalmente à distância.
Espectrofotogrametria Fazendo-se uma análise espectrográfica através do espectrofotômetro de absorção atômica temos como verificar se um astro está se movendo, em que direção e velocidade. Podemos saber se existe um desvio da luz causado pela gravidade de algum corpo próximo, a composição das estrelas e dos gases que estão dispersos, entre estas e o instrumento que faz a medição. Sempre quando verificamos o espectro de uma estrela, observamos que suas linhas espectrais desviam para o vermelho. Isto se dá, porque ela está se afastando, ao contrário, se estiver se aproximando, o desvio será para o azul. As falhas devido à absorção atômica indicam sua composição. A distância entre linhas espectrais indica vários parâmetros, inclusive a presença de gases e poeira entre a estrela e a Terra. Outros exemplos de instrumentos usados em astrofísica são os aceleradores de partículas, entre outros equipamentos, estes podem determinar a composição inicial de nosso universo e o comportamento das partículas elementares ao nível de microcosmo. O telescópio óptico, o radiotelescópio, entre outros, também são exemplos do uso de instrumentação física experimental para a análise e dedução de parâmetros de corpos estelares.
Aceleradores de partículas Aglomerado estelar Aglomerado estelar aberto Análise espectrográfica Big Bang Big Crunch Big Splash Buraco negro Caudas cometárias Ciclo solar Cinturão de Kuiper Cometa Cosmologia Espaço-tempo Estrela de nêutron Expansão do universo Galáxia Lei de Hubble-Homason Nuvens de Magalhães Universo Via Láctea
Azulona nome científico Tinamus tao é uma espécie de ave cinegética encontrada na Amazônia brasileira e na bacia do Alto Paraguai, exclusivamente em áreas da mata de terra firme. Sua coloração é de tom cinza-ardósia. Mede 52 cm e pesa cerca de 2,5 kg ou mais. Em observações de campo conduzidas pelo ornitólogo José Carlos Reis de Magalhães, encontrou-se a relação de sexos de dois machos para cada fêmea, que a postura era, sempre, de três ovos e as fêmeas acasalavam duas vezes na estação, com dois machos diferentes e consecutivos. A estratégia reprodutiva da azulona indica que a espécie tem estado sujeita a fortes pressões predatórias, tendo assim caminhado, evolutivamente, para a solução de reduzir a postura para três ovos e fazer duas posturas por ano, reduzindo riscos. Uma peculiaridade sobre os ovos da azulona está no fato de serem quase perfeitamente esféricos, em nada oblongos, como os de Tinamus solitarius, porém idênticos na coloração verde-azulada. As estreitas afinidades entre o macuco e a azulona sempre foram objeto das cogitações dos sistematas que os estudaram. As diferenças entre eles estão, praticamente, no colorido, já que, morfologicamente, são idênticos. Apenas no peso, os dados acusam pequena vantagem para a azulona. provável que macuco e azulona venham de um ancestral comum e que, por razões climáticas, foram separados pela ocorrência de soluções de continuidade entre as áreas florestadas da Amazônia e do Sudeste Mata Atlântica . Mantiveram muita coisa em comum, como a voz, igualmente eficiente para ambas, nos biótopos semelhantes em que remanesceram. A azulona apresenta subespécies ou raças geográficas, ao longo de suas áreas de ocorrência, onde divide o hábitat com outros representantes do gênero Tinamus, como o inambu-galinha Tinamus guttatus e o inambu-serra Tinamus major , este encontrado na mata de várzea.
Possui quatro subespécies, das quais duas ocorrem no Brasil Tinamus tao tao Temminck, 1815 - ocorre no centro e norte do Brasil até a fronteira do leste do Peru e Bolívia Tinamus tao septentrionalis Brabourne Chubb, 1913 - ocorre no nordeste da Venezuela e no noroeste da Guiana Tinamus tao larensis Phelps Phelps, 1949 - ocorre nas florestas Montane do centro da Colômbia e no noroeste da Venezuela Tinamus tao kleei Tschudi, 1843 - ocorre do centro-sul da Colômbia até o leste do Equador, leste do Peru, leste da Bolívia e no oeste do Brasil.
A União Internacional para a Conservação da Natureza IUCN classifica a espécie no status Vulnerável VU , devido à perda de habitat e à pressão de caça. Categoria Tinamus Categoria Tinamidae Categoria Aves descritas em 1815 Categoria Aves do BrasilAristóteles Estagira, Atenas, foi um filósofo e polímata da Grécia Antiga. Ao lado de Platão, de quem foi discípulo na Academia, foi um dos pensadores mais influentes da história da civilização ocidental. Aristóteles abordou quase todos os campos do conhecimento de sua época biologia, física, metafísica, lógica, poética, política, retórica, ética e, de forma mais marginal, a economia. A filosofia, definida como amor à sabedoria, passou a ser compreendida por Aristóteles em sentido mais amplo, buscando se tornar uma ciência das ciências. Embora o estagira tenha escrito muitos tratados e diálogos formatados para a publicação, apenas cerca de um terço de sua produção original sobreviveu, nenhuma delas destinada à publicação. Na concepção aristotélica, a ciência compreende três áreas principais teórica, prática práxis e aplicada ou poiética . Segundo o autor, a ciência teórica é o melhor uso que o homem pode fazer de seu tempo livre e é composta pela filosofia primeira ou metafísica , matemática e física também chamada de filosofia natural . A ciência prática, orientada para a ação, é o reino da política e da ética. Por fim, a ciência aplicada consiste no campo da técnica, ou seja, do que pode ser produzido pelo ser humano, tais como a prática da agricultura e da poesia. A lógica, por outro lado, não é considerada por Aristóteles como uma ciência, mas sim um instrumento que permite o progresso científico. Segundo Aristóteles todos os seres vivos têm alma, ainda que com características distintas. As plantas teriam apenas uma alma animada por uma função vegetativa, ao passo que a alma dos animais teria uma função vegetativa e sensorial. Já a alma dos humanos possuiria cinco disposições por meio das quais poderia afirmar ou negar a verdade a arte téchne , o discernimento phrónesis , a ciência epistéme , a sabedoria sophía e o intelecto noús . A virtude ética, tal como exposta na obra tica a Nicômaco, se equilibra entre dois extremos. Assim, um homem corajoso não deve ser imprudente nem covarde. Conclui-se que a ética aristotélica é muito marcada pelas noções de medida e phronesis. Sua ética, assim como sua política e sua economia, está voltada para a busca do Bem. Em conexão com seu naturalismo, o estagirita considera a cidade como uma entidade natural que não pode subsistir sem justiça e amizade philia . Essa concepção influenciou profundamente os pensadores das gerações seguintes e se reflete até hoje nas concepções finalistas de sociedade e do Estado, que são compreendidas como a pela busca do bem comum. A natureza Physis ocupa um lugar importante no pensamento aristotélico. A matéria possuiria em si um princípio de movimento en telos eche n . Consequentemente, a física se dedica ao estudo dos movimentos naturais causados pelos princípios próprios da matéria. Em sua metafísica, Aristóteles define o Deus dos filósofos como o primeiro motor imóvel, aquele que põe o mundo em movimento sem ele próprio ser movido. Segundo o autor, o primeiro motor imóvel e os corpos celestes seriam formados por um elemento incorruptível, o éter, distinguindo-se dos corpos físicos do mundo sublunar. Após sua morte, seu pensamento foi praticamente esquecido pelo ocidente até o fim da Antiguidade. Durante o Califado Abássida, as obras de Aristóteles foram traduzidas em árabe, influenciando o mundo muçulmano. A partir do fim do Império Romano o ocidente teve acesso limitado a seus ensinamentos até o Século XII. Após a redescoberta de seus escritos, o pensamento aristotélico também passou a exercer influência sobre a filosofia e a teologia ocidental durante os cinco séculos seguintes, criando tensões com o pensamento platônico de Agostinho de Hipona que vigorava à época. Foi durante o Século XII, contudo, que o aristotelismo marcou profundamente a escolástica e, por intermédio da obra de Tomás de Aquino, o cristianismo católico. No Século XVII, o avanço da astronomia científica de Galileu e Newton desacreditou o geocentrismo admitido por Aristóteles. A partir de então, seguiu-se um profundo recuo do pensamento aristotélico no que se refere à ciência. Sua lógica também foi criticada na mesma época por Francis Bacon e Blaise Pascal. No , George Boole deu à lógica de Aristóteles uma base matemática com um sistema de lógica algébrica, e já no , Gottlob Frege criticou e retrabalhou em profundidade a silogística. A filosofia aristotélica, por sua vez, experimentou um ressurgimento de interesse. No Século XX foi estudado e comentado por Heidegger, que foi seguido por Leo Strauss, Hannah Arendt e contemporaneamente por autores como Alasdair MacIntyre, John McDowell e Philippa Foot. Mais de 2 300 anos após sua morte, seu pensamento ainda inspira especialistas de áreas variadas e é objeto de pesquisa de diversas disciplinas.
Aristóteles nasceu em Estagira, na Trácia, filho de Nicômaco. Seu pai era amigo e médico pessoal do rei macedônio Amintas III, rei conhecido por ser pai de Filipe II e avô de Alexandre. Existem algumas controvérsias entre os estudiosos a respeito da influência da atividade médica da família de Aristóteles em seu interesse pela biologia e fisiologia. No entanto, é sabido que o pai de Aristóteles, Nicômaco, era médico, e que a medicina era uma atividade importante em sua família. Segundo a compilação bizantina Suda, Aristóteles era descendente de Nicômaco, filho de Macaão, filho de Esculápio. Com cerca de 16 ou 17 anos partiu para a cidade de Atenas, maior centro intelectual e artístico da Grécia Antiga. Como muitos outros jovens da época, foi para lá prosseguir os estudos. Duas grandes instituições disputavam a preferência dos jovens a escola de Isócrates, que visava preparar o aluno para a vida política, e Platão e sua Academia, com preferência à ciência episteme como fundamento da realidade. Apesar do aviso de que, quem não conhecesse geometria ali não deveria entrar, Aristóteles decidiu-se pela academia platônica e nela permaneceu vinte anos, até a morte de Platão, no primeiro ano da 108a olimpíada . Aristóteles provavelmente participou dos Mistérios de Eleusis. Em 347 a.C. com a morte de Platão, a direção da Academia passa a Espeusipo que começou a dar ao estudo acadêmico da filosofia um viés matemático que Aristóteles segundo opinião geral, um não-matemático considerou inadequado, assim Aristóteles deixa Atenas e se dirige, provavelmente, primeiro a Atarneu convidado pelo tirano Hérmias e em seguida a Assos, cidade que fora doada pelo tirano aos platônicos Erasto e Corisco, pelas boas leis que lhe haviam preparado e que obtiveram grande sucesso. Durante 347 a.C. e 345 a.C., dirige uma escola em Assos, junto com Xenócrates, Erasto e Corisco e depois em conhece Teofrasto e com sua colaboração dirige uma escola em Mitilene, na ilha de Lesbos e lá se casa com Pítias, neta de Hérmias, com quem teve uma filha, também chamada Pítias. Em escolhe Aristóteles como educador de seu filho Alexandre, então com treze anos, por intercessão de Hérmias. Pouco se sabe sobre o período da vida de Aristóteles entre e , ainda que se questione o período de tempo que tutelou Alexandre, a maioria dos estudiosos estimam que este contato durou entre dois e três anos. Representação de Aristóteles ensinando Alexandre, o Grande. Gravura de Charles Laplante Em 335 a.C. Aristóteles funda sua própria escola em Atenas, em uma área de exercício público dedicado ao deus Apolo Lykeios, daí o nome Liceu. Os filiados da escola de Aristóteles mais tarde foram chamados de peripatéticos. Os membros do Liceu realizavam pesquisas em uma ampla gama de assuntos, os quais eram de interesse do próprio Aristóteles botânica, biologia, lógica, música, matemática, astronomia, medicina, cosmologia, física, metafísica, história da filosofia, psicologia, ética, teologia, retórica, história política, teoria política e arte. Em todas essas áreas, o Liceu coletou manuscritos e assim, de acordo com alguns relatos antigos, se criou a primeira grande biblioteca da antiguidade. Enquanto em Atenas, Pítias morreu, e segundo relato de Diógenes Laércio, especula-se que ele ainda teria tido com sua concubina, Herpílis ou Herpília, um filho ilegítimo, Nicômaco a quem seu livro de tica é dedicado . Em 323 a.C, morre Alexandre e em Atenas começa uma forte reação antimacedônica, em por causa de sua ligação com a família real, Aristóteles foge de Atenas e se dirige a Cálcides, onde sua mãe tinha uma casa, explicando, Eu não vou permitir que os atenienses pequem duas vezes contra a filosofia uma referência ao julgamento de Sócrates em Atenas. Ele morreu em Cálcis, na ilha Eubeia de causas naturais naquele ano. Aristóteles nomeou como chefe executivo seu aluno Antípatro e deixou um testamento em que pediu para ser enterrado ao lado de sua esposa.
Em 335 a.C. Aristóteles funda sua própria escola em Atenas, em uma área de exercício público dedicado ao deus Apolo Lykeios, daí o nome Liceu. A escola de Aristóteles, afresco de Gustav Adolph Spangenberg, 1883 1888 A filosofia de Aristóteles dominou verdadeiramente o pensamento europeu a partir do . A revolução científica iniciou-se no e somente onde a filosofia aristotélica foi dominante é que sobreveio uma revolução científica. Apesar do alcance abrangente que as obras de Aristóteles gozaram tradicionalmente, acadêmicos modernos questionam a autenticidade de uma parte considerável do Corpus aristotelicum. Parte das afirmações a respeito da Física e da Química de Aristóteles foram impugnadas ao longo dos séculos, e a principal razão disso é que nos séculos XVI e XVII os cientistas aplicaram métodos quantitativos ao estudo da natureza inanimada, assim algumas observações de Aristóteles são irremediavelmente inadequadas em comparação com os trabalhos dos novos cientistas.
A lógica aristotélica, que ocupa seis de suas primeiras obras, constitui o exemplo mais sistemático de filosofia em dois mil anos de história. Sua premissa principal envolve uma teoria de caráter semântico desenvolvida por ele para servir de estrutura para a compreensão da veracidade de proposições. Foi por meio de sua lógica que se estabeleceu a primazia da lógica dedutiva. Aristóteles sistematizou a lógica, definindo as formas de interferência que eram válidas e as que não eram em outras palavras, aquilo que realmente decorre de algo e aquilo que só aparentemente decorre e deu nomes a todas essas diferentes formas de interferências. Por dois mil anos, estudar lógica, significou estudar a lógica de Aristóteles. A lógica, como disciplina intelectual, foi criada no por Aristóteles. Sua teoria do silogismo constitui o cerne de sua lógica e através dela tenta caracterizar as formas de silogismo e determinar quais deles são válidas e quais não, o que conseguiu com bastante sucesso. Como primeiro passo no desenvolvimento da lógica, a teoria do silogismo foi extremamente importante.
Aristóteles não reconhecia a ideia de inércia, ele imaginou que as leis que regiam os movimentos celestes eram muito diferentes daquelas que regiam os movimentos na superfície da Terra, além de ver o movimento vertical como natural, enquanto o movimento horizontal requereria uma força de sustentação. Ainda sobre movimento e inércia, Aristóteles afirmou que o movimento é uma mudança de lugar e exige sempre uma causa, o repouso e o movimento são dois fenômenos físicos totalmente distintos, o primeiro sendo irredutível a um caso particular do segundo. No livro II, Do Céu, ele afirma explicitamente que quando um objeto se desloca para seu estado natural o movimento não é causado por uma força, assim ele afirma que o movimento daquilo que está no processo de locomoção é circular, retilíneo ou uma combinação dos dois tipos.
Na época de Aristóteles, a óptica matemática era ainda uma disciplina nova, contrariamente às outras matemáticas e especialmente à geometria. Ele faz recorrentes referências à cor, à sua unidade e à sua constituição, nos mesmos contextos em que se fala de outros setores do real que pertencem a outras ciências matemáticas, e do que neles é unidade. Aristóteles fez objeções à teoria de Empédocles e ao modelo de Platão que considerava que a visão era produzida por raios que se originavam no olho e que colidiam com os objetos então sendo visualizados. Ao refutar as teorias então conhecidas, ele formulou e fundamentou uma nova teoria, a teoria da transparência a luz era essencialmente a qualidade acidental dos corpos transparentes, revelada pelo fogo. Aristóteles sugeria que a óptica contempla uma teoria matemático-quantitativa da cor, que corresponde a uma teoria da medição da luz, assim ele afirma que a luz não era uma coisa material mas a qualidade que caracterizava a condição ou o estado de transparência Uma coisa se diz invisível porque não tem cor alguma, ou a tem somente em grau fraco.
Os quatro elementos fundamentais segundo Aristóteles Enquanto Platão, seu mestre, acreditava na existência de átomos dotados de formas geométricas diversas, Aristóteles negava a existência das partículas e considerava que o espaço estava cheio de continuum, um material divisível ao infinito. Sua obra Meteorologia, sintetiza suas ideias sobre matéria e química, usando as quatro qualidades da matéria e os quatro elementos, ele desenvolveu explicações lógicas para explicar várias de suas observações da natureza. Para Aristóteles a matéria seria formada, não a partir de um único, mas por quatro elementos terra, água, ar e fogo, mas existiria sim um substrato único para toda a matéria, mas que seria impossível de isolar serviria apenas como um suporte que transmite quatro qualidades primárias quente, frio, seco e úmido. A fundação da Alquimia se baseou nos ensinamentos de Aristóteles, curiosamente ele afirmou que as rochas e minerais cresciam no interior da Terra e, assim como os humanos, os minerais tentavam alcançar um estado de perfeição através do processo de crescimento, a perfeição do mineral seria quando ele se tornasse ouro.
Aristóteles concorda com seu mestre Platão em considerar a astronomia uma ciência matemática em sentido pleno, não menos do que a geometria, ele também concordava que os movimentos estudados pela astronomia, como diz a A República, não se percebem com a vista. O cosmos aristotélico é apresentado como uma esfera gigantesca, porém finita, à qual se prendiam as estrelas, e dentro da qual se verificava uma rigorosa subordinação de outras esferas, que pertenciam aos planetas então conhecidos e que giravam em torno da Terra, que se manteria imóvel no centro do sistema sistema geocêntrico .
Considerado o fundador das ciências como uma disciplina, Aristóteles deixou obras naturalistas como História dos Animais, As partes dos animais e A geração dos animais, opúsculos como Marcha dos animais, Movimentos dos animais e Pequeno tratado de história natural e muitas outras obras sobre anatomia e botânica que se perderam e tratavam sobre o estudo de cerca de 400 animais que buscou classificar, tendo dissecado cerca de 50 deles. Também realizou observações anatômicas, embriológicas e etológicas detalhadas de animais terrestres e aquáticos moluscos e peixes , fez observações sobre cetáceos e morcegos. Embora suas conclusões sejam, muitas vezes, equivocadas, sua obra não deixa de ser notável. Seus escritos de biologia e zoologia correspondem a mais de uma quinta parte de sua obra. Neles, trabalha sobre a noção de animal, a reprodução, a fisiologia e a classificação científica. Segundo alguns cientistas da atualidade, Aristóteles teria descoberto o DNA, por ele identificar a forma, isto é, o eidos preexistente no pai, que é reproduzido na prole. Aristóteles foi quem iniciou os estudos científicos documentados sobre peixes, sendo o precursor da ictiologia a ciência que estuda os peixes . Catalogou mais de cem espécies de peixes marinhos e descreveu seu comportamento. considerado como elemento histórico da evolução da piscicultura e da aquariofilia, separou mamíferos aquáticos de peixes e sabia que tubarões e raias faziam parte de grupo que chamou de Selach Chondrichthyes . Em sua obra De Moto Animalium traduzido do latim, Do Movimento dos Animais , Aristóteles discorre especificamente sobre os princípios físicos que regem o movimento dos animais em geral, assim como as suas causas. No livro, Aristóteles postula que, para que houvesse o movimento de algum membro do animal, era necessária a existência de uma parte imóvel, a qual Aristóteles atribuía ser a origem do movimento. Para que o animal inteiro se desloque, no entanto, Aristóteles acreditava que era necessário algo em repouso absoluto em relação ao animal, e, apoiando-se neste ente imóvel, o animal desencadearia o deslocamento. Sobre a origem primordial do movimento em seres vivos, Aristóteles atribuía a mente e o desejo como causas primárias do movimento nos animais.
Do ponto de vista biológico, Aristóteles pensava que o corpo feminino, sendo adequado para a reprodução, implica que ele tenha uma temperatura corporal diferente da do corpo masculino. Em sua teoria da herança , Aristóteles considerava a mãe como um elemento material passivo para a criança, enquanto o pai fornecia um elemento ativo e animador com a forma da espécie humana. Em sua Política, Aristóteles via as mulheres como superiores aos escravos mas acreditava que o marido deveria exercer domínio político sobre a esposa. Entre as diferenças entre as mulheres e os homens estava o fato de serem, em sua opinião, mais impulsivas, mais compassivas, mais queixosas e mais enganosas. Por este motivo, Aristóteles foi visto como difusor de ideias misóginas e sexistas. No entanto, Aristóteles deu igual peso à felicidade das mulheres e à felicidade dos homens e comentou, em sua obra A Retórica, que uma sociedade não pode ser feliz a menos que as mulheres também estejam felizes. Sobre as mulheres, ainda disse que eram totalmente incapazes de serem amigas, e ele com certeza não esperava que a esposa se relacionasse com o marido em nível de igualdade.
Aristóteles não escreveu extensivamente sobre questões sexuais, pois estava menos preocupado com os apetites do que Platão. Visto não contribuir para a fundação de famílias, Aristóteles tinha a homossexualidade em conta de desperdício, não apenas inútil, mas até perigoso. Porém, isso não significa que a condenasse. Ele tomava, em consideração, as circunstâncias em que era praticada. Assim, em Creta, onde havia um problema de superpopulação e a relação entre o mesmo sexo era difundida, ele propôs que esse tipo de relação fosse tolerada pelo Estado, a fim de contornar a superpopulação, pois a ilha dispunha de poucos recursos naturais. Em um fragmento sobre amor físico, embora referindo-se ao tema com indulgência, parece ter feito distinção entre a homossexualidade congênita e adquirido. Em sua abordagem, permitiu que a mudança ocorresse de acordo com a natureza e, portanto, a maneira como a lei natural é incorporada poderia mudar com o tempo, uma ideia que Tomás de Aquino mais tarde incorporou à sua própria teoria da lei natural.
Platão e Aristóteles na Escola de Atenas 1509 1510 , fresco de Rafael Sanzio, na Stanza della Segnatura, nos Museus Vaticanos O termo Metafísica não é aristotélico o que hoje chamamos de metafísica era chamado por Aristóteles de filosofia primeira, sendo por isso identificada com a teologia theologikê , distinguindo-a da matemática e das ciências naturais física como filosofia contemplativa teoretikú que estuda o divino. A palavra metafísica parece ter sido cunhada pelo editor do primeiro século d.C., que reuniu várias pequenas seleções das obras de Aristóteles no tratado que conhecemos com o nome de Metafísica. Não é fácil discutir a metafísica de Aristóteles, em parte porque está profusamente espalhada por toda a obra, e em parte por certa ausência de uma exposição bem detalhada. A Metafísica de Aristóteles é, em essência, uma modificação da Teoria das ideias de Platão. Grande parte dessa obra parece uma tentativa de moderar as muitas extravagâncias de Platão. Seus dois principais aspectos são a distinção entre o universal e a mera substância ou forma particular e a distinção entre as três substâncias diferentes que formam a realidade cada uma com sua essência fundamental.Aristóteles discute na Metafísica conceitos de causa primária e arché, Deus e divindades, comparando e analisando relatos dos anteriores fisiólogos gregos e dos chamados theologoi teólogos . Uma postulação que considerou necessária foi a de Motor Imóvel. Seu pensamento influenciou toda a filosofia medieval posterior na teologia das religiões abraâmicas, mas principalmente nas ciências, pela chamada filosofia natural.
Aristóteles examina os conceitos de substância ousia e essência a ti enfat einai, o quid que deveria ser em sua Metafísica Livro VII , e conclui que uma substância específica é uma combinação de matéria e forma, uma teoria filosófica chamada hilemorfismo. No livro VIII, ele distingue a matéria da substância como substrato, ou o material de que é composta. Para ele, a matéria propriamente dita é chamada prima materia, sem qualidades, que receberá as formas. Por exemplo, a matéria de uma casa são os tijolos, as pedras, as madeiras etc., ou o que quer que constitua a casa em potencial, enquanto a forma da substância é a casa real, ou seja, abrangendo corpos e bens imóveis ou qualquer outra diferença que permita nós definirmos algo como uma casa. A fórmula que fornece os componentes é o relato da matéria, e a fórmula que fornece a diferenciação é o relato da forma.
Como seu professor Platão, a filosofia de Aristóteles visa o universal. A ontologia de Aristóteles enfatizava o universal katholou nos particulares kath hekaston , coisas no mundo. Platão enfocava no universal enquanto forma existente separadamente, o qual as coisas reais imitam. Para Aristóteles, a forma ainda é a base dos fenômenos, mas é instanciada em uma substância específica. Uma substância primária é vista como possuindo a forma imanente na matéria. Sua sustentação da metafísica com pés firmes no empirismo postulou que os fenômenos devem ser observados para se definir quais são suas causas, por exemplo o movimento eterno dos astros na esfera celeste, e avançou defesas pela experiência, em continuidade ao que já aparecia nos pré-socráticos e às propostas socráticas nos diálogos platônicos, de que se deveria proceder induzindo para a verificação dos universais. Segundo Lambertus Marie de Rijk Ele toma seu ponto de partida da ousia sensível. Sua expressão desse objetivo é acompanhada de uma elaboração da ideia mencionada anteriormente 1029a32 de que, embora as condições ônticas primárias ou os primeiros princípios das coisas não sejam o que é familiar imediatamente, todo aprendizado deve proceder por indução daquilo que nos é familiar e daquilo que é inteligível em si. Esse projeto aristotélico foi traduzido em relatos antigos até a ciência da modernidade com a asserção de se resgatar as aparências em grego, , sôzein ta phainomena salvar os fenômenos fenômenos sendo os dados da sensopercepção psíquica que aparecem na mente, qualias como som, cor, sentido de palavras etc., observados e inteligíveis, em um estado de conhecimento pré-demonstrativo, que podem ser coligidos em faculdades cognitivas tais como endoxa formação de opinião e empeiria experiência . Platão argumentou que todas as coisas têm uma forma universal, que pode ser uma propriedade ou uma relação com outras coisas. Quando olhamos para algo de cor vermelha, por exemplo, vemos um vermelho e também podemos analisar a forma do vermelho. Nesta distinção, há um vermelho específico e uma forma universal do vermelho da qual todas as outras coisas vermelhas também participam . Além disso, podemos colocar uma coisa vermelha ao lado de um objeto azul, de modo que possamos falar de vermelho e azul como próximos um do outro. Platão argumentou que há uma distinção que separa o ser de uma coisa particular da verdadeira essência ôntica da Forma Ideal, transcendente um vermelho imanente em uma instância não é o Vermelho real em si. Por conta dessa separação, Platão argumentou que existem algumas formas universais que podem não estar fazendo parte de coisas particulares. Por exemplo, é possível que não exista um bem particular, mas a Ideia do Bem ainda assim é uma forma universal adequada. Aristóteles discordou de Platão neste ponto, argumentando que todos os universais são instanciados em algum período de tempo. Aristóteles enfatizava que é possível obter verdadeiro conhecimento a partir das substâncias dos objetos sensíveis, o que Platão também concordava, mas considerando como conhecimento maior e mais real aquele das Ideias. Além disso, Aristóteles discordou de Platão sobre a localização dos universais. Onde Platão falava do Mundo das Ideias transcendente, um lugar em que todas as formas universais subsistem, Aristóteles sustentava que os universais existem dentro de uma coisa subsistente hypokeimenon que contém as formas, expressando-as enquanto causa formal. Para ele, nada do que é universal é uma entidade subsistente. Portanto, de acordo com Aristóteles, a forma do vermelho existe dentro dos compostos forma-matéria com capacidade de serem coisas vermelhas.Segue-se claramente que nada universalmente atribuível existe além dos particulares. Mas aqueles que acreditam nas Formas, embora tenham razão em separá-las desde que sejam entidades subsistentes assumem erroneamente que o um sobre muitos é uma forma. A causa do seu erro é a sua incapacidade de nos dizer quais são as ousiai substâncias desse tipo, aquelas ousiai imperecíveis que existem sobre e além dos sensíveis particulares. Eles os tornam, então, iguais em espécie aos sensíveis, pois esse tipo de ousia é familiar para nós, acrescentando o epíteto em si , como em Homem-em-si e Cavalo-em-si Metafísica 1040bApesar dessa reformulação crítica do que seria propriamente uma forma e a análise da substância e suas categorias visíveis, alguns estudiosos consideram que Aristóteles não abandonou em absoluto a teoria das Ideias transcendentes de Platão, pois ao longo de suas obras descreveu características que não estão manifestas em um objeto atual, por exemplo em sua teleologia ou implícito na sua teoria de Deus como um intelecto pensante.
No que diz respeito à mudança kinesis e suas causas agora, como ele define em Física e Da Geração e da Corrupção 319b 320a, ele distingue o vir-a-ser de crescimento e diminuição, que é mudança de quantidade locomoção, que é mudança no espaço e alteração, que é a mudança na qualidade. Ficheiro Flute-player dolphin Alcesti Group MAN.jpg miniaturadaimagem Aristóteles argumentou que uma habilidade como tocar flauta poderia ser adquirida o potencial tornado real pelo aprendizado O vir a ser é uma mudança em que nada persiste, do qual o resultante é uma propriedade. Nessa mudança em particular, ele introduz o conceito de potencialidade dynamis e atualidade entelecheia em associação com a matéria e a forma. Referindo-se à potencialidade, é aquilo que uma coisa é capaz de fazer, ser ou receber atuação sobre, se as condições forem corretas e não for impedido por outra coisa. Por exemplo, a semente de uma planta no solo é potencialmente dynamei planta e, se não for impedida por algo, tornar-se-á uma planta. Potencialmente, os seres podem ou agir poiein ou sofrerem atuação sobre paschein , o que pode ser ou inato ou aprendido. Por exemplo, os olhos possuem a potencialidade da visão ação inata , enquanto a capacidade de tocar flauta pode ser possuída pelo aprendizado exercício ação . Atualidade é a realização do fim da potencialidade. Como o fim telos é o princípio de toda mudança, e em prol do fim existe potencialidade, portanto a atualidade é a finalidade. Referindo-se então ao nosso exemplo anterior, poderíamos dizer que uma atualidade é quando uma planta realiza uma das atividades que a planta realiza.Pois aquilo pelo qual to hou heneka uma coisa é, é o seu princípio, e o devir é pelo bem do fim e a atualidade é o fim, e é por isso que a potencialidade é adquirida. Pois os animais não veem para que possam ter visão, mas têm visão para que possam ver.Em resumo, a matéria utilizada para fazer uma casa tem potencial para ser uma casa e tanto a atividade de construção quanto a forma da casa final são atualidades, o que também é uma causa final ou finalidade. Então Aristóteles prossegue e conclui que a atualidade é anterior à potencialidade na fórmula, no tempo e na substancialidade. Com esta definição da substância particular isto é, matéria e forma , Aristóteles tenta resolver o problema da unidade dos seres, por exemplo, o que é que faz do homem um Como, segundo Platão, existem duas ideias animal e bípede, como então o homem é uma unidade No entanto, de acordo com Aristóteles, o ser potencial matéria e o atual forma são um e o mesmo.
Na medida em que se ocupa das mais elaboradas entidades naturais, a psicologia foi considerada também o ápice da filosofia natural de Aristóteles. A palavra psychê de que deriva nosso termo psicologia costuma ser traduzida como alma, e sob a rubrica psyche Aristóteles de fato inclui as características dos animais superiores que pensadores posteriores tendem a associar com a alma. Objeto geral da psicologia aristotélica é o mundo animado, isto é, vivente, que tem por princípio a alma e se distingue essencialmente do mundo inorgânico, pois, o ser vivo diversamente do ser inorgânico possui internamente o princípio da sua atividade, que é precisamente a alma, forma do corpo. Muitas das hipóteses de Aristóteles sobre a natureza da lembrança e dos esquecimentos deram origem a grande número de experimentos na área da aprendizagem. Sua doutrina da associação afirmava que a memória é facilitada quer pela semelhança e dessemelhança de um fato atual e um passado, quer por sua estreita relação no tempo e espaço. Sua obra De Anima Sobre a Alma trata-se do primeiro objetivo em larga escala para estudar a psicologia. Muitas das questões que levanta continuam por responder até hoje, e ainda são objeto de exame. Aristóteles formulou teorias sobre desejos, apetites, dor e prazer, reações e sentimentos. Sua doutrina da catarse ensinava, por exemplo que os temores podem ser transferidos ao herói da tragédia ideia que muito mais tarde veio formar uma das teses da psicanálise e da terapia do jogo.
Alguns veem Aristóteles como o fundador da tica, o que se justifica desde que consideremos a tica como uma disciplina específica e distinta no corpo das ciências. Em suas aulas, Aristóteles fez uma análise do agir humano que marcou decisivamente o modo de pensar ocidental. O filósofo ensinava que todo o conhecimento e todo o trabalho visam a algum bem. O bem é a finalidade de toda a ação. A busca do bem é o que difere a ação humana da de todos os outros animais. Para Aristóteles, estudamos a ética, a fim de melhorar nossas vidas e, portanto, sua preocupação principal é a natureza do bem-estar humano. Aristóteles segue Sócrates e Platão ao dispor as virtudes no centro de uma vida bem vivida. Como Platão, ele considera as virtudes éticas justiça, coragem, temperança etc. , como habilidades complexas racionais, emocionais e sociais, mas rejeita a ideia de Platão de que a formação em ciências e metafísica é um pré-requisito necessário para um entendimento completo de bem. Segundo ele, o que precisamos, a fim de viver bem, é uma apreciação adequada da maneira em que os bens tais como a amizade, o prazer, a virtude, a honra e a riqueza se encaixam como um todo. Para aplicar esse entendimento geral para casos particulares, devemos adquirir, através de educação adequada e hábitos, a capacidade de ver, em cada ocasião, qual curso de ação é mais bem fundamentada. Portanto, a sabedoria prática, como ele a concebe, não pode ser adquirida apenas ao aprender regras gerais, também deve ser adquirida através da prática. E essas habilidades deliberativas, emocionais e sociais é que nos permitem colocar nossa compreensão geral de bem-estar em prática em formas que são adequados para cada ocasião. Aristóteles propõe que a vida contemplativa intelectual traria uma felicidade maior e mais constante ao ser humano, quando comparada à vida política procura da honra e da vida baseada em prazeres sensoriais.
Aristóteles de Francesco Hayez,1811 A retórica de Aristóteles teve uma enorme influência sobre o desenvolvimento da arte da retórica. Não apenas sobre os autores que escrevem na tradição peripatética, mas também os famosos professores romanas de retórica, como Cícero e Quintiliano, frequentemente usaram elementos decorrentes aristotélicos. na obra Retórica de Aristóteles que se assentam os primeiros dados cuja articulação passa a definir a Retórica como a faculdade de descobrir especulativamente sobre todo dado o persuasivo. No proêmio do Livro I de sua Arte Retórica, ele se refere à possibilidade se ter uma técnica da retórica, de um método rigoroso não diferente do que seguem as ciências lógicas, políticas e naturais. evidente a diferença entre as concepções de Aristóteles sobre a arte da oratória entre o Livro I e o Livro II, enquanto neste último destaca o estudo das paixões, desfazendo a caracterização da retórica como puramente dialética, no Livro I Aristóteles valoriza a função da sedução da alma. A retórica deve ser, portanto, demonstrativa e emocional.
Aristóteles concedia às artes uma importância valiosa, na medida em que poderiam reparar as deficiências da natureza humana, contribuindo na formação moral dos indivíduos.
Em Política, Aristóteles questiona a participação da música na educação, pois sua associação imediata com o prazer faz com que o autor oponha a música a qualquer atividade, pois esta parece se adequar melhor ao desfrute no tempo livre. No decorrer do texto, ele enfatiza que o ensino da música deve ter ênfase na escuta e não à prática instrumental, já que a execução de instrumentos se relaciona aos trabalhos manuais, atividade imprópria para a educação de um homem livre. A obra Problemas constitui uma das mais antigas discussões sobre música, se no livro VII da Política Aristóteles procurou mostrar a importância da música na educação, no livro XIX de Problemas ele levanta questões de várias ordens referentes à acústica, às escalas, aos intervalos, à voz, aos encordoamentos, aos harmônicos, aos tipos de composição etc., o autor levanta cinquenta problemas e a esses ele mesmo procura responder.
Aristóteles foi o primeiro filósofo a consagrar todo um tratado, ainda que incompleto, ao exame do fenômeno poético, a Arte Poética. Ele propunha-se a refletir acerca do objeto estético, ou antes, acerca da criação do objeto estético. Em Arte Poética, o filósofo trata da arte poética a partir de duas perspectivas, a definição da poética como imitação e a apresentação da estrutura da poesia de acordo com suas diferentes espécies. No primeiro caso, reduz a essência da poética à imitação que crê ser congênita no homem. A sua importância, contudo, deriva do fato de que a mimese é capaz de fornecer, ao ser humano, dois elementos essenciais prazer e conhecimento. Aristóteles era um apurado colecionador sistemático de enigmas, folclores e provérbios, ele e sua escola tinham um interesse especial nos enigmas da Pítia e estudaram também as fábulas de Esopo.
A política aristotélica é essencialmente unida à moral, porque o fim último do estado é a virtude, isto é, a formação moral dos cidadãos e o conjunto dos meios necessários para isso. O estado é um organismo moral, condição e complemento da atividade moral individual, e fundamento primeiro da suprema atividade contemplativa. A política, contudo, é distinta da moral, porquanto esta tem como objetivo o indivíduo, aquela a coletividade. A ética é a doutrina moral individual, a política é a doutrina moral social. Desta ciência trata Aristóteles precisamente na Política, de que acima se falou. Em tica a Nicômaco Aristóteles descreve o assunto como ciência política, que ele caracteriza como a ciência mais confiável. Ela prescreve quais as ciências são estudadas na cidade-estado, e os outros como a ciência militar, gestão doméstica e retórica caem sob a sua autoridade. Desde que rege as outras ciências práticas, suas extremidades servem como meios para o seu fim, que é nada mais nada menos do que o bem humano.
Aristóteles não nega a natureza humana ao escravo, para ele a escravidão faz parte da própria natureza, de modo que o escravo nascido para ser escravo tem uma função útil de escravo, é esta a função corporativa para a qual existe. Ele não sacrifica nada, pois sua natureza não exige mais do que compete na sociedade. Ele discorda da opinião daqueles que pretendem que o poder do patrão é contra a natureza, para ele, a natureza em vista da conservação, criou alguns seres para mandar e outros para obedecer, é ela que dispõe que o ser dotado de previdência mande como patrão, e que o ser, capaz por faculdades corporais execute ordens. Aristóteles defendia que uma das causas da escravidão era a dívida, o que ele classificava como uma má escravidão.
Metafísica de Aristóteles, traduzido para o latim por Guilherme de Moerbeke. Manuscrito do De acordo com a distinção que se origina com o próprio Aristóteles, seus escritos são divididos em dois grupos os exotéricos e os esotéricos. difícil para muitos leitores modernos aceitar que alguém pudesse tão seriamente admirar o estilo daquelas obras atualmente disponíveis para nós. No entanto, alguns estudiosos modernos têm advertido que não podemos saber ao certo se o elogio de Cícero foi dirigido especificamente para as obras exotéricas. Alguns estudiosos modernos têm realmente admirado o estilo de escrita concisa encontrado nas obras existentes de Aristóteles. As obras de Aristóteles que sobreviveram desde a antiguidade através da transmissão de manuscrito medieval são coletados no Corpus Aristotelicum. Esses textos, ao contrário de obras perdidas de Aristóteles, são tratados filosóficos técnicos de dentro da escola de Aristóteles. A referência a eles é feita de acordo com a organização da edição da obra de August Immanuel Bekker Aristotelis Opera edidit Academia Regia Borussica, Berlin, 1831 1870 pela Academia Real da Prússia, que por sua vez é baseado em classificações antigas dessas obras. Acredita-se que a maior parte de sua obra tenha sido perdida, e apenas um terço de seus trabalhos tenham sobrevivido.
Biblioteca de obras de Aristóteles Mais de 2300 anos depois de sua morte, Aristóteles continua sendo uma das pessoas mais influentes que já viveram. Ele contribuiu para quase todos os campos do conhecimento humano e foi o fundador de muitas áreas novas. De acordo com o filósofo Bryan Magee, é duvidoso que qualquer ser humano saiba o tanto quanto ele sabia. Entre inúmeras outras realizações, Aristóteles foi o fundador da lógica formal e pioneiro no estudo da zoologia, deixando cada futuro cientista e filósofo em débito para com ele por suas contribuições para o método científico.
O aluno e sucessor de Aristóteles, Teofrasto, escreveu a obra Historia Plantarum, uma obra pioneira em botânica. Alguns de seus termos técnicos permanecem em uso, como carpelo. Teofrasto preocupou-se muito menos com as causas formais do que Aristóteles, descrevendo pragmaticamente como as plantas funcionavam.
A influência da obra de Aristóteles foi sentida quando o Liceu se transformou na Escola peripatética. Entre os estudantes notáveis de Aristóteles estão Aristóxenes, Dicearco, Eudemo de Rodes, Demétrio de Faleros, Hárpalo, Heféstion, Mênon, Mnason de Fócis, Nicômaco e Teofrasto.
O primeiro professor de medicina de Alexandria, Herófilo de Calcedônia, corrigiu Aristóteles, colocando a inteligência no cérebro e conectando o sistema nervoso ao movimento e à sensação. Herófilo também distinguiu entre veias e artérias, observando que as últimas pulsam enquanto as primeiras não. Embora alguns atomistas antigos, como Lucrécio, tenham desafiado o ponto de vista teleológico das ideias aristotélicas sobre a vida, a teleologia e após o surgimento do cristianismo, a teologia natural permaneceria central para o pensamento biológico essencialmente até os séculos XVIII e XIX. Ernst Mayr afirma que não houve nada de real consequência na biologia depois de Lucrécio e Galeno até o Renascimento.
Os escribas cristãos gregos desempenharam um papel crucial na preservação das obras de Aristóteles, copiando todos os manuscritos gregos existentes do corpus. Os primeiros cristãos gregos que muito comentaram sobre Aristóteles foram João Filopono, Elias e David, no , e Estéfano de Alexandria no início do .
Representação islâmica de Aristóteles, ano 1220 Aristóteles foi um dos pensadores ocidentais mais reverenciados no início da teologia islâmica. A maioria das obras ainda existentes de Aristóteles, bem como vários comentários gregos originais, foram traduzidas para o árabe e estudadas por filósofos, cientistas e estudiosos muçulmanos. Averroes, Avicena e Alpharabius, que escreveram sobre Aristóteles em grande profundidade, também influenciaram Tomás de Aquino e outros filósofos escolásticos cristãos ocidentais. Estudiosos muçulmanos medievais descreviam regularmente Aristóteles como o Primeiro Mestre. O título foi posteriormente usado por filósofos ocidentais como no famoso poema de Dante que foram influenciados pela tradição da filosofia islâmica.
Com a perda do estudo do grego antigo no início da Idade Média Ocidental Latina, Aristóteles ficou praticamente desconhecido de c. 600 DC a c. 1100, com exceção da tradução latina do Organon feita por Boécio. Nos séculos XII e XIII, o interesse por Aristóteles ressurgiu e os cristãos latinos fizeram traduções do árabe e do grego. Depois que o escolástico Tomás de Aquino escreveu sua Summa Theologica, trabalhando a partir das traduções de Moerbeke e chamando Aristóteles de O Filósofo, a demanda pelos escritos de Aristóteles cresceu e os manuscritos gregos retornaram ao Ocidente, estimulando um renascimento do aristotelismo na Europa que continuou no Renascimento. Esses pensadores misturaram a filosofia aristotélica com o cristianismo, trazendo o pensamento da Grécia Antiga para a Idade Média.
Maimônides considerado a principal figura intelectual do judaísmo medieval adotou o aristotelismo dos estudiosos islâmicos que se tornou fundamento para seu Guia dos Perplexos, base de toda a filosofia escolástica judaica. Maimônides também considerou Aristóteles o maior filósofo que já existiu e o denominou como o chefe dos filósofos. Além disso, em sua carta a Samuel ibn Tibbon, Maimonides observa que não há necessidade de Samuel estudar os escritos de filósofos que precederam Aristóteles porque as obras deste último são suficientes por si mesmas e superiores a tudo o que foi escrito antes deles. Seu intelecto, o de Aristóteles, é o limite extremo do intelecto humano, além daquele sobre quem a emanação divina fluiu a tal ponto que atingem o nível da profecia, não havendo nível superior.
Em Exercitatio Anatomica de Motu Cordis et Sanguinis in Animalibus de 1628, Harvey mostrou que o sangue circulava, ao contrário do pensamento da era clássica No início do período moderno, cientistas como William Harvey na Inglaterra e Galileu Galilei na Itália reagiram contra as teorias de Aristóteles e as de outros pensadores da era clássica como Galeno, estabelecendo novas teorias baseadas até certo ponto na observação e na experiência. Harvey demonstrou a circulação do sangue, estabelecendo que o coração funcionava como uma bomba, em vez de ser a sede da alma e o controlador do calor do corpo, como pensava Aristóteles. Galileu propôs que todos os corpos caem na mesma velocidade, independentemente de seu peso.
Apesar dessas realizações, a influência dos erros de Aristóteles é considerada por alguns como tendo sido de grande empecilho para o desenvolvimento da ciência. Bertrand Russell observa que quase todo o avanço intelectual sério teve de começar com um ataque a alguma doutrina aristotélica. Russell também se refere à ética de Aristóteles anacronicamente como repulsiva, e sobre sua lógica disse ser definitivamente antiquada como a astronomia ptolomaica. Russell observa que esses erros tornam difícil fazer uma justiça histórica a Aristóteles, até o momento em que lembramo-nos de quão grande foi o avanço que ele fez em cima de todos os seus predecessores. Karl Marx, influenciado pela distinção entre valor de troca e valor de uso de Aristóteles, considerava Aristóteles o maior pensador da antiguidade e o chamava de pensador gigante e um gênio. Charles Darwin considerou Aristóteles como o mais importante contribuinte para o assunto da biologia. Em uma carta de 1882, ele escreveu que Linnaeus e Cuvier foram meus dois deuses, embora de maneiras muito diferentes, mas eram meros alunos do velho Aristóteles. Além disso, em edições posteriores do livro A Origem das Espécies , Darwin traçou ideias evolutivas até Aristóteles o texto que ele cita é um resumo de Aristóteles das ideias dos primeiros Filósofo grego Empédocles.
Aristotle 1995 , The Complete Works of Aristotle ed. J. Barnes , Princeton Princeton University Press. .
Nova Escola Reportagem Aristóteles Artigo introdutório sobre Aristóteles Escritos de Aristóteles coleções Obras completas pelo Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa em inglês inglês e alemão em francês Categoria Aristotelismo Categoria Zoólogos Categoria Cientistas da Grécia Categoria Cultura do Ocidente Categoria Escolarcas Categoria Filosofia da ciência Categoria Filósofos aristotélicos Categoria Filósofos da ciência Categoria Filósofos da educação Categoria Filósofos da Grécia Antiga Categoria Filósofos do direito Categoria Filósofos do século IV a.C. Categoria Filósofos pagãos Categoria Filósofos peripatéticos Categoria Filósofos políticos Categoria Jusnaturalismo Categoria Lógica filosófica Categoria Matemáticos da Grécia Antiga Categoria Metafísicos Categoria Nascidos em 384 a.C. Categoria Ontologistas Categoria Pensamento crítico Categoria Polímatas Categoria Físicos da Grécia Antiga Categoria Mais Teoria da História na Wiki Wikiconcurso de edição Esta lista de aves do Brasil inclui as espécies de aves com registros confirmados no Brasil. De acordo com a Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos CBRO , até 2015 haviam sido identificadas 1919 espécies de aves no Brasil. Na atualização de 2021 a lista reconhecia a ocorrência de 1971 espécies no país. Observações A lista segue a última versão do CBRO, de julho de 2021. Um único nome popular tem caráter meramente instrumental e de restrição do tamanho do anexo, não devendo ser levado como tentativa de normatização Para outros nomes populares, sinônimos, subespécies e comentários taxonômicos, vide o artigo de cada espécie em particular. Legenda E Endêmica I Introduzida VA Vagante V Visitante D Desconhecido Ex Extinto ExN Extinto na natureza PO Possível ocorrência Espécies não marcadas constituem R, ou seja, são residentes no território nacional.
Inhambu-anhangá Família Tinamidae Tinamus tao - Azulona Tinamus solitarius - Macuco Tinamus major - Inhambu-serra Tinamus guttatus - Inhambu-galinha Crypturellus cinereus - Inhambu-pixuna Crypturellus soui - Tururim Crypturellus obsoletus - Inhambuguaçu Crypturellus undulatus - Jaó Crypturellus strigulosus - Inhambu-relógio Crypturellus duidae - Inhambu-de-pé-cinza Crypturellus erythropus - Inhambu-de-perna-vermelha Crypturellus zabele - Zabelê E Crypturellus noctivagus - Jaó-do-sul E Crypturellus atrocapillus - Inhambu-de-coroa-preta Crypturellus variegatus - Inhambu-anhangá Crypturellus brevirostris - Inhambu-carijó Crypturellus bartletti - Inhambu-anhangaí Crypturellus parvirostris - Inhambu-chororó Crypturellus tataupa - Inhambu-chintã Rhynchotus rufescens - Perdiz Nothura boraquira Codorna-do-nordeste Nothura minor - Codorna-mineira E Nothura maculosa - Codorna-amarela Taoniscus nanus - Codorna-carapé
Tachã Irerê Família Anhimidae Anhima cornuta - Anhuma Chauna torquata - Tachã Família Anatidae Subfamília Dendrocygninae Dendrocygna bicolor - Marreca-caneleira Dendrocygna viduata - Irerê Dendrocygna autumnalis - Marreca-cabocla Subfamília Anserinae Cygnus melancoryphus - Cisne-de-pescoço-preto Coscoroba coscoroba - Capororoca Subfamília Anatinae Neochen jubata - Pato-corredor Chloephaga picta - Ganso-de-magalhães VA Cairina moschata - Pato-do-mato Sarkidiornis sylvicola - Pato-de-crista Callonetta leucophrys - Marreca-de-coleira Amazonetta brasiliensis - Marreca-ananaí Spatula versicolor - Marreca-cricri Spatula platalea - Marreca-colhereira Spatula discors - Marreca-de-asa-azul VA Spatula cyanoptera - Marreca-colorada VA Mareca sibilatrix - Marreca-oveira V Anas bahamensis - Marreca-toicinho Anas acuta - Arrabio VA Anas georgica - Marreca-parda Anas flavirostris Marreca-pardinha Netta erythrophthalma - Paturi-preta Netta peposaca - Marrecão V Mergus octosetaceus - Pato-mergulhão Heteronetta atricapilla - Marreca-de-cabeça-preta Nomonyx dominicus - Marreca-caucau Oxyura vittata - Marreca-rabo-de-espinho V
Família Cracidae Jacu-de-spix Penelope marail - Jacumirim Penelope superciliaris - Jacupemba Penelope jacquacu - Jacu-de-spix Penelope obscura - Jacuguaçu Penelope pileata - Jacupiranga E Penelope ochrogaster - Jacu-de-barriga-castanha E Penelope jacucaca - Jacucaca E Aburria cumanensis - Jacutinga-de-garganta-azul Aburria cujubi - Cujubi Aburria jacutinga - Jacutinga Ortalis canicollis - Aracuã-do-pantanal Ortalis guttata - Aracuã-pintado Ortalis remota - Aracuã-guarda-faca E Ortalis araucuan - Aracuã-de-barriga-branca E Ortalis squamata - Aracuã-escamoso Ortalis motmot - Aracuã-pequeno Ortalis ruficeps - Aracuãzinho Ortalis superciliaris - Aracuã-de-sobrancelhas E Nothocrax urumutum - Urumutum Crax alector - Mutum-poranga Crax globulosa - Mutum-de-fava Crax fasciolata - Mutum-de-penacho Crax blumenbachii - Mutum-de-bico-vermelho E Pauxi tomentosa Mutum-do-norte Pauxi tuberosa Mutum-cavalo Pauxi mitu Mutum-do-nordeste ExN E Família Odontophoridae Colinus cristatus - Uru-do-campo Odontophorus gujanensis - Uru-corcovado Odontophorus capueira - Uru Odontophorus stellatus - Uru-de-topete
Flamingo-comum Família Phoenicopteridae Phoenicopterus chilensis - Flamingo-chileno S Phoenicopterus ruber - Flamingo Phoenicoparrus andinus Flamingo-dos-andes VA Phoenicoparrus jamesi - Flamingo-da-puna VA Mergulhão-caçador
Família Podicipedidae Rollandia rolland - Mergulhão-de-orelha-branca Tachybaptus dominicus - Mergulhão-pequeno Podilymbus podiceps - Mergulhão-caçador Podicephorus major - Mergulhão-grande Podiceps occipitalis - Mergulhão-de-orelha-amarela VA
Pavãozinho-do-pará Carão Jacamim-de-costas-cinzentas Frango-d água-azul Picaparra Família Eurypygidae Eurypyga helias - Pavãozinho-do-pará
Rabo-de-palha-de-bico-laranja Família Phaethontidae Phaethon aethereus - Rabo-de-palha-de-bico-vermelho Phaethon rubricauda - Rabo-de-palha-de-cauda-vermelha VA Phaethon lepturus - Rabo-de-palha-de-bico-laranja
Pinguim-de-magalhães Albatroz-real Bobo-grande-de-sobre-branco Família Spheniscidae Aptenodytes patagonicus - Pinguim-rei VA Spheniscus magellanicus - Pinguim-de-magalhães V Eudyptes chrysolophus - Pinguim-macaroni VA Eudyptes chrysocome - Pinguim-de-penacho-amarelo VA
Família Diomedeidae Diomedea epomophora - Albatroz-real V Diomedea sanfordi - Albatroz-real-do-norte VA Diomedea exulans - Albatroz-errante V Diomedea dabbenena - Albatroz-de-tristão V Phoebetria fusca - Piau-preto VA Phoebetria palpebrata - Piau-de-costas-claras VA Thalassarche chlororhynchos - Albatroz-de-nariz-amarelo V Thalassarche melanophris - Albatroz-de-sobrancelha V Thalassarche chrysostoma - Albatroz-de-cabeça-cinza VA Thalassarche cauta - Albatroz-de-coroa-branca VA Família Oceanitidae Fregetta grallaria - Painho-de-barriga-branca V Fregetta tropica - Painho-de-barriga-preta VA Oceanites oceanicus - Alma-de-mestre V Pelagodroma marina - Calcamar VA Família Hydrobatidae Painho-de-cauda-furcada Hydrobates leucorhous - Painho-de-cauda-furcada V Família Procellariidae Macronectes giganteus - Petrel-grande V Macronectes halli - Petrel-grande-do-norte V Fulmarus glacialoides - Pardelão-prateado V Daption capense - Pomba-do-cabo V Lugensa brevirostris - Grazina-de-bico-curto VA Pterodroma madeira - Grazina-da-madeira PO Pterodroma deserta - Grazina-de-desertas PO Pterodroma mollis - Grazina-delicada V Pterodroma incerta - Grazina-de-barriga-branca V Pterodroma lessonii - Grazina-de-cabeça-branca VA Pterodroma macroptera - Fura-bucho-de-cara-cinza VA Pterodroma arminjoniana - Grazina-de-trindade Halobaena caerulea - Petrel-azul V Pachyptila vittata - Faigão-de-bico-largo VA Pachyptila desolata - Faigão-rola V Pachyptila belcheri - Faigão-de-bico-fino V Bulweria bulwerii - Alma-negra V Procellaria cinerea - Pardela-cinza VA Procellaria aequinoctialis - Pardela-preta V Procellaria conspicillata - Pardela-de-óculos V Calonectris diomedea - Cagarra-do-mediterrâneo VA Calonectris borealis - Cagarra-grande V Calonectris edwardsii - Cagarra-de-cabo-verde V Ardenna tenuirostris - Pardela-de-cauda-curta VA Ardenna grisea - Pardela-escura V Ardenna gravis - Pardela-de-barrete V Puffinus puffinus - Pardela-sombria V Puffinus boydi - Pardela-de-cabo-verde V Puffinus lherminieri - Pardela-de-asa-larga Família Pelecanoididae Pelecanoides magellani - Petrel-mergulhador VA
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Família Pelecanidae Pelecanus occidentalis - Pelicano VA Atobá-pardo Fragata macho Pelicano-pardo Garça-roxa Arapapá Curicaca Família Ardeidae Tigrisoma lineatum - Socó-boi Tigrisoma fasciatum - Socó-jararaca Agamia agami - Garça-da-mata Cochlearius cochlearius - Arapapá Zebrilus undulatus - Socoí-zigue-zague Botaurus pinnatus - Socó-boi-baio Ixobrychus exilis - Socoí-vermelho Ixobrychus involucris Socoí-amarelo Nycticorax nycticorax - Socó-dorminhoco Nyctanassa violacea - Savacu-de-coroa Butorides striata Socozinho Ardeola ralloides - Garça-caranguejeira VA Bubulcus ibis - Garça-vaqueira Ardea cinerea - Garça-moura-europeia VA Ardea herodias - Garça-azul-grande PO Ardea cocoi - Garça-moura Ardea purpurea - Garça-roxa VA Ardea alba - Garça-branca-grande Syrigma sibilatrix - Maria-faceira Pilherodius pileatus - Garça-real Egretta tricolor - Garça-tricolor Egretta gularis Garça-negra VA Egretta garzetta - Garça-pequena-europeia VA Egretta thula Garça-branca-pequena Egretta caerulea Garça-azul Família Threskiornithidae Eudocimus ruber - Guará Plegadis chihi - Caraúna Cercibis oxycerca - Trombeteiro Mesembrinibis cayennensis - Coró-coró Phimosus infuscatus - Tapicuru Theristicus caerulescens - Curicaca-real Theristicus caudatus - Curicaca Platalea leucorodia - Colhereiro-europeu VA Platalea ajaja - Colhereiro