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alimentados os princípios básicos de finanças agora reconhecidos e usados no
mundo inteiro.
O autor sente-se feliz em estender a seus novos leitores o desejo de que estas
páginas possam conter para eles a mesma inspiração para o crescimento da
conta bancária, sucessos financeiros estrondosos e a solução de problemas
pessoais com o dinheiro tão entusiasticamente relatados por leitores de costa a
costa dos Estados Unidos.
A todos os homens de negócios que distribuíram estas narrativas em tão
generosas quantidades a amigos, parentes, em-pregados e associados, o autor
aproveita a oportunidade para expressar-lh es sua gratidão. Nenhum respaldo
pode ser mais valioso do que o desses homens práticos que apreciaram seus
ensinamentos, porque eles, por si mesmos, conseguiram importantes êxitos ao
aplicar os princípios verdadeiros que o presente livro defende.
A Babilônia tornou-se a cidade mais opulenta do mundo antigo porque seus
cidadãos eram o povo mais rico de sua época. Eles sabiam estimar o valor do
dinheiro e praticavam princípios financeiros saudáveis na aquisição de dinheiro,
na idéia de poupá-lo e de fazer com que suas economias produzissem mais
dinheiro ainda. Conseguiam para si mesmos o que todos nós hoje desejamos...
uma renda para o futuro.
G. 8. €.
O dinheiro é o meio através do qual se avalia o sucesso terreno.
O dinheiro torna possível o gozo das melhores coisas que a terra pode oferecer.
O dinheiro é abundante para aqueles que compreendem as leis simples que
governam sua aquisição.
O dinheiro é hoje governado pelas mesmas leis que o controlavam quando, há
seis mil anos, homens prósperos enchiam as ruas da Babilônia.
O Homem que Desejava Ouro
BANSIR, o fabricante de carruagens da Babilônia, achava-se completamente
desanimado.
Sentado no muro baixo que cercava sua propriedade, contemplava com tristeza
a habitação humilde e a oficina aberta onde se podia ver uma carruagem em
fase de acabamento.
De tempos em tempos, a esposa surgia na porta da casa. O olhar furtivo que lhe
endereçava nesses momentos lembrava-o de que a despensa estava quase vazia
e que ele devia estar trabalhando para terminar o serviço encomendado,
martelando aqui, cortando ali, lixando e pintando, esticando o couro para
forrar os aros das rodas, em suma, preparando o veículo para a entrega, a fim
de que pudesse receber o pagamento de seu rico cliente.
Não obstante, seu corpo robusto e musculoso permanecia apaticamente sobre o
muro. Seu raciocínio lento ocupava-se com um problema cuja resposta não
conseguia encontrar. O sol abrasador, tão comum no vale do Eufrates,
castigava-o sem contemplação. Gotas de suor formavam-se acima de suas
sobrancelhas e pingavam despercebidas para se perderem na mata cerrada de
seu peito.
Além de sua casa, erguiam-se as altas muralhas em terrapleno que cercavam o
palácio do rei.
Próximo, espetando o céu azul, ficava a colorida torre do Templo de Bel. À
sombra de tanta grandeza achava-se sua moradia e tantas outras muito menos
limpas e bem-cuidadas. A Babilônia era assim — uma mistura de grandeza e
miséria, de riqueza ostentatória e mendicidade, tudo convivendo sem plano ou
sistema dentro das muralhas protetoras da cidade.
Atrás dele, se apenas tivesse o cuidado de voltar-se e olhar, as barulhentas
carruagens do rico passavam aos solavancos e obrigavam a sair do caminho
tanto o comerciante de sandálias quanto os mendigos de pés descalços. Até o
rico era forçado a buscar a sarjeta para dar passagem às longas filas de
escravos carregadores de água, todos a serviço do rei, cada qual transportando
pesados sacos de pele de cabra cheios d “água para regar os jardins suspensos.
Bansir achava-se muito absorvido por seu próprio problema para ouvir ou
prestar atenção ao confuso burburinho da atarefada cidade. Foi uma repentina
sucessão de acordes de uma lira familiar que o arrancou ao devaneio. Ele virou
a cabeça e deu de cara com o rosto delicado e sorridente de seu melhor amigo
— Kobbi, o músico.
— Possam os deuses abençoá-lo com grande generosidade, meu bom amigo —
começou Kobbi, numa saudação rebuscada.