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Outra consequência do desgosto é que sentirmo-nos sozinhos e magoados pode diminuir significativamente as capacidades intelectuais, especificamente, desempenhar tarefas complexas que envolvam a lógica e a razão.
Outra consequência da desilusão amorosa é que se sentir sozinho e com dor pode prejudicar significativamente nosso funcionamento intelectual, especialmente quando lidamos com tarefas complexas envolvendo lógica e raciocínio.
Diminui temporariamente o nosso QI.
Isso reduz temporariamente nosso QI.
Mas não foi apenas a intensidade do luto do Miguel que intrigou os seus patrões; foi a sua duração.
Mas não foi apenas a intensidade do sofrimento de Miguel que confundiu os patrões dele; foi a duração.
O Miguel também estava intrigado com isso e até bastante envergonhado.
Miguel também ficou confuso e muito envergonhado com isso.
"O que há de errado comigo?" perguntou-me numa sessão.
"O que há de errado comigo? ", ele me perguntou em nossa sessão.
"Que adulto passa quase um ano a recuperar de uma relação de um ano?"
"Que adulto passa quase um ano tentando superar um relacionamento de um ano?"
Na verdade, há muitos.
Na verdade, muitos passam.
O desgosto amoroso partilha muitas características do luto tradicional: insónias, pensamentos intrusivos, disfunção do sistema imunitário.
Desilusão amorosa compartilha todas as características da perda e tristeza tradicionais: insônia, pensamentos intrusivos, e disfunção do sistema imunológico.
40% das pessoas experimentam depressão clinicamente mensurável.
Quarenta por cento das pessoas sofrem depressão clinicamente mensurável.
O desgosto é uma complexa lesão psicológica.
A desilusão amorosa é uma lesão psicológica complexa;
Afeta-nos de várias formas diferentes.
ela nos afeta de várias maneiras.
Por exemplo, a Sharon era muito sociável e muito ativa.
Por exemplo, Sharon era muito sociável e muito ativa.
Tinha jantares em casa todas as semanas.
Ela oferecia jantares em casa toda semana.
Ela e o Miguel iam acampar com outros casais.
Ela e Miguel iam em acampamentos com outros casais.
Apesar de o Miguel não ser religioso, ele acompanhava-a à igreja todos os domingos, onde era bem recebido pela congregação.
Embora Miguel não fosse religioso, ele acompanhava Sharon à igreja todo domingo, e foi acolhido pela congregação.
O Miguel não perdeu apenas a namorada; perdeu a vida social por completo, a comunidade prestável que era a igreja da Sharon.
Miguel não perdeu apenas a namorada; ele perdeu toda a sua vida social, a comunidade de apoio da igreja de Sharon.
Perdeu a sua identidade como casal.
Ele perdeu sua identidade como casal.
O Miguel reconheceu que o fim da relação deixara um vazio na sua vida, mas o que não conseguiu perceber é que deixara muito mais do que um vazio.
Miguel reconheceu que a separação deixou um imenso vazio em sua vida, mas não pôde reconhecer que ela deixou muito mais do que apenas um vazio.
E isso é crucial, não apenas porque explica porque o desgosto é tão devastador, mas também porque nos diz como nos curarmos.
E isso é essencial, não só porque explica o quanto a desilusão amorosa pode ser difícil, mas porque nos diz como curá-la.
Para curarmos o nosso coração partido, temos de identificar os vazios da nossa vida e preenchê-los, todos eles.
Para consertar seu coração partido, você precisa identificar esses vazios em sua vida e preenchê-los, e quero dizer "todos" eles.
Os vazios da nossa identidade: temos de restabelecer quem somos e o propósito da nossa vida.
Os vazios em sua identidade: restabeleça quem você é e dê significado à sua vida.
Os vazios da nossa vida social, as atividades que já não fazemos, até os espaços vazios na parede que costumavam ter fotografias.
Os vazios em sua vida social, as atividades que faltam, até os espaços vazios na parede onde fotos estavam penduradas.
Mas nada disto vai resultar, a menos que evitemos os erros que nos podem levar ao mesmo, procurar explicações desnecessariamente, a idealizar o ex, em vez de nos focarmos no mal que elas nos faziam, a ceder a pensamentos e a comportamentos que lhes dão o papel principal no capítulo seguinte da vida, quando nem deviam ser figurantes.
Mas nada disso vai fazer bem a não ser que você evite os erros que podem te levar de volta, as buscas desnecessárias por explicações, idealizando a pessoa em vez de assumir que ela era a errada para você; pensamentos indulgentes e comportamentos que dão a ela o papel de protagonista neste próximo capítulo da sua vida, quando não deveria sequer ser coadjuvante.
Ultrapassar um desgosto é complicado, mas se nos recusarmos a ser enganados pela nossa mente e procurarmos a cura, podemos minimizar significativamente o nosso sofrimento.
Superar a desilusão amorosa é difícil, mas se você se recusar a ser enganado por sua mente e der passos pra se curar, pode minimizar seu sofrimento significativamente.
E não vamos ser só nós a beneficiar disso.
E não é só você que se beneficia disso.
Estaremos mais presentes com os amigos, mais comprometidos com a família, para não falar dos milhões de dólares de produtividade em risco, o que pode ser evitado no local de trabalho.
Você estará mais presente para os amigos, mais envolvido com sua família, sem contar os bilhões de dólares de produtividade comprometida que poderia ser evitada no seu trabalho.
Se conhecem alguém que esteja desgostoso, tenham compaixão, porque sabe-se que o apoio social é importante para a recuperação.
Então, se conhecem alguém com o coração partido, tenham compaixão, pois o suporte social é considerado importante para a recuperação dele.
E tenham paciência, porque lhes vai levar mais tempo a seguir em frente do que pensamos.
E tenham paciência, pois vai levar mais tempo para ele seguir adiante do que acham que seria preciso.
E se estiverem magoados, saibam que é difícil, é uma batalha dentro da vossa cabeça e têm que ser persistentes para ganhar.
E se você está sofrendo, saiba que: é difícil, é uma luta dentro de sua mente, e você precisa ser diligente pra vencer.
Mas vocês têm armas.
Mas você tem as armas; pode lutar!
E hão de curar-se.
E você vai se curar.
Para mim, foi não ser convidado para o casamento de um amigo.
Pra mim, foi não ser convidado para o casamento de um amigo.
No início, eu nem me importei.
A princípio, não me importei,
Pensava que ele queria fazer uma festa pequena.
concluí que ele faria uma recepção pequena,
Mas depois encontrei muitas pessoas que iam ao casamento, e nem sequer eram tão próximos do noivo como eu.
mas continuava encontrando pessoas que foram convidadas, e que nem eram tão próximas do noivo quanto eu,
Senti-me posto de parte.
senti-me excluído.
Isso magoou-me.
Aquilo doeu.
Pareceu-me mesmo injusto.
Pareceu bastante injusto.
Para as minhas filhas, Lipsi e Greta, foi na semana passada.
Pra minhas filhas, Lipsi e Greta, foi semana passada.
Elas estavam a fazer massagens nas costas da mãe, à vez, com um brinquedo de massagens dorsais, e uma delas achou que a outra tinha tido mais tempo.
Elas se revezavam massageando as costas da mãe com um brinquedo de massagear as costas, então uma delas achou que a outra tinha ficado com mais tempo,
Eu entro no quarto e encontro a Greta muito irritada, a gritar: "Isso não é justo!"
foi quando entrei no quarto e encontrei Greta furiosa, gritando: "Não é justo!"
A Lipsi lavada em lágrimas e a minha mulher com um cronómetro na mão para ter a certeza que cada uma usava o brinquedo durante exatamente um minuto.
Lipsi aos prantos e minha mulher segurando um cronômetro, pra garantir que cada uma tivesse um minuto por vez com o brinquedo.
Por isso, se forem como eu ou como as minhas filhas, a última coisa que vos incomodou provavelmente teve a ver com injustiça.
Então, se você é de alguma forma como eu ou minhas filhas, a última coisa que lhe aborreceu provavelmente tem a ver com injustiça.
Isto porque a injustiça revolta-nos tanto que não conseguimos pensar bem.
Isso porque a injustiça mexe tanto com a gente que deixamos de pensar direito.
Tornamo-nos receosos e desconfiados.
Ficamos com medo e desconfiados.
As nossas antenas da injustiça levantam-se.
Nosso sensor de injustiça liga.
Sentimos dor e afastamo-nos.
Sofremos e nos afastamos.
A injustiça é um dos problemas que define a nossa sociedade, é uma das principais causas da polarização, e isso é mau para os negócios.
A injustiça é um dos problemas que definem nossa sociedade, é uma das causas da polarização e não é boa para os negócios.
No trabalho, a injustiça torna as pessoas defensivas e desligadas.
No trabalho, a injustiça deixa as pessoas na defensiva e descomprometidas.
Um estudo mostra que 70% dos trabalhadores nos EUA estão desligados, isto está a causar prejuízos às empresas de 550 mil milhões de dólares por ano, todos os anos.
Um estudo mostra que 70% dos profissionais nos EUA estão descomprometidos, e isso custa às empresas US$ 550 bilhões por ano, todos os anos.
Isto é, metade do total gasto em educação nos EUA.
É o equivalente à metade do gasto com educação dos EUA
É o valor do PIB de um país como a Áustria.
e ao PIB de um país como a Áustria.
Por isso, eliminar a injustiça e promover a justiça deve ser a nossa prioridade.
Portanto, acabar com a injustiça e promover justiça deveria ser prioridade.
São precisas mais regras? O problema está nas estruturas?
Tem a ver com mais regras? Tem a ver com sistemas?
Ou na igualdade?
Tem a ver com igualdade?
Bem, em parte. Mas a justiça é mais interessante do que regras e igualdade.
Em parte sim, mas justiça é mais significativo que regras e igualdade.
A justiça funciona de formas surpreendentes.
A justiça funciona de maneiras surpreendentes.
Há 15 anos, eu saí de um banco de investimento nos EUA para entrar numa grande empresa petrolífera estatal italiana.
Há 15 anos, deixei um banco de investimentos norte americano para trabalhar em uma empresa estatal italiana, na área de petróleo.
Era outro mundo.
Era um mundo diferente.
Eu pensava que o segredo para ter o melhor desempenho era um sistema risco-remuneração, no qual se dão bónus e promoções aos que obtêm o melhor desempenho e se mostra aos que têm pior desempenho o que têm a perder.
Eu pensava que a chave para o melhor desempenho era um sistema de risco e recompensa, no qual quem tem melhor desempenho ganha bônus e promoções, e os que têm desempenho baixo têm motivos para se preocupar.
Mas nesta empresa, nós tínhamos salários fixos e emprego permanente.
Mas nessa companhia tínhamos salários fixos e carreiras vitalícias.
As carreiras estavam estabelecidas, a minha metodologia não era muito eficaz e eu sentia-me frustrado.
As carreiras eram estáveis, então meu plano de incentivos não era muito efetivo, e eu estava frustrado.
Mas depois reparei que esta empresa estava a desenvolver áreas de excelência, nas quais batiam a concorrência em setores inflexíveis e competitivos.
Daí notei que essa companhia produzia alguns núcleos de excelência, áreas em que superava a concorrência em setores muito duros e competitivos.
Acontecia no comércio, na gestão de projetos, e na exploração.
Era o caso da área comercial, de gerenciamento de projetos e, especialmente, da exploração.
A nossa equipa de exploração encontrava mais petróleo e gás que qualquer outra empresa no mundo.
Nosso time de exploração encontrava mais petróleo e gás que qualquer outra companhia do mundo.
Era um fenómeno.
Era um fenômeno.
Toda a gente se perguntava como é que isto era possível.
Todos tentavam entender como era possível.
Eu pensava que era sorte, mas a cada descoberta, cada vez menos me parecia sorte.
Eu pensava que era sorte, mas após cada descoberta isso ficava cada vez menos provável.
Tínhamos uma ferramenta especial?
Tínhamos uma ferramenta especial?
Não. Uma "killer application" que mais ninguém tinha?
Não. Tínhamos um aplicativo especial que ninguém mais tinha?
Não. Seria um génio que encontrava petróleo pelo resto da equipa?
Não. Havia um gênio que achava petróleo pelo time todo?
Não. Não contratávamos um especialista há anos.
Não. Não contratávamos um perito há anos.
Então qual era o segredo?
Então, qual era nossa arma secreta?
Eu comecei a olhá-los com atenção.
Comecei a analisar a equipe cuidadosamente.
Olhei para o meu amigo, que perfurara sete poços vazios, fazendo a empresa perder mais de mil milhões de dólares, e encontrara petróleo no oitavo poço.
Analisei meu colega que havia perfurado sete poços secos, dando prejuízo de mais de US$ 1 bilhão para a empresa, e achou petróleo no oitavo.
Eu estava preocupado com ele,
Eu estava preocupado por ele,
mas ele estava tão calmo...
mas ele estava tão relaxado.
Aquelas pessoas sabiam o que estavam a fazer.
Aqueles caras sabiam o que faziam.
E depois percebi: tinha tudo a ver com a justiça.
Daí me dei conta: tinha a ver com justiça.
Aquelas pessoas trabalhavam numa empresa onde não precisavam de se preocupar com resultados a curto-prazo.
Eles trabalhavam em uma empresa onde não tinham que se preocupar com resultados de curto prazo,
Não seriam penalizados por falta de sorte ou por um erro não propositado.
sabiam que não seriam penalizados por má sorte ou por um erro honesto,
Sabiam que eram valorizados pelo que estavam a tentar fazer, e não pelo resultado.
que eram valorizados pelo que tentavam fazer e não pelo resultado,
Eram valorizados como seres humanos.
valorizados como seres humanos e eram parte de uma comunidade.
Faziam parte de uma comunidade. O que quer que acontecesse, a companhia apoiá-los-ia.
Não importa o que acontecesse, a empresa estaria com eles.
Para mim, isto é a definição de justiça.
Pra mim, essa é a definição de justiça.
É quando se pode baixar aquelas antenas da injustiça, deixá-las descansar.
É quando se pode desligar o sensor de injustiça e baixar a guarda.
Depois, acontecem coisas excelentes.
Daí, grandes coisas vêm em seguida.
Aquelas pessoas podiam ser fiéis ao seu objetivo, que era encontrar petróleo e gás.
Eles podiam fazer apenas seu trabalho, que era achar petróleo e gás,
Não tinham de se preocupar com a política da empresa, ganância ou medo.
sem se preocupar com políticas de empresa, ambição ou medo.
Podiam arriscar, porque não estavam defensivos, não estavam a apostar para obter grandes recompensas.
Podiam se arriscar porque não estavam na defensiva e não apostavam para ganhar grandes prêmios.
Eram excelentes colegas de equipa.
E eram excelentes em trabalho em equipe.
Podiam confiar uns nos outros.
Podiam confiar nos companheiros.
Não precisavam de desconfiar.
Não precisavam ficar desconfiados.
Estavam a divertir-se.
Na verdade, estavam se divertindo,
Estavam a divertir-se imenso. Um deles até confessou que se divertia mais no jantar de Natal da empresa do que no seu próprio jantar de Natal.
estavam se divertindo tanto, que um deles até confessou que se divertiu mais no jantar de Natal da empresa que no jantar de Natal da sua própria casa.
(Risos) Aquelas pessoas, no fundo, trabalhavam num sistema justo, no qual podiam fazer o que achavam correto, em vez de agir pelo egoísmo, pela rapidez e pela conveniência. Poder fazer o que achamos correto é um ingrediente essencial para a justiça, mas também um forte agente motivador.
(Risos) Essencialmente, eles trabalhavam em um sistema justo, no qual podiam fazer o que achavam certo, em vez de aquilo que é egoísta, rápido e conveniente, e ter condições de fazer aquilo que se acha certo, além de ser um ingrediente chave para a justiça, é um grande motivador.
Não eram só os investigadores que faziam o que achavam correto.
E não eram só os exploradores que faziam a coisa certa.
Houve um diretor de RH que me propôs contratar alguém da empresa e dar-lhe um cargo de gestão.
Havia um diretor de RH que propôs que eu contratasse alguém interno para um cargo de gerente.
Pensei numa pessoa muito boa, mas não tinha acabado o secundário. Formalmente, não era qualificado.
O homem era bom, mas não havia terminado o ensino médio, portanto, formalmente, não estava qualificado.
Mas ele era muito competente. Fazia sentido. Então atribuímos-lhe o cargo.
Mas ele era tão bom que fazia sentido, então lhe demos o cargo.