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2012_65
65
2012
2012
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Em uma planície, ocorreu um acidente ambiental em decorrência do derramamento de grande quantidade de um hidrocarboneto que se apresenta na forma pastosa à temperatura ambiente. Um químico ambiental utilizou uma quantidade apropriada de uma solução de para-dodecil-benzenossulfonato de sódio, um agente tensoativo sintético, para diminuir os impactos desse acidente. Essa intervenção produz resultados positivos para o ambiente porque
{ "text": [ "promove uma reação de substituição no hidrocarboneto, tornando-o menos letal ao ambiente. ", "a hidrólise do para-dodecil-benzenossulfonato de sódio produz energia térmica suficiente para vaporizar o hidrocarboneto. ", "a mistura desses reagentes provoca a combustão do hidrocarboneto, o que diminui a quantidade dessa substância na natureza. ", "a solução de para-dodecil-benzenossulfonato possibilita a solubilização do hidrocarboneto. ", "o reagente adicionado provoca uma solidificação do hidrocarboneto, o que facilita sua retirada do ambiente. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
D
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2012_68
68
2012
2012
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Muitas espécies de plantas lenhosas são encontradas no cerrado brasileiro. Para a sobrevivência nas condições de longos períodos de seca e queimadas periódicas, próprias desse ecossistema, essas plantas desenvolveram estruturas muito peculiares. As estruturas adaptativas mais apropriadas para a sobrevivência desse grupo de plantas nas condições ambientais do referido ecossistema são:
{ "text": [ "Cascas finas e sem sulcos ou fendas. ", "Caules estreitos e retilíneos. ", "Folhas estreitas e membranosas. ", "Gemas apicais com densa pilosidade. ", "Raízes superficiais, em geral, aéreas. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
D
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2012_71
71
2012
2012
null
Suponha que você seja um consultor e foi contratado para assessorar a implantação de uma matriz energética em um pequeno país com as seguintes características: região plana, chuvosa e com ventos constantes, dispondo de poucos recursos hídricos e sem reservatórios de combustíveis fósseis. De acordo com as características desse país, a matriz energética de menor impacto e risco ambientais é a baseada na energia
{ "text": [ "dos biocombustíveis, pois tem menor impacto ambiental e maior disponibilidade. ", "solar, pelo seu baixo custo e pelas características do país favoráveis à sua implantação. ", "nuclear, por ter menor risco ambiental e ser adequada a locais com menor extensão territorial. ", "hidráulica, devido ao relevo, à extensão territorial do país e aos recursos naturais disponíveis. ", "eólica, pelas características do país e por não gerar gases do efeito estufa nem resíduos de operação. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
E
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2012_72
72
2012
2012
null
Uma empresa de transportes precisa efetuar a entrega de uma encomenda o mais breve possível. Para tanto, a equipe de logística analisa o trajeto desde a empresa até o local da entrega. Ela verifica que o trajeto apresenta dois trechos de distâncias diferentes e velocidades máximas permitidas diferentes. No primeiro trecho, a velocidade máxima permitida é de 80 km/h e a distância a ser percorrida é de 80 km. No segundo trecho, cujo comprimento vale 60 km, a velocidade máxima permitida é 120 km/h. Supondo que as condições de trânsito sejam favoráveis para que o veículo da empresa ande continuamente na velocidade máxima permitida, qual será o tempo necessário, em horas, para a realização da entrega?
{ "text": [ "0,7 ", "1,4 ", "1,5 ", "2,0 ", "3,0 " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
C
null
2012_74
74
2012
2012
null
A doença de Chagas afeta mais de oito milhões de brasileiros, sendo comum em áreas rurais. É uma doença causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida por insetos conhecidos como barbeiros ou chupanças. Uma ação do homem sobre o meio ambiente que tem contribuído para o aumento dessa doença é
{ "text": [ "o consumo de carnes de animais silvestres que são hospedeiros do vetor da doença. ", "a utilização de adubos químicos na agricultura que aceleram o ciclo reprodutivo do barbeiro. ", "a ausência de saneamento básico que favorece a proliferação do protozoário em regiões habitadas por humanos. ", "a poluição dos rios e lagos com pesticidas que exterminam o predador das larvas do inseto transmissor da doença. ", "o desmatamento que provoca a migração ou o desaparecimento dos animais silvestres dos quais o barbeiro se alimenta. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
E
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2012_75
75
2012
2012
null
Nossa pele possui células que reagem à incidência de luz ultravioleta e produzem uma substância chamada melanina, responsável pela pigmentação da pele. Pensando em se bronzear, uma garota vestiu um biquíni, acendeu a luz de seu quarto e deitou-se exatamente abaixo da lâmpada incandescente. Após várias horas ela percebeu que não conseguiu resultado algum. O bronzeamente não ocorreu porque a luz emitida pela lâmpada incandescente é de
{ "text": [ "baixa intensidade. ", "baixa frequência. ", "um espectro contínuo. ", "amplitude inadequada. ", "curto comprimento de onda. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
B
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2012_76
76
2012
2012
null
Quando colocados em água, os fosfolipídeos tendem a formar lipossomos, estruturas formadas por uma bicamada lipídica, conforme mostrado na figura. Quando rompida, essa estrutura tende a se reorganizar em um novo lipossomo. Disponível em: http://course1.winona.edu. Acesso em: 1 mar. 2012 (adaptado). Esse arranjo característico se deve ao fato de os fosfolipídios apresentarem uma natureza
{ "text": [ "polar, ou seja, serem inteiramente solúveis em água. ", "apolar, ou seja, não serem solúveis em solução aquosa. ", "anfotérica, ou seja, podem comportar-se como ácidos e bases. ", "insaturada, ou seja, possuírem duplas ligações em sua estrutura. ", "anfifílica, ou seja, possuírem uma parte hidrofílica e outra hidrofóbica. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
E
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2012_77
77
2012
2012
null
Aspartame é um edulcorante artificial (adoçante dietético) que apresenta potencial adoçante 200 vezes maior que o açúcar comum, permitindo seu uso em pequenas quantidades. Muito usado pela indústria alimentícia, principalmente nos refrigerantes diet, tem valor energético que corresponde a 4 calorias/grama. É contraindicado a portadores de fenilcetonúria, uma doença genética rara que provoca o acúmulo da fenilalanina no organismo, causando retardo mental. O IDA (índice diário aceitável) desse adoçante é 40 mg/kg de massa corpórea. Disponível em: http://boaspraticasfarmaceuticas.blogspot.com. Acesso em: 27 fev. 2012. Com base nas informações do texto, a quantidade máxima recomendada de aspartame, em mol, que uma pessoa de 70 kg de massa corporal pode ingerir por dia é mais próxima de Dado: massa molar do aspartame = 294 g/mol
{ "text": [ "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><mfenced><mrow><mn>1</mn><mo>,</mo><mn>3</mn></mrow></mfenced><mo>&#xD7;</mo><msup><mn>10</mn><mrow><mo>-</mo><mn>4</mn></mrow></msup></math>. ", "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><mfenced><mrow><mn>9</mn><mo>,</mo><mn>5</mn></mrow></mfenced><mo>&#xD7;</mo><msup><mn>10</mn><mrow><mo>-</mo><mn>3</mn></mrow></msup></math>. ", "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><mn>4</mn><mo>&#xD7;</mo><msup><mn>10</mn><mrow><mo>-</mo><mn>2</mn></mrow></msup></math>. ", "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><mn>2</mn><mo>,</mo><mn>6</mn></math>. ", "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><mn>823</mn></math>. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
B
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2012_79
79
2012
2012
null
Em certos locais, larvas de moscas, criadas em arroz cozido, são utilizadas como iscas para pesca. Alguns criadores, no entanto, acreditam que essas larvas surgem espontaneamente do arroz cozido, tal como preconizado pela teoria da geração espontânea. Essa teoria começou a ser refutada pelos cientistas ainda no século XVII, a partir dos estudos de Redi e Pasteur, que mostraram experimentalmente que
{ "text": [ "seres vivos podem ser criados em laboratório. ", "a vida se originou no planeta a partir de microrganismos. ", "o ser vivo é oriundo da reprodução de outro ser vivo pré-existente. ", "seres vermiformes e microrganismos são evolutivamente aparentados. ", "vermes e microrganismos são gerados pela matéria existente nos cadáveres e nos caldos nutritivos, respectivamente. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
C
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2012_80
80
2012
2012
null
Os tubos de PVC, material organoclorado sintético, são normalmente utilizados como encanamento na construção civil. Ao final da sua vida útil, uma das formas de descarte desses tubos pode ser a incineração. Nesse processo libera-se HCl (g), cloreto de hidrogênio, dentre outras substâncias. Assim, é necessário um tratamento para evitar o problema da emissão desse poluente. Entre as alternativas possíveis para o tratamento, é apropriado canalizar e borbulhar os gases provenientes da incineração em
{ "text": [ "água dura. ", "água de cal. ", "água salobra. ", "água destilada. ", "água desmineralizada. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
B
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2012_81
81
2012
2012
null
Aumentar a eficiência na queima de combustível dos motores a combustão e reduzir suas emissões de poluentes é a meta de qualquer fabricante de motores. É também o foco de uma pesquisa brasileira que envolve experimentos com plasma, o quarto estado da matéria e que está presente no processo de ignição. A interação da faísca emitida pela vela de ignição com as moléculas de combustível gera o plasma que provoca a explosão liberadora de energia que, por sua vez, faz o motor funcionar. Disponível em: www.inovacaotecnologica.com.br. Acesso em: 22 jul. 2010 (adaptado). No entanto, a busca da eficiência referenciada no texto apresenta como fator limitante
{ "text": [ "o tipo de combustível, fóssil, que utilizam. Sendo um insumo não renovável, em algum momento estará esgotado. ", "um dos princípios da termodinâmica, segundo o qual o rendimento de uma máquina térmica nunca atinge o ideal. ", "o funcionamento cíclico de todos os motores. A repetição contínua dos movimentos exige que parte da energia seja transferida ao próximo ciclo. ", "as forças de atrito inevitável entre as peças. Tais forças provocam desgastes contínuos que com o tempo levam qualquer material à fadiga e ruptura. ", "a temperatura em que eles trabalham. Para atingir o plasma, é necessária uma temperatura maior que a de fusão do aço com que se fazem os motores. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
B
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2012_82
82
2012
2012
null
A falta de conhecimento em relação ao que vem a ser um material radioativo e quais os efeitos, consequências e usos da irradiação pode gerar o medo e a tomada de decisões equivocadas, como a apresentada no exemplo a seguir. “Uma companhia aérea negou-se a transportar material médico por este portar um certificado de esterilização por irradiação.” Física na Escola, v. 8, n. 2, 2007 (adaptado). A decisão tomada pela companhia é equivocada, pois
{ "text": [ "o material é incapaz de acumular radiação, não se tornando radioativo por ter sido irradiado. ", "a utilização de uma embalagem é suficiente para bloquear a radiação emitida pelo material. ", "a contaminação radioativa do material não se prolifera da mesma forma que as infecções por microrganismos. ", "o material irradiado emite radiação de intensidade abaixo daquela que ofereceria risco à saúde. ", "o intervalo de tempo após a esterilização é suficiente para que o material não emita mais radiação. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
A
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2012_84
84
2012
2012
null
Osmose é um processo espontâneo que ocorre em todos os organismos vivos e é essencial à manutenção da vida. Uma solução 0,15 mol/L de NaCl (cloreto de sódio) possui a mesma pressão osmótica das soluções presentes nas células humanas. A imersão de uma célula humana em uma solução 0,20 mol/L de NaCl tem, como consequência, a
{ "text": [ "adsorção de íons Na sobre a superfície da célula. ", "difusão rápida de íons Na para o interior da célula. ", "diminuição da concentração das soluções presentes na célula. ", "transferência de íons Na da célula para a solução. ", "transferência de moléculas de água do interior da célula para a solução. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
E
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2012_85
85
2012
2012
null
Um consumidor desconfia que a balança do supermercado não está aferindo corretamente a massa dos produtos. Ao chegar a casa resolve conferir se a balança estava descalibrada. Para isso, utiliza um recipiente provido de escala volumétrica, contendo <math xmlns="http://www.w3.org/1998/Math/MathML"><mn>1</mn><mo>,</mo><mn>0</mn></math> litro d’água. Ele coloca uma porção dos legumes que comprou dentro do recipiente e observa que a água atinge a marca de <math xmlns="http://www.w3.org/1998/Math/MathML"><mn>1</mn><mo>,</mo><mn>5</mn></math> litro e também que a porção não ficara totalmente submersa, com <math xmlns="http://www.w3.org/1998/Math/MathML"><mfrac><mn>1</mn><mn>3</mn></mfrac></math> de seu volume fora d’água. Para concluir o teste, o consumidor, com ajuda da internet, verifica que a densidade dos legumes, em questão, é a metade da densidade da água, onde, <math xmlns="http://www.w3.org/1998/Math/MathML"><msub><mi>&#x3C1;</mi><mtext>&#xE1;gua</mtext></msub><mo>=</mo><mn>1</mn><mfrac><mtext>g</mtext><msup><mtext>cm</mtext><mtext>3</mtext></msup></mfrac></math>. No supermercado a balança registrou a massa da porção de legumes igual a <math xmlns="http://www.w3.org/1998/Math/MathML"><mn>0</mn><mo>,</mo><mn>500</mn></math> kg (meio quilograma). Considerando que o método adotado tenha boa precisão, o consumidor concluiu que a balança estava descalibrada e deveria ter registrado a massa da porção de legumes igual a
{ "text": [ "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><mn>0</mn><mo>,</mo><mn>073</mn></math> kg. ", "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><mn>0</mn><mo>,</mo><mn>167</mn></math> kg. ", "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><mn>0</mn><mo>,</mo><mn>250</mn></math> kg. ", "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><mn>0</mn><mo>,</mo><mn>375</mn></math> kg. ", "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><mn>0</mn><mo>,</mo><mn>750</mn></math> kg. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
D
null
2012_87
87
2012
2012
null
Paleontólogos estudam fósseis e esqueletos de dinossauros para tentar explicar o desaparecimento desses animais. Esses estudos permitem afirmar que esses animais foram extintos há cerca de 65 milhões de anos. Uma teoria aceita atualmente é a de que um asteroide colidiu com a Terra, formando uma densa nuvem de poeira na atmosfera. De acordo com essa teoria, a extinção ocorreu em função de modificações no planeta que
{ "text": [ "desestabilizaram o relógio biológico dos animais, causando alterações no código genético. ", "reduziram a penetração da luz solar até a superfície da Terra, interferindo no fluxo energético das teias tróficas. ", "causaram uma série de intoxicações nos animais, provocando a bioacumulação de partículas de poeira nos organismos. ", "resultaram na sedimentação das partículas de poeira levantada com o impacto do meteoro, provocando o desaparecimento de rios e lagos. ", "evitaram a precipitação de água até a superfície da Terra, causando uma grande seca que impediu a retroalimentação do ciclo hidrológico. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
B
null
2012_88
88
2012
2012
null
O boato de que os lacres das latas de alumínio teriam um alto valor comercial levou muitas pessoas a juntarem esse material na expectativa de ganhar dinheiro com sua venda. As empresas fabricantes de alumínio esclarecem que isso não passa de uma “lenda urbana”, pois ao retirar o anel da lata, dificulta-se a reciclagem do alumínio. Como a liga do qual é feito o anel contém alto teor de magnésio, se ele não estiver junto com a lata, fica mais fácil ocorrer a oxidação do alumínio no forno. A tabela apresenta as semirreações e os valores de potencial padrão de redução de alguns metais: Disponível em: www.sucatas.com. Acesso em: 28 fev. 2012 (adaptado). Com base no texto e na tabela, que metais poderiam entrar na composição do anel das latas com a mesma função do magnésio, ou seja, proteger o alumínio da oxidação nos fornos e não deixar diminuir o rendimento da sua reciclagem?
{ "text": [ "Somente o lítio, pois ele possui o menor potencial de redução. ", "Somente o cobre, pois ele possui o maior potencial de redução. ", "Somente o potássio, pois ele possui potencial de redução mais próximo do magnésio. ", "Somente o cobre e o zinco, pois eles sofrem oxidação mais facilmente que o alumínio. ", "Somente o lítio e o potássio, pois seus potenciais de redução são menores do que o do alumínio. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
E
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2012_97
97
2012
2012
null
Com o texto eletrônico, enfim, parece estar ao alcance de nossos olhos e de nossas mãos um sonho muito antigo da humanidade, que se poderia resumir em duas palavras, universalidade e interatividade. As luzes, que pensavam que Gutenberg tinha propiciado aos homens uma promessa universal, cultivavam um modo de utopia. Elas imaginavam poder, a partir das práticas privadas de cada um, construir um espaço de intercâmbio crítico das ideias e opiniões. O sonho de Kant era que cada um fosse ao mesmo tempo leitor e autor, que emitisse juízos sobre as instituições de seu tempo, quaisquer que elas fossem e que, ao mesmo tempo, pudesse refletir sobre o juízo emitido pelos outros. Aquilo que outrora só era permitido pela comunicação manuscrita ou a circulação dos impressos encontra hoje um suporte poderoso com o texto eletrônico. CHARTIER, R. A aventura do livro: do leitor ao navegador. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo; Unesp, 1998. No trecho apresentado, o sociólogo Roger Chartier caracteriza o texto eletrônico como um poderoso suporte que coloca ao alcance da humanidade o antigo sonho de universalidade e interatividade, uma vez que cada um passa a ser, nesse espaço de interação social, leitor e autor ao mesmo tempo. A universalidade e a interatividade que o texto eletrônico possibilita estão diretamente relacionadas à função social da internet de
{ "text": [ "propiciar o livre e imediato acesso às informações e ao intercâmbio de julgamentos. ", "globalizar a rede de informações e democratizar o acesso aos saberes. ", "expandir as relações interpessoais e dar visibilidade aos interesses pessoais. ", "propiciar entretenimento e acesso a produtos e serviços. ", "expandir os canais de publicidade e o espaço mercadológico. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
A
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2012_98
98
2012
2012
null
O senhor Carta a uma jovem que, estando em uma roda em que dava aos presentes o tratamento de você, se dirigiu ao autor chamando-o “o senhor”: Senhora: Aquele a quem chamastes senhor aqui está, de peito magoado e cara triste, para vos dizer que senhor ele não é, de nada, nem de ninguém. Bem o sabeis, por certo, que a única nobreza do plebeu está em não querer esconder sua condição, e esta nobreza tenho eu. Assim, se entre tantos senhores ricos e nobres a quem chamáveis você escolhestes a mim para tratar de senhor, é bem de ver que só poderíeis ter encontrado essa senhoria nas rugas de minha testa e na prata de meus cabelos. Senhor de muitos anos, eis aí; o território onde eu mando é no país do tempo que foi. Essa palavra “senhor”, no meio de uma frase, ergueu entre nós um muro frio e triste. Vi o muro e calei: não é de muito, eu juro, que me acontece essa tristeza; mas também não era a vez primeira. BRAGA, R. A borboleta amarela. Rio de Janeiro: Record, 1991. A escolha do tratamento que se queira atribuir a alguém geralmente considera as situações específicas de uso social. A violação desse princípio causou um mal-estar no autor da carta. O trecho que descreve essa violação é:
{ "text": [ "“Essa palavra, ‘senhor’, no meio de uma frase ergueu entre nós um muro frio e triste.” ", "“A única nobreza do plebeu está em não querer esconder a sua condição.” ", "“Só poderíeis ter encontrado essa senhoria nas rugas de minha testa.” ", "“O território onde eu mando é no país do tempo que foi.” ", "“Não é de muito, eu juro, que acontece essa tristeza; mas também não era a vez primeira.” " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
A
null
2012_100
100
2012
2012
null
Não somos tão especiais Todas as características tidas como exclusivas dos humanos são compartilhadas por outros animais, ainda que em menor grau. INTELIGÊNCIA A ideia de que somos os únicos animais racionais tem sido destruída desde os anos 40. A maioria das aves e mamíferos tem algum tipo de raciocínio. AMOR O amor, tido como o mais elevado dos sentimentos, é parecido em várias espécies, como os corvos, que também criam laços duradouros, se preocupam com o ente querido e ficam de luto depois de sua morte. CONSCIÊNCIA Chimpanzés se reconhecem no espelho. Orangotangos observam e enganam humanos distraídos. Sinais de que sabem quem são e se distinguem dos outros. Ou seja, são conscientes. CULTURA O primatologista Frans de Waal juntou vários exemplos de cetáceos e primatas que são capazes de aprender novos hábitos e de transmiti-los para as gerações seguintes. O que é cultura se não isso? BURGIERMAN, D. Superinteressante, n. 190, jul. 2003. Extra, extra. Este macaco é humano. O título do texto traz o ponto de vista do autor sobre a suposta supremacia dos humanos em relação aos outros animais. As estratégias argumentativas utilizadas para sustentar esse ponto de vista são
{ "text": [ "definição e hierarquia. ", "exemplificação e comparação. ", "causa e consequência. ", "finalidade e meios. ", "autoridade e modelo. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
B
null
2012_101
101
2012
2012
null
Das irmãs os meus irmãos sujando-se na lama e eis-me aqui cercada de alvura e enxovais eles se provocando e provando do fogo e eu aqui fechada provendo a comida eles se lambuzando e arrotando na mesa e eu a temperada servindo, contida os meus irmãos jogando-se na cama e eis-me afiançada por dote e marido QUEIROZ, S. O sacro ofício. Belo Horizonte: Comunicação, 1980. O poema de Sonia Queiroz apresenta uma voz lírica feminina que contrapõe o estilo de vida do homem ao modelo reservado à mulher. Nessa contraposição, ela conclui que
{ "text": [ "a mulher deve conservar uma assepsia que a distingue de homens, que podem se jogar na lama. ", "a palavra “fogo” é uma metáfora que remete ao ato de cozinhar, tarefa destinada às mulheres. ", "a luta pela igualdade entre os gêneros depende da ascensão financeira e social das mulheres. ", "a cama, como sua “alvura e enxovais”, é um símbolo da fragilidade feminina no espaço doméstico. ", "os papéis sociais destinados aos gêneros produzem efeitos e graus de autorrealização desiguais. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
E
null
2012_102
102
2012
2012
null
O sedutor médio Vamos juntar Nossas rendas e expectativas de vida querida, o que me dizes? Ter 2, 3 filhos e ser meio felizes? VERISSIMO, L. F. Poesia numa hora dessas?! Rio de Janeiro: Objetiva, 2002. No poema O sedutor médio, é possível reconhecer a presença de posições críticas
{ "text": [ "nos três primeiros versos, em que “juntar expectativas de vida” significa que, juntos, os cônjuges poderiam viver mais, o que faz do casamento uma convenção benéfica. ", "na mensagem veiculada pelo poema, em que os valores da sociedade são ironizados, o que é acentuado pelo uso do adjetivo “médio” no título e do advérbio “meio” no verso final. ", "no verso “e ser meio felizes?”, em que “meio” é sinônimo de metade, ou seja, no casamento, apenas um dos cônjuges se sentiria realizado. ", "nos dois primeiros versos, em que “juntar rendas” indica que o sujeito poético passa por dificuldades financeiras e almeja os rendimentos da mulher. ", "no título, em que o adjetivo “médio” qualifica o sujeito poético como desinteressante ao sexo oposto e inábil em termos de conquistas amorosas. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
B
null
2012_103
103
2012
2012
null
Nós, brasileiros, estamos acostumados a ver juras de amor, feitas diante de Deus, serem quebradas por traição, interesses financeiros e sexuais. Casais se separam como inimigos, quando poderiam ser bons amigos, sem traumas. Bastante interessante a reportagem sobre separação. Mas acho que os advogados consultados, por sua competência, estão acostumados a tratar de grandes separações. Será que a maioria dos leitores da revista tem obras de arte que precisam ser fotografadas antes da separação? Não seria mais útil dar conselhos mais básicos? Não seria interessante mostrar que a separação amigável não interfere no modo de partilha dos bens? Que, seja qual for o tipo de separação, ela não vai prejudicar o direito à pensão dos filhos? Que acordo amigável deve ser assinado com atenção, pois é bastante complicado mudar suas cláusulas? Acho que essas são dicas que podem interessar ao leitor médio. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado). O texto foi publicado em uma revista de grande circulação na seção de carta do leitor. Nele, um dos leitores manifesta- se acerca de uma reportagem publicada na edição anterior. Ao fazer sua argumentação, o autor do texto
{ "text": [ "faz uma síntese do que foi abordado na reportagem. ", "discute problemas conjugais que conduzem à separação. ", "aborda a importância dos advogados em processos de separação. ", "oferece dicas para orientar as pessoas em processos de separação. ", "rebate o enfoque dado ao tema pela reportagem, lançando novas ideias. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
E
null
2012_104
104
2012
2012
null
E-mail com hora programada Redação INFO, 28 de agosto de 2007. Agende o envio de e-mails no Thunderbird com a extensão SendLater Nem sempre é interessante mandar um e-mail na hora. Há situações em que agendar o envio de uma mensagem é útil, como em datas comemorativas ou quando o e-mail serve para lembrar o destinatário de algum evento futuro. O Thunderbird, o ótimo cliente de e-mail do grupo Mozilla, conta com uma extensão para esse fim. Trata-se do SendLater. Depois de instalado, ele cria um item no menu de criação de mensagens que permite marcar o dia e a hora exatos para o envio do e-mail. Só há um ponto negativo: para garantir que a mensagem seja enviada na hora, o Thunderbird deverá estar em execução. Senão, ele mandará o e-mail somente na próxima vez que for rodado. Disponível em: http://info.abril.com.br. Acesso em: 18 fev. 2012 (adaptado). Considerando-se a função do SendLater, o objetivo do autor do texto E-mail com hora programada é
{ "text": [ "eliminar os entraves no envio de mensagens via e-mail. ", "viabilizar a aquisição de conhecimento especializado pelo usuário. ", "permitir a seleção dos destinatários dos textos enviados. ", "controlar a quantidade de informações constantes do corpo do texto. ", "divulgar um produto ampliador da funcionalidade de um recurso comunicativo. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
E
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2012_105
105
2012
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Lugar de mulher também é na oficina. Pelo menos nas oficinas dos cursos da área automotiva fornecidos pela Prefeitura, a presença feminina tem aumentado ano a ano. De cinco mulheres matriculadas em 2005, a quantidade saltou para 79 alunas inscritas neste ano nos cursos de mecânica automotiva, eletricidade veicular, injeção eletrônica, repintura e funilaria. A presença feminina nos cursos automotivos da Prefeitura — que são gratuitos — cresceu 1 480% nos últimos sete anos e tem aumentado ano a ano. Disponível em: www.correiodeuberlandia.com.br. Acesso em: 27 fev. 2012 (adaptado). Na produção de um texto, são feitas escolhas referentes a sua estrutura, que possibilitam inferir o objetivo do autor. Nesse sentido, no trecho apresentado, o enunciado “Lugar de mulher também é na oficina” corrobora o objetivo textual de
{ "text": [ "demonstrar que a situação das mulheres mudou na sociedade contemporânea. ", "defender a participação da mulher na sociedade atual. ", "comparar esse enunciado com outro: “lugar de mulher é na cozinha”. ", "criticar a presença de mulheres nas oficinas dos cursos da área automotiva. ", "distorcer o sentido da frase “lugar de mulher é na cozinha”. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Aquele bêbado — Juro nunca mais beber — e fez o sinal da cruz com os indicadores. Acrescentou: — Álcool. O mais ele achou que podia beber. Bebia paisagens, músicas de Tom Jobim, versos de Mário Quintana. Tomou um pileque de Segall. Nos fins de semana, embebedava- se de Índia Reclinada, de Celso Antônio. — Curou-se 100% do vício — comentavam os amigos. Só ele sabia que andava mais bêbado que um gambá. Morreu de etilismo abstrato, no meio de uma carraspana de pôr do sol no Leblon, e seu féretro ostentava inúmeras coroas de ex-alcoólatras anônimos. ANDRADE, C. D. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: Record, 1991. A causa mortis do personagem, expressa no último parágrafo, adquire um efeito irônico no texto porque, ao longo da narrativa, ocorre uma
{ "text": [ "metaforização do sentido literal do verbo “beber”. ", "aproximação exagerada da estética abstracionista. ", "apresentação gradativa da coloquialidade da linguagem. ", "exploração hiperbólica da expressão “inúmeras coroas”. ", "citação aleatória de nomes de diferentes artistas. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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O trovador Sentimentos em mim do asperamente dos homens das primeiras eras... As primaveras do sarcasmo intermitentemente no meu coração arlequinal... Intermitentemente... Outras vezes é um doente, um frio na minha alma doente como um longo som redondo... Cantabona! Cantabona! Dlorom... Sou um tupi tangendo um alaúde! ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005. Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na poesia de Mário de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é
{ "text": [ "abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que, evocando o carnaval, remete à brasilidade. ", "verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por Mário de Andrade em suas viagens e pesquisas folclóricas. ", "lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “Sentimentos em mim do asperamente” (v. 1), “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde “Dlorom” (v. 9). ", "problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese nacional que seria proposta no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade. ", "exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” para mostrar o orgulho brasileiro por suas raízes indígenas. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Verbo ser QUE VAI SER quando crescer? Vivem perguntando em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, um nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a gente só principia a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser: pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas? Repito: ser, ser, ser. Er. R. Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso escolher? Não dá para entender. Não vou ser. Não quero ser. Vou crescer assim mesmo. Sem ser. Esquecer. ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. A inquietação existencial do autor com a autoimagem corporal e a sua corporeidade se desdobra em questões existenciais que têm origem
{ "text": [ "no conflito do padrão corporal imposto contra as convicções de ser autêntico e singular. ", "na aceitação das imposições da sociedade seguindo a influência de outros. ", "na confiança no futuro, ofuscada pelas tradições e culturas familiares. ", "no anseio de divulgar hábitos enraizados, negligenciados por seus antepassados. ", "na certeza da exclusão, revelada pela indiferença de seus pares. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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E como manejava bem os cordéis de seus títeres, ou ele mesmo, títere voluntário e consciente, como entregava o braço, as pernas, a cabeça, o tronco, como se desfazia de suas articulações e de seus reflexos quando achava nisso conveniência. Também ele soubera apoderar-se dessa arte, mais artifício, toda feita de sutilezas e grosserias, de expectativa e oportunidade, de insolência e submissão, de silêncios e rompantes, de anulação e prepotência. Conhecia a palavra exata para o momento preciso, a frase picante ou obscena no ambiente adequado, o tom humilde diante do superior útil, o grosseiro diante do inferior, o arrogante quando o poderoso em nada o podia prejudicar. Sabia desfazer situações equívocas, e armar intrigas das quais se saía sempre bem, e sabia, por experiência própria, que a fortuna se ganha com uma frase, num dado momento, que este momento único, irrecuperável, irreversível, exige um estado de alerta para a sua apropriação. RAWET, S. O aprendizado. In: Diálogo. Rio de Janeiro: GRD, 1963 (fragmento). No conto, o autor retrata criticamente a habilidade do personagem no manejo de discursos diferentes segundo a posição do interlocutor na sociedade. A crítica à conduta do personagem está centrada
{ "text": [ "na imagem do títere ou fantoche em que o personagem acaba por se transformar, acreditando dominar os jogos de poder na linguagem. ", "na alusão à falta de articulações e reflexos do personagem, dando a entender que ele não possui o manejo dos jogos discursivos em todas as situações. ", "no comentário, feito em tom de censura pelo autor, sobre as frases obscenas que o personagem emite em determinados ambientes sociais. ", "nas expressões que mostram tons opostos nos discursos empregados aleatoriamente pelo personagem em conversas com interlocutores variados. ", "no falso elogio à originalidade atribuída a esse personagem, responsável por seu sucesso no aprendizado das regras de linguagem da sociedade. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Labaredas nas trevas Fragmentos do diário secreto de Teodor Konrad Nalecz Korzeniowski 20 DE JULHO [1912] Peter Sumerville pede-me que escreva um artigo sobre Crane. Envio-lhe uma carta: “Acredite-me, prezado senhor, nenhum jornal ou revista se interessaria por qualquer coisa que eu, ou outra pessoa, escrevesse sobre Stephen Crane. Ririam da sugestão. [...] Dificilmente encontro alguém, agora, que saiba quem é Stephen Crane ou lembre-se de algo dele. Para os jovens escritores que estão surgindo ele simplesmente não existe.” 20 DE DEZEMBRO [1919] Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal. Sou reconhecido como o maior escritor vivo da língua inglesa. Já se passaram dezenove anos desde que Crane morreu, mas eu não o esqueço. E parece que outros também não. The London Mercury resolveu celebrar os vinte e cinco anos de publicação de um livro que, segundo eles, foi “um fenômeno hoje esquecido” e me pediram um artigo. FONSECA, R. Romance negro e outras histórias. São Paulo: Companhia das Letras, 1992 (fragmento). Na construção de textos literários, os autores recorrem com frequência a expressões metafóricas. Ao empregar o enunciado metafórico “Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal”, pretendeu-se estabelecer, entre os dois fragmentos do texto em questão, uma relação semântica de
{ "text": [ "causalidade, segundo a qual se relacionam as partes de um texto, em que uma contém a causa e a outra, a consequência. ", "temporalidade, segundo a qual se articulam as partes de um texto, situando no tempo o que é relatado nas partes em questão. ", "condicionalidade, segundo a qual se combinam duas partes de um texto, em que uma resulta ou depende de circunstâncias apresentadas na outra. ", "adversidade, segundo a qual se articulam duas partes de um texto em que uma apresenta uma orientação argumentativa distinta e oposta à outra. ", "finalidade, segundo a qual se articulam duas partes de um texto em que uma apresenta o meio, por exemplo, para uma ação e a outra, o desfecho da mesma. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Aqui é o país do futebol Brasil está vazio na tarde de domingo, né? Olha o sambão, aqui é o país do futebol [...] No fundo desse país Ao longo das avenidas Nos campos de terra e grama Brasil só é futebol Nesses noventa minutos De emoção e alegria Esqueço a casa e o trabalho A vida fica lá fora Dinheiro fica lá fora A cama fica lá fora A mesa fica lá fora Salário fica lá fora A fome fica lá fora A comida fica lá fora A vida fica lá fora E tudo fica lá fora SIMONAL, W. Aqui é o país do futebol. Disponível em: www.vagalume.com.br. Acesso em: 27 out. 2011 (fragmento). Na letra da canção Aqui é o país do futebol, de Wilson Simonal, o futebol, como elemento da cultura corporal de movimento e expressão da tradição nacional, é apresentado de forma crítica e emancipada devido ao fato de
{ "text": [ "reforçar a relação entre o esporte futebol e o samba. ", "ser apresentado como uma atividade de lazer. ", "ser identificado com a alegria da população brasileira. ", "promover a reflexão sobre a alienação provocada pelo futebol. ", "ser associado ao desenvolvimento do país. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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TEXTO I Antigamente Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais e se um se esquecia de arear os dentes antes de cair nos braços de Morfeu, era capaz de entrar no couro. Não devia também se esquecer de lavar os pés, sem tugir nem mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho, nem de debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava as plantas, ia ao corte e logo voltava aos penates. Não ficava mangando na rua, nem escapulia do mestre, mesmo que não entendesse patavina da instrução moral e cívica. O verdadeiro smart calçava botina de botões para comparecer todo liró ao copo d’água, se bem que no convescote apenas lambiscasse, para evitar flatos. Os bilontras é que eram um precipício, jogando com pau de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e caldo de galinha. O melhor era pôr as barbas de molho diante de um treteiro de topete, depois de fintar e engambelar os coiós, e antes que se pusesse tudo em pratos limpos, ele abria o arco. ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983 (fragmento). TEXTO II Palavras do arco da velha FIORIN, J. L. As línguas mudam. In: Revista Língua Portuguesa, n. 24, out. 2007 (adaptado). Na leitura do fragmento do texto Antigamente constata-se, pelo emprego de palavras obsoletas, que itens lexicais outrora produtivos não mais o são no português brasileiro atual. Esse fenômeno revela que
{ "text": [ "a língua portuguesa de antigamente carecia de termos para se referir a fatos e coisas do cotidiano. ", "o português brasileiro se constitui evitando a ampliação do léxico proveniente do português europeu. ", "a heterogeneidade do português leva a uma estabilidade do seu léxico no eixo temporal. ", "o português brasileiro apoia-se no léxico inglês para ser reconhecido como língua independente. ", "o léxico do português representa uma realidade linguística variável e diversificada. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Cabeludinho Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me apresentou aos amigos: Este é meu neto. Ele foi estudar no Rio e voltou de ateu. Ela disse que eu voltei de ateu. Aquela preposição deslocada me fantasiava de ateu. Como quem dissesse no Carnaval: aquele menino está fantasiado de palhaço. Minha avó entendia de regências verbais. Ela falava de sério. Mas todo-mundo riu. Porque aquela preposição deslocada podia fazer de uma informação um chiste. E fez. E mais: eu acho que buscar a beleza nas palavras é uma solenidade de amor. E pode ser instrumento de rir. De outra feita, no meio da pelada um menino gritou: Disilimina esse, Cabeludinho. Eu não disiliminei ninguém. Mas aquele verbo novo trouxe um perfume de poesia à nossa quadra. Aprendi nessas férias a brincar de palavras mais do que trabalhar com elas. Comecei a não gostar de palavra engavetada. Aquela que não pode mudar de lugar. Aprendi a gostar mais das palavras pelo que elas entoam do que pelo que elas informam. Por depois ouvi um vaqueiro a cantar com saudade: Ai morena, não me escreve / que eu não sei a ler. Aquele a preposto ao verbo ler, ao meu ouvir, ampliava a solidão do vaqueiro. BARROS, M. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta, 2003. No texto, o autor desenvolve uma reflexão sobre diferentes possibilidades de uso da língua e sobre os sentidos que esses usos podem produzir, a exemplo das expressões “voltou de ateu”, “disilimina esse” e “eu não sei a ler”. Com essa reflexão, o autor destaca
{ "text": [ "os desvios linguísticos cometidos pelos personagens do texto. ", "a importância de certos fenômenos gramaticais para o conhecimento da língua portuguesa. ", "a distinção clara entre a norma culta e as outras variedades linguísticas. ", "o relato fiel de episódios vividos por Cabeludinho durante as suas férias. ", "a valorização da dimensão lúdica e poética presente nos usos coloquiais da linguagem. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das coisas do tupi, do folk-lore, das suas tentativas agrícolas... Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma! O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções. A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete. BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 nov. 2011. O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado em 1911. No fragmento destacado, a reação do personagem aos desdobramentos de suas iniciativas patrióticas evidencia que
{ "text": [ "a dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento da natureza brasileira levou-o a estudar inutilidades, mas possibilitou-lhe uma visão mais ampla do país. ", "a curiosidade em relação aos heróis da pátria levou-o ao ideal de prosperidade e democracia que o personagem encontra no contexto republicano. ", "a construção de uma pátria a partir de elementos míticos, como a cordialidade do povo, a riqueza do solo e a pureza linguística, conduz à frustração ideológica. ", "a propensão do brasileiro ao riso, ao escárnio, justifica a reação de decepção e desistência de Policarpo Quaresma, que prefere resguardar-se em seu gabinete. ", "a certeza da fertilidade da terra e da produção agrícola incondicional faz parte de um projeto ideológico salvacionista, tal como foi difundido na época do autor. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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A marcha galopante das tecnologias teve por primeiro resultado multiplicar em enormes proporções tanto a massa das notícias que circulam quanto as ocasiões de sermos solicitados por elas. Os profissionais têm tendência a considerar esta inflação como automaticamente favorável ao público, pois dela tiram proveito e tornam- se obcecados pela imagem liberal do grande mercado em que cada um, dotado de luzes por definição iguais, pode fazer sua escolha em toda liberdade. Isso jamais foi realizado e tende a nunca ser. Na verdade, os leitores, ouvintes, telespectadores, mesmo se se abandonam a sua bulimia*, não são realmente nutridos por esta indigesta sopa de informações e sua busca finaliza em frustração. Cada vez mais frequentemente, até, eles ressentem esse bombardeio de riquezas falsas como agressivo e se refugiam na resistência a toda ou qualquer informação. O verdadeiro problema das sociedades pós- industriais não é a penúria**, mas a abundância. As sociedades modernas têm a sua disposição muito mais do que necessitam em objetos, informações e contatos. Ou, mais exatamente, disso resulta uma desarmonia entre uma oferta, não excessiva, mas incoerente, e uma demanda que, confusamente, exige uma escolha muito mais rápida a absorver. Por isso os órgãos de informação devem escolher, uma vez que o homem contemporâneo apressado, estressado, desorientado busca uma linha diretriz, uma classificação mais clara, um condensado do que é realmente importante. (*) fome excessiva, desejo descontrolado. (**) miséria, pobreza. VOYENNE, B. Informação hoje. Lisboa: Armand Colin, 1975 (adaptado). Com o uso das novas tecnologias, os domínios midiáticos obtiveram um avanço maior e uma presença mais atuante junto ao público, marcada ora pela quase simultaneidade das informações, ora pelo uso abundante de imagens. A relação entre as necessidades da sociedade moderna e a oferta de informação, segundo o texto, é desarmônica, porque
{ "text": [ "o jornalista seleciona as informações mais importantes antes de publicá-las. ", "o ser humano precisa de muito mais conhecimento do que a tecnologia pode dar. ", "o problema da sociedade moderna é a abundância de informações e de liberdade de escolha. ", "a oferta é incoerente com o tempo que as pessoas têm para digerir a quantidade de informação disponível. ", "a utilização dos meios de informação acontece de maneira desorganizada e sem controle efetivo. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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TEXTO I A característica da oralidade radiofônica, então, seria aquela que propõe o diálogo com o ouvinte: a simplicidade, no sentido da escolha lexical; a concisão e coerência, que se traduzem em um texto curto, em linguagem coloquial e com organização direta; e o ritmo, marcado pelo locutor, que deve ser o mais natural (do diálogo). É esta organização que vai “reger” a veiculação da mensagem, seja ela interpretada ou de improviso, com objetivo de dar melodia à transmissão oral, dar emoção, personalidade ao relato de fato. VELHO, A. P. M. A linguagem do rádio multimídia. Disponível em: www.bocc.ubi.pt. Acesso em: 27 fev. 2012. TEXTO II A dois passos do paraíso A Rádio Atividade leva até vocês Mais um programa da séria série “Dedique uma canção a quem você ama” Eu tenho aqui em minhas mãos uma carta Uma carta d’uma ouvinte que nos escreve E assina com o singelo pseudônimo de “Mariposa Apaixonada de Guadalupe” Ela nos conta que no dia que seria o dia mais feliz de sua vida Arlindo Orlando, seu noivo Um caminhoneiro conhecido da pequena e Pacata cidade de Miracema do Norte Fugiu, desapareceu, escafedeu-se Oh! Arlindo Orlando volte Onde quer que você se encontre Volte para o seio de sua amada Ela espera ver aquele caminhão voltando De faróis baixos e para-choque duro... BLITZ. Disponível em: http://letras.terra.com.br. Acesso em: 28 fev. 2012 (fragmento). Em relação ao Texto I, que analisa a linguagem do rádio, o Texto II apresenta, em uma letra de canção,
{ "text": [ "estilo simples e marcado pela interlocução com o receptor, típico da comunicação radiofônica. ", "lirismo na abordagem do problema, o que o afasta de uma possível situação real de comunicação radiofônica. ", "marcação rítmica dos versos, o que evidencia o fato de o texto pertencer a uma modalidade de comunicação diferente da radiofônica. ", "direcionamento do texto a um ouvinte específico, divergindo da finalidade de comunicação do rádio, que é atingir as massas. ", "objetividade na linguagem caracterizada pela ocorrência rara de adjetivos, de modo a diminuir as marcas de subjetividade do locutor. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Ai, palavras, ai, palavras que estranha potência a vossa! Todo o sentido da vida principia a vossa porta: o mel do amor cristaliza seu perfume em vossa rosa; sois o sonho e sois a audácia, calúnia, fúria, derrota... A liberdade das almas, ai! Com letras se elabora... E dos venenos humanos sois a mais fina retorta: frágil, frágil, como o vidro e mais que o aço poderosa! Reis, impérios, povos, tempos, pelo vosso impulso rodam... MEIRELES, C. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985 (fragmento). O fragmento destacado foi transcrito do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. Centralizada no episódio histórico da Inconfidência Mineira, a obra, no entanto, elabora uma reflexão mais ampla sobre a seguinte relação entre o homem e a linguagem:
{ "text": [ "A força e a resistência humanas superam os danos provocados pelo poder corrosivo das palavras. ", "As relações humanas, em suas múltiplas esferas, têm seu equilíbrio vinculado ao significado das palavras. ", "O significado dos nomes não expressa de forma justa e completa a grandeza da luta do homem pela vida. ", "Renovando o significado das palavras, o tempo permite às gerações perpetuar seus valores e suas crenças. ", "Como produto da criatividade humana, a linguagem tem seu alcance limitado pelas intenções e gestos. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Pote Cru é meu pastor. Ele me guiará. Ele está comprometido de monge. De tarde deambula no azedal entre torsos de cachorro, trampas, trapos, panos de regra, couros, de rato ao podre, vísceras de piranhas, baratas albinas, dálias secas, vergalhos de lagartos, linguetas de sapatos, aranhas dependuradas em gotas de orvalho etc. etc. Pote Cru, ele dormia nas ruínas de um convento Foi encontrado em osso. Ele tinha uma voz de oratórios perdidos. BARROS, M. Retrato do artista quando coisa. Rio de Janeiro: Record, 2002. Ao estabelecer uma relação com o texto bíblico nesse poema, o eu lírico identifica-se com Pote Cru porque
{ "text": [ "entende a necessidade de todo poeta ter voz oratórios perdidos. ", "elege-o como pastor a fim de ser guiado para a salvação divina. ", "valoriza nos percursos do pastor a conexão entre as de ruínas e a tradição. ", "necessita de um guia para a descoberta das coisas da natureza. ", "acompanha-o na opção pela insignificância das coisas. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Capa do LP Os Mutantes, 1968. Disponível em: http://mutantes.com. Acesso em: 28 fev. 2012. A capa do LP Os Mutantes, de 1968, ilustra o movimento da contracultura. O desafio à tradição nessa criação musical é caracterizado por
{ "text": [ "letras e melodias com características amargas e depressivas. ", "arranjos baseados em ritmos e melodias nordestinos. ", "sonoridades experimentais e confluência de elementos populares e eruditos. ", "temas que refletem situações domésticas ligadas à tradição popular. ", "ritmos contidos e reservados em oposição aos modelos estrangeiros. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles muito sofre pelo meu descuido com o vernáculo. Por alguns anos ele sistematicamente me enviava missivas eruditas com precisas informações sobre as regras da gramática, que eu não respeitava, e sobre a grafia correta dos vocábulos, que eu ignorava. Fi-lo sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra num desses meus badulaques. Acontece que eu, acostumado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei em “varreção” — do verbo “varrer”. De fato, trata-se de um equívoco que, num vestibular, poderia me valer uma reprovação. Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário, aquela que tem, no topo, a fotografia de uma “varroa”(sic!) (você não sabe o que é uma “varroa”?) para corrigir-me do meu erro. E confesso: ele está certo. O certo é “varrição” e não “varreção”. Mas estou com medo de que os mineiros da roça façam troça de mim porque nunca os vi falar de “varrição”. E se eles rirem de mim não vai me adiantar mostrar-lhes o xerox da página do dicionário com a “varroa” no topo. Porque para eles não é o dicionário que faz a língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas Gerais, fala “varreção” quando não “barreção”. O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que nunca tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é feio. Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato está rachado. ALVES, R. Mais badulaques. São Paulo: Parábola, 2004 (fragmento). De acordo com o texto, após receber a carta de um amigo “que se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário” sinalizando um erro de grafia, o autor reconhece
{ "text": [ "a supremacia das formas da língua em relação ao seu conteúdo. ", "a necessidade da norma padrão em situações formais de comunicação escrita. ", "a obrigatoriedade da norma culta da língua, para a garantia de uma comunicação efetiva. ", "a importância da variedade culta da língua, para a preservação da identidade cultural de um povo. ", "a necessidade do dicionário como guia de adequação linguística em contextos informais privados. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Logia e mitologia Meu coração de mil e novecentos e setenta e dois já não palpita fagueiro sabe que há morcegos de pesadas olheiras que há cabras malignas que há cardumes de hienas infiltradas no vão da unha na alma um porco belicoso de radar e que sangra e ri e que sangra e ri a vida anoitece provisória centuriões sentinelas do Oiapoque ao Chuí. CACASO. Lero-lero. Rio de Janeiro: 7Letras; São Paulo: Cosac & Naify, 2002. O título do poema explora a expressividade de termos que representam o conflito do momento histórico vivido pelo poeta na década de 1970. Nesse contexto, é correto afirmar que
{ "text": [ "o poeta utiliza uma série de metáforas zoológicas com significado impreciso. ", "“morcegos”, “cabras” e “hienas” metaforizam as vítimas do regime militar vigente. ", "o “porco”, animal difícil de domesticar, representa os movimentos de resistência. ", "o poeta caracteriza o momento de opressão através de alegorias de forte poder de impacto. ", "“centuriões” e “sentinelas” simbolizam os agentes que garantem a paz social experimentada. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Desabafo Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda- feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado. CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento). Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função da linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, pois
{ "text": [ "o discurso do enunciador tem como foco o próprio código. ", "a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito. ", "o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem. ", "o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais. ", "o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Entrevista com Marcos Bagno Pode parecer inacreditável, mas muitas das prescrições da pedagogia tradicional da língua até hoje se baseiam nos usos que os escritores portugueses do século XIX faziam da língua. Se tantas pessoas condenam, por exemplo, o uso do verbo “ter” no lugar de “haver”, como em “hoje tem feijoada”, é simplesmente porque os portugueses, em dado momento da história de sua língua, deixaram de fazer esse uso existencial do verbo “ter”. No entanto, temos registros escritos da época medieval em que aparecem centenas desses usos. Se nós, brasileiros, assim como os falantes africanos de português, usamos até hoje o verbo “ter” como existencial é porque recebemos esses usos de nossos ex-colonizadores. Não faz sentido imaginar que brasileiros, angolanos e moçambicanos decidiram se juntar para “errar” na mesma coisa. E assim acontece com muitas outras coisas: regências verbais, colocação pronominal, concordâncias nominais e verbais etc. Temos uma língua própria, mas ainda somos obrigados a seguir uma gramática normativa de outra língua diferente. Às vésperas de comemorarmos nosso bicentenário de independência, não faz sentido continuar rejeitando o que é nosso para só aceitar o que vem de fora. Não faz sentido rejeitar a língua de 190 milhões de brasileiros para só considerar certo o que é usado por menos de dez milhões de portugueses. Só na cidade de São Paulo temos mais falantes de português que em toda a Europa! Informativo Parábola Editorial, s/d. Na entrevista, o autor defende o uso de formas linguísticas coloquiais e faz uso da norma padrão em toda a extensão do texto. Isso pode ser explicado pelo fato de que ele
{ "text": [ "adapta o nível de linguagem à situação comunicativa, uma vez que o gênero entrevista requer o uso da norma padrão. ", "apresenta argumentos carentes de comprovação científica e, por isso, defende um ponto de vista difícil de ser verificado na materialidade do texto. ", "propõe que o padrão normativo deve ser usado por falantes escolarizados como ele, enquanto a norma coloquial deve ser usada por falantes não escolarizados. ", "acredita que a língua genuinamente brasileira está em construção, o que o obriga a incorporar em seu cotidiano a gramática normativa do português europeu. ", "defende que a quantidade de falantes do português brasileiro ainda é insuficiente para acabar com a hegemonia do antigo colonizador. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
A
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O léxico e a cultura Potencialmente, todas as línguas de todos os tempos podem candidatar-se a expressar qualquer conteúdo. A pesquisa linguística do século XX demonstrou que não há diferença qualitativa entre os idiomas do mundo — ou seja, não há idiomas gramaticalmente mais primitivos ou mais desenvolvidos. Entretanto, para que possa ser efetivamente utilizada, essa igualdade potencial precisa realizar-se na prática histórica do idioma, o que nem sempre acontece. Teoricamente, uma língua com pouca tradição escrita (como as línguas indígenas brasileiras) ou uma língua já extinta (como o latim ou o grego clássicos) podem ser empregadas para falar sobre qualquer assunto, como, digamos, física quântica ou biologia molecular. Na prática, contudo, não é possível, de uma hora para outra, expressar tais conteúdos em camaiurá ou latim, simplesmente porque não haveria vocabulário próprio para esses conteúdos. É perfeitamente possível desenvolver esse vocabulário específico, seja por meio de empréstimos de outras línguas, seja por meio da criação de novos termos na língua em questão, mas tal tarefa não se realizaria em pouco tempo nem com pouco esforço. BEARZOTI FILHO, P. Miniaurélio: o dicionário da língua portuguesa. Manual do professor. Curitiba: Positivo, 2004 (fragmento). Estudos contemporâneos mostram que cada língua possui sua própria complexidade e dinâmica de funcionamento. O texto ressalta essa dinâmica, na medida em que enfatiza
{ "text": [ "a inexistência de conteúdo comum a todas as línguas, pois o léxico contempla visão de mundo particular específica de uma cultura. ", "a existência de línguas limitadas por não permitirem ao falante nativo se comunicar perfeitamente a respeito de qualquer conteúdo. ", "a tendência a serem mais restritos o vocabulário e a gramática de línguas indígenas, se comparados com outras línguas de origem europeia. ", "a existência de diferenças vocabulares entre os idiomas, especificidades relacionadas à própria cultura dos falantes de uma comunidade. ", "a atribuição de maior importância sociocultural às línguas contemporâneas, pois permitem que sejam abordadas quaisquer temáticas, sem dificuldades. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
D
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A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil, corresponde a um dos processos mais característicos da história da língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação à ampliação do domínio de ter na área semântica de “posse”, no final da fase arcaica. Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter existencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo existencial com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali. Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento deficiente da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva? É válido confundir o bom uso e a norma com a própria língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se uma norma por outra? CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente para o passado. In: Cadernos de Letras da UFF, n. 36, 2008. Disponível em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado). Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que
{ "text": [ "o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica. ", "os estudos clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua. ", "a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma. ", "a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos linguísticos. ", "os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
E
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“Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que colecionava desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guarani e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil. Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nativistas, indianistas e históricos, ele foi também folhetinista, diretor de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal e até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas facetas desse personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito será digitalizada. História Viva, n. 99, 2011. Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alencar e da futura digitalização de sua obra, depreende-se que
{ "text": [ "a digitalização dos textos é importante para que os leitores possam compreender seus romances. ", "o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante porque deixou uma vasta obra literária com temática atemporal. ", "a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra sua importância para a história do Brasil Imperial. ", "a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na preservação da memória linguística e da identidade nacional. ", "o grande romancista José de Alencar é importante porque se destacou por sua temática indianista. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
D
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eu gostava muito de passeá... saí com as minhas colegas... brincá na porta di casa di vôlei... andá de patins... bicicleta... quando eu levava um tombo ou outro... eu era a::... a palhaça da turma... ((risos))... eu acho que foi uma das fases mais... assim... gostosas da minha vida foi... essa fase de quinze... dos meus treze aos dezessete anos... A.P.S., sexo feminino, 38 anos, nível de ensino fundamental. Projeto Fala Goiana, UFG, 2010 (inédito). Um aspecto da composição estrutural que caracteriza o relato pessoal de A.P.S. como modalidade falada da língua é
{ "text": [ "predomínio de linguagem informal entrecortada por pausas. ", "vocabulário regional desconhecido em outras variedades do português. ", "realização do plural conforme as regras da tradição gramatical. ", "ausência de elementos promotores de coesão entre os eventos narrados. ", "presença de frases incompreensíveis a um leitor iniciante. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
A
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O diretor de uma escola convidou os 280 alunos de terceiro ano a participarem de uma brincadeira. Suponha que existem 5 objetos e 6 personagens numa casa de 9 cômodos; um dos personagens esconde um dos objetos em um dos cômodos da casa. O objetivo da brincadeira é adivinhar qual objeto foi escondido por qual personagem e em qual cômodo da casa o objeto foi escondido. Todos os alunos decidiram participar. A cada vez um aluno é sorteado e dá a sua resposta. As respostas devem ser sempre distintas das anteriores, e um mesmo aluno não pode ser sorteado mais de uma vez. Se a resposta do aluno estiver correta, ele é declarado vencedor e a brincadeira é encerrada. O diretor sabe que algum aluno acertará a resposta porque há
{ "text": [ "10 alunos a mais do que possíveis respostas distintas. ", "20 alunos a mais do que possíveis respostas distintas. ", "119 alunos a mais do que possíveis respostas distintas. ", "260 alunos a mais do que possíveis respostas distintas. ", "270 alunos a mais do que possíveis respostas distintas. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
A
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Jogar baralho é uma atividade que estimula o raciocínio. Um jogo tradicional é a Paciência, que utiliza 52 cartas. Inicialmente são formadas sete colunas com as cartas. A primeira coluna tem uma carta, a segunda tem duas cartas, a terceira tem três cartas, a quarta tem quatro cartas, e assim sucessivamente até a sétima coluna, a qual tem sete cartas, e o que sobra forma o monte, que são as cartas não utilizadas nas colunas. A quantidade de cartas que forma o monte é
{ "text": [ "21. ", "24. ", "26. ", "28. ", "31. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
B
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Um maquinista de trem ganha R$ 100,00 por viagem e só pode viajar a cada 4 dias. Ele ganha somente se fizer a viagem e sabe que estará de férias de 1º a 10 de junho, quando não poderá viajar. Sua primeira viagem ocorreu no dia primeiro de janeiro. Considere que o ano tem 365 dias. Se o maquinista quiser ganhar o máximo possível, quantas viagens precisará fazer?
{ "text": [ "37 ", "51 ", "88 ", "89 ", "91 " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
C
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Arthur deseja comprar um terreno de Cléber, que lhe oferece as seguintes possibilidades de pagamento: • Opção 1: Pagar à vista, por R$ 55 000,00; • Opção 2: Pagar a prazo, dando uma entrada de R$ 30 000,00, e mais uma prestação de R$ 26 000,00 para dali a 6 meses. • Opção 3: Pagar a prazo, dando uma entrada de R$ 20 000,00, mais uma prestação de R$ 20 000,00, para dali a 6 meses e outra de R$ 18 000,00 para dali a 12 meses da data da compra. • Opção 4: Pagar a prazo dando uma entrada de R$ 15 000,00 e o restante em 1 ano da data da compra, pagando R$ 39 000,00. • Opção 5: pagar a prazo, dali a um ano, o valor de R$ 60 000,00. Arthur tem o dinheiro para pagar à vista, mas avalia se não seria melhor aplicar o dinheiro do valor à vista (ou até um valor menor) em um investimento, com rentabilidade de 10% ao semestre, resgatando os valores à medida que as prestações da opção escolhida fossem vencendo. Após avaliar a situação do ponto de vista financeiro e das condições apresentadas, Arthur concluiu que era mais vantajoso financeiramente escolher a opção
{ "text": [ "1. ", "2. ", "3. ", "4. ", "5. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
D
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A capacidade mínima, em BTU/h, de um aparelho de ar-condicionado, para ambientes sem exposição ao sol, pode ser determinada da seguinte forma: • 600 BTU/h por m², considerando-se até duas pessoas no ambiente; • para cada pessoa adicional nesse ambiente, acrescentar 600 BTU/h; • acrescentar mais 600 BTU/h para cada equipamento eletroeletrônico em funcionamento no ambiente. Será instalado um aparelho de ar-condicionado em uma sala, sem exposição ao sol, de dimensões 4 m x 5 m, em que permaneçam quatro pessoas e possua um aparelho de televisão em funcionamento. A capacidade mínima, em BTU/h, desse aparelho de ar- condicionado deve ser
{ "text": [ "12 000. ", "12 600. ", "13 200. ", "13 800. ", "15 000. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
D
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null
As curvas de oferta e de demanda de um produto respectivamente, as quantidades que representam, vendedores e consumidores estão dispostos a comercializar em função do preço do produto. Em alguns casos, essas curvas podem ser representadas por retas. Suponha que as quantidades de oferta e de demanda de um produto sejam, respectivamente, representadas pelas equações: <math xmlns="http://www.w3.org/1998/Math/MathML"><mtext>QO</mtext><mo>=</mo><mo>-</mo><mn>20</mn><mo>+</mo><mn>4</mn><mi>P</mi></math> <math xmlns="http://www.w3.org/1998/Math/MathML"><mtext>QD</mtext><mo>=</mo><mn>46</mn><mo>&#xA0;</mo><mo>-</mo><mn>2</mn><mi>P</mi></math> em que QO é quantidade de oferta, QD é a quantidade de demanda e P é o preço do produto. A partir dessas equações, de oferta e de demanda, os economistas encontram o preço de equilíbrio de mercado, ou seja, quando QO e QD se igualam. Para a situação descrita, qual o valor do preço de equilíbrio?
{ "text": [ "5 ", "11 ", "13 ", "23 ", "33 " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
B
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Nos shopping centers costumam existir parques com vários brinquedos e jogos. Os usuários colocam créditos em um cartão, que são descontados por cada período de tempo de uso dos jogos. Dependendo da pontuação da criança no jogo, ela recebe um certo número de tíquetes para trocar por produtos nas lojas dos parques. Suponha que o período de uso de um brinquedo em certo shopping custa R$ 3,00 e que uma bicicleta custa 9 200 tíquetes. Para uma criança que recebe 20 tíquetes por período de tempo que joga, o valor, em reais, gasto com créditos para obter a quantidade de tíquetes para trocar pela bicicleta é
{ "text": [ "153. ", "460. ", "1 218. ", "1 380. ", "3 066. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
D
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João decidiu contratar os serviços de uma empresa por telefone através do SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor). O atendente ditou para João o número de protocolo de atendimento da ligação e pediu que ele anotasse. Entretanto, João não entendeu um dos algarismos ditados pelo atendente e anotou o número 1 3 9 8 2 0 7, sendo que o espaço vazio é o do algarismo que João não entendeu. De acordo com essas informações, a posição ocupada pelo algarismo que falta no número de protocolo é a de
{ "text": [ "centena. ", "dezena de milhar. ", "centena de milhar. ", "milhão. ", "centena de milhão. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
C
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Uma mãe recorreu à bula para verificar a dosagem de um remédio que precisava dar a seu filho. Na bula, recomendava-se a seguinte dosagem: 5 gotas para cada 2 kg de massa corporal a cada 8 horas. Se a mãe ministrou corretamente 30 gotas do remédio a seu filho a cada 8 horas, então a massa corporal dele é de
{ "text": [ "12 kg. ", "16 kg. ", "24 kg. ", "36 kg. ", "75 kg. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
A
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null
O esporte de alta competição da atualidade produziu uma questão ainda sem resposta: Qual é o limite do corpo humano? O maratonista original, o grego da lenda, morreu de fadiga por ter corrido 42 quilômetros. O americano Dean Karnazes, cruzando sozinho as planícies da Califórnia, conseguiu correr dez vezes mais em 75 horas. Um professor de Educação Física, ao discutir com a turma o texto sobre a capacidade do maratonista americano, desenhou na lousa uma pista reta de 60 centímetros, que representaria o percurso referido. Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 25 jun. 2011 (adaptado). Se o percurso de Dean Karnazes fosse também em uma pista reta, qual seria a escala entre a pista feita pelo professor e a percorrida pelo atleta?
{ "text": [ "1:700 ", "1:7 000 ", "1:70 000 ", "1:700 000 ", "1:7 000 000 " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
D
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null
José, Carlos e Paulo devem transportar em suas bicicletas uma certa quantidade de laranjas. Decidiram dividir o trajeto a ser percorrido em duas partes, sendo que ao final da primeira parte eles redistribuiriam a quantidade de laranjas que cada um carregava dependendo do cansaço de cada um. Na primeira parte do trajeto José, Carlos e Paulo dividiram as laranjas na proporção 6 : 5 : 4, respectivamente. Na segunda parte do trajeto José, Carlos e Paulo dividiram as laranjas na proporção 4 : 4 : 2, respectivamente. Sabendo-se que um deles levou 50 laranjas a mais no segundo trajeto, qual a quantidade de laranjas que José, Carlos e Paulo, nessa ordem, transportaram na segunda parte do trajeto?
{ "text": [ "600, 550, 350 ", "300, 300, 150 ", "300, 250, 200 ", "200, 200, 100 ", "100, 100, 50 " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
B
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null
Em exposições de artes plásticas, é usual que estátuas sejam expostas sobre plataformas giratórias. Uma medida de segurança é que a base da escultura esteja integralmente apoiada sobre a plataforma. Para que se providencie o equipamento adequado, no caso de uma base quadrada que será fixada sobre uma plataforma circular, o auxiliar técnico do evento deve estimar a medida R do raio adequado para a plataforma em termos da medida L do lado da base da estátua. Qual relação entre R e L o auxiliar técnico deverá apresentar de modo que a exigência de segurança seja cumprida?
{ "text": [ "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><mi>R</mi><mo>&#x2265;</mo><mfrac><mi>L</mi><msqrt><mn>2</mn></msqrt></mfrac></math> ", "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><mi>R</mi><mo>&#x2265;</mo><mfrac><mrow><mn>2</mn><mi>L</mi></mrow><mi>&#x3C0;</mi></mfrac></math> ", "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><mi>R</mi><mo>&#x2265;</mo><mfrac><mi>L</mi><mi>&#x3C0;</mi></mfrac></math> ", "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><mi>R</mi><mo>&#x2265;</mo><mfrac><mi>L</mi><mn>2</mn></mfrac></math> ", "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><mi>R</mi><mo>&#x2265;</mo><mfrac><mi>L</mi><mrow><mn>2</mn><msqrt><mn>2</mn></msqrt></mrow></mfrac></math> " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
A
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null
Há, em virtude da demanda crescente de economia de água, equipamentos e utensílios como, por exemplo, as bacias sanitárias ecológicas, que utilizam 6 litros de água por descarga em vez dos 15 litros utilizados por bacias sanitárias não ecológicas, conforme dados da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Qual será a economia diária de água obtida por meio da substituição de uma bacia sanitária não ecológica, que gasta cerca de 60 litros por dia com a descarga, por uma bacia sanitária ecológica?
{ "text": [ "24 litros ", "36 litros ", "40 litros ", "42 litros ", "50 litros " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
B
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Um produtor de café irrigado em Minas Gerais recebeu um relatório de consultoria estatística, constando, entre outras informações, o desvio padrão das produções de uma safra dos talhões de sua propriedade. Os talhões têm a mesma área de 30 000 m² e o valor obtido para o desvio padrão foi de 90 kg/talhão. O produtor deve apresentar as informações sobre a produção e a variância dessas produções em sacas de 60 kg por hectare (10 000 m²). A variância das produções dos talhões expressa em (sacas/hectare)2 é
{ "text": [ "20,25. ", "4,50. ", "0,71. ", "0,50. ", "0,25. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
E
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O designer português Miguel Neiva criou um sistema de símbolos que permite que pessoas daltônicas identifiquem cores. O sistema consiste na utilização de símbolos que identificam as cores primárias (azul, amarelo e vermelho). Além disso, a justaposição de dois desses símbolos permite identificar cores secundárias (como o verde, que é o amarelo combinado com o azul). O preto e o branco são identificados por pequenos quadrados: o que simboliza o preto é cheio, enquanto o que simboliza o branco é vazio. Os símbolos que representam preto e branco também podem estar associados aos símbolos que identificam cores, significando se estas são claras ou escuras. Folha de São Paulo. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 18 fev. 2012 (adaptado). De acordo com o texto, quantas cores podem ser representadas pelo sistema proposto?
{ "text": [ "14 ", "18 ", "20 ", "21 ", "23 " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
C
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2012_174
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José, Paulo e Antônio estão jogando dados não viciados, nos quais, em cada uma das seis faces, há um número de 1 a 6. Cada um deles jogará dois dados simultaneamente. José acredita que, após jogar seus dados, os números das faces voltadas para cima lhe darão uma soma igual a 7. Já Paulo acredita que sua soma será igual a 4 e Antônio acredita que sua soma será igual a 8. Com essa escolha, quem tem a maior probabilidade de acertar sua respectiva soma é
{ "text": [ "Antônio, já que sua soma é a maior de todas as escolhidas. ", "José e Antônio, já que há 6 possibilidades tanto para a escolha de José quanto para a escolha de Antônio, e há apenas 4 possibilidades para a escolha de Paulo. ", "José e Antônio, já que há 3 possibilidades tanto para a escolha de José quanto para a escolha de Antônio, e há apenas 2 possibilidades para a escolha de Paulo. ", "José, já que há 6 possibilidades para formar sua soma, 5 possibilidades para formar a soma de Antônio e apenas 3 possibilidades para formar a soma de Paulo. ", "Paulo, já que sua soma é a menor de todas. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
D
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2012_176
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A cerâmica possui a propriedade da contração, que consiste na evaporação da água existente em um conjunto ou bloco cerâmico submetido a uma determinada temperatura elevada: em seu lugar aparecendo “espaços vazios” que tendem a se aproximar. No lugar antes ocupado pela água vão ficando lacunas e, consequentemente, o conjunto tende a retrair-se. Considere que no processo de cozimento a cerâmica de argila sofra uma contração, em dimensões lineares, de 20%. Disponível em: www.arq.ufsc.br. Acesso em: 30 mar. 2012 (adaptado). Levando em consideração o processo de cozimento e a contração sofrida, o volume V de uma travessa de argila, de forma cúbica de aresta a, diminui para um valor que é
{ "text": [ "20% menor que V, uma vez que o volume do cubo é diretamente proporcional ao comprimento de seu lado. ", "36% menor que V, porque a área da base diminui de <math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><msup><mi>a</mi><mn>2</mn></msup></math> para <math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><msup><mfenced><mrow><mfenced><mrow><mn>1</mn><mo>-</mo><mfenced><mrow><mn>0</mn><mo>,</mo><mn>2</mn></mrow></mfenced></mrow></mfenced><mi>a</mi></mrow></mfenced><mn>2</mn></msup></math>. ", "48,8% menor que V, porque o volume diminui de <math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><msup><mi>a</mi><mn>3</mn></msup></math> para <math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><msup><mfenced><mrow><mfenced><mrow><mn>0</mn><mo>,</mo><mn>8</mn></mrow></mfenced><mi>a</mi></mrow></mfenced><mn>3</mn></msup></math>. ", "51,2% menor que V, porque cada lado diminui para 80% do comprimento original. ", "60% menor que V, porque cada lado diminui 20%. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
C
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2012_177
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Dentre outros objetos de pesquisa, a Alometria estuda a relação entre medidas de diferentes partes do corpo humano. Por exemplo, segundo a Alometria, a área A da superfície corporal de uma pessoa relaciona-se com a sua massa m pela fórmula <math xmlns="http://www.w3.org/1998/Math/MathML"><mi>A</mi><mo>=</mo><mi>k</mi><mo>&#xD7;</mo><msup><mi>m</mi><mfrac><mn>2</mn><mn>3</mn></mfrac></msup></math> , em que k é uma constante positiva. Se no período que vai da infância até a maioridade de um indivíduo sua massa é multiplicada por 8, por quanto será multiplicada a área da superfície corporal?
{ "text": [ "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><mroot><mn>16</mn><mn>3</mn></mroot></math> ", "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><mn>4</mn></math> ", "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><msqrt><mn>24</mn></msqrt></math> ", "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><mn>4</mn></math> ", "<math xmlns=\"http://www.w3.org/1998/Math/MathML\"><mn>64</mn></math> " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
B
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2012_180
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Em 20 de fevereiro de 2011 ocorreu a grande erupção do vulcão Bulusan nas Filipinas. A sua localização geográfica no globo terrestre é dada pelo GPS (sigla em inglês para Sistema de Posicionamento Global) com longitude de 124° 3’ 0” a leste do Meridiano de Greenwich. Dado: 1° equivale a 60’ e 1’ equivale a 60”. PAVARIN, G. Galileu, fev. 2012 (adaptado). A representação angular da localização do vulcão com relação a sua longitude na forma decimal é
{ "text": [ "124,02°. ", "124,05°. ", "124,20°. ", "124,30°. ", "124,50°. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Trata-se de um gigantesco movimento de construção de cidades, necessário para o assentamento residencial dessa população, bem como de suas necessidades de trabalho, abastecimento, transportes, saúde, energia, água etc. Ainda que o rumo tomado pelo crescimento urbano não tenha respondido satisfatoriamente a todas essas necessidades, o território foi ocupado e foram construídas as condições para viver nesse espaço. MARICATO, E. Brasil, cidades: alternativas para a crise urbana. Petrópolis: Vozes, 2001. A dinâmica de transformação das cidades tende a apresentar como consequência a expansão das áreas periféricas pelo(a)
{ "text": [ "crescimento da população urbana e aumento da especulação imobiliária. ", "direcionamento maior do fl uxo de pessoas, devido à existência de um grande número de serviços. ", "delimitação de áreas para uma ocupação organizada do espaço físico, melhorando a qualidade de vida. ", "implantação de políticas públicas que promovem a moradia e o direito à cidade aos seus moradores. ", "reurbanização de moradias nas áreas centrais, mantendo o trabalhador próximo ao seu emprego, diminuindo os deslocamentos para a periferia. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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No dia 1º de julho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se a primeira do mundo a receber o título da Unesco de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural. A candidatura, apresentada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi aprovada durante a 36ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial. O presidente do Iphan explicou que “a paisagem carioca é a imagem mais explícita do que podemos chamar de civilização brasileira, com sua originalidade, desafios, contradições e possibilidades”. A partir de agora, os locais da cidade valorizados com o título da Unesco serão alvo de ações integradas visando a preservação da sua paisagem cultural. Disponível em: www.cultura.gov.br. Acesso em: 7 mar. 2013 (adaptado). O reconhecimento da paisagem em questão como patrimônio mundial deriva da
{ "text": [ "presença do corpo artístico local. ", "imagem internacional da metrópole. ", "herança de prédios da ex-capital do país. ", "diversidade de culturas presente na cidade. ", "relação sociedade-natureza de caráter singular. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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TEXTO I Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável. DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado). TEXTO II É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida. SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado). A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do conhecimento, deve-se
{ "text": [ "retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade. ", "questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções. ", "investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos. ", "buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados. ", "encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares [...]. Porém o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. Carta de Pero Vaz de Caminha. In: MARQUES, A.; BERUTTI, F.; FARIA, R. História moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 2001. A carta de Pero Vaz de Caminha permite entender o projeto colonizador para a nova terra. Nesse trecho, o relato enfatiza o seguinte objetivo:
{ "text": [ "Valorizar a catequese a ser realizada sobre os povos nativos. ", "Descrever a cultura prosperidade portuguesa. local para enaltecer a ", "Transmitir o conhecimento dos indígenas sobre o potencial econômico existente. ", "Realçar a pobreza dos habitantes nativos para demarcar a superioridade europeia. ", "Criticar o modo de vida dos povos autóctones para evidenciar a ausência de trabalho. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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O canto triste dos conquistados: os últimos dias de Tenochtitlán Nos caminhos jazem dardos quebrados; os cabelos estão espalhados. Destelhadas estão as casas, Vermelhas estão as águas, os rios, como se alguém as tivesse tingido, Nos escudos esteve nosso resguardo, mas os escudos não detêm a desolação... PINSKY, J. et al. História da América através de textos. São Paulo: Contexto, 2007 (fragmento). O texto é um registro asteca, cujo sentido está relacionado ao(à)
{ "text": [ "tragédia causada pela destruição da cultura desse povo. ", "tentativa frustrada de resistência a um poder considerado superior. ", "extermínio das populações Exército espanhol. indígenas pelo ", "dissolução da memória sobre os feitos de seus antepassados. ", "profetização das consequências da colonização da América. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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As Brigadas Internacionais foram unidades de combatentes formadas por voluntários de 53 nacionalidades dispostos a lutar em defesa da República espanhola. Estima-se que cerca de 60 mil cidadãos de várias partes do mundo – incluindo 40 brasileiros – tenham se incorporado a essas unidades. Apesar de coordenadas pelos comunistas, as Brigadas contaram com membros socialistas, liberais e de outras correntes político-ideológicas. SOUZA, I. I. A Guerra Civil Europeia. História Viva, n. 70, 2009 (fragmento). A Guerra Civil Espanhola expressou as disputas em curso na Europa na década de 1930. A perspectiva política comum que promoveu a mobilização descrita foi o(a)
{ "text": [ "crítica ao stalinismo. ", "combate ao fascismo. ", "rejeição ao federalismo. ", "apoio ao corporativismo. ", "adesão ao anarquismo. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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De todas as transformações impostas pelo meio técnico-científico-informacional à logística de transportes, interessa-nos mais de perto a intermodalidade. E por uma razão muito simples: o potencial que tal “ferramenta logística” ostenta permite que haja, de fato, um sistema de transportes condizente com a escala geográfica do Brasil. HUERTAS, D. M. O papel dos transportes na expansão recente da fronteira agrícola brasileira. Revista Transporte y Territorio, Universidade de Buenos Aires, n. 3, 2010 (adaptado). A necessidade de modais de transporte interligados, no território brasileiro, justifica-se pela(s)
{ "text": [ "variações climáticas no território, associadas à interiorização da produção. ", "grandes distâncias e a busca da redução dos custos de transporte. ", "formação geológica do país, que impede o uso de um único modal. ", "proximidade entre a área de produção agrícola intensiva e os portos. ", "diminuição dos fluxos materiais em detrimento de fluxos imateriais. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se. MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991. A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas, Maquiavel define o homem como um ser
{ "text": [ "munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros. ", "possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar êxito na política. ", "guiado por interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes. ", "naturalmente racional, vivendo em um estado pré-social e portando seus direitos naturais. ", "sociável por natureza, mantendo relações pacíficas com seus pares. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Nos estados, entretanto, se instalavam as oligarquias, de cujo perigo já nos advertia Saint-Hilaire, e sob o disfarce do que se chamou “a política dos governadores”. Em círculos concêntricos esse sistema vem cumular no próprio poder central que é o sol do nosso sistema. PRADO, P. Retrato do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972. A crítica presente no texto remete ao acordo que fundamentou o regime republicano brasileiro durante as três primeiras décadas do século XX e fortaleceu o(a)
{ "text": [ "poder militar, enquanto fiador da ordem econômica. ", "presidencialismo, com o objetivo de limitar o poder dos coronéis. ", "domínio de grupos regionais sobre a ordem federativa. ", "intervenção nos estados, autorizada pelas normas constitucionais. ", "isonomia do governo federal no tratamento das disputas locais. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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No final do século XIX, as Grandes Sociedades carnavalescas alcançaram ampla popularidade entre os foliões cariocas. Tais sociedades cultivavam um pretensioso objetivo em relação à comemoração carnavalesca em si mesma: com seus desfiles de carros enfeitados pelas principais ruas da cidade, pretendiam abolir o entrudo (brincadeira que consistia em jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas entre a população desde os tempos coloniais, substituindo-os por formas de diversão que consideravam mais civilizadas, inspiradas nos carnavais de Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas diversões para assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados praticantes, poderia coexistir perfeitamente com os desfiles. PEREIRA, C. S. Os senhores da alegria: a presença das mulheres nas Grandes Sociedades carnavalescas cariocas em fins do século XIX. In: CUNHA, M. C. P. Carnavais e outras frestas: ensaios de história social da cultura. Campinas: Unicamp; Cecult, 2002 (adaptado). Manifestações culturais como o carnaval também têm sua própria história, sendo constantemente reinventadas ao longo do tempo. A atuação das Grandes Sociedades, descrita no texto, mostra que o carnaval representava um momento em que as
{ "text": [ "distinções sociais eram deixadas de lado em nome da celebração. ", "aspirações cosmopolitas da elite impediam a realização da festa fora dos clubes. ", "liberdades individuais eram extintas pelas regras das autoridades públicas. ", "tradições populares se transformavam em matéria de disputas sociais. ", "perseguições policiais tinham caráter xenófobo por repudiarem tradições estrangeiras. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua. Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas. Ao passo que a outra o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças, e desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado; árvore sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante... CUNHA, E. Os sertões. Disponível em: http://pt.scribd.com. Acesso em: 2 jun. 2012. Os elementos da paisagem descritos no texto correspondem a aspectos biogeográficos presentes na
{ "text": [ "composição de vegetação xerófila. ", "formação de florestas latifoliadas. ", "transição para mata de grande porte. ", "adaptação à elevada salinidade. ", "homogeneização da cobertura perenifólia. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Na produção social que os homens realizam, eles entram em determinadas relações indispensáveis e independentes de sua vontade; tais relações de produção correspondem a um estágio definido de desenvolvimento das suas forças materiais de produção. A totalidade dessas relações constitui a estrutura econômica da sociedade — fundamento real, sobre o qual se erguem as superestruturas política e jurídica, e ao qual correspondem determinadas formas de consciência social. MARX, K. Prefácio à Crítica da economia política. In: MARX, K.; ENGELS, F. Textos 3. São Paulo: Edições Sociais, 1977 (adaptado). Para o autor, a relação entre economia e política estabelecida no sistema capitalista faz com que
{ "text": [ "o proletariado seja contemplado pelo processo de mais-valia. ", "o trabalho se constitua como o fundamento real da produção material. ", "a consolidação das forças produtivas seja compatível com o progresso humano. ", "a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao desenvolvimento econômico. ", "a burguesia revolucione o processo social de formação da consciência de classe. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Um trabalhador em tempo flexível controla o local do trabalho, mas não adquire maior controle sobre o processo em si. A essa altura, vários estudos sugerem que a supervisão do trabalho é muitas vezes maior para os ausentes do escritório do que para os presentes. O trabalho é fisicamente descentralizado e o poder sobre o trabalhador, mais direto. SENNETT, R. A corrosão do caráter: consequências pessoais do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999 (adaptado). Comparada à organização do trabalho característica do taylorismo e do fordismo, a concepção de tempo analisada no texto pressupõe que
{ "text": [ "as tecnologias de informação sejam usadas para democratizar as relações laborais. ", "as estruturas burocráticas sejam transferidas da empresa para o espaço doméstico. ", "os procedimentos de terceirização sejam aprimorados pela qualificação profissional. ", "as organizações sindicais sejam fortalecidas com a valorização da especialização funcional. ", "os mecanismos de controle sejam deslocados dos processos para os resultados do trabalho. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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A África também já serviu como ponto de partida para comédias bem vulgares, mas de muito sucesso, como Um príncipe em Nova York e Ace Ventura: um maluco na África; em ambas, a África parece um lugar cheio de tribos doidas e rituais de desenho animado. A animação O rei Leão, da Disney, o mais bem-sucedido filme americano ambientado na África, não chegava a contar com elenco de seres humanos. LEIBOWITZ, E. Filmes de Hollywood sobre África ficam no clichê. Disponível em: http://notícias.uol.com.br. Acesso em: 17 abr. 2010. A produção cinematográfica referida no texto contribui para a constituição de uma memória sobre a África e seus habitantes. Essa memória enfatiza e negligencia, respectivamente, os seguintes aspectos do continente africano:
{ "text": [ "A história e a natureza. ", "O exotismo e as culturas. ", "A sociedade e a economia. ", "O comércio e o ambiente. ", "A diversidade e a política. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Disneylândia Multinacionais japonesas instalam empresas em Hong-Kong E produzem com matéria-prima brasileira Para competir no mercado americano [...] Pilhas americanas alimentam eletrodomésticos ingleses na Nova Guiné Gasolina árabe alimenta automóveis americanos na África do Sul [...] Crianças iraquianas fugidas da guerra Não obtêm visto no consulado americano do Egito Para entrarem na Disneylândia ANTUNES, A. Disponível em: www.radio.uol.com.br. Acesso em: 3 fev. 2013 (fragmento). Na canção, ressalta-se a coexistência, no contexto internacional atual, das seguintes situações:
{ "text": [ "Acirramento do controle alfandegário e estímulo ao capital especulativo. ", "Ampliação das trocas econômicas e seletividade dos fluxos populacionais. ", "Intensificação do controle informacional e adoção de barreiras fitossanitárias. ", "Aumento da circulação mercantil e desregulamentação do sistema financeiro. ", "Expansão do protecionismo comercial e descaracterização de identidades nacionais. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Um gigante da indústria da internet, em gesto simbólico, mudou o tratamento que conferia à sua página palestina. O site de buscas alterou sua página quando acessada da Cisjordânia. Em vez de “territórios palestinos”, a empresa escreve agora “Palestina” logo abaixo do logotipo. BERCITO, D. Google muda tratamento de territórios palestinos. Folha de S. Paulo, 4 maio 2013 (adaptado). O gesto simbólico sinalizado pela mudança no status dos territórios palestinos significa o
{ "text": [ "surgimento de um país binacional. ", "fortalecimento de movimentos antissemitas. ", "esvaziamento de assentamentos judaicos. ", "reconhecimento de uma autoridade jurídica. ", "estabelecimento de fronteiras nacionais. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos. Assim, criam-se os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, atuando de forma independente para a efetivação da liberdade, sendo que esta não existe se uma mesma pessoa ou grupo exercer os referidos poderes concomitantemente. MONTESQUIEU, B. Do espírito das leis. São Paulo: Abril Cultural, 1979 (adaptado). A divisão e a independência entre os poderes são condições necessárias para que possa haver liberdade em um Estado. Isso pode ocorrer apenas sob um modelo político em que haja
{ "text": [ "exercício de tutela sobre atividades jurídicas e políticas. ", "consagração do poder político pela autoridade religiosa. ", "concentração do poder nas mãos de elites técnico-cientifícas. ", "estabelecimento de limites aos atores públicos e às instituições do governo. ", "reunião das funções de legislar, julgar e executar nas mãos de um governante eleito. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Quando ninguém duvida da existência de um outro mundo, a morte é uma passagem que deve ser celebrada entre parentes e vizinhos. O homem da Idade Média tem a convicção de não desaparecer completamente, esperando a ressurreição. Pois nada se detém e tudo continua na eternidade. A perda contemporânea do sentimento religioso fez da morte uma provação aterrorizante, um trampolim para as trevas e o desconhecido. DUBY, G. Ano 1000 ano 2000 na pista dos nossos medos. São Paulo: Unesp, 1998 (adaptado). Ao comparar as maneiras com que as sociedades têm lidado com a morte, o autor considera que houve um processo de
{ "text": [ "mercantilização das crenças religiosas. ", "transformação das representações sociais. ", "disseminação do ateísmo nos países de maioria cristã. ", "diminuição da distância entre saber científico e eclesiástico. ", "amadurecimento da consciência ligada à civilização moderna. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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O edifício é circular. Os apartamentos dos prisioneiros ocupam a circunferência. Você pode chamá-los, se quiser, de celas. O apartamento do inspetor ocupa o centro; você pode chamá-lo, se quiser, de alojamento do inspetor. A moral reformada; a saúde preservada; a indústria revigorada; a instrução difundida; os encargos públicos aliviados; a economia assentada, como deve ser, sobre uma rocha; o nó górdio da Lei sobre os Pobres não cortado, mas desfeito — tudo por uma simples ideia de arquitetura! BENTHAM, J. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. Essa é a proposta de um sistema conhecido como panóptico, um modelo que mostra o poder da disciplina nas sociedades contemporâneas, exercido preferencialmente por mecanismos
{ "text": [ "religiosos, que se constituem como um olho divino controlador que tudo vê. ", "ideológicos, que estabelecem limites pela alienação, impedindo a visão da dominação sofrida. ", "repressivos, que perpetuam as relações de dominação entre os homens por meio da tortura física. ", "sutis, que adestram os corpos no espaço-tempo por meio do olhar como instrumento de controle. ", "consensuais, que pactuam acordos com base na compreensão dos benefícios gerais de se ter as próprias ações controladas. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram transmitidas oralmente de uma geração para outra. A ausência de uma legislação escrita permitia aos patrícios manipular a justiça conforme seus interesses. Em 451 a.C., porém, os plebeus conseguiram eleger uma comissão de dez pessoas — os decênviros — para escrever as leis. Dois deles viajaram a Atenas, na Grécia, para estudar a legislação de Sólon. COULANGES, F. A cidade antiga. São Paulo: Martins Fontes, 2000. A superação da tradição jurídica oral no mundo antigo, descrita no texto, esteve relacionada à
{ "text": [ "adoção do sufrágio universal masculino. ", "extensão da cidadania aos homens livres. ", "afirmação de instituições democráticas. ", "implantação de direitos sociais. ", "tripartição dos poderes políticos. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não devem estar separados como na inscrição existente em Delfos “das coisas, a mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós a identificamos como felicidade. ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a identifica como
{ "text": [ "busca por bens materiais e títulos de nobreza. ", "plenitude espiritual e ascese pessoal. ", "finalidade das ações e condutas humanas. ", "conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas. ", "expressão do sucesso individual e reconhecimento público. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Seguiam-se vinte criados custosamente vestidos e montados em soberbos cavalos; depois destes, marchava o Embaixador do Rei do Congo magnificamente ornado de seda azul para anunciar ao Senado que a vinda do Rei estava destinada para o dia dezesseis. Em resposta obteve repetidas vivas do povo que concorreu alegre e admirado de tanta grandeza. Coroação do Rei do Congo em Santo Amaro, Bahia apud DEL PRIORE, M. Festas e utopias no Brasil colonial. In: CATELLI JR., R. Um olhar sobre as festas populares brasileiras. São Paulo: Brasiliense, 1994 (adaptado). Originária dos tempos coloniais, a festa da Coroação do Rei do Congo evidencia um processo de
{ "text": [ "exclusão social. ", "imposição religiosa. ", "acomodação política. ", "supressão simbólica. ", "ressignificação cultural. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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TEXTO I A nossa luta é pela democratização da propriedade da terra, cada vez mais concentrada em nosso país. Cerca de 1% de todos os proprietários controla 46% das terras. Fazemos pressão por meio da ocupação de latifúndios improdutivos e grandes propriedades, que não cumprem a função social, como determina a Constituição de 1988. Também ocupamos as fazendas que têm origem na grilagem de terras públicas. Disponível em: www.mst.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado). TEXTO II O pequeno proprietário rural é igual a um pequeno proprietário de loja: quanto menor o negócio mais difícil de manter, pois tem de ser produtivo e os encargos são difíceis de arcar. Sou a favor de propriedades produtivas e sustentáveis e que gerem empregos. Apoiar uma empresa produtiva que gere emprego é muito mais barato e gera muito mais do que apoiar a reforma agrária. LESSA, C. Disponível em: www.observadorpolitico.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado). Nos fragmentos dos textos, os posicionamentos em relação à reforma agrária se opõem. Isso acontece porque os autores associam a reforma agrária, respectivamente, à
{ "text": [ "redução do inchaço urbano e à crítica ao minifúndio camponês. ", "ampliação da renda nacional e à prioridade ao mercado externo. ", "contenção da mecanização agrícola e ao combate ao êxodo rural. ", "privatização de empresas estatais e ao estímulo ao crescimento econômico. ", "correção de distorções históricas e ao prejuízo ao agronegócio. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Tendo encarado a besta do passado olho no olho, tendo pedido e recebido perdão e tendo feito correções, viremos agora a página — não para esquecê-lo, mas para não deixá-lo aprisionar-nos para sempre. Avancemos em direção a um futuro glorioso de uma nova sociedade sul-africana, em que as pessoas valham não em razão de irrelevâncias biológicas ou de outros estranhos atributos, mas porque são pessoas de valor infinito criadas à imagem de Deus. Desmond Tutu, no encerramento da Comissão da Verdade na África do Sul. Disponível em: http://td.camara.leg.br. Acesso em: 17 dez. 2012 (adaptado). No texto, relaciona-se a consolidação da democracia na África do Sul à superação de um legado
{ "text": [ "populista, que favorecia a cooptação de dissidentes políticos. ", "totalitarista, que bloqueava o diálogo com os movimentos sociais. ", "segregacionista, que impedia a universalização da cidadania. ", "estagnacionista, que disseminava a pauperização social. ", "fundamentalista, que engendrava conflitos religiosos. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Ninguém desconhece a necessidade que todos os fazendeiros têm de aumentar o número de seus trabalhadores. E como até há pouco supriam-se os fazendeiros dos braços necessários? As fazendas eram alimentadas pela aquisição de escravos, sem o menor auxílio pecuniário do governo. Ora, se os fazendeiros se supriam de braços à sua custa, e se é possível obtê-los ainda, posto que de outra qualidade, por que motivo não hão de procurar alcançá-los pela mesma maneira, isto é, à sua custa? Resposta de Manuel Felizardo de Sousa e Mello, diretor geral das Terras Públicas, ao Senador Vergueiro. In: ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1998 (adaptado). O fragmento do discurso dirigido ao parlamentar do Império refere-se às mudanças então em curso no campo brasileiro, que confrontaram o Estado e a elite agrária em torno do objetivo de
{ "text": [ "fomentar ações públicas para ocupação das terras do interior. ", "adotar o regime assalariado para proteção da mão de obra estrangeira. ", "definir uma política de subsídio governamental para o fomento da imigração. ", "regulamentar o tráfico interprovincial de cativos para sobrevivência das fazendas. ", "financiar a fixação de famílias camponesas para estímulo da agricultura de subsistência. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Embora haja dados comuns que dão unidade ao fenômeno da urbanização na África, na Ásia e na América Latina, os impactos são distintos em cada continente e mesmo dentro de cada país, ainda que as modernizações se deem com o mesmo conjunto de inovações. ELIAS, D. Fim do século e urbanização no Brasil. Revista Ciência Geográfica, ano IV, n. 11, set./dez. 1988. O texto aponta para a complexidade da urbanização nos diferentes contextos socioespaciais. Comparando a organização socioeconômica das regiões citadas, a unidade desse fenômeno é perceptível no aspecto
{ "text": [ "espacial, em função do sistema integrado que envolve as cidades locais e globais. ", "cultural, em função da semelhança histórica e da condição de modernização econômica e política. ", "demográfico, em função da localização das maiores aglomerações urbanas e continuidade do fluxo campo-cidade. ", "territorial, em função da estrutura de organização e planejamento das cidades que atravessam as fronteiras nacionais. ", "econômico, em função da revolução agrícola que transformou o campo e a cidade e contribuiu para fixação do homem ao lugar. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Rua Preciados, seis da tarde. Ao longe, a massa humana que abarrota a Praça Puerta Del Sol, em Madri, se levanta. Um grupo de garotas, ao ver a cena, corre em direção à multidão. Milhares de pessoas fazem ressoar o slogan: “Que não, que não, que não nos representem”. Um garoto fala pelo megafone: “Demandamos submeter a referendo o resgate bancário”. RODRÍGUEZ, O. Puerta Del Sol, o grande alto-falante. Brasil de Fato, São Paulo, 26 maio-1 jun. 2011(adaptado). Em 2011, o acampamento dos Indignados espanhóis expressou todo o descontentamento político da juventude europeia. Que proposta sintetiza o conjunto de reivindicações políticas destes jovens?
{ "text": [ "Voto universal. ", "Democracia direta. ", "Pluralidade partidária. ", "Autonomia legislativa. ", "Imunidade parlamentar. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos objetos; porém, todas as tentativas para descobrir, mediante conceitos, algo que ampliasse nosso conhecimento, malogravam-se com esse pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento. KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 1994 (adaptado). O trecho em questão é uma referência ao que ficou conhecido como revolução copernicana na filosofia. Nele, confrontam-se duas posições filosóficas que
{ "text": [ "assumem pontos de vista opostos acerca da natureza do conhecimento. ", "defendem que o conhecimento é impossível, restando-nos somente o ceticismo. ", "revelam a relação de interdependência entre os dados da experiência e a reflexão filosófica. ", "apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia, na primazia das ideias em relação aos objetos. ", "refutam-se mutuamente quanto à natureza do nosso conhecimento e são ambas recusadas por Kant. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Nos últimos decênios, o território conhece grandes mudanças em função de acréscimos técnicos que renovam a sua materialidade, como resultado e condição, ao mesmo tempo, dos processos econômicos e sociais em curso. SANTOS, M.; SILVEIRA; M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado). A partir da última década, verifica-se a ocorrência no Brasil de alterações significativas no território, ocasionando impactos sociais, culturais e econômicos sobre comunidades locais, e com maior intensidade, na Amazônia Legal, com a
{ "text": [ "reforma e ampliação de aeroportos nas capitais dos estados. ", "ampliação de estádios de futebol para a realização de eventos esportivos. ", "construção de usinas hidrelétricas sobre os rios Tocantins, Xingu e Madeira. ", "instalação de cabos para a formação de uma rede informatizada de comunicação. ", "formação de uma infraestrutura de torres que permitem a comunicação móvel na região. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do processo cultural: seu movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do resgate ingênuo do passado nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar seu movimento para melhor compreendê-lo historicamente. MINAS GERAIS. Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em Minas Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988. Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira ou o candomblé, deve considerar que elas
{ "text": [ "permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos. ", "perderam a relação com o seu passado histórico. ", "derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica brasileira. ", "contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual. ", "demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos europeus. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Meta de Faminto JK — Você agora tem automóvel brasileiro, para correr em estradas pavimentadas com asfalto brasileiro, com gazolina brasileira. Que mais quer? JECA — Um prato de feijão brasileiro, seu doutô! THÉO. In: LEMOS, R. (Org.). Uma história do Brasil através da caricatura (1840-2001). Rio de Janeiro: Bom Texto; Letras & Expressões, 2001. A charge ironiza a política desenvolvimentista do governo Juscelino Kubitschek, ao
{ "text": [ "evidenciar que o incremento da malha viária diminuiu as desigualdades regionais do país. ", "destacar que a modernização das indústrias dinamizou a produção de alimentos para o mercado interno. ", "enfatizar que o crescimento econômico implicou aumento das contradições socioespaciais. ", "ressaltar que o investimento no setor de bens duráveis incrementou os salários de trabalhadores. ", "mostrar que a ocupação de regiões interioranas abriu frentes de trabalho para a população local. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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TEXTO I Ela acorda tarde depois de ter ido ao teatro e à dança; ela lê romances, além de desperdiçar o tempo a olhar para a rua da sua janela ou da sua varanda; passa horas no toucador a arrumar o seu complicado penteado; um número igual de horas praticando piano e mais outras na sua aula de francês ou de dança. Comentário do Padre Lopes da Gama acerca dos costumes femininos [1839] apud SILVA, T. V. Z. Mulheres, cultura e literatura brasileira. Ipotesi — Revista de Estudos Literários, Juiz de Fora, v. 2. n. 2, 1998. TEXTO II As janelas e portas gradeadas com treliças não eram cadeias confessas, positivas; mas eram, pelo aspecto e pelo seu destino, grandes gaiolas, onde os pais e maridos zelavam, sonegadas à sociedade, as filhas e as esposas. MACEDO, J. M. Memórias da Rua do Ouvidor [1878]. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 20 maio 2013 (adaptado). A representação social do feminino comum aos dois textos é o(a)
{ "text": [ "submissão de gênero, apoiada pela concepção patriarcal de família. ", "acesso aos produtos de beleza, decorrência da abertura dos portos. ", "ampliação do espaço de entretenimento, voltado às distintas classes sociais. ", "proteção da honra, mediada pela disputa masculina em relação às damas da corte. ", "valorização do casamento cristão, respaldado pelos interesses vinculados à herança. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente. CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques. Scientiae Studia, São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado). Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em
{ "text": [ "expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes. ", "oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia. ", "ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso. ", "explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos. ", "explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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Empresa vai fornecer 230 turbinas para o segundo complexo de energia à base de ventos, no sudeste da Bahia. O Complexo Eólico Alto Sertão, em 2014, terá capacidade para gerar 375 MW (megawatts), total suficiente para abastecer uma cidade de 3 milhões de habitantes. MATOS, C. GE busca bons ventos e fecha contrato de R$ 820 mi na Bahia. Folha de S. Paulo, 2 dez. 2012. A opção tecnológica retratada na notícia proporciona a seguinte consequência para o sistema energético brasileiro:
{ "text": [ "Redução da utilização elétrica. ", "Ampliação do uso bioenergético. ", "Expansão das fontes renováveis. ", "Contenção da demanda urbano-industrial. ", "Intensificação da dependência geotérmica. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma revolução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no Parlamento e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade. NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha, 2000 (adaptado). No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim da escravidão no Brasil, no qual
{ "text": [ "copiava o modelo haitiano de emancipação negra. ", "incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais. ", "optava pela via legalista de libertação. ", "priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores. ", "antecipava a libertação paternalista dos cativos. " ], "label": [ "A", "B", "C", "D", "E" ] }
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