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Behavior and Social Issues Journal of the Experimental Analysis of Behavior Journal of Applied Behavior Analysis The Behavior Analyst The Psychological Record B.F. Skinner Foundation Categoria Filosofia Categoria Behaviorismo Categoria Escolas da psicologiaO Behaviorismo Metodológico, atribuido a John B. Watson, surgiu em oposição à introspecção e ao mentalismo. Watson argumentava que qualquer observador pode medir objetivamente o comportamento publicamente observável justamente porque, diferentemente dos processos cognitivos, que são privados, o comportamento é público. Duas pessoas podem observar o mesmo comportamento - por exemplo, um rato virando à direita num labirinto - e concordar com o que observam. Em seu manifesto de 1913, afirmou A psicologia, como um behaviorista à vê, é um ramo puramente objetivo da Ciência Natural. Seu objetivo teórico é a previsão e o controle do comportamento. A introspecção não é parte essencial de seu métodos ... o behaviorista, em seus esforços para conseguir um esquema unitário das respostas animais, não reconhece uma linha divisória entre homem e besta. 1913, p. 1, colchetes adicionados .
Watson não negava o papel da hereditariedade sobre o condicionamento dos organismos. Pelo contrário, alicerçou a construção de seu behaviorismo sobre o que para ele eram fatos, hereditariedade e hábitos A psicologia que eu devo tentar construir tomaria como ponto de partida, primeiro, o fato observável que organismos, como homem e animal, realmente ajustam-se ao seu ambiente por meio de equipamentos tais como hereditariedade e hábito. Esses ajustamentos podem ser muito adequados ou podem ser tão inadequados que o organismo mal mantém sua existência segundo, que certos estímulos guiam os organismos a realizar as respostas. p. 167 .Em seguida, tomando seu trabalho com pássaros como exemplo ele prossegue Para entender mais completamente a relação entre o que era hábito e o que era hereditariedade naquelas respostas, eu peguei pássaros jovens e os criei. Desta maneira, eu fui capaz de estudar a ordem de aparecimento dos ajustamentos de hereditariedade e sua complexidade, e em seguida o início da formação do hábito. p. 167 Ou seja, para Watson os organismos não apenas possuem um equipamento que assegura a hereditariedade, para ele é tarefa do behaviorista separar o efeito da hereditariedade genético do efeito do hábito condicionamento . Watson arguia que toda atividade humana era condicionada e é condicionável, a despeito da variação na constituição genética.
Watson arguia que não existe uma coisa chamada consciência, a definindo como uma ficção explanatória.
Watson era um escritor popular e persuasivo. Ainda assim, a ênfase de Watson sobre o condicionamento foi considerada extrema, até mesmo na época. Burrhus Frederic Skinner critica Watson pela sua negação das características genéticas, assim como pela sua tendência a generalizar, sem base em dados reais. B. F. Skinner, a despeito de tais críticas, nunca se referiu diretamente a J. B. Watson como um behaviorista metodológico ou behaviorista meramente metodológico.
http www.abpmc.org.br Categoria BehaviorismoPietro da Cortona O triunfo da Divina Providência, 1633-1639. Afresco em teto do Palazzo Barberini, Roma Barroco é o estilo artístico que floresceu entre o final do e meados do , inicialmente na Itália, difundindo-se em seguida pelos países católicos da Europa e da América, antes de atingir, em uma forma modificada, as áreas protestantes e alguns pontos do Oriente. Considerado como o estilo correspondente ao absolutismo e à Contrarreforma, distingue-se pelo esplendor exuberante. De certo modo o Barroco foi uma continuação natural do Renascimento, porque ambos os movimentos compartilharam de um profundo interesse pela arte da Antiguidade clássica, embora interpretando-a diferentemente. Enquanto no Renascimento o tratamento das temáticas enfatizava qualidades de moderação, economia formal, austeridade, equilíbrio e harmonia, o tratamento barroco de temas idênticos mostrava maior dinamismo, contrastes mais fortes, maior dramaticidade, exuberância e realismo e uma tendência ao decorativo, além de manifestar uma tensão entre o gosto pela materialidade opulenta e as demandas de uma vida espiritual. Mas nem sempre essas características são bem evidentes ou se apresentam todas ao mesmo tempo. Houve uma grande variedade de abordagens que foram englobadas sob a denominação genérica de arte barroca, com certas escolas mais próximas do classicismo renascentista e outras mais afastadas dele, o que tem gerado muita polêmica e pouco consenso na conceituação e caracterização do estilo. Para muitos pesquisadores o Barroco constitui não apenas um estilo artístico, mas todo um movimento sociocultural, onde se formularam novos modos de entender o mundo, o homem e Deus. As mudanças introduzidas pelo espírito barroco se originaram, pois, de um grande respeito pela autoridade da tradição clássica, e de um desejo de superá-la com a criação de obras originais, dentro de um contexto sociopolítico que já se havia modificado profundamente em relação ao período anterior.
O rapto das Sabinas, de Giambologna, de 1582, na Loggia dei Lanzi, em Florença, uma das mais conhecidas obras do maneirismo Desde o Renascimento, a Itália se tornara o maior polo de atração de artistas em toda a Europa e, no início do , Roma, sede do Papado católico e capital dos Estados Pontifícios, se tornara o maior centro irradiador de influência artística, tendo a Igreja Católica como o mais pródigo mecenas. Mas, desde lá, tendo passado por invasões dramáticas, como a que culminou no Saque de Roma de 1527, e sofrendo com agitação interna, a Itália havia perdido muito prestígio e força política, e ainda que continuasse a ser a maior referência na cultura europeia, a atmosfera otimista do Renascimento havia se desvanecido. Os progressos na filosofia, nas ciências e nas artes, o florescer do humanismo, não evitaram a fome, as guerras e as epidemias, e a fé no homem como imagem da Divindade e no mundo como um novo den em potencial um mote recorrente no Renascimento contrastava com o cinismo e a brutalidade da política, a vaidade do clero, a eterna opressão do povo, surgindo uma nova corrente cultural a que se deu o nome de Maneirismo erudita, sofisticada, preciosista, com forte senso decorativo, experimental, e muitas vezes hermética, carregada de dúvidas e agitação. Na religião, o poder papal teve de enfrentar a Reforma Protestante, um evento com amplas repercussões políticas e sociais, que pôs um fim à unidade do cristianismo e solapou a influência católica sobre os assuntos seculares de toda a Europa, que antes era imensa. Além das diferenças de doutrina, onde se incluía a condenação do culto às imagens, os protestantes denunciaram o luxo excessivo dos templos e a corrupção do clero católico. Suas igrejas rapidamente se esvaziaram de estátuas e pinturas devocionais e de decoração. A reação católica foi orquestrada a partir da convocação do Concílio de Trento 1545-1563 , o marco inicial da Contrarreforma, numa tentativa de refrear a evasão de fiéis para o lado protestante e a perda de influência política da Igreja. Ao mesmo tempo que fazia uma revisão na doutrina, estabelecendo uma nova abordagem do conceito de Deus, a Contrarreforma tentou moralizar o clero e disciplinar a produção de arte sacra, pretendendo enfatizar sua utilidade como instrumento de proselitismo. Longas guerras de religião se seguiriam ao cisma protestante nas décadas seguintes, devastando muitas regiões. Na economia, a abertura de novas rotas comerciais pelas grandes navegações deixou a Itália fora do centro do comércio internacional, deslocando o eixo econômico para as nações do oeste europeu. Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Países Baixos eram as novas potências navais, cuja ascensão política era financiada pelas riquezas coloniais e o comércio em expansão. A arte desses países se beneficiou enormemente desse novo afluxo de riquezas. Murray Edelman, fazendo um balanço da arte deste período, disse que Os pintores e escritores maneiristas do eram menos realistas do que seus predecessores da Alta Renascença, mas eles reconheceram e ensinaram muito sobre como a vida pode se tornar motivo de perplexidade através da sensualidade, do horror, do reconhecimento da vulnerabilidade, da melancolia, do lúdico, da ironia, da ambiguidade e da atenção a diversas situações sociais e naturais. Suas concepções tanto reforçaram como refletiram a preocupação com a qualidade da vida cotidiana, com o desejo de experimentar e inovar, e com outros impulsos de índole política. ... possível que toda arte apresente esta postura, mas o Maneirismo a tornou especialmente visível.
Andrea Pozzo Apoteose de Santo Inácio, teto da Igreja de Santo Inácio de Loyola, Roma Jacob Jordaens A família do artista, Museu do Prado Antoine Coysevox A Fama do Rei cavalgando Pégaso, originalmente no Parque de Marly, hoje no Louvre A convocação do Concilio de Trento teve profundas consequências para a arte produzida na área de influência da Igreja Católica a teologia assumiu o controle e impôs restrições às excentricidades maneiristas buscando reiterar a continuidade da tradição católica, recuperar o decoro na representação, criar uma arte mais compreensível pelo povo e homogeneizar o estilo. Desde então tudo devia ser submetido de antemão ao crivo dos censores, desde o tema, a forma de tratamento e até mesmo a escolha das cores e dos gestos dos personagens. Nesse processo a Ordem dos Jesuítas foi de especial importância. Afamados pelo seu refinado preparo intelectual, teológico e artístico, os jesuítas exerceram enorme influência na determinação dos rumos estéticos e ideológicos seguidos pela arte católica, estendendo sua presença para a América e o Oriente através de suas numerosas missões de evangelização. Também foram grandes responsáveis pela preservação da tradição do Humanismo renascentista, e, longe de serem conservadores como às vezes foram considerados, atuaram na vanguarda da arte da época e promoveram o maior movimento de revivalismo da filosofia do classicismo pagão desde aquele patrocinado por Lorenzo de Medici no . Nesse novo cenário, a arte palaciana e sofisticada do Maneirismo já não encontrava lugar, e se tornara especialmente imprópria para a representação sacra. Enfrentando a poderosa concorrência protestante, que lhe roubava multidões, a orientação da Igreja Católica agora era na direção de se produzir uma arte que pudesse cooptar a massa do povo, apelando para o sensacionalismo e uma emocionalidade intensa. O estilo produzido por este programa se provou desde logo ambíguo pregava a espiritualidade mas usava de todos os meios materiais para a sensibilização sensorial do público. As imagens eram criadas com formas naturalistas como meio de serem imediatamente compreendidas pelo povo inculto, mas faziam uso de complexos recursos ilusionísticos e dramáticos, de efeito grandioso e teatral, para acentuar o apelo visual e emotivo e estimular a piedade e a devoção. São especialmente ilustrativos os grandes painéis pintados nos tetos nas igrejas católicas nesse período, que aparentemente dissolvem a arquitetura e se abrem para visões sublimes do Paraíso, povoado de santos, anjos e do Cristo. Ainda que alimentado pelo movimento contrarreformista, o Barroco não se limitou ao mundo católico, afetando também áreas protestantes como a Alemanha, Países Baixos e Inglaterra, mas por outros motivos, descritos adiante. Outro elemento de importância para a formação da estética barroca foi a consolidação das monarquias absolutistas, que através da arte procuraram consagrar os valores que defendiam. Os palácios reais passaram a ser construídos em escala monumental, a fim de exibir visivelmente o poder e a grandeza dos Estados centralizados, e o maior exemplo dessa tendência é o Palácio de Versalhes, erguido a mando de Luís XIV da França. Por outro lado, nesta mesma época a burguesia começou a se afirmar como uma classe economicamente influente, e com isso passou a se educar e abrir um novo mercado consumidor de arte. Tendo preferências estéticas distintas da realeza, foi importante para a formação de certas escolas barrocas mais ligadas ao realismo. Por fim, outra força ativa foi um renovado interesse no mundo natural e uma gradativa ampliação dos horizontes culturais através da exploração do globo e do desenvolvimento da ciência, que trouxeram uma consciência da insignificância do homem em meio à vastidão do universo e da insuspeitada complexidade da natureza. O desenvolvimento da pintura de paisagem durante o Barroco foi um reflexo desses novos descobrimentos. Na economia a principal mudança foi a formação de um sistema de mercado internacional através do desenvolvimento do sistema colonial nas Américas e Oriente, com a escravidão como uma das bases de seu funcionamento. O sistema bancário também foi aprimorado, as práticas de comércio se tornaram mais complexas e a importação de produtos coloniais, como o café, tabaco, arroz e açúcar, transformou hábitos culturais e a dieta. Junto com a afluência para a Europa de outros bens da colônia, incluindo grandes quantidades de ouro, prata e diamantes, o sucesso do sistema mercantil europeu enriqueceu o continente e afetou as relações sociais e políticas, originando novas regras de diplomacia e etiqueta, além de financiar um grande florescimento artístico. Os séculos XVII e XVIII, período principal de vigência do Barroco, continuaram a ser marcados por numerosas mudanças na situação política europeia e pelo conflito constante. Foi assinalado que entre 1562 e 1721 a Europa como um todo não conheceu a paz senão em quatro anos. A maior guerra deste período foi a Guerra dos Trinta Anos 1618-1648 , que envolveu a Espanha, França, Suécia, Dinamarca, Países Baixos, ustria, Polônia, Império Otomano e Sacro Império. De início desencadeada pela disputa entre católicos e protestantes, logo repercutiu para o campo secular em questões dinásticas e nacionalistas. Na conclusão do confronto, a Paz de Vestfália determinou uma reorganização ampla na geografia política continental, favoreceu o fortalecimento de Estados absolutistas, enfraqueceu outros, mas reconheceu a impossibilidade da reunificação do Cristianismo, que foi deslocado como força política pelas realidades práticas da política secular.
Nesse processo de amplas e continuadas mudanças se juntaram a religião, a filosofia moral e as ciências, na tentativa de melhor estudar a adaptabilidade por parte dos indivíduos em meio a um contexto agitado e incerto, bem como pesquisar a natureza e motivações do ser humano, a fim de que o conhecimento resultante fosse usado para fins práticos definidos, como por exemplo, a melhor doutrinação religiosa e o melhor manejo das massas pelas elites. Segundo José Antonio Maravall, na cultura da época, o autoconhecimento, desejado desde o tempo de Sócrates, agora se revestia de um caráter tático, racional e utilitarista. E a partir do autoconhecimento e autodomínio, se acreditava que se conheceria o íntimo de todos os homens, e se poderia dominar a natureza e o ambiente social com mais facilidade, um processo que ficou explícito por exemplo na obra dos poetas Corneille e Gracián, dizendo que o homem era um microcosmo, e ao dominar-se se tornava mestre do mundo. Esse autoconhecimento possibilitava ainda que se fizessem previsões sobre tendências e comportamentos futuros, individuais e coletivos, aproveitando oportunidades e evitando desgraças. Nesse sentido, a cultura barroca foi essencialmente pragmática e regulada pela prudência, considerada no período a maior das virtudes a serem adquiridas. Diversos políticos e moralistas barrocos a enalteceram como meio de se manter alguma ordem e controle num mundo em eterna mudança. Philippe de Champaigne Vaidade, c. 1671. Museu de Tessé, Le Mans Nessa pesquisa do ser humano um papel importante foi desempenhado pela medicina, considerando-se que se acreditava que as funções e aspecto do corpo refletiam condições da alma, e assim o estudo do corpo humano influenciou conceitos religiosos e morais, fazendo com que muitos doutores se sentissem habilitados a discorrer sobre economia, política e moralidade. Ao mesmo tempo, o estudo intensificado da anatomia humana e sua ampla divulgação em livros científicos e gravuras atraiu a atenção dos artistas, se multiplicaram representações do corpo morto em detalhe, e a descrição artística da morte e dos cadáveres e esqueletos foi usada para se meditar sobre os fins últimos da existência e da condição humana. O mesmo impulso científico alimentou o interesse pela psicologia e pela análise das emoções e motivações através da fisionomia física do indivíduo, considerada o espelho do seu estado de espírito, o que possibilitou a formulação de categorizações para os tipos caracterológicos. Ainda que a religião tenha preservado uma grande ascendência sobre as pessoas, ela começou a declinar diante do crescente racionalismo e pragmatismo promovidos pela ciência e pela nova realidade política, desafiando antigas crenças fundamente enraizadas foi a época da chamada revolução científica. s vezes o conflito entre ciência e religião ainda se revelou momentoso, como por exemplo na condenação de Galileu pela Inquisição, mas os avanços foram rápidos e variados. O Renascimento havia preparado um ambiente receptivo para a disseminação de novas ideias sobre ciência e filosofia, e a principal questão da época era a proposta por Michel de Montaigne O que eu conheço , ou seja, estava aberta a dúvida sobre a natureza do conhecimento e suas relações com a fé, a razão, a autoridade, a metafísica, ética, política, economia e ciência natural. A atitude de questionamento foi a marca da obra de grandes cientistas e filósofos da época, como Descartes, Pascal e Hobbes, cujas obras lançaram as bases de um novo método de pesquisa e de um novo modo de pensar, centrado no racionalismo e expandido para todos os domínios do entendimento e da percepção, repercutindo profundamente na maneira como o homem via o mundo e a si mesmo.
Charles Le Brun A apoteose de Luís XIV, 1677. A arte acadêmica a serviço do Estado O espírito analítico da época influiu até mesmo na teoria da arte. Fortalecendo uma tendência que havia iniciado timidamente no , o Barroco foi o período em que se estruturaram as academias de arte e se fundou o método de ensino rigorosamente normatizado e categorizado conhecido como academismo, que teria imensa influência sobre toda a arte europeia pelos séculos vindouros. Depois de ensaios irregulares na Itália, o sistema acadêmico desabrochou na França no reinado de Luís XIV, onde foram criadas as primeiras academias de abrangência nacional para as várias modalidades da arte e ciências, das quais uma das mais notáveis e influentes foi a Academia Real de Pintura e Escultura. Sob a direção de Charles Le Brun e o patrocínio real a Academia se tornou o principal braço executivo de um programa de glorificação da monarquia absolutista de Luís XIV, estabelecendo definitivamente a associação da escola com o Estado e com isso revestindo-a de enorme poder diretivo sobre todo o sistema de arte francês, o que veio a contribuir para tornar a França o novo centro cultural europeu, deslocando a supremacia até então italiana. Neste período a doutrina acadêmica atingiu o auge de seu rigor, abrangência, uniformidade, formalismo e explicitude, e segundo Barasch em nenhum outro momento da história da teoria da arte a ideia de Perfeição foi mais intensamente cultivada como o mais alto objetivo do artista, tendo como modelo máximo a produção da Alta Renascença italiana, daí que no caso francês o Barroco sempre permaneceu mais ou menos afiliado à tradição clássica. Enquanto que para os renascentistas italianos a arte era também uma pesquisa do mundo natural, para Le Brun era acima de tudo o produto de uma cultura adquirida, de formas herdadas e de uma tradição estabelecida. Assim a Itália ainda era uma referência inestimável. Pierre Bourdieu afirmou que a criação do sistema acadêmico significou a formulação de uma teoria em que a arte era uma encarnação dos princípios da Beleza, da Verdade e do Bem. A ênfase no virtuosismo técnico e na referência aos modelos da Antiguidade clássica, que ligavam a Arte à tica, expressavam uma visão, primeiro, de uma ordem social concebida em fundamentos morais e, segundo, do artista como um pedagogo, um erudito e um humanista. As academias, que a partir do fim do se multiplicaram pela Europa e Américas, foram importantes para a elevação do status profissional dos artistas, afastando-os dos artesãos e aproximando-os dos intelectuais. Também tiveram um papel fundamental na organização de todo o sistema de arte, pois além do ensino superior profissionalizante monopolizaram a ideologia cultural, o gosto, a crítica, o mercado e as vias de exibição e difusão da produção artística, e estimularam a formação de coleções didáticas que acabaram por ser a origem de muitos museus de arte. Essa vasta influência se deveu principalmente à sua estreita associação com o poder constituído dos Estados, sendo via de regra veículos para a divulgação e consagração de ideários não apenas artísticos, mas também políticos e sociais.
Rubens As consequências da guerra, 1637-38. Palazzo Pitti, Florença Bernini xtase de Santa Teresa, 1625 Usualmente, considera-se que o termo barroco originalmente significaria pérola irregular ou imperfeita, um termo cuja origem é obscura, pode derivar do português antigo, do espanhol, do francês ou do árabe. Segundo outras opiniões, porém, o termo tem origem em uma fórmula mnemotécnica usada pelos escolásticos para designar um dos modos do silogismo, o que daria ao termo um sentido pejorativo de raciocínio estranho, tortuoso, que confunde o falso com o verdadeiro. A palavra rapidamente ganhou circulação nas línguas francesa e italiana, mas nas artes plásticas só foi usada no fim do período em questão, quando novos classicistas começaram a criticar excessos e irregularidades de um estilo já então visto como decadente e uma simples degeneração dos princípios clássicos. Na própria Itália em que nasceu, durante muito tempo foi considerado como o período em que a arte chegou ao seu nível mais baixo pesada, artificial, de mau gosto e dada a extravagâncias e contorções injustificáveis e incompreensíveis. A carga pejorativa que se ligou ao Barroco só começou a ser dissolvida em meados do , a partir dos estudos de Jacob Burckhardt e Heinrich W lfflin. W lfflin o descreveu contrapondo-o ao Renascimento, definindo cinco traços genéricos principais que se tornariam canônicos a primazia da cor e da mancha sobre a linha da profundidade sobre o plano das formas abertas sobre as fechadas da imprecisão sobre a clareza, e da unidade sobre a multiplicidade. Arnold Hauser explicou a categorização de W lfflin, dizendo que a busca de um efeito essencialmente pictórico e não gráfico procurava criar uma impressão de ilimitado, imensurável, infinito, dinâmico, subjetivo e inapreensível o objeto se tornava um devir, um processo, e não uma afirmação final. Cabe lembrar aqui que na Renascença o desenho tivera a primazia em todas as artes visuais, sendo considerado a expressão mais pura da lógica, da razão e do Intelecto Divino que habitava o homem, e o meio por excelência para capturar na matéria a primeira manifestação da ideia criativa abstrata, e por isso a cor, associada à emoção no ordenamento clássico do mundo, um elemento irracional, caótico e imprevisível, e por isso inferior , lhe ficava subordinada. A preferência pela espacialidade profunda sobre a rasa acompanhava o mesmo gosto por estruturas dinâmicas, a mesma oposição a tudo o que parecia por demais estável, a todas as fronteiras rígidas, refletindo uma visão de mundo em perpétuo movimento e mudança. O recurso favorito dos artistas barrocos para a criação de um espaço dinâmico e profundo foi o emprego de primeiros planos magnificados com objetos aparentemente bem ao alcance do observador, justapostos a outros em dimensões reduzidas num plano de fundo muito recuado. Também foi comum o uso do escorço pronunciado e da perspectiva multifocal. Segundo Hauser, a tendência barroca de substituir o absoluto pelo relativo, a limitação pela liberdade, é expressa mais nitidamente no uso de formas abertas. Numa composição clássica, a cena representada é um todo autossuficiente e autocontido, todos os seus elementos são inter-relacionados e interdependentes, nada é supérfluo ou casual e tudo veicula um significado preciso, enquanto que uma obra barroca parece mais frouxamente organizada, com vários elementos parecendo arbitrários, circunstanciais ou incompletos, produtos de uma fantasia que adquire valor por si mesma e não pretende ser essencial ao discurso visual, tendo antes um caráter decorativo e improvisatório. Além disso, na forma clássica a linha reta, o equilíbrio e as coordenadas ortogonais são elementos fortes na articulação da composição, mas no Barroco a preferência passa para as diagonais, para a assimetria, as formas curvas e espiraladas, desprezando a orientação provida pelos limites físicos da obra, se organizando livremente pelo espaço disponível e parecendo poder continuar para além da moldura. Esses mesmos traços falam pela relativa pouca clareza na apresentação das cenas, sendo mais difícil do que em uma obra classicista compreender o conjunto de uma só vez. Paradoxalmente, apesar dessas características contribuírem para dar à obra barroca um aspecto mais difuso, fragmentário e complexo, pareceu a W lfflin que havia entre os barrocos um forte desejo de atingir uma unidade sintética em suas obras, coordenando e subordinando os elementos díspares na direção de um efeito final de conjunto unificado, refletindo a busca por princípios compositivos mais eficientes. Poussin Os pastores de Arcadia Et in Arcadia ego Originalmente o estilo nasceu fortemente ligado à Contrarreforma, especialmente à arte jesuíta, e W lfflin concebeu sua definição pensando principalmente nas artes visuais. No entanto, desde então os teóricos da arte têm tentado testar a definição e expandi-la para outros contextos, mas essa tentativa provou-se dificultosa, e pouco consenso foi conseguido. Críticos e historiadores da arte contemporâneos contestam, por exemplo, a existência do Barroco como um movimento artístico, considerando, em primeiro lugar, que o termo nunca existiu durante o período histórico a que se refere. Até a metade do , nenhum texto ou obra se auto-descreve como barroco. Segundo Leon Kossovitch, somos nós, enquanto periodizadores, que inventamos essa categoria de pensamento. Kossovitch conclui que essa operação periodizadora é absolutamente nefasta, por achatar as diferenças, forçando unificações. Essa unificação forçada teria levado, por exemplo, W lfflin a excluir Nicolas Poussin do seu esquema, por não se encaixar no que entendia como Barroco. Assim, segundo alguns críticos, barroco seria um conceito apriorístico, engendrado com base no esquema w lffliniano de oposições entre clássico e barroco. Tal esquema teria resultado no estabelecimento de uma ordenação linear dos estilos artísticos em que o Clássico necessariamente precede o Barroco. Ao mesmo tempo, dificulta o reconhecimento de outras tendências estéticas existentes na mesma época. Palácio Nacional de Mafra Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Rio de Janeiro Ao contrário do Renascimento, que buscava criar através da arte um mundo de formas idealizadas, purificadas de suas imperfeições e idiossincrasias individuais, dentro de uma concepção fixa do universo, durante o Barroco a mutabilidade das formas e da natureza e o dinamismo dos seus elementos concentraram a atenção. Ainda que os modelos do Classicismo idealista tenham permanecido uma referência importante, a interpretação barroca lhes deu uma feição em muitos pontos anticlássica, pela sua ênfase na emoção, no drama, no movimento, no espetaculoso e no teatral, pelo seu grande amor ao ornamento complexo e ao virtuosismo, pelo registro das formas com suas imperfeições naturais e pela liberdade concedida ao artista para experimentar, num contexto em que se tentava conciliar a realidade com o mundo transcendental. As construções monumentais erguidas durante o Barroco, como os palácios e os grandes teatros e igrejas, e mesmo os ambiciosos planos barrocos de reurbanização de cidades inteiras, buscavam impactar os sentidos pela sua exuberância, opulência e grandiosidade, propondo uma integração entre as várias linguagens artísticas e prendendo o observador numa atmosfera catártica, retórica e apaixonada. Para Nicolau Sevcenko, nenhuma obra de arte barroca pode ser analisada adequadamente desvinculada de seu contexto, pois sua natureza é sintética, aglutinadora e envolvente. Mas todas estas características têm o problema de serem elas mesmas dificilmente definíveis com clareza, são aplicáveis para alguns outros estilos além do Barroco, e a ausência de uniformidade em seu uso entre os historiadores da arte complica muito a compreensão do estilo como um movimento unificado antes, parece atestar que pouca unidade existiu em tudo o que comumente é chamado em bloco de arte barroca. Além disso, o conceito de barroco tem sido transportado para áreas alheias à arte, como a política, a psicologia, a ética, a história e a ideologia social, fazendo dele mais do que um estilo artístico, mas todo um período histórico, o que englobaria democraticamente todas as variadas expressões na arte, na cultura e na sociedade correntes no período delimitado. E há quem diga que barroco é um princípio genérico independente de época, que aparece periodicamente na história da arte e da cultura desde tempos remotos até a contemporaneidade, em oposição à sua antítese, o clássico. Parte desse problema de definição do que é o Barroco deriva da grande variedade de abordagens entre as várias regiões em que foi cultivado e entre os artistas individualmente. Como lembrou Braider, ainda que em certos lugares o Barroco tenha se revelado bastante típico, como por exemplo na Itália e Espanha, a identificação do estilo se torna mais árdua e esparsa na Inglaterra, Alemanha, França e nos Países Baixos, a não ser que se reconheça que o Barroco foi muito mais diversificado e difícil de definir do que tem sido hábito pensar. Germain Bazin chegou a delimitar oito sub-correntes principais dentro do Barroco, um indicativo de sua grande heterogeneidade, e Giancarlo Maiorino disse que o Barroco continua sendo uma das bestas mais indomáveis da selva da crítica de arte. Apesar de tantas contradições internas e discórdia entre a crítica a respeito de sua definição, o conceito de Barroco, na linha do que W lfflin definiu, permanece sendo usado na vasta maioria da literatura especializada, e por mais candentes que se revelem os debates, sua utilidade prática raramente é posta em questão.
Tem sido dito que o Barroco teve precursores já na Alta Renascença, em obras como o Incêndio no Burgo, de Rafael, ou nas obras maduras de maneiristas como Michelangelo, Tintoretto, Giambologna, Barocci e outros, mas usualmente se refere seu início estando na passagem do para o . A data de seu fim é muito mais polêmica. Alguns indicam a passagem do para o , outros dão meados do , e outros ainda o estendem mais. Parte da confusão permanece por causa da indefinição do que é Rococó, uma corrente que surgiu em meados do , e que se sobrepõe à fase final do Barroco estendido. Geralmente o Rococó é visto como um estilo independente, mas em boa parte da bibliografia é tratado apenas como uma variante modernizada do Barroco. Na Europa de modo geral quando iniciava o o Barroco estava definitivamente sepultado, mas muitas escolas provincianas da América Latina perseveraram nessa tradição até o início do . Desta forma, é difícil indicar quando termina o Barroco, pois cada região se desenvolveu ao longo de linhas próprias e os conceitos definidores dos estilos ainda são polêmicos..
Memorial do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, um projeto neobarroco de Theodor Wiederspahn, início do Depois da proposição feita por Eugenio d Ors, muitos críticos consideram que o Barroco, mais do que um estilo particular, é um princípio constante na história da arte e da cultura, um princípio que enfatiza o drama, o contraste, a vitalidade exuberante, o exagero, contrapondo-se periodicamente com sua antítese, um princípio que veio a ser chamado Clássico, que prima pela economia, lógica, equilíbrio e harmonia. Assim, por exemplo, a escola helenista de escultura já foi chamada de barroca, para salientar sua diferença em relação à escola clássica. Da mesma forma, vários escritores modernos e contemporâneos têm acusado um retorno a princípios formais e estéticos barrocos ao longo do , fazendo uso de recursos retóricos tipicamente encontrados nas artes visuais e literárias no que pouco se relacionam à tradição clássica. Gregg Lambert argumentou que um design barroco é visível na contemporaneidade quando se usa a metalinguagem e a intertextualidade, a pintura dentro da pintura, ou o texto dentro do texto. Michel Foucault enfatizou essa transformação epistemológica quando disse que no período moderno os limites da verdade já não se encaixam nas categorias clássicas, significando que hoje existe uma forma de conhecimento que está constantemente se expondo à autoanulação pela mesma retórica pela qual este conhecimento se estrutura, quando a descrição artística da experiência real se aproxima da ficção e da paródia, e quando toda a face da cultura assume um aspecto de farsa e encenação. A hipótese de um retorno ao Barroco se torna mais plausível quando se lembra que a própria definição do Barroco histórico até agora é muito mal estabelecida, e já foi suposto que o Barroco como uma entidade particular se trata mais de um artefato, uma ficção da crítica, do que uma realidade viva. Para Gilles Deleuze, Barroco é apenas um conceito e uma razão suficientes por si mesmos, desvinculados da história, que pertencem à mesma categoria que o conceito de Deus. Raymond Williams defendeu a existência do Barroco contemporâneo, ou Neobarroco, como o chamam alguns, através da alegação de que todas as estruturas culturais apresentam traços residuais de épocas pregressas, opinião que é compartilhada com José Maravall e Frederic Jameson, entre outros. Octavio Paz e José Lezama Lima encontraram características barrocas na poesia espanhola e latinoamericana recente, muito da arquitetura eclética do período entre o fim do e o início do foi considerada barroquizante, com vários exemplos encontrados também na escultura, nas artes decorativas, na joalheria e na música. Angela Ndalianis afirmou que o gosto atual pelo espetáculo e pelo ilusionismo especialmente óbvios no sucesso que fazem o cinema e a televisão pela multimídia e interatividade, e pelo o princípio da abolição da moldura, que leva a forma a extrapolar limites convencionais, tipificam a produção artística contemporânea e são paralelos claros com a cultura do Barroco histórico. Henri Focillon também fez eco a estas alegações quando disse que as formas independem do tempo e são recorrentes ao longo da história, e a corrente pós-moderna é classificada por alguns autores, como Omar Calabrese e Umberto Eco, como neobarroca.
Escola cuzquenha, Mestre de Calamarca Letiel Dei, Arcanjo arcabuzeiro, , cópia moderna O carnaval do Rio, corriqueiramente visto como uma festa barroca pela sua opulência e exuberância Em virtude da colonização da América por países europeus naturalmente se transportou o Barroco para o Novo Mundo, encontrando um terreno especialmente favorável nas regiões dominadas pela Espanha e Portugal, ambos os países sendo monarquias centralizadas e irredutivelmente católicas, por extensão sujeitas a Roma e adeptas do Barroco contrarreformista mais típico. Artistas europeus migraram para a América e fizeram escola, e junto com a grande penetração de missionários católicos, muitos dos quais eram artistas habilidosos, criou-se um Barroco multiforme e não raro influenciado pelo gosto popular. Os artesãos escravos muito contribuíram para dar a esse Barroco feições únicas. Os principais centros de cultivo do Barroco americano foram o Peru, o Equador, o Paraguai, a Bolívia, o México e o Brasil. de destacar com especial interesse o chamado Barroco missioneiro, desenvolvido no âmbito das reduções guaranis do Brasil, Bolívia, Argentina e Paraguai, aldeamentos de indígenas organizados por missionários católicos no intuito de convertê-los à fé cristã e aculturá-los ao modo de vida ocidental, formando um Barroco híbrido com influência da cultura nativa, onde floresceram muitos artesãos e músicos índios, até literatos, alguns de grande habilidade e talento próprio. Relatos dos missionários repetem muitas vezes que a arte ocidental, especialmente a música, exercia um impacto hipnótico sobre os silvícolas, e as imagens de santos eram vistas como dotadas de grandes poderes. Converteram-se muitos índios, e criou-se uma forma de devoção mestiça, de intensidade apaixonada, carregada de misticismo, superstição e teatralidade, que se deleitava com missas festivas, concertos sacros e autos de mistérios. A Escola de Cuzco de pintura, por sua vez, fundada pelos jesuítas Juan igo de Loyola e Bernardo Bitti, junto com alguns outros mestres, contou com a participação de índios incas, um povo de sofisticada cultura própria, que deram sua própria contribuição estética. Produziu-se uma escola original, sincrética e de tendência fortemente ornamental, cuja influência se espalhou a partir do por todo Vice-Reino do Peru e até hoje permanece em atividade, com poucas modificações em seus princípios estéticos. De fato, o Barroco parece resistir e se tornar cada vez mais popular, tanto em sua manifestação histórica como em suas atualizações. Muitos autores latinoamericanos consideram que ele permanece vivo como um princípio organizador específico em seus países, e o entendem como uma manifestação de autenticidade e originalidade de suas culturas. Segundo disse John Beverley, que ensina na Universidade de Pittsburgh, uma das poucas universidades norteamericanas que possuem um departamento de literatura latinoamericana, seus alunos são na maioria latinoamericanos de língua espanhola, são inspirados pelos trabalhos de Alejo Carpentier, Lezama Lima, Severo Sarduy, Nestor Perlongher, e são muito interessados na ideia de que um definido caráter neobarroco os distingue da cultura norteamericana, que caracterizam como dominada pelo espírito do business e da indústria, ao passo que veem suas próprias culturas neobarrocas como regidas pelos princípios da poesia, do exotismo, do excesso visual, da alegria, da originalidade e da mestiçagem. No Brasil não é diferente, o Barroco é largamente considerado um dos mais importantes elementos formadores da identidade nacional, desde os anos 30 vem sendo revisitado com cada vez maior frequência, processo iniciado pelo próprio governo, gerou volumosa bibliografia, foi reconhecido e louvado por estrangeiros e foi chamado por Affonso Romano de Sant Anna de a alma do Brasil, uma frase que se tornou lugar-comum e cujo significado é parte do discurso oficial. Mais do que isso, dizem muitos que o espírito barroco permanece identificável em grande número de manifestações culturais brasileiras contemporâneas. Como sintetizou Zuenir Ventura, O Barroco não foi. Ele ainda é, continua presente em quase todas as manifestações da cultura brasileira, da arquitetura à pintura, da comida à moda, passando pelo futebol e pelo corpo feminino.... Barroca é a técnica de composição que Villa-Lobos usou para criar suas nove Bachianas. Barroco é o cinema de Glauber Rocha, é nossa exuberante natureza, é o futebol de Pelé e de todos os que, driblando a racionalidade burra dos técnicos, preferem a curva misteriosa de um chute ou o esplendor de uma finta. Afinal, o Barroco é o estilo em que, ao contrário do renascentista, as regras e a premeditação importam menos que a improvisação. Quer coisa mais barroca que o Guga
As características mais típicas do Barroco na pintura e escultura são aquelas recém-descritas, e não é necessário repeti-las. Algumas particularidades, porém, cabe mencionar.
Pierre Legros A Religião derrotando a Heresia e o dio, Igreja de Jesus, Roma Aleijadinho Passo da Paixão, no estilo dos sacro montes, no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas A Contrarreforma deu uma atenção redobrada à imaginária sacra, seguindo antiga tradição que afirmava que as imagens de santos, pintadas ou esculpidas, eram intermediários para a comunicação dos homens com as esferas espirituais. São João da Cruz afirmava que havia uma relação recíproca entre Deus e os fiéis que era mediada pelas imagens, e vários outros religiosos católicos, como São Carlos Borromeu e Roberto Bellarmino reiteraram sua importância no culto, mas o valor delas havia sido negado pelos protestantes, o que desencadeou grandes movimentos iconoclastas em várias regiões protestantes que provocaram a destruição de incontáveis obras de arte. A imaginária sacra, então, voltou a ser vista como elemento central no culto católico, fazia parte de um conjunto de instrumentos usados pela Igreja para invocar emoções específicas nos fiéis e levá-los à meditação espiritual. Num tratado teórico sobre o assunto, Gabriele Paleotti as defendeu a partir da ideia de que elas ofereciam para o fiel inculto uma espécie de Bíblia visual, a Biblia pauperum, enfatizando sua função pedagógica e seu paralelo com o sermão verbal. Mas considerou ainda a função da excitatio, a possibilidade de mexer com a imaginação e as emoções do povo, transferindo para a arte sacra a tipologia da retórica. Nem a liberdade artística deveria ser tolhida nem os teóricos desenvolveriam prescrições estilísticas propriamente ditas, apenas orientações normativas e morais. As imagens deveriam cumprir com o quesito de serem instrutivas e moralmente exemplares para os fiéis, buscando persuadí-los. Através da transmissão da fé correta aos fiéis, o artista adquiria um papel teologizante, e o próprio espectador em movimento pela igreja tornava-se uma peça do cenário deste teatro da fé. Como disse Jens Baumgarten, O teorema jesuítico pós-tridentino e sua nova concepção da imagem em si, os modelos romanos, a representação do poder e a liturgia encontram-se e fundem-se numa síntese. Sem a imagem perfeita não há fé correta. A nova ênfase dada às imagens une-se a uma nova visão da sociedade. As mudanças ocorridas até 1600 levariam à construção de uma nova perspectiva eclesiástica e iconográfica que acabou desembocando no ilusionismo perspectivista, unido elementos de emocionalidade irracional com a transformação plástica de conceitos teológicos intransigentes. Dentro desse espírito, na escultura é de assinalar o desenvolvimento de um gênero de composição grupal chamado de sacro monte, concebido pela Igreja e rapidamente difundido por outros países. Trata-se de um conjunto que reproduz a Paixão de Cristo ou outras cenas piedosas, com figuras policromas em atitudes realistas e dramáticas em um arranjo teatralizado, e destinadas a comover o público. Deste instrumental pedagógico católico fazia parte ainda a construção de cenários nos quais eram inseridas as estátuas a fim de criar ainda maior ilusão de realidade, numa concepção verdadeiramente teatral. s vezes tais grupos eram confeccionados de forma a poderem ser movidos e transportados sobre carros em procissões, criando-se uma nova categoria escultórica, a das estátuas de roca em madeira. Para aumentar o efeito mimético muitas possuíam membros articulados, para que pudessem ser manipuladas como marionetes, assumindo uma gestualidade eficiente e evocativa, variável de acordo com o progresso da ação cênica. Recebiam roupagens que imitavam as de pessoas vivas, e pintura que assemelhava à carne humana. E para maior ilusão seus olhos podiam ser de vidro ou cristal, as cabeleiras naturais, as lágrimas de resina brilhante, os dentes e unhas de marfim ou osso, e a preciosidade do sangue das chagas dos mártires e do Cristo flagelado podia ser enfatizada com a aplicação de rubis. Assim, nada melhor para coroar a participação do público devoto na re-criação da realidade mística do que permitir que a ação se desenrolasse em espaço aberto, na procissão, onde a movimentação física do fiel ao longo do trajeto poderia propiciar a estimulação da pessoa como um todo, diferentemente da contemplação estática diante de uma imagem em um altar. Nos casos em que o sacro monte deveria ser levado às ruas, usualmente era simplificado a uma sugestão de rochas ou numa gruta. Conforme a ocasião, a gruta ou rocha poderiam representar o Monte Sinai, o Monte Tabor, o Monte das Oliveiras, a Gruta da Natividade, a rocha da Tentação de Cristo ou outros locais impregnados de significado. Algumas vezes o cenário rochoso era substituído por outro arquitetônico, especialmente após o trabalho de Andrea Pozzo, codificador da perspectiva ilusionística arquitetônica que foi largamente empregada na decoração de templos católicos. Com os mesmos fins práticos, para aliviar o peso do conjunto, as imagens eram entalhadas apenas parcialmente, com acabamento só nas partes que deveriam ser vistas pelo público, como as mãos, cabeça e pés, e o restante do corpo consistia em uma simples estrutura de ripas ou armação oca coberta pela roupa de tecido. Paulus San Giovanni in Laterano 2006-09-07.jpg Pierre- tienne Monnot São Paulo, Basílica de São João de Latrão, Roma El Transparente.jpg Narciso Tomé e filhos El Transparente, altar na Catedral de Toledo GD-FR-Paris-Louvre-Sculptures002.JPG Jean-Louis Lemoyne Busto de Jules Hardouin-Mansart, Museu do Louvre Melchior Barthel Venice.jpg Melchior Barthel Melancolia Nossa Senhora Sacristia da Catedral de Salvador.jpg Nossa Senhora da Fé, sacristia da Catedral de Salvador BentoXIVb.jpg Pietro Bracci e Gaspare Sibilla Tumba do Papa Bento XIV no Vaticano N-s-dos-passos-3.jpg Anônimo Estátua de roca representando o Senhor dos Passos, Capela Nosso Senhor dos Passos, Porto Alegre Giuseppe Volpini Kurf rst Max Emanuel BNM.jpg Giuseppe Volpini Kurf rst Max Emanuel, Museu Nacional da Baviera
Andrea Pozzo, codificando a técnica da perspectiva arquitetônica ilusionística em seu tratado Perspectiva Pictorum et Architectorum, foi o responsável pela divulgação em larga escala de uma das mais típicas modalidades de pintura do Barroco, a criação de grandes tetos pintados onde as paredes do templo parecem continuar para cima e se abrir para o céu, oferecendo a visão de uma epifania onde santos, anjos e Cristo parecem descer entre nuvens e resplendores de glória. A técnica não era inteiramente nova e já havia sido praticada por outros como Correggio e Michelangelo no Maneirismo, mas o tratado de Pozzo se tornou canônico, sendo traduzido para várias línguas ocidentais, e até para o chinês. Enquanto que seus predecessores continham o céu num espaço mais limitado, Pozzo e seus seguidores buscaram deliberadamente uma impressão de infinitude. José de Ribera São Bartolomeu, Castelo Rohrau Também típica da pintura barroca foi a corrente dedicada à exploração especialmente dramática dos contrastes de luz e sombra, a chamada escola Tenebrista. Seu nome deriva de tenebra treva, em latim , e é uma radicalização do princípio do chiaroscuro. Teve precedentes na Renascença e se desenvolveu com maior força a partir da obra do italiano Michelangelo Merisi, dito Caravaggio, sendo praticada também por outros artistas da Espanha, Países Baixos e França. Como corrente estilística teve curta duração, mas em termos de técnica representou uma importante conquista, que foi incorporada à história da pintura ocidental. Por vezes o Tenebrismo é entendido como sinônimo de Caravaggismo, mas não são coisas idênticas. Os intensos contrastes de luz e sombra emprestam um aspecto monumental aos personagens, e embora exagerada, é uma iluminação que aumenta a sensação de realismo. Torna mais evidentes as expressões faciais, a musculatura adquire valores escultóricos, e se enfatizam o primeiro plano e o movimento. Ao mesmo tempo, a presença de grandes áreas enegrecidas dá mais importância à pesquisa cromática e ao espaço iluminado como elementos de composição com valor próprio. Na França Georges de La Tour foi um dos adeptos da técnica na Itália, Battistello Caracciolo, Giovanni Baglione e Mattia Preti, e na Holanda, Rembrandt van Rijn. Mas talvez os mais notáveis representantes sejam os espanhóis José de Ribera, Francisco Ribalta e Francisco de Zurbarán. Também se tornaram comuns no Barroco a pintura de naturezas-mortas e interiores domésticos, refletindo a crescente influência dos gostos burgueses. Nos Países Baixos protestantes foram um dos traços distintivos do Barroco local, conhecido ali como a Era Dourada da pintura. Na época a região era uma das mais prósperas da Europa, e estando livre do controle católico pôde manter uma tradição de liberdade de pensamento, dentro de uma organização política bastante democrática. Tinha a burguesia comerciante como sua classe social mais influente, a qual patrocinava uma pintura essencialmente secular, de caráter único no panorama barroco. Entre seus principais expoentes se contam Frans Hals, Vermeer, Frans Snyders, Pieter de Hooch, Meindert Hobbema, Jacob Jordaens, Anthony van Dyck, Jacob van Ruisdael e Rembrandt. Oriundo da mesma região, Rubens, um dos maiores pintores de todo o período, se enquadra em uma outra tradição por ter sido católico e por ter cultivado um estilo pessoal cosmopolita e eclético. Também se cultivou ali a pintura de paisagem, geralmente despojada de conteúdo narrativo ou dramático, ao contrário de outras regiões europeias, onde muitas vezes a paisagem foi produzida como um cenário para cenas históricas, alegóricas ou religiosas, como foi o caso de Nicolas Poussin e Claude Lorrain, os principais representantes da vertente classicista do Barroco. Na Espanha o Barroco pictórico tingiu-se de um misticismo desconhecido em outras paragens, inspirado no dramatismo do Tenebrismo, já citado, e na obra de mestres como Francisco Pacheco del Río e em particular El Greco, possivelmente o mais típico integrante da corrente mística. Podemos citar como outros pintores importantes no Barroco Diego Velázquez, Bartolomé Esteban Murillo, Pietro da Cortona, Giovanni Battista Tiepolo, Guercino, Guido Reni, Salvator Rosa, os Carracci, Hyacinthe Rigaud, Charles Le Brun, Philippe de Champaigne, Simon Vouet e Josefa de bidos, uma das pouquíssimas mulheres artistas do período. Caravaggio-Crucifixion of Peter.jpg Caravaggio Crucificação de São Pedro, 1600-1601. Igreja de Santa Maria del Popolo, Roma The Anatomy Lesson.jpg Rembrandt A Lição de Anatomia do Dr. Tulp, 1632. Mauritshuis, Haia Hiepes-bodegon aves y liebre.jpg Tomás Yepes Natureza-morta com aves e lebre, . Museu do Prado, Madrid Diego Velázquez - The Infanta Do a Margarita de Austria - WGA24474.jpg Velázquez A Infanta Do a Margarita de Austria, c. 1660, Museu do Prado Louis XIV of France.jpg Hyacinthe Rigaud Retrato de Luís XIV, 1701. Museu do Louvre, Paris Jan Vermeer - The Art of Painting - Google Art Project.jpg Johannes Vermeer Alegoria da Pintura, c. 1666. Kunsthistorisches Museum, Viena La Inmaculada de Soult, 1678, Bartolomé E. Murillo.jpg Bartolomé Esteban Murillo Imaculada Conceição, 1678. Museu do Prado, Madrid Jacob Isaaksz. van Ruisdael 007.jpg Jacob van Ruisdael Paisagem, 1649. Galeria Nacional da Escócia, Edimburgo
A arquitetura barroca é caracterizada pela complexidade na construção do espaço e pela busca de efeitos impactantes e teatrais, uma preferência por plantas axiais ou centralizadas, pelo uso de contrastes entre cheios e vazios, entre formas convexas e côncavas, pela exploração de efeitos dramáticos de luz e sombra, e pela integração entre a arquitetura e a pintura, a escultura e as artes decorativas em geral. O exemplo precursor da arquitetura barroca geralmente é apontado na Igreja de Jesus em Roma, cujo projeto foi de Giacomo Vignola e a fachada e a cúpula de Giacomo della Porta. Vignola partiu de modelos clássicos estabelecidos pelo Renascimento, que por sua vez se inspiraram na tradição arquitetônica da Grécia e da Roma antigas. As diferenças introduzidas por ele foram a supressão do transepto, a ênfase na axialidade e o encurtamento da nave, e procurou obter uma acústica interna eficaz. A fachada se tornou um modelo para as gerações futuras de igrejas jesuítas, com pilastras duplas sustentando um frontão no primeiro nível, e um outro frontão, maior, coroando toda a composição. O interior era originalmente despojado, e seu aspecto atual é resultado de decorações no final do , destacando-se um grande painel pintado no teto com o recurso da arquitetura ilusionística. Vignola e Della Porta Igreja de Jesus, Roma Logo depois de completa a Igreja, o papa Sisto V revitalizou um projeto de reurbanização de Roma que havia sido iniciado no . Sua preocupação foi adaptar a cidade a um conceito urbano mais moderno, organizado e espaçoso, permitindo uma circulação facilitada numa cidade que ainda mantinha muito de seu perfil medieval, com ruas estreitas e tortuosas e poucos logradouros públicos amplos. O projeto previu uma organização radial de avenidas importantes, endireitamento de ruas, ampliação e embelezamento de praças e parques com fontes e monumentos, numa perspectiva monumental, e se revelou tão eficiente que foi mantido pelos seus sucessores, sendo continuamente aprimorado e embelezado ao longo de todo o . Também se construíram muitas novas igrejas e palácios, outros foram reformados, como várias estruturas do Vaticano, entre elas a Basílica de São Pedro, o maior monumento romano do Barroco, completada por Bernini. As inovações na planta de Roma se tornaram modelares, e logo passaram a inspirar a reurbanização de várias cidades italianas, se irradiando também para a Alemanha, França e outros países, em interpretações variadas e em vários casos alterando radicalmente o perfil urbano, como por exemplo em Salzburgo, Dresden, Viena, Praga, Nuremberg, Graz, Cracóvia, Munique, Nápoles e Madrid. Isso se fez mais evidente na recuperação econômica europeia após as múltiplas crises e guerras do início do . medida que os Estados absolutistas se consolidavam, alianças renovadas entre o Estado, a Igreja e a nobreza possibilitaram a reformulação das cidades a fim de expressar seu poder e um novo senso de ordem, manifestos em construções suntuosas e ostentatórias. Esse programa foi especialmente intenso onde dinastias católicas governavam e apoiavam a Contrarreforma, mas mesmo em regiões onde o absolutismo católico não prosperou, como nos Países Baixos e Alemanha protestantes, as novidades foram aceitas e implementadas na esteira da expansão e transformação da economia e da sociedade, e em vista das necessidades novas impostas pelo aumento populacional. Na arquitetura barroca foi importante a observação de proporções geométricas definidas, como a Seção urea e a Sequência de Fibonacci, uma vez que a teoria da arquitetura estava permeada de concepções que a relacionavam com a estrutura do universo. Acreditava-se que o cosmos fosse estruturado por proporções matemáticas, que a Terra e os outros planetas se moviam dentro de molduras concêntricas cristalinas, invisíveis e impalpáveis, mas não obstante reais, que deveria ser imitadas na construção dos edifícios e no planejamento urbano, refletindo também a ideologia do Estado centralizado. Além disso, outras artes foram recrutadas pelos arquitetos para tornar a edificação barroca um espetáculo completo, carregado de alegorias e simbolismo, como a pintura, a escultura, as artes decorativas, todas reunidas para ilustrar a ideologia dominante. Já foi dito que na época se concebia o mundo como um vasto teatro onde cada um desempenhava um papel definido através de regras predeterminadas, e entre as estratégias empregadas para a exibição do poder estavam representações teatrais, concertos e produção literária engajada na glorificação dos Estados e dos governantes. Como disse John Marino, os cidadãos da cidade cerimonial barroca constantemente se dedicavam a representações públicas como festivais cívicos, procissões e outros ritos devocionais e vários tipos de demonstrações populares. Monumentos, imagens, escritos e emblemas de civismo e fé, ornamentações, paramentos e construções efêmeras se cobriam de alegorias políticas, mitológicas e astrológicas que se fundiam para veicular mensagens polivalentes para uma audiência urbana de extração diversificada. Tais eventos faziam parte do processo ritualizado e doutrinatório que criava uma identidade coletiva, expressava hierarquias definidas e a solidariedade urbana, ao mesmo tempo em que alimentava rivalidades e competição entre classes, gêneros, ofícios, famílias, amigos e vizinhos, e por isso às vezes degeneravam em conflitos violentos. Entre os arquitetos notáveis na Itália, além dos já citados, se contam Domenico Fontana, Carlo Maderno, Borromini, Carlo Rainaldi, Guarino Guarini, Bernardo Vitone, Francesco Bartolomeo Rastrelli e Filippo Juvarra. Outros europeus foram Balthasar Neumann, Johann Michael Fischer, Christoph Dientzenhofer, Johann Christoph Glaubitz, Louis Le Vau, Charles Perrault, François Mansart, Jules Hardouin-Mansart, Jacob van Campen, Fernando de Casas Novoa, a família Churriguera, Christopher Wren, John Vanbrugh, James Gibbs, João Frederico Ludovice e João Antunes. No Brasil, Daniel de São Francisco, Aleijadinho e Francisco de Lima Cerqueira. Koninklijk Paleis Amsterdam.jpg Jacob van Campen Prefeitura de Amsterdã Santiago GDFL catedral 050318 43.jpg Casas Novoa Fachada do Obradoiro da Catedral de Santiago de Compostela Palácio Nacional de Mafra - Entrada principal.JPG João Frederico Ludovice Mosteiro e Palácio Real de Mafra Blenheim Palace panorama.jpg John Vanbrugh Palácio de Blenheim, Woodstock 070526 Stift Melk 08.jpg Interior da igreja da Abadia de Melk Catedral de México.jpg Claudio de Arciniega Catedral Metropolitana da Cidade do México Sfc-paraiba.jpg Igreja de São Francisco em João Pessoa St Cajetan Goa.jpg Carlo Ferrarini e Francesco Maria Milazzo Igreja da Divina Providência, Goa Velha
Especialmente depois das guerras e tumultos sociais e religiosos da primeira parte do , a literatura experimentou um grande florescimento em vários países, dando origem à literatura moderna. Na Itália apareceu a corrente Marinista liderada por Giambattista Marino, de grande influência na Península Ibérica e colônias americanas se desenvolveu o Cultismo e o Conceptismo de Luis de Góngora, Francisco de Quevedo, do padre Antônio Vieira e de Gregório de Matos. Na França foi a era de Molière, Racine, Boileau e La Fontaine nos Países Baixos, foi a Idade de Ouro da poesia, com expoentes em Henric Spieghel, Joost van den Vondel, Dani l Heinsius e Gerbrand Bredero na Inglaterra, propiciou-se o florescimento de uma poesia metafísica tipificada por John Dryden, John Milton, John Donne e Samuel Johnson. Seu motivo onipresente foi o conflito entre a tradição clássica herdada do Renascimento e as novas descobertas da ciência, as mudanças na religião, novas aspirações e um desejo de inovar. A herança clássica trazia consigo determinadas formas estéticas e padrões morais, quase toda a literatura do fora moralizante, mas ao mesmo tempo se fazia frente à necessidade cristã de rejeitar o tão prezado modelo clássico por sua origem pagã, considerada uma influência corruptora e enganosa, e isso explica parte da rejeição do classicismo em boa parte do Barroco. O conflito se estendeu para a área da educação, até então também pesadamente devedora dos clássicos e, através da influência jesuítica, vista como o principal e primeiro instrumento de reforma social. Frontispício de edição de 1775 dos poemas de Gregório de Matos Santa Teresa de vila escrevendo, em tela de Rubens no Kunsthistorisches Museum Em termos estilísticos, a literatura barroca em linhas gerais dedicou um profundo cuidado à forma e ao virtuosismo linguístico no intuito de maravilhar e convencer o leitor, o que implicava o uso constante de figuras de linguagem e outros artifícios retóricos, como a metáfora, a elipse, a antítese, o paradoxo e a hipérbole, com grande atenção ao detalhe e à ornamentação como partes essenciais do discurso e como formas de demonstrar erudição e bom gosto. Também deve ser assinalado seu caráter em muito experimental e sua ousadia no manejo da língua, não tendo precedentes nestes aspectos na literatura do ocidente. Ao mesmo tempo se popularizaram as literaturas vernaculares e aquelas centradas no cotidiano, cultivando temas naturalistas e de crítica social, como contrapartida ao idealismo cavaleiresco e nobilitante do Renascimento. São criados gêneros naturalistas como a novela picaresca, com um grande exemplo no Simplicius Simplicissimus de Hans Jakob Christoffel von Grimmelshausen, ou a novela polifônica moderna, tipificada no Don Quixote, de Cervantes. A esta tendência anticlássica corresponde também a fórmula da comédia nova criada por Lope de Vega, e divulgada através de seu Arte Nova de fazer comédias neste tempo, rompendo com as unidades aristotélicas de ação, tempo, e espaço. A conquista da América deu lugar ao gênero das crônicas, entre as quais podemos encontrar algumas obras mestras, como as de Frei Bartolomé de las Casas e Inca Garcilaso de la Vega. Na poesia sacra se notabilizaram São João da Cruz, Soror Juana de la Cruz e Santa Teresa de vila. Ao longo do os gêneros satíricos e sentimentais como os cultivados por Alexander Pope, Voltaire e Jonathan Swift, por exemplo, se tornaram favoritos, à medida que a influência da religião declinava, os ideais clássicos se fortaleciam novamente, se consolidava a sensibilidade do Rococó e o pensamento iluminista se tornava predominante. Um trecho do Sermão do Mandato 1655 do padre Antônio Vieira pode transmitir uma ideia do discurso literário tipicamente barroco, com reiterações, comparações, antíteses e outros recursos retóricos e eruditos de linguagem Com duas comparações ou metáforas, declara S. Paulo este fazer-se e desfazer-se com metáfora da roupa que se veste e se despe, e com metáfora do vaso que se enche e se vaza. Com metáfora da roupa que se veste e se despe Habitu inventus ut homo com metáfora do vaso que se enche e vaza Exinanivit semetipsum e ambas as metáforas parece que as tomou S. Paulo do mesmo ato do lavatório em que estamos. A da roupa enquanto se despe Ponit vestimenta sua e a do vaso enquanto se vaza Mittit aquam in pelvim . E por que usou S. Paulo destas duas metáforas e destas duas comparações Porque só com elas podia mostrar a diferença deste ato e deste dia ao ato e ao dia da Encarnação. No dia e ato da Encarnação, fazendo-se Deus homem, Deus vestiu-se da humanidade, porque a uniu a si, e se cobriu com ela e a humanidade, que era um vaso de barro pequeno e estreito, ficou cheia de Deus, porque Deus a encheu com toda a imensidade de seu ser Quia ín ipso inhabitat omnis plenitudo divinitatis corporaliter . E, sendo isto o que se fez no dia da Encarnação, tudo isto quanto à vista dos olhos humanos se desfez no dia e no ato de hoje. Porque, lançando-se Cristo aos pés dos homens, e tais homens, e fazendo-se servo seu, e servo em ministério tão vil e tão abatido, parece que Deus se despira outra vez da humanidade de que estava vestido, desunindo-se dela, e que a mesma humanidade, que estava cheia de Deus, perdida a união com a divindade, ficara totalmente vazia Exinanivit semetipsum, formam servi accipiens . E foi isto assim como parece Não. Mas, posto que a humanidade de Cristo por este ato não perdeu a união com a divindade, nem deixou de estar tão cheia de Deus como dantes estava, abaixar-se, porém, e pôr-se em estado tão abatido, que o parecesse ou pudesse parecer aos homens, foi uma diferença tão notável e tão estupenda, que só o mesmo S. Paulo a pode ponderar e encarecer.
O envenenamento de Britannicus, ilustração de François Chauveau para a edição de 1675 da tragédia Britannicus, de Jean Racine O drama barroco tipicamente usa motivos clássicos mas tenta trazê-los para o mundo moderno, muitas vezes centrando a ação na figura do monarca. Ao contrário do drama clássico, onde o destino é uma das principais forças propulsoras da ação, um destino que é cego e contra o qual não há nada capaz de se opor, no drama barroco o interesse passa para as dificuldades inerentes ao exercício do poder, da vontade e da razão diante da realidade política corrupta, cruel e cínica e do descontrole das paixões, gerando uma perene e dolorosa tensão entre o desejo por um mundo harmonioso, belo e santificado e a impressão de que tudo se dirige para a catástrofe e a destruição, sem qualquer esperança para o homem. Para a expressão desses conflitos um recurso técnico comum é a alegoria, que transporta os fatos concretos para uma esfera mais abstrata e mais abrangente, possibilitando múltiplas interpretações e fazendo relacionamentos simultâneos entre vários níveis de realidade. O uso da alegoria é típico do Barroco também porque ela não oferece uma resposta unívoca às questões propostas, permanecendo o incerto, o ambíguo e o mutável como elementos integrantes do tema, permite o exercício da crítica social sem ligar-se diretamente a figuras públicas verdadeiras, e possibilita a exploração da psicologia humana em todos os seus extremos contrastantes de virtude e vício, e com todas as nuances intermédias. Por tais motivos, nas alegorias dramáticas do Barroco abundam imagens de ruínas e da morte, mas abrindo a perspectiva de um novo nascimento e de uma ação humana significativa. Nas regiões protestantes o drama se tornou particularmente pessimista, uma vez que o Protestantismo só admite a doutrina da salvação pela fé, e as boas obras perdem assim significado transcendente. No drama protestante a História é essencialmente decadência ou regressão, e seus temas são principalmente lamentos sobre um mundo envilecido. Mesmo nos dramas sacros católicos são recorrentes os temas do sacrifício, do martírio, da abstinência, da penitência e da melancólica, ainda que espiritualmente gloriosa, renúncia ao mundo da matéria, o fruto proibido, dirigindo as esperanças para a esfera divina e eivando as narrativas com imagens trágicas e dolorosas, especialmente quando os dramas sacros eram representados em associação com festividades religiosas como a Paixão de Cristo, quando procissões de devotos se autoflagelavam e davam outras provas ritualizadas e teatralizadas de fé entre excessos emocionais. Ainda que os personagens e os motivos tenham se multiplicado em relação ao Renascimento, no drama Barroco a ação é mantida mais coesa e ininterrupta por uma rede mais complexa de relacionamentos entre os seus agentes, conduzindo um desenvolvimento narrativo marcado pelas leis da causa e efeito, ainda que em seu curso a trama muitas vezes seja entremeada por surpresas e reviravoltas imprevistas, de qualquer forma encaixadas plausivelmente dentro dos limites da lógica. Outra diferença em relação ao período anterior é que os personagens já não são tipos fixos, com caracteres imutáveis e previsíveis. Antes um herói era sempre um herói, e suas ações sempre virtuosas um bandido era sempre vil e suas intenções sempre obscuras e daninhas. No Barroco os personagens são mais humanos e contraditórios, suas personalidades apresentam áreas claras e escuras, e as mudanças nos comportamentos, humores e motivações podem ser abruptas e drásticas. Finalmente, a ação não é mais concebida como um arco perfeito, com um início, meio e fim nítidos, com um progressivo e calculado acúmulo de tensão que culmina num clímax final os dramas barrocos podem iniciar com uma impressão de casualidade, como se o observador tivesse capturado uma cena de passagem e sido jogado para dentro da trama acidentalmente tampouco os finais são sempre um clímax, e nas tragédias barrocas a morte do protagonista no final deixa de ser uma regra. Esses traços, contudo, são muito genéricos, e casos particulares podem apresentar estruturas e desenvolvimentos bastante diversos, como é típico de todo o Barroco.
Giacomo Torelli Cenário para Andromède, de Corneille, 1650. Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque Pietro Domenico Oliviero O Teatro Régio de Turim, c. 1750, mostrando uma apresentação operística. Palazzo Madama O teatro barroco herdou os avanços renascentistas na construção de cenários com perspectivas ilusionísticas, o que estava ligado à revivescência da arquitetura clássica. Arquitetos como Vincenzo Scamozzi, Sebastiano Serlio, Bernardo Buontalenti e Baldassare Peruzzi haviam participado ativamente da concepção de cenários de impacto realista, seja através de painéis pintados, o que era mais comum, seja com construções realmente tridimensionais sobre os palcos, e pelo fim do a cenografia se tornara uma parte importante na representação teatral. Ao longo do século seguinte adquiriu relevo ainda maior, e como os cenários teatrais não estavam sujeitos às limitações da arquitetura real, desenvolveu-se uma linha de cenários altamente fantasiosos e bizarros, onde a imaginação encontrou um terreno livre para se manifestar. medida que os cenários móveis se tornavam mais complexos, da mesma forma evoluíam as casas teatrais, até então construções temporárias ou de proporções modestas. O primeiro grande teatro permanente fora erguido em Florença em meados do , e no século seguinte vários outros apareceram. O primeiro proscênio permanente surgiu em 1618 no Teatro Farnese em Parma, sob a forma de uma derivação de um arco de triunfo. Fixos, limitavam a visão do público à regra da perspectiva central, que correspondia simbolicamente à visão do governante, um reflexo da ideologia absolutista. Também herança do Renascimento foram a presença amiudada de motivos clássicos e a concepção da ação numa unidade de tempo e espaço, que havia sido definida por Aristóteles na Grécia Antiga. O resultado dessa regra foi a narrativa se desenvolver em um único local num mesmo dia, forçando a ação dentro destes limites rígidos. Essencialmente artificial, este tipo de teatro só encontrou apreciadores entre a elite italiana. Contudo, à medida que o Barroco progredia, estes parâmetros foram paulatinamente sendo abandonados, enquanto que na Inglaterra e Espanha, por exemplo, a tradição dos mistérios e paixões medievais continuava viva. No fim do nasceu um dos gêneros teatrais mais importantes, a ópera, que foi concebida inicialmente como uma ressurreição do drama clássico grego, mas logo se desenvolveu para tornar-se a súmula de todas as artes, envolvendo representação, dança, música e um complexo aparato cênico para a produção de efeitos especiais. Também reservada de início às elites, logo se tornou apreciada pelo povo, fazendo imenso sucesso em quase toda a Europa. A despeito de sua rápida popularização e enorme prestígio entre a nobreza, chegando a deslocar o drama falado como o gênero favorito de teatro, a ópera como um gênero representativo enfrentava limitações sérias, além de ser regida por uma série de convenções. A dificuldade de se conseguir uma eficiência dramática com a ópera barroca derivava de vários fatores. Em primeiro lugar poucos cantores tinham verdadeiro talento como atores, e no mais das vezes sua presença em palco só se justificava pelas suas habilidades vocais. Em segundo, grande número de libretos era de baixa qualidade, tanto em termos de ideia como de forma, tendo seus textos reformados e adaptados infinitas vezes a partir de várias fontes, resultando em verdadeiros mosaicos literários. Em terceiro, a própria estrutura da ópera, fragmentada em uma longa sequência de trechos mais ou menos autônomos, as árias, coro e recitativos, entre os quais os cantores saíam e voltavam à cena várias vezes para receber aplausos, anulava qualquer senso de unidade de ação que mesmo um libreto excelente pudesse oferecer. As árias eram seções essencialmente estáticas, serviam acima de tudo para exibir o virtuosismo do cantor e faziam uma meditação altamente retórica, estilizada e formal sobre algum elemento da narrativa cantavam um sentimento, planejavam uma ação, refletiam sobre algum acontecimento anterior, e assim por diante, mas não havia ação nenhuma. A trama era levada adiante somente nos recitativos, partes cantadas de uma forma próxima da fala, com acompanhamento instrumental reduzido a um mínimo. Os recitativos eram os trechos que o público considerava menos interessantes, vendo-os como necessários apenas para dar alguma unidade na frouxa e vaga coesão dramática da maioria dos libretos, e durante sua performance era comum que os espectadores se engajassem em conversas com seus vizinhos, bebessem e comessem, circulassem pelo teatro, enquanto esperavam a próxima ária. Destarte, as óperas da época podem bem ser consideradas peças de concerto com uma decoração visual luxuriante e apenas um esboço de ação cênica. No caso da França, porém, a situação era diferente. A ópera nacional francesa, chamada de tragédia lírica, como concebida pelo compositor Jean-Baptiste Lully e o libretista Philippe Quinault, tinha libretos de alta qualidade, uma perfeita adequação entre música e texto, e consistente desenvolvimento dramático, superando em popularidade os dramas falados até de Racine, que então estava no auge de sua carreira. Karel Dujardins Uma companhia de Commédia dell Arte em um palco ao ar livre, 1657. Museu do Louvre Almagro, um típico teatro espanhol do Duas outras tendências influentes também floresceram no Barroco. A primeira foi a da Commedia dell Arte, um gênero popular e cômico de características heterogêneas, derivado em parte dos jograis da Idade Média, das festividades e mascaradas populares espontâneas do Carnaval e do folclore. O gênero se estruturou na segunda metade do e se consolidou ao iniciar o , e em vez de se fixar somente no texto escrito dava amplo espaço para a improvisação. Mas longe de ser apenas um improviso, requeria um grande domínio da técnica representativa e um fino senso de ação em conjunto. Seus temas eram do cotidiano, ou faziam paródias de motivos consagrados pela tradição clássica, entremeando-os com exibições de malabarismo e canções populares. Vários dos personagens da Commedia dell Arte eram tipos fixos, como Pierrot, Colombina, Arlequim, Polichinelo, reconhecíveis por máscaras e trajes característicos. Apresentavam-se nas ruas como grupos itinerantes, falando no dialeto local, mas também participavam de festas nobres. Algumas companhias alcançaram fama continental e inspiraram autores barrocos como Molière e Carlo Goldoni, como antes já haviam inspirado Shakespeare. A outra tendência de vasta repercussão foi o teatro sacro desenvolvido pelos jesuítas, como parte de suas estratégias contrarreformistas. Embora mantendo traços do drama clássico na forma, na técnica e na linguagem, seus temas eram naturalmente religiosos e seu propósito, declaradamente doutrinário. O drama jesuítico foi muito cultivado em todos os colégios mantidos pelos padres, e se tornou parte integral da empreitada missionária pela América e Oriente, adaptando-se a costumes locais e incorporando as inovações na arte dramática profana. Seu estilo teve uma influência também na obra de Pierre Corneille, Molière e Goldoni. Embora esse teatro não tenha chegado às regiões protestantes, pelo menos na Inglaterra exerceu influência no teatro estudantil cômico e na representação de dramas sacros no Natal. Por outro lado, na Espanha foi recebido com entusiasmo, fundindo-se à já grande tradição dos autos sacramentais que tivera origem na Idade Média. Os autos espanhóis se tornaram então obras de arte erudita, estando entre os principais gêneros dramáticos da Espanha barroca, e alguns foram produzidos pelos melhores poetas do Século de Ouro. Paralelamente a Espanha desenvolveu um teatro profano de particular vigor e sucesso de público, com um estilo passional, romântico e lírico, tratando de uma multiplicidade de temas, mas geralmente envolvendo o amor e a honra, num tratamento realista e vivaz. Lope de Vega, Tirso de Molina e Calderón de la Barca estão entre seus grandes expoentes. A França, que no tinha um teatro pobre, no se tornou um dos maiores centros europeus, formando uma forte escola nacional de tendência classicista, em temas sérios e cômicos, com representantes notáveis em Racine, Corneille e Molière. Na Inglaterra já havia uma sólida tradição de teatro profano desde o tempo de Elisabeth I, de modo que os ingleses puderam assimilar inovações italianas sem perder sua individualidade. Preocuparam-se com a unidade dramática e estabeleceram uma distinção mais clara entre comédia e drama do que aquela praticada no teatro elisabetano, quando a tragicomédia se tornara favorita da aristocracia, com bons representantes em John Fletcher e Francis Beaumont. As peças de Fletcher conheceram grande popularidade até passada a metade do , ultrapassando as de Shakespeare e explorando o romance, a honra, a surpresa e o suspense às expensas da caracterização dos personagens. Ao mesmo tempo se popularizaram o gênero da pastoral, um idílio mitológico ambientado no campo, que dava margem ao uso de recursos cênicos espetaculosos, e o da mascarada, combinando música, poesia, dança e cenários e figurinos extravagantes inspirados na Itália. A associação do arquiteto Inigo Jones como cenógrafo com o libretista Ben Johnson produziu algumas das mais refinadas mascaradas inglesas. Na Guerra Civil os teatros profanos foram fechados, e em sua reabertura dezoito anos depois a tradição de teatro profano estava completamente transformada, voltando-se para as comédias de costumes e reservado às elites, com uma qualidade geral mais baixa. Uma tentativa de elevar novamente o nível do teatro inglês foi feita por John Dryden, criando peças heroicas. Os ingleses foram ainda os responsáveis pela reativação do teatro germânico, que fora muito prejudicado pelas guerras, através da presença de companhias itinerantes, até que a influência italiana começou a predominar no final do , quando a qualidade geral do teatro europeu sofreu sensível declínio, somente restaurado no , especialmente com peças de conteúdo burguês ou satírico.
Nicolas Colombel Santa Cecília O século XVII trouxe à música a revolução mais profunda desde aquela promovida pela Ars nova no , e talvez tão importante quanto a que foi implementada pela música moderna no . certo que tais mudanças não surgiram do nada e tiveram precursores, e demoraram anos até serem absorvidas em larga escala, mas em torno do ano 1600 se apresentaram obras que constituem verdadeiros marcos de passagem. Esse novo espírito requereu a criação de um vocabulário musical vastamente expandido e uma rápida evolução na técnica, especialmente a vocal. As origens do Barroco musical estão no contraste entre dois estilos nitidamente diferenciados, o chamado prima prattica, o estilo geral do , e o seconda prattica, derivado de inovações na música de teatro italiana. Na harmonia, outra área que sofreu mudança significativa, abandonaram-se os modos gregos ainda prevalentes no século anterior para adotar-se o sistema tonal, construído a partir de apenas duas escalas, a maior e a menor, que encontrou sua expressão mais típica na técnica do baixo contínuo. Além disso, se instalou a primazia do texto e dos afetos sobre a forma e a sonoridade o contraponto e os estilos polifônicos, especialmente na música sacra, sobreviveram, mas descartaram texturas intrincadas onde o texto se torna incompreensível, como ocorria no Renascimento iniciou-se a teorização da performance com tratados e manuais para profissionais e amadores foram introduzidas afinações temperadas e formas concertantes o baixo e a melodia assumem um lugar destacado na construção das estruturas a melodia buscou fontes populares e a dissonância passou a ser empregada como recurso expressivo as vozes superior e inferior foram enfatizadas às sonoridades interválicas sucederam as acórdicas, e escolas nacionais desenvolveram características idiossincráticas. Entretanto, assim como nas outras artes, o Barroco musical foi uma pletora de tendências distintas George Buelow considera que a diversidade foi tão grande que o conceito perdeu relevância como definição de uma unidade estilística, mas reconhece que o termo se fixou na musicologia. No terreno da simbologia e linguagem musical, foi de grande importância o desenvolvimento da doutrina dos afetos, propondo que recursos técnicos específicos e padronizados usados na composição podiam despertar emoções no ouvinte igualmente específicas e comuns a todos. A doutrina teve sua primeira formulação no final do Renascimento através do trabalho de músicos florentinos que estavam engajados na ressurreição da música da Grécia Antiga e que foram os fundadores da ópera. De acordo com sua interpretação de ideias de Platão, procuravam estabelecer relações exatas entre palavra e música. Para eles uma ideia musical não era somente uma representação de um afeto, mas sua verdadeira materialização. Os recursos técnicos da doutrina foram minuciosamente catalogados e sistematizados por vários teóricos do Barroco como Athanasius Kircher, Andreas Werckmeister, Johann David Heinichen e Johann Mattheson. Mattheson escreveu com especial detalhe sobre o assunto em seu Der vollkommene Capellmeister O perfeito mestre de capela, 1739 . Como exemplo, disse que os intervalos amplos suscitavam alegria, e a tristeza era despertada por intervalos pequenos, a fúria se descrevia com uma harmonia rude associada a um tempo rápido.A doutrina teve uma aplicação particularmente importante no desenvolvimento da ópera. A opera seria, o gênero mais prestigiado, se estruturava sobre diversas convenções que buscavam dar verossimilhança e impacto emocional a eventos apresentados de maneiras em tudo artificiais e retóricas, um conflito estético que, no entanto, foi resolvido de modo tão eficiente se tornou uma mania em muitos países. Os recitativos, seus trechos falados com acompanhamento instrumental muito resumido, conduziam a ação dramática, mas eram frequentemente ignorados pela plateia, que se dedicava então a beber, comer e conversar. As árias, os trechos cantados, porém, que eram os mais apreciados e mais substanciais musicalmente, eram quadros fixos em que a ação congelava sobre uma ideia ou sentimento, e davam espaço para o protagonista exibir o seu virtuosismo vocal seguindo modelos formais padronizados para cada tipo de expressão a ser ilustrada. Por exemplo, árias de fúria tipicamente eram em tempos rápidos com muitas vocalizações em coloratura, intervalos amplos, frequentemente na clave de ré menor, enquanto que árias de amor muitas vezes eram compostas em lá maior. Tais convenções eram tão impessoais que se por qualquer motivo um cantor não apreciasse uma certa ária composta para ele podia sem maiores problemas substituí-la por outra de sua preferência, de outra fonte, desde que expressasse o mesmo afeto.
Interior de uma casa de ópera do , o Teatro Argentina de Roma, em pintura de Giovanni Paolo Pannini Hendrick ter Brugghen Dueto, 1628 Capa da primeira edição da ópera Giulio Cesare, de Haendel Entre os gêneros vocais teve um papel importante a forma policoral com estruturas antifonais, os chamados cori spezzati, desenvolvida por Andrea Gabrieli e Giovanni Gabrieli em Veneza, na passagem do para o , estabelecendo precedentes para os gêneros concertantes vocais e instrumentais e inovando nas técnicas polifônicas. Mas possivelmente a mais influente e seminal forma vocal a se desenvolver no Barroco foi a ópera, o mais ambicioso projeto de exploração dos efeitos dramáticos em música, com o auxílio de representação cênica e requintadas cenografias. Os precursores da ópera foram os florentinos Giulio Caccini e Jacopo Peri, cuja ópera Euridice 1600 , composta conjuntamente, é a mais antiga que sobreviveu, mas o primeiro grande expoente foi o veneziano Claudio Monteverdi, que em 1607 apresentou seu L Orfeo, seguido de várias outras composições importantes e influentes, como L Arianna e L Incoronazione di Poppea. Suas óperas, como todas as de sua época, fizeram face ao desafio de estabelecer uma unidade coerente para um paradoxo de origem a tentativa de criar uma representação realista num contexto artístico que primava pelo artificialismo e convencionalismo. Para Ringer as óperas de Monteverdi foram uma resposta brilhante para esse desafio, estão entre as mais pura e essencialmente teatrais de todo o repertório sem perder em nada suas qualidades musicais, e foram a primeira tentativa bem sucedida da ilustração dos afetos humanos em música numa escala monumental, sempre amarrada a um senso de responsabilidade ética. Com isso ele revolucionou a prática de seu tempo e se tornou o fundador de toda uma nova estética que teve uma influência enorme em todas as gerações de operistas posteriores. Enquanto Monteverdi desenvolvia a parte final de sua carreira em Veneza, Roma e Nápoles também patrocinavam uma rica atividade operística, introduzindo outras novidades um uso mais frequente do coro, introdução de intermezzi dançados entre os atos, e a adoção de uma abertura em estilo de canzona. A ópera logo ganhou ampla aceitação, e o gosto popular passou a influir sobre os compositores, utilizando melodias populares e cenários suntuosos e engenhosos, com maquinismos cênicos para efeitos especiais e aberturas no estilo de fanfarras. O desejo da audiência por melodias facilmente memorizáveis e cantáveis possibilitou a progressiva distinção entre árias e recitativos. No início do fixou-se a fórmula da opera seria, cuja dramaturgia se desenvolveu em boa parte como uma resposta à crítica francesa daqueles que frequentemente era vistos como libretos impuros e corrompedores. Como resposta, a Accademia dell Arcadia, sediada em Roma, buscou retornar a ópera italiana aos princípios clássicos, obedecendo as unidades dramáticas de Aristóteles e substituindo tramas imorais por narrativas altamente moralistas, que buscavam instruir, além de entreter. No entanto, os finais quase sempre trágicos do drama clássico eram rejeitados, por motivos de decoro os principais autores de libretos da opera seria, como Apostolo Zeno e Pietro Metastasio, acreditavam que a virtude devia ser recompensada, e mostrada triunfando. Os episódios cômicos e o balé, comuns na ópera francesa, foram banidos, mas foi o período áureo dos solistas vocais virtuosos, especialmente os castrati. Ainda no ópera se difundiu para a França, onde se adaptou à tradição da tragédia e do balé e formou a chamada tragédia lírica, que se tornou uma instituição nacional. Na França a abertura italiana se transformou em uma peça mais consistente, a chamada abertura francesa, com uma seção em fugatto. Os mestres da tragédia lírica foram Jean-Baptiste Lully e Jean-Philippe Rameau. Na Alemanha a ópera não foi tão popular, mas não obstante recebeu atenção em várias cidades importantes, como Hamburgo, Munique e Dresden. Na ustria, Viena foi um grande centro operístico, e em toda a área germânica a influência italiana foi predominante, com destaque para os compositores Reinhard Keiser, Niccolò Jommelli, Georg Philipp Telemann e Johann Adolph Hasse. Na Inglaterra a situação era semelhante à da França, podendo desenvolver um estilo nacional com Henry Purcell e John Blow antes dos italianos, ou italianizados como Handel, dominarem a cena no . Os operistas napolitanos também ajudaram a desenvolver um outro gênero de música vocal dramática, a cantata, para voz solo com acompanhamento instrumental. Giacomo Carissimi consolidou o gênero num modelo compacto, com duas ou três árias entremeadas de recitativos, forma levada adiante por vários outros compositores e introduzida na França por Marc-Antoine Charpentier. Em virtude da progressiva diluição dos limites entre os gêneros sacros e profanos, logo a cantata foi adotada como veículo de temas religiosos, originando a cantata sacra. Nesta forma foi muito popular nos países germânicos, onde se tornou parte integrante do culto luterano. Seu maior cultivador foi Johann Sebastian Bach, mas também se dedicaram ao gênero Dietrich Buxtehude e Johann Kuhnau. Paralelamente à evolução da ópera, surgiram o oratório, o seu equivalente sacro, e a paixão, também semelhante. Emilio de Cavalieri é tido como o fundador do oratório com sua Rappresentazione di anima e di corpo, estreada em Roma em 1600, e Carissimi, Alessandro Scarlatti, Heinrich Sch tz e Georg Friedrich Handel deram importantes contribuições à expansão da forma. Georg Friedrich H ndel ria Every valley shall be exalted, do oratório Messias Johann Sebastian Bach Coro de abertura da cantata sacra n 140 Dieterich Buxtehude Cantate Domino Antonio Vivaldi Allegro do Moteto para soprano e orquestra
Instrumentos usados no barroco embora tenham origem mais antiga , incluindo viela de roda, cravo, viola da gamba, alaúde, violino e guitarra. Pintura de Evaristo Baschenis. órgão barroco da Catedral de Salamanca medida que novas técnicas de canto eram desenvolvidas, estas inovações iam sendo absorvidas pela música instrumental, especialmente agora que instrumentos participavam de formas antes executadas a capella, como o moteto. O instrumental não sofreu transformações tão importantes e permaneceu em linhas gerais o mesmo do Renascimento, mas seus usos sim foram modificados, como por exemplo o abandono do alaúde como condutor do baixo contínuo, substituído pelo cravo ou órgão. As danças renascentistas, executadas em pares, foram expandidas para organizarem suítes em vários movimentos, usualmente de quatro a seis, allemande, courante, sarabande, menuets I II, e gigue, mas podendo aparecer com movimentos adicionais como a air, a bourrée, a chaconne e a passacaglia. A toccata, o prelúdio e a fantasia, já existentes no Renascimento, foram expandidas em dimensões e profundidade de tratamento, enquanto que as formas polifônicas instrumentais mais importantes da geração anterior, a canzona e o ricercare, evoluíram para formar a fuga. Muitas formas de dança foram inseridas em óperas e foram organizadas em bailados, e nesses gêneros mistos a peça de abertura, em regra somente instrumental, adquiriu grande importância. Outras formas importantes a nascerem no Barroco foram a sonata e o concerto, que se multiplicaram em várias formas subsidiárias, o primeiro na sonata da chiesa, na sonata da camera e na trio-sonata, e o segundo dando origem ao concerto grosso, o concerto para solista e a sinfonia. Para estes gêneros escreveram obras importantes Arcangelo Corelli, Antonio Vivaldi, Giuseppe Tartini, Jean-Marie Leclair, Bach, H ndel e Purcell. Ao mesmo tempo, a música para teclado órgão ou cravo conheceu grande expansão, através do trabalho de Dietrich Buxtehude, Jan Pieterszoon Sweelinck, Johann Pachelbel, Johann Froberger, Georg Muffat, Bach, Girolamo Frescobaldi, Domenico Scarlatti, Rameau e François Couperin. Jean-Baptiste Lully Abertura da comédia-balé Le Bourgeois Gentilhomme Arcangelo Corelli Movimento da Trio-sonata n 11 Johann Sebastian Bach Fuga Cromática BWV 903, versão para órgão Antonio Vivaldi Primeiro movimento do concerto para violino e orquestra O Inverno, parte do grupo As Quatro Estações
A Galeria dos Espelhos do Palácio de Versalhes Projeto de Jean Le Pautre para um aparador A decoração de interiores foi parte integral da concepção da arte barroca, contribuindo de modo importante para a consumação do desejo de criar obras de arte totais e envolventes, que tiveram seus pontos máximos nos interiores dos grandes palácios, teatros e igrejas. Neste aspecto as regiões protestantes também adotaram princípios barrocos, pois a ornamentação não estava necessariamente ligada à propaganda da fé, embora nos países católicos ela fosse consistentemente usada para auxiliar no efeito didático final do programa iconográfico estabelecido através das pinturas e esculturas. Nessas outras regiões, especialmente onde o sistema político tendia para o absolutismo, cujos objetivos totalizantes encontravam um fértil campo de representação numa decoração luxuosa e ostentatória, indicativa do poder do monarca e de sua glória, o Barroco floriu expressivamente. Da mesma forma que nas artes visuais, a decoração prima pelas formas curvas, pela abundância ornamental, pelo uso de materiais preciosos, como o ouro e pedras decorativas tais como os mármores coloridos, as ágatas, o alabastro e outras. Tanto a pedra como a madeira e o metal foram submetidas ao capricho dos artistas e se dobraram e curvaram em uma cornucópia de motivos de infinita inventividade. Colunas se torceram em espirais, frontispícios se povoaram de volutas, portas se cobriram de almofadões em relevo, arcos foram quebrados, ondulados e multiplicados, as cornijas arquitetônicas e os beirais se tornaram assentos de anjos e deidades clássicas, mísulas foram substituídas por atlantes e cariátides, janelas assumiram feições variadas ovoide, periforme, estrelada e outras e virtualmente todas as superfícies recebiam tratamento ornamental. O Barroco foi um período de apogeu para a talha em madeira, tão típica das igrejas da época, especialmente na América, frequentemente coberta de ouro e esculpida com enorme densidade de elementos ornamentais, com motivos fitomórficos entremeados de figuras de anjos, santos, animais fabulosos e outros, em certos exemplares chegando a obscurecer as formas arquitetônicas e criando uma forma espacial nova. Também no mobiliário as formas se dinamizaram e curvaram, e a decoração magnificou-se a ponto de às vezes assumir dimensões arquitetônicas, como mostram certas camas ornadas com grandes baldaquinos e cabeceiras monumentais e as grandes bancadas e armários encontrados em palácios e sacristias de igrejas, que fundem suas formas à arquitetura do entorno. Interiores como o da Galeria dos Espelhos do Palácio de Versalhes, da Igreja de São Francisco em Salvador, do Teatro Argentina em Roma, e as movimentadas fachadas da Igreja de Santa Maria Madalena em Braga e da Catedral de Múrcia, na Espanha, são apenas alguns dos numerosíssimos exemplos de decoração tipicamente barroca.
Ver tambémBerkeley Software Distribution BSD é um sistema operacional Unix com desenvolvimento derivado e distribuído pelo Computer Systems Research Group CSRG da Universidade da Califórnia em Berkeley, de 1977 a 1995. Hoje o termo BSD é frequentemente usado de forma não específica para se referir a qualquer descendente que juntos, formam uma ramificação da família Unix-like de sistemas operacionais. Sistemas operacionais derivados do código do BSD original ainda são ativamente desenvolvidos e largamente utilizados. Historicamente, o BSD ou Berkeley Unix foi considerado uma ramificação do Unix da AT T, porque compartilhou a base de dados inicial e o projeto original. Nos anos de 1980, o BSD foi largamente adotado por fornecedores de sistemas de estação de trabalho na forma de variantes proprietárias de Unix como DEC, ULTRIX e o SunOS da Sun Microsystems . Isto pode ser atribuído à facilidade com que ele pode ser licenciado, além da familiaridade que os fundadores de muitas empresas de tecnologia da época tinham com ele. Embora estes derivados proprietários do BSD foram amplamente superados pelo UNIX System V Release 4 e o OSF 1, sistemas da década de 1990 sendo que ambos incorporaram código BSD e são a base de outros sistemas Unix modernos , mais tarde os lançamentos BSD forneceram uma base para vários projetos de desenvolvimento de código aberto, por exemplo FreeBSD, OpenBSD, NetBSD, Darwin ou PC-BSD, que estão em contínuo desenvolvimento. Estes, por sua vez foram incorporados, no todo ou em parte, em sistemas operacionais proprietários modernos, como por exemplo o conjunto de protocolos de Internet TCP IP, código de rede em Windows NT 3.1 e também da maioria dos OS X da Apple s e iOS.
Simplificada evolução dos sistemas Unix. Não foram mostrados Junos, PlayStation 3 system software e outros forks proprietários.
As primeiras distribuições do Unix da Bell Labs em 1970 incluíram o código fonte para o sistema operacional, habilitando os pesquisadores em universidades a modificar e estender o Unix. O sistema operacional surgiu em Berkeley em 1974, a pedido do professor de Ciência da Computação Bob Fabry que havia estado no comitê do programa para o Symposium on Operating Systems Principles onde o Unix foi apresentado pela primeira vez. Um PDP-11 45 foi vendido para rodar o sistema, mas, por razões orçamentais, esta máquina foi compartilhada com os grupos de Matemática e Estatística em Berkeley, que usaram RSTS, de modo que o Unix funcionava somente oito horas por dia na máquina às vezes durante o dia, às vezes durante a noite . Um maior computador, o PDP-11 70 foi instalado em Berkeley no ano seguinte, usando o dinheiro do projeto de banco de dados Ingres. Também em 1975, Ken Thompson chegou à Berkeley como professor visitante. Ele ajudou a instalar o Unix Versão 6 e começou a trabalhar com Pascal para implementação do sistema. Alunos de graduação como Chuck Haley e Bill Joy melhoraram o Pascal de Thompson e implementaram um editor de textos melhorado o ex. Outras universidades se interessaram pelo software em Berkeley, e assim em 1977, Joy começou a compilar a primeira Berkeley Software Distribution BSD 1 , que foi lançado em 9 de março de 1978. O BSD 1 foi um add-on para a versão 6 do Unix em vez de um sistema operacional completo por si mesmo. Umas trinta cópias foram vendidas.
O segundo BSD, lançado em maio de 1979, incluiu versões atualizadas do BSD 1, bem como dois novos programas de Joy que persistem no Unix até os dias de hoje o editor de textos vi, um editor visual do ex e o C Shell. Cerca de 75 cópias do BSD 2 foram enviadas por Bill Joy. Uma outra característica foi um pacote de rede chamado Berknet, desenvolvido pela Eric Schmidt como parte da tese de seu trabalho de mestrado, que pode conectar até vinte e seis computadores e e-mail fornecidos, além de transferência de arquivos. Depois que o BSD 3 veja abaixo saiu para a linha de computadores VAX, novos lançamentos do BSD 2 para o PDP-11 ainda foram emitidos e distribuídos através de USENIX por exemplo, de 1982, a versão 2.8.1 do BSD incluiu uma coleção de correções para problemas de desempenho na Versão 7 do Unix, e em versões posteriores continham ports de mudanças dos lançamentos baseados no VAX de BSD, voltados para a arquitetura do PDP-11. A versão do BSD 2.9 de 1983 incluiu código do BSD 4.1c, e foi considerado o primeiro lançamento de sistema operacional completo um Unix V7 modificado em vez de um conjunto de aplicativos e patches. O mais recente lançamento, o BSD 2.11, foi emitido pela primeira vez em 1992. A partir de 2008, as atualizações de manutenção de voluntários ainda estão em andamento, com o patch 448 sendo lançado em 17 de junho de 2012.
DEC VT100, largamente utilizado pelo Unix timesharing VAX-11 780, um típico minicomputador usado nos primórdios dos sistemas BSD com compartilhamento de tempo. VAX-11 780 Um computador VAX foi instalado em Berkeley em 1978, mas o port do Unix para a arquitetura VAX, o UNIX 32V, não tirou vantagem das capacidades de memória virtual do VAX. O kernel do 32V foi amplamente reescrito por estudantes de Berkeley que incluía uma implementação de memória virtual e um sistema operacional completo incluindo o novo kernel, ports de utilidades do BSD 2 para o VAX, e as utilidades do 32V também foram lançadas como BSD 3, no final de 1979. O BSD também foi alternativamente chamado de Virtual VAX UNIX ou VMUNIX para memórias virtuais Unix , e as imagens do Kernel do BSD eram conhecidas como vmunix até o BSD 4.4. O sucesso do BSD 3 foi um maior fator na decisão do Defense Advanced Research Projects Agency s DARPA em financiar o Berkeley s Computer Systems Research Group CSRG , no qual desenvolveram uma plataforma Unix padrão para a futura pesquisa do DARPA no Berkeley s Computer Systems Research Group.
O BSD 4 foi lançado em novembro de 1980 oferecendo um número de melhorias sobre o BSD 3, notavelmente um job control no csh lançado previamente, além do delivermail o antecedente do sendmail , além de confiáveis sinais e a biblioteca de programação do Curses. Em 1985 num review de lançamento do BSD, John Quarterman, escreveu
O BSD na versão 4.1 foi lançado em junho de 1981 e foi uma resposta ao criticismo de performance relativa aos BSDs nos sistemas operacionais dos VAX da época, o VMS. O kernel do BSD 4.1 foi sistematicamente sintonizado pelo Bill Joy até que ele obtivesse uma performance semelhante ao VMS nos benchmarks. O lançamento deveria ter sido chamado de BSD 5, mas depois de objeções da AT T o nome foi mudado a AT T temia confusão com o UNIX System V.
Foi lançado em agosto de 1983, levou mais de 2 anos para ser implementado e continha várias e grandes reparações. Antes de seu lançamento oficial vieram três versões intermediárias a 4.1a que incorporava uma versão preliminar modificada de Bolt, Beranek e Newman da BBN do TCP IP O 4.1b que incluia o novo UFS, implementado por Marshall Kirk McKusick e o 4.1c que foi uma liberdade provisória durante os últimos meses de desenvolvimento do BSD 4.2. De volta à Bell Labs, o BSD 4.1c se tornou a base da oitava edição de Research Unix, e uma versão suportada comercialmente era disponível a partir do mtXinu. Para orientar a concepção do BSD 4.2, Duane Adams do DARPA formou um comitê de direção que consiste em Bob Fabry, Bill Joy e Sam Leffler a partir da UCB, Alan Nemeth e Rob Gurwitz da BBN, Dennis Ritchie da Bell Labs, Keith Lantz de Stanford, Rick Rashid da Carnegie-Mellon, Bert Halstead do MIT, Dan Lynch do ISI e Gerald J. Popek da UCLA. A comissão reuniu-se a partir de abril de 1981 à junho de 1983. Além do UFS, foram aceites várias características de colaboradores externos, incluindo as quotas de disco e controle de trabalho. A Sun Microsystems, elaborou testes em suas máquinas Motorola 68000, antes da liberação, assegurando a portabilidade do sistema. O lançamento oficial do BSD 4.2 veio em agosto de 1983. Foi notável como a primeira versão lançada após o início, em 1982, Bill Joy cofundador da Sun Microsystems Mike Karels e Marshall Kirk McKusick assumiram funções de liderança dentro do projeto a partir desse ponto em diante. Em uma nota mais leve, ele também marcou a estreia do mascote do BSD em um desenho feito por John Lasseter que apareceu na capa dos manuais impressos distribuídos por USENIX.
UNIX BSD versão 4.3 da Universidade de Wisconsin, circa 1987. Inicialização do sistema e login. BSD 4.3 da Universidade de Wisconsin. Navegando em usr ucb e usr games A versão 4.3 foi lançada em junho de 1986. Suas principais mudanças foram para melhorar o desempenho de muitas das novas contribuições do BSD 4.2 que não tinha sido tão fortemente afinadas como o código do BSD 4.1. Antes do lançamento, a implementação do BSD de TCP IP havia divergido consideravelmente de implementações oficiais da BBN. Depois de vários meses de testes, o DARPA determinou que a versão BSD 4.2 foi superior e permaneceria no BSD 4.3. Após o BSD 4.3, foi determinado que o BSD iria afastar-se da antiga plataforma VAX. O Power 6 32 platforma de codinome Tahoe desenvolvido pela Computer Inc. Consoles parecia promissor na época, mas foi abandonado por seus desenvolvedores pouco depois. No entanto, o port do BSD 4.3-Tahoe em junho de 1988, foi valiosa, uma vez que levou a uma separação de máquina dependente e também código independente de máquina no BSD que iria melhorar a portabilidade futura do sistema. Além de portabilidade, o CSRG trabalhou em uma implementação do OSI uma pilha de protocolos de rede, melhorias no sistema de memória virtual do kernel e com Van Jacobson do LBL novos algoritmos TCP IP para acomodar o crescimento da internet. Até então, todas as versões do BSD incorporavam código proprietário do Unix da AT T e foram, portanto, sujeitas a uma licença de software AT T. Licenças de código-fonte tornaram-se muito caras e vários grupos de terceiros expressaram interesse em uma versão separada do código de rede, que tinha sido desenvolvido completamente fora da AT T e portanto não estaria sujeito ao requisito de licenciamento. Isso levou ao Networking Release 1 Net 1 , que foi feito disponível para não-licenciados do código AT T e foi redistribuído livremente, nos termos da licença BSD. E foi lançado em junho de 1989. O BSD 4.3-Reno veio no início de 1990. Era uma versão provisória durante o desenvolvimento precoce do BSD 4.4, e sua utilização foi considerada uma aposta, daí a denominação após o centro de jogos de azar de Reno, Nevada. Esta versão foi explicitamente se movendo em direção à conformidade POSIX, e, segundo alguns, longe da filosofia BSD como o POSIX é muito baseado no System V, e o Reno foi bastante inchado em comparação às versões anteriores . Entre os novos recursos estiveram um Sistema de Arquivos de Rede NFS implementada pela Universidade de Guelph e apoio para a gama de computadores HP 9000, originários da Universidade de Utah, o port HPBSD. Em agosto de 2006, a revista InformationWeek classificou o BSD 4.3 como O Maior Software Jamais Escrito. Eles comentaram o BSD 4.3 representa o único grande suporte teórico da Internet.
Instalação do 386BSD. Foi um port inicial do BSD para a arquitetura Intel 80386. Depois do Net 1, um dos desenvolvedor do BSD Keith Bostic propôs que mais seções não-AT T do sistema BSD fossem liberadas sob a mesma licença como Net 1. Para este fim, ele iniciou um projeto para reimplementar a maioria dos programas do NetBSD sem usar o código AT T. Por exemplo, o vi, que tinha sido baseado na versão original do Unix ed, foi reescrita como nvi novo vi . No prazo de dezoito meses, todos os utilitários AT T tinham sido substituídos, e determinou-se que apenas alguns arquivos da AT T permanecessem no kernel. Esses arquivos foram removidos, e o resultado foi o lançamento em junho de 1991, o Networking Release 2 Net 2 , um sistema operacional quase completo que foi distribuído gratuitamente. O Net 2 foi a base para dois ports separados do BSD para a arquitetura Intel 80386 o livre 386BSD por William Jolitz e o proprietário BSD 386 mais tarde renomeado como BSD OS por Berkeley Software Design BSDi . O 386BSD foi de curta duração, mas tornou-se a base de código inicial dos projetos NetBSD e FreeBSD que foram iniciados pouco depois. A BSDi logo se viu em problemas legais com a subsidiária da AT T Unix System Laboratories USL , em seguida, os donos do System V copyright e a marca Unix. A ação USL v. BSDi foi ajuizada em 1992 e levou a uma liminar sobre a distribuição do Net 2 até que a validade das reivindicações de direitos autorais do USL nos fontes pudessem ser determinadas. A ação desacelerou o desenvolvimento de software livre dos descendentes do BSD por quase dois anos, enquanto o seu estatuto jurídico estava em questão, e como sistemas de resultado com base no kernel Linux, o que não tem essa ambiguidade legal, ganharam maior apoio. Apesar de não ser lançado até 1992, o desenvolvimento do 386BSD antecedeu o de Linux. Linus Torvalds disse que se o 386BSD ou o GNU Hurd não estivessem disponíveis no momento, ele provavelmente não teria criado o Linux.
A ação foi estabelecida em janeiro de 1994, em grande parte, em favor da Berkeley. Dos 18.000 arquivos na distribuição Berkeley, apenas três tiveram que ser removidos e 70 modificados para mostrar avisos de direitos autorais da USL. Uma outra condição do acordo foi que USL não iria apresentar novas ações judiciais contra usuários e distribuidores do código de Berkeley detido na próxima versão o BSD 4.4. Marshall Kirk McKusick resume o processo e seu resultado Em junho de 1994, o BSD 4.4 foi lançado em duas formas a distribuição livre 4.4 BSD-Lite que não continha nenhuma fonte AT T, enquanto a versão 4.4 BSD-Encumbered estava disponível, como versões anteriores, tinha sido só para licenciados da AT T. A versão final de Berkeley foi em 1995 do BSD 4.4-Lite Release 2, após o CSRG ser dissolvido e o desenvolvimento do BSD em Berkeley ter cessado. Desde então, diversas variantes baseadas direta ou indiretamente no BSD 4.4-Lite como o FreeBSD, NetBSD, OpenBSD e o DragonFly BSD foram mantidos. Além disso, a natureza permissiva da licença BSD tem permitido que muitos outros sistemas operacionais, tanto livres quanto proprietários, tenham código BSD incorporado. Por exemplo, o Microsoft Windows tem utilizado código derivado do BSD na sua implementação de TCP IP. e pacotes recompilados de versões BSD de ferramentas de redes de interpretador de comando desde o Windows 2000. Também o Darwin, o sistema no qual o Mac OS X da Apple é construído, é um derivado do BSD 4.4-Lite2 e FreeBSD. Vários sistemas operacionais comerciais de UNIX, tal como o Solaris, também contêm quantidades variáveis de código BSD.
Começando com a oitava edição, versões de pesquisa Unix na Bell Labs tinham uma estreita relação com o BSD. Isso começou quando o BSD 4.1c para o VAX foi usado como base para a Research Unix oitava edição. Isto continuou em versões posteriores, como a 9 Edição, que incorporou código fonte e melhorias do BSD 4.3. O resultado foi que essas versões posteriores do Research Unix estavam mais próximas do BSD do que do System V. Em uma publicação da Usenet em 2000, Dennis Ritchie descreveu esta relação entre BSD Unix e Pesquisa
Eric S. Raymond resumiu a relação de longa data entre o System V e o BSD, afirmando A divisão era aproximadamente entre cabelos longos e curtos programadores e pessoal técnico tendem a se alinhar com a Berkeley e o BSD, tipos mais orientados para o negócio, com a AT T e o System V. Em 1989, David A. Curry escreveu sobre as diferenças entre BSD e System V. Ele caracterizou o segundo como sendo frequentemente considerado como o Unix padrão. No entanto, ele descreveu como os BSD s sendo mais populares entre os centros de computação de universidades e do governo, devido às suas características avançadas e desempenho
BSD 4.3 da University of Wisconsin. Exibindo a man page para Franz Lisp. Fita para o SunOS 4.1.1, um derivado do BSD 4.3. Uma estação de trabalho Sony NEWS rodando o NEWS-OS um sistema operacional BSD-based. O Unix de Berkeley foi o primeiro Unix a incluir bibliotecas que suportam as pilhas de protocolos da internet Soquetes Berkeley. A implementação Unix do antecessor do IP, o NCP da ARPAnet, com os clientes FTP e Telnet, tinham sido produzidos na Universidade de Illinois em 1975, e estavam disponíveis em Berkeley. Entretanto, a escassez de memória no PDP-11 forçou um projeto complicado e problemas de performance. Ao integrar soquetes com o descritor de arquivo do sistema operacional Unix, tornou-se quase tão fácil de ler e gravar dados em toda a rede como o fôra para acessar um disco. O laboratório AT T finalmente lançou sua própria biblioteca de stream, que incorporou grande parte da mesma funcionalidade em uma pilha de software com uma arquitetura diferente, mas a ampla distribuição da biblioteca de sockets existente reduziu o impacto da nova API. Foram usadas as primeiras versões do BSD para formar o SunOS da Sun Microsystems, fundando a primeira onda de estações de trabalho UNIX populares.
Sistemas operacionais BSD podem executar software nativo de muitos outros sistemas operacionais na mesma arquitetura, usando uma camada de compatibilidade binária. Muito mais simples e rápido que emulação, o que permite, por exemplo, aplicações previstas para Linux serem executadas em velocidade efetivamente completa. Isso faz com que os BSDs não só sejam adequados para ambientes de servidores, mas também para as estações de trabalho, dada a crescente disponibilidade de software comercial ou de código fechado apenas para Linux. Isto também permite que os administradores migrem para aplicações comerciais normais, o que pode ter apenas variantes comerciais do Unix suportadas, para um sistema operacional mais moderno, mantendo a funcionalidade de tais aplicações até que eles possam ser substituídos por uma alternativa melhor.
As variantes dos sistemas operacionais BSD atuais suportam muitos dos padrões IEEE, ANSI, ISO e POSIX, enquanto retém a maior parte do comportamento BSD tradicional. Como o Unix AT T, o kernel BSD é um monolítico, o que significa que os drivers de dispositivos rodam no modo privilegiado, como parte do núcleo do sistema operacional.
Gráfico de barras Exibindo a proporção de usuários de cada variante do BSD a partir de uma pesquisa de uso em 2005. A Cada participante foi permitido indicar múltiplas variantes de BSD. O BSD tem sido a base de um grande número de sistemas operacionais. O mais notável entre estes hoje são talvez os principais de código aberto FreeBSD, NetBSD e OpenBSD, que são todos derivados do 386BSD e do BSD 4.4 - Lite por várias vias. Ambos NetBSD e FreeBSD começaram a existir em 1993, inicialmente derivados do 386BSD, mas em 1994 migraram para uma base de código BSD 4.4-Lite. O OpenBSD foi um fork em 1995 a partir do NetBSD. Os três descendentes mais notáveis na atual utilização, às vezes conhecidos como Os BSDs - têm gerado uma série de descendentes, incluindo DragonFly BSD, FreeSBIE, Miros BSD, DesktopBSD, PC-BSD e mais recentemente o GhostBSD. Eles são direcionados para uma variedade de sistemas para fins diferentes e são comuns em instalações governamentais, universidades e em uso comercial. Um número de sistemas operacionais comerciais também estão parcial ou totalmente baseados em BSD ou nos seus descendentes, incluindo SunOS e o Mac OS X. A maioria dos atuais sistemas operacionais BSD são código aberto e disponíveis para download gratuitamente sob a BSD License, a exceção mais notável é o Mac OS X. Eles também usam geralmente um kernel monolítico, além do Mac OS X e DragonFly BSD que apresentam kernel híbrido. Os vários projetos de código aberto BSD, geralmente desenvolvem programas e bibliotecas em conjunto e um kernel com espaço do usuário , além do código-fonte ser gerenciado através de um único repositório de origem central. No passado, BSD também foi usado como base para várias versões proprietárias do Unix, como o SunOS, Sequent, Dynix, NeXT, NeXTSTEP, DEC, Ultrix e OSF 1 AXP agora conhecido como Tru64 UNIX. Partes do software da NeXT se tornaram a base para o Mac OS X, entre as variantes BSD mais bem sucedidas comercialmente no mercado em geral. Uma seleção de versões significantes do Unix e Unix-like que descendem do BSD, incluem FreeBSD, um sistema operacional de propósito geral e de código aberto. NeXT NEXTSTEP e OpenStep, baseados no Mach kernel e no 4BSD o ancestral do Mac OS X Darwin da Apple, o núcleo do OS X e iOS construído no XNU kernel parte de Mach, parte de FreeBSD, parte de código derivado da Apple e um espaço do usuário que vem do FreeBSD. PC-BSD, GhostBSD e DesktopBSD, distribuições de FreeBSD com ênfase em facilidade de uso e interfaces amigáveis para usuários de desktop notebooks. MidnightBSD, outro fork do FreeBSD. DragonFly BSD, um fork do FreeBSD que segue um projeto alternativo, particularmente relacionado ao SMP. NextBSD, nova distribuição BSD derivada do FreeBSD 10.1 e vários componentes OS X. FreeNAS um livre servidor de armazenamento anexado à rede, baseado em uma versão mínima do BSD. NAS4Free fork do FreeNAS na versão 0.7, com servidor de armazenamento anexado à rede. Nokia IPSO SO baseado em FreeBSD e usado em dispositivos embarcados da Nokia. O SO para o Netflix Open Connect Appliance. Junos, o SO para o Juniper routers, uma versão customizada de FreeBSD e uma variedade de outros sistemas operacionais embarcados. Isilon Systems OneFS, o SO usado no Isilon IQ-series com sistemas de armazenamento em clusters, é uma forte versão customizada do FreeBSD. NetApp s Data ONTAP, o SO para NetApp, é uma versão customizada do FreeBSD com a arquitetura ONTAP construída em cima. m0n0wall, uma distribuição FreeBSD voltada para o uso como um firewall. Pfsense firewall e roteador aberto. OPNsense firewall e roteador completo, sucessor do M0n0wall. e fork do pfSense Coyote Point Systems EQ OS, um runtime para servidores de alta performance load balancing. NetBSD, um BSD de código aberto focado em um projeto limpo e portável. OpenBSD, um 1995 fork do NetBSD, focado na segurança. MirOS BSD, um fork do OpenBSD características adicionais como localizações europeias. ekkoBSD, um descontinuado fork de OpenBSD, agora parcialmente mesclado com o MirOS. MicroBSD, um SO baseado no OpenBSD com um requisito pequeno de memória. Force10 FTOS, o sistema operacional para Force 10 e switches de redes de data centers Dell. Dell DNOS versão 9 e acima, o sucessor para FTOS. TrustedBSD F5 Networks, F5 BIGIP Appliances usa um SO BSD como o sistema operacional de gerenciamento até a versão 9.0 lançada, que é construída em cima do Linux. DEC s Ultrix, a versão oficial do Unix para PDP-11, VAX, e sistemas DECstation. Sony NEWS-OS, um OS BSD-based para estações de trabalho de engenharia de rede. OSF 1, um microkernel-based Unix desenvolvido pelo Open Software Foundation, incorporando o Mach kernel e partes do BSD 4. Tru64 UNIX formerly DEC OSF 1 AXP or Digital UNIX , the port of OSF 1 for DEC Alpha-based systems from DEC, Compaq and HP. Versões pré-5.0 do Sun Microsystems SunOS, uma versão aprimorada do BSD 4 para a SUN Motorola 68k-based Sun-2 e sistemas Sun-3, SPARC-based systems, e x86-based e sistemas Sun386i SunOS 5.0 e posteriores versões são o System V Release 4-based 386BSD, o primeiro BSD de código aberto e o ancestral da maioria dos BSDs atuais DEMOS, um clone russo do BSD BSD OS, um agora enterrado BSD proprietário para PCs RetroBSD, um fork do BSD 2.11 designado para rodar em microcontroladores como o PIC32
BSD Daemon Licença BSD Comparação de sistemas operacionais BSD List de sistemas opeacionais BSD História da Internet FreeBSD NetBSD OpenBSD Darwin DragonFly BSD PC-BSD GhostBSD
Marshall K. McKusick, Keith Bostic, Michael J. Karels, John S. Quartermain, The Design and Implementation of the 4.4BSD Operating System Addison Wesley, 1996 ISBN 978-0-201-54979-9 Marshall K. McKusick, George V. Neville-Neil, The Design and Implementation of the FreeBSD Operating System Addison Wesley, August 2, 2004 ISBN 978-0-201-70245-3 Samuel J. Leffler, Marshall K. McKusick, Michael J. Karels, John S. Quarterman, The Design and Implementation of the 4.3BSD UNIX Operating System Addison Wesley, November 1989 ISBN 978-0-201-06196-3 Peter H. Salus, The Daemon, the GNU The Penguin Reed Media Services, September 1, 2008 ISBN 978-0-9790342-3-7 Peter H. Salus, A Quarter Century of UNIX Addison Wesley, June 1, 1994 ISBN 978-0-201-54777-1 Peter H. Salus, Casting the Net Addison-Wesley, March 1995 ISBN 978-0-201-87674-1
A timeline of BSD and Research UNIX UNIX History History of UNIX and BSD using diagrams The Design and Implementation of the 4.4BSD Operating System The Unix Tree Source code and manuals for old versions of Unix EuroBSDCon, an annual event in Europe in September, October or November, founded in 2001 BSDCan, a conference in Ottawa, Canada, held annually in May since 2004, in June since 2015 AsiaBSDCon, a conference in Tokyo, held annually in March of each year, since 2007 mdoc.su short manual page URLs for FreeBSD, OpenBSD, NetBSD and DragonFly BSD, a web-service written in nginx BXR.SU Super User s BSD Cross Reference, a userland and kernel source code search engine based on OpenGrok and nginx Categoria Sistemas operacionais tipo UnixBaía dos Porcos. A Baía dos Porcos em espanhol, Bahia de los Cochinos é uma baía na costa meridional de Cuba, mais conhecida em razão de uma tentativa de invasão malsucedida por parte de mais de mil e duzentos exilados cubanos, ligados ao antigo regime de Fulgêncio Batista, apoiados pelos Estados Unidos - que foram treinados e financiados pelos serviço secreto norte-americana CIA, em 1961. Esta invasão deu-se devido à persistência dos Estados Unidos em contrariar a dispersão dos ideais comunistas. um dos marcos históricos da reconhecida Guerra Fria.
Anualmente, há um aumento da população de caranguejos na baía, após a época de acasalamento. Em 2022, no entanto, esse aumento foi maior do que o comum, possivelmente relacionado ao menor tráfego de carros, ônibus e pessoas nos anos anteriores, durante a pandemia de COVID-19.
Invasão da Baía dos Porcos Porcos Categoria Guerra FriaBalança Hidrostática para determinação de volume de sólidos irregulares.Uma balança hidrostática é um mecanismo experimental destinado ao estudo da força de impulsão exercida por líquidos sobre os corpos neles imersos. Foi inventada por Galileu Galilei. Seu funcionamento se baseia no princípio de Arquimedes um corpo perde aparentemente um peso igual à quantidade de líquido ou gás deslocado e está especialmente concebida para a determinação de densidades de sólidos e líquidos. Este tipo de balança é constituída por prumo, termómetro, copo, alça, parafuso de compensação, escala graduada, cursor superior deslizante, encaixe, cursor inferior deslizante, pontas, parafuso para acerto e suporte. Estas balanças necessitam de ser calibradas antes de se efetuar a medição de densidades. O procedimento a ser seguido Pesa-se o mineral seco Pesa-se o mineral imerso em água, o que é conseguido pendurando o mineral em um fio amarrado em um dispositivo ligado ao prato da balança. O recipiente com água onde será imerso o mineral deverá ficar sobre o prato da balança, sem tocá-lo, o que se consegue com uma plataforma ponte, apoiada sobre a mesa onde está a balança. A densidade relativa será calculada dividindo-se o peso do mineral a seco pela diferença do peso a seco e do peso imerso em água, pois esta diferença nos dá, pelo Princípio de Arquimedes, o empuxo a que está sendo submetido o mineral, que é igual ao peso do volume de água deslocado pelo mineral, sendo que este volume é o volume do mineral. A densidade relativa é dada por do fluido onde é o peso a seco e o peso imerso na água.
O objetivo será determinar a densidade de um objeto utilizando apenas uma balança comum e uma balança hidrostática. Não se dispõe de instrumentos para aferir de forma direta o volume do objeto. A balança hidrostática utiliza o Empuxo de Arquimedes, então é por ele que se inicia a dedução apresentada a seguir. O empuxo de Arquimedes é definido como uma força vertical e para cima com módulo equivalente ao peso do líquido deslocado. O peso de líquido deslocado é igual ao produto do volume de líquido deslocado pela massa específica do líquido e pela aceleração da gravidade. onde é o Empuxo, é a massa específica do líquido, é o volume de líquido deslocado e é a aceleração da gravidade. Mas o empuxo de Arquimedes também pode ser definido como uma força vertical e para cima, resultante entre a diferença do Peso Real e o Peso Aparente. O Peso real nada mais é que o peso medido a seco e o Peso Aparente nada mais é que o peso aferido com o o objeto imerso. Assim, pode-se reescrever Colocando a gravidade em evidência na parte esquerda Simplificando a gravidade em ambos os lados da expressão Isolando o volume de líquido deslocado Sabe-se que o Volume de líquido deslocado é equivalente ao Volume do objeto que foi imerso lembrando do enunciado da lei física que dois corpos não ocupam o mesmo local do espaço ao mesmo tempo . Também se verifica que a massa real é simplesmente a massa seca do objeto e a massa aparente é simplesmente a massa imersa . Assim a expressão anterior é reescrita como Observa-se na expressão acima, que foi possível determinar o volume do objeto de maneira indireta. Esse método se torna útil quando o objeto em questão possui um formato irregular ou complexo que torne difícil ou até mesmo impossível a obtenção do volume pelos meios tradicionais analíticos e numéricos. Lembrando que massa seca é obtida diretamente da balança e a massa imersa é obtida da balança hidrostática. importante observar que a leitura da balança hidrostática não fornece o Empuxo. A balança hidrostática fornece o valor da massa de líquido deslocado, que é equivalente a massa imersa . Da definição de densidade, temos Agora substituindo na definição de densidade a expressão definida para o Volume do objeto Simplificando a divisão de frações Se o fluído em questão for a água, de massa específica igual a 1g cm , a densidade do objeto se resume a , nesse caso, obviamente, a densidade d será obtida na unidade . Categoria HidráulicaBíblia do grego koiné , , os livros é uma antologia de textos religiosos ou escrituras sagradas para o cristianismo, o judaísmo, o samaritanismo e muitas outras religiões. Esses textos, originalmente escritos em hebraico, aramaico e grego koiné, incluem instruções, histórias, poesias e profecias, entre outros gêneros literários. A coleção de materiais que são aceitos como parte da Bíblia por uma determinada tradição ou comunidade religiosa é chamada de cânone bíblico. Os crentes na Bíblia geralmente a consideram um produto da inspiração divina e interpretam o texto de maneiras diferentes e variadas. Os textos religiosos foram compilados por diferentes comunidades religiosas em várias coleções oficiais. A mais antiga, chamada de Torá em hebraico e Pentateuco em grego, continha os primeiros cinco livros da Bíblia a segunda parte mais antiga era uma coleção de histórias narrativas e profecias os Nevi im a terceira coleção o Ketuvim contém salmos, provérbios e histórias narrativas. Tanakh é um termo alternativo para a Bíblia hebraica composta pelas primeiras letras dessas três partes das escrituras hebraicas a Torá Ensino , o Nevi im Profetas e o Ketuvim Escritos . O texto massorético é a versão medieval do Tanakh, em hebraico e aramaico, que é considerado o texto oficial da Bíblia hebraica pelo judaísmo rabínico moderno. A Septuaginta é uma tradução grega koiné do Tanakh dos séculos III e II a.C. e em grande parte sobrepõe-se à Bíblia hebraica. O cristianismo começou como uma vertente do judaísmo, usando a Septuaginta como base do Antigo Testamento. A Igreja primitiva continuou a tradição judaica de escrever e incorporar o que via como livros religiosos inspirados e oficiais. Os evangelhos, epístolas paulinas e outros textos rapidamente se fundiram no Novo Testamento. Com vendas totais estimadas em mais de cinco bilhões de cópias, a Bíblia é amplamente considerada a publicação mais vendida de todos os tempos. Ela teve uma profunda influência tanto na cultura e história ocidentais quanto nas culturas ao redor do mundo. O estudo da Bíblia por meio da crítica bíblica também impactou indiretamente a cultura e a história. A Bíblia está atualmente traduzida ou sendo traduzida para cerca de metade das línguas existentes do mundo.
O termo Bíblia pode se referir à Bíblia hebraica ou à Bíblia cristã, que contém o Antigo e o Novo Testamento. A palavra Bíblia é derivada do termo em grego koiné , que significa os livros singular . A palavra em si tinha o significado literal de rolo e passou a ser usada como a palavra comum para livro. o diminutivo de byblos, papiro egípcio, possivelmente assim chamado a partir do nome do porto marítimo fenício Biblos também conhecido como Gebal de onde o papiro egípcio era exportado para a Grécia. O termo grego ta biblia os livros era uma expressão que os judeus helenísticos usavam para descrever seus livros sagrados. O estudioso bíblico F. F. Bruce observa que João Crisóstomo parece ser o primeiro escritor em suas Homilias sobre Mateus, proferidas entre 386 e 388 a usar a frase grega ta biblia os livros para descrever o Antigo e o Novo Testamento juntos. A expressão em latim biblia sacra livros sagrados foi traduzida do grego tà biblía tà hágia, os livros sagrados . O termo do latim medieval é a abreviação de biblia sacra livro sagrado . Gradualmente, passou a ser considerado um substantivo feminino singular em latim medieval e, assim, a palavra foi emprestada como singular para os vernáculos da Europa Ocidental.
Ficheiro Gutenberg Bible, Lenox Copy, New York Public Library, 2009. Pic 01.jpg miniaturadaimagem A Bíblia de Gutenberg, a primeira Bíblia impressa meados do século XV Ficheiro Bible from 1300 20 .jpg alt Hebrew Bible from 1300. Genesis. miniaturadaimagem Bíblia hebraica de 1300. Gênese. A Bíblia não é um único livro é uma coleção de livros cujo seu complexo desenvolvimento não é completamente compreendido. Os livros mais antigos começaram como canções e histórias transmitidas oralmente de geração em geração. Os estudiosos estão apenas começando a explorar a interface entre escrita, performance, memorização e a dimensão auditiva dos textos. As indicações atuais são de que o antigo processo de escrita-leitura foi complementado pela memorização e performance oral na comunidade. A Bíblia foi escrita e compilada por muitas pessoas, a maioria desconhecida, de uma variedade de culturas díspares. O estudioso bíblico britânico John K. Riches escreveu Os livros da Bíblia foram inicialmente escritos e copiados à mão em rolos de papiro. Nenhum original sobreviveu. A idade da composição original dos textos é, portanto, difícil de determinar e muito debatida. Usando uma abordagem linguística e historiográfica combinada, Hendel e Joosten datam as partes mais antigas da Bíblia hebraica o Cântico de Débora em Juízes 5 e a história de Sansão de Juízes 16 e 1 Samuel como tendo sido compostas no início da Idade do Ferro pré-monárquica c. 1200 a.C. . Os Manuscritos do Mar Morto, descobertos nas cavernas de Qumran em 1947, são cópias que podem ser datadas entre 250 a.C. e 100 d.C. São as cópias mais antigas existentes dos livros da Bíblia hebraica de qualquer tamanho que não sejam simplesmente fragmentos. Os primeiros manuscritos provavelmente foram escritos em paleo-hebraico, uma espécie de pictograma cuneiforme semelhante a outros pictogramas do mesmo período. O exílio para a Babilônia provavelmente levou à mudança de escrita aramaico nos séculos V a III a.C. Desde a época dos pergaminhos do Mar Morto, a Bíblia hebraica era escrita com espaços entre as palavras para ajudar na leitura. Por volta do século VIII d.C., os massoretas acrescentaram sinais vocálicos. Levitas ou escribas mantiveram os textos, sendo que alguns textos sempre foram tratados como mais oficiais do que outros. Os escribas preservavam e alteravam os textos alterando a escrita e atualizando as formas arcaicas ao mesmo tempo em que faziam correções. Esses textos hebraicos foram copiados com muito cuidado. Escrita hebraico-samaritana Considerados como escrituras textos religiosos sagrados e oficiais , os livros foram compilados por diferentes comunidades religiosas em vários cânones bíblicos coleções oficiais de escrituras . A compilação mais antiga, contendo os primeiros cinco livros da Bíblia e chamada de Torá que significa lei, instrução ou ensino ou Pentateuco cinco livros , foi aceita como cânone judaico pelo século V a.C. Uma segunda coleção de histórias narrativas e profecias, chamada Nevi im profetas , foi canonizada no século III a.C. Uma terceira coleção chamada Ketuvim escritos , contendo salmos, provérbios e histórias narrativas, foi canonizada em algum momento entre o século II a.C. e o século II d.C. Essas três coleções foram escritas principalmente em hebraico bíblico, com algumas partes em aramaico, que juntas formam a Bíblia hebraica ou TaNaKh uma abreviação de Torá, Nevi im e Ketuvim . Existem três versões históricas principais da Bíblia hebraica a Septuaginta, o Texto Massorético e o Pentateuco Samaritano que contém apenas os cinco primeiros livros . Elas estão relacionadas, mas não compartilham os mesmos caminhos de desenvolvimento. A Septuaginta, ou LXX, é uma tradução das escrituras hebraicas, e alguns textos relacionados, para o grego koiné, iniciada em Alexandria no final do século III a.C. e concluída em 132 a.C. Provavelmente encomendada por Ptolomeu II Filadelfo, rei do Egito, atendeu à necessidade dos judeus de língua grega da diáspora greco-romana. As cópias completas existentes da Septuaginta datam do século III ao V d.C., com fragmentos que datam do século II a.C. A revisão de seu texto começou já no século I a.C. Fragmentos da Septuaginta foram encontrados entre os Manuscritos do Mar Morto partes de seu texto também são encontradas em papiros existentes do Egito que datam do séculos I e II a.C. e do século I d.C. Os massoretas começaram a desenvolver o que se tornaria o texto hebraico e aramaico oficial dos 24 livros da Bíblia hebraica no judaísmo rabínico perto do final do período talmúdico , mas a data real é difícil de determinar. Nos séculos VI e VII, três comunidades judaicas contribuíram com sistemas para escrever o texto preciso, com sua vocalização e acentuação conhecidos como mas sora da qual derivamos o termo massorético . Esses primeiros estudiosos massoréticos estavam baseados principalmente nas cidades galileanas de Tiberíades e Jerusalém, e na Babilônia atual Iraque . Aqueles que viviam na comunidade judaica de Tiberíades na antiga Galiléia c. 750-950 , fizeram cópias de escribas dos textos da Bíblia hebraica sem um texto padrão, como fazia a tradição babilônica. A pronúncia canônica da Bíblia hebraica chamada hebraica tiberiana que eles desenvolveram, e muitas das notas que fizeram, diferiam da babilônica. Essas diferenças foram resolvidas em um texto padrão chamado Texto Massorético no século IX. A cópia completa mais antiga ainda existente é o Códice de Leningrado, datado de c. 1000 d.C. O Pentateuco Samaritano é uma versão da Torá mantida pela comunidade samaritana desde a Antiguidade, que foi redescoberta por estudiosos europeus no século XVII suas cópias existentes mais antigas datam de c. 1100 d.C. Os samaritanos incluem apenas o Pentateuco Torá em seu cânon bíblico. Eles não reconhecem autoria ou inspiração divina em nenhum outro livro do Tanakh judaico. Existe um Livro Samaritano de Josué parcialmente baseado no Livro de Josué do Tanakh, mas os samaritanos o consideram uma crônica histórica secular não canônica. No século VII, a primeira forma de códice da Bíblia hebraica foi produzida. O códice é o precursor do livro moderno. Popularizado pelos primeiros cristãos, era feito dobrando-se uma única folha de papiro ao meio, formando páginas . Juntar várias dessas páginas dobradas criou um livro que era mais facilmente acessível e mais portátil do que os pergaminhos. Em 1488, foi produzida a primeira versão impressa completa da Bíblia hebraica. Ficheiro PaulT.jpg direita miniaturadaimagem São Paulo escrevendo suas epístolas, pintura de Valentin de Boulogne Durante a ascensão do cristianismo no século I, novas escrituras foram escritas em grego koiné. Os cristãos chamaram essas novas escrituras de Novo Testamento e começaram a se referir à Septuaginta como o Antigo Testamento. O Novo Testamento foi preservado em mais manuscritos do que qualquer outro trabalho antigo. A maioria dos primeiros copistas cristãos não eram escribas treinados. Muitas cópias dos evangelhos e das cartas de Paulo foram feitas por cristãos individuais em um período de tempo relativamente curto, logo após os originais terem sido escritos. Há evidências nos Evangelhos Sinóticos, nos escritos dos primeiros pais da igreja, de Marcião, e na Didache de que os documentos cristãos estavam em circulação antes do final do século I. As cartas de Paulo circularam durante sua vida e acredita-se que sua morte tenha ocorrido antes de 68 durante o reinado de Nero. Os primeiros cristãos transportaram esses escritos por todo o Império Romano, traduzindo-os para o siríaco antigo, copta, etíope e latim, entre outras línguas. Bart Ehrman explica como esses vários textos mais tarde foram agrupados por estudiosos em categorias durante os primeiros séculos da igreja, os textos cristãos eram copiados em qualquer lugar para onde fossem escritos ou levados. Como os textos eram copiados localmente, não é surpresa que diferentes localidades tenham desenvolvido diferentes tipos de tradição textual. Ou seja, os manuscritos em Roma tinham muitos dos mesmos erros, porque eram em sua maioria documentos internos , copiados uns dos outros eles não foram muito influenciados por manuscritos copiados na Palestina e os da Palestina assumiram características próprias, que não eram as mesmas encontradas em um lugar como Alexandria, no Egito. Além disso, nos primeiros séculos da igreja, alguns locais tinham escribas melhores do que outros. Estudiosos modernos chegaram a reconhecer que os escribas em Alexandria que era um importante centro intelectual no mundo antigo eram particularmente escrupulosos, mesmo nestes primeiros séculos, e que lá, em Alexandria, uma forma muito pura do texto dos primeiros cristãos foi preservada, década após década, por escribas cristãos dedicados e relativamente habilidosos.Essas diferentes histórias produziram o que os estudiosos modernos chamam de tipos de texto reconhecíveis. As quatro mais comumente reconhecidas são alexandrina, ocidental, cesariana e bizantina. Ficheiro P52 verso.jpg upright esquerda miniaturadaimagem Papiro P52 é o fragmento mais antigo existente de papiro do Novo Testamento. Contém frases do Livro de João. A lista de livros incluídos na Bíblia católica foi estabelecida como cânone pelo Concílio de Roma em 382, seguido por Hipona em 393 e Cartago em 397. Entre os anos 385 e 405, a Igreja cristã primitiva traduziu seu cânon para o latim vulgar o latim comum falado por pessoas comuns , uma tradução conhecida como Vulgata. Desde então, os cristãos católicos realizaram concílios ecumênicos para padronizar seu cânon bíblico. O Concílio de Trento 1545-1563 , realizado pela Igreja Católica em resposta à Reforma Protestante, autorizou a Vulgata como sua tradução latina oficial da Bíblia e reafirmou o cânon estabelecido 1200 anos atrás. Uma série de cânones bíblicos evoluíram desde então. Os cânones bíblicos cristãos variam dos 73 livros do cânone da Igreja Católica e os 66 livros do cânone da maioria das denominações protestantes, aos 81 livros do cânone da Igreja Ortodoxa Etíope, entre outros. O judaísmo há muito aceita um único texto oficial, enquanto o cristianismo nunca teve uma versão oficial, tendo muitas tradições manuscritas diferentes. Todos os textos bíblicos eram tratados com reverência e cuidado por aqueles que os copiaram, mas existem erros de transmissão, chamados variantes, em todos os manuscritos bíblicos. Uma variante é simplesmente qualquer desvio entre dois textos. O crítico textual Daniel B. Wallace explica que cada desvio conta como uma variante, independentemente de quantos manuscritos o atestam. O estudioso hebraico Emanuel Tov diz que o termo não é avaliativo é simplesmente um reconhecimento de que os caminhos de desenvolvimento de diferentes textos se separaram. Manuscritos medievais da Bíblia hebraica eram considerados extremamente precisos os documentos de maior autoridade para copiar outros textos. Mesmo assim, David Carr afirma que os textos hebraicos contêm tipos de variantes acidentais e intencionais variantes de memória são geralmente diferenças acidentais. As variantes também incluem a substituição de equivalentes lexicais, diferenças semânticas e gramaticais e mudanças de escala maior na ordem, com algumas revisões importantes dos textos massoréticos que devem ter sido intencionais. A maioria das variantes são acidentais, como erros de ortografia, mas algumas mudanças foram intencionais. Mudanças intencionais nos textos do Novo Testamento foram feitas para melhorar a gramática, eliminar discrepâncias, harmonizar passagens paralelas, combinar e simplificar várias leituras variantes em uma, e por razões teológicas. Bruce K. Waltke observa que uma variante para cada dez palavras foi observada na recente edição crítica da Bíblia hebraica, a Biblia Hebraica Stuttgartensia, deixando 90 do texto hebraico sem variação. A quarta edição do Novo Testamento Grego da Sociedade Bíblica Unida observa variantes que afetam cerca de 500 de 6.900 palavras, ou cerca de 7 do texto.
Segundo o jornalista David Plotz, da revista eletrônica Slate, até um século atrás, a maioria dos estadunidenses bem instruídos conheciam a Bíblia a fundo. Ele também afirma que atualmente, o desconhecimento bíblico é praticamente total entre pessoas não religiosas. Ainda segundo Plotz, mesmo entre os fiéis, a leitura da Bíblia é irregular a Igreja Católica inclui somente uma pequena parcela do Antigo Testamento nas leituras oficiais os judeus estudam bastante os cinco primeiros livros da Bíblia, mas não se importam muito com o restante os judeus ortodoxos normalmente passam mais tempo lendo o Talmude ou outra coisa que a Bíblia em si muitos protestantes e ou evangélicos leem a Bíblia frequentemente, mas geralmente dão mais ênfase ao Novo Testamento. A inacessibilidade da Bíblia entre a Antiguidade e a Idade Média resultou na criação de diversas narrativas sobre os personagens bíblicos, criando acréscimos e distorções. A Igreja Católica não podia entregar muitos exemplares da Bíblia, por causa das dificuldades da época que não existia impressão, tendo a Igreja alegado que nem todos teriam a capacidade necessária para interpretá-la, devido à sua complexidade, tanto que a Igreja justificava essa dificuldade de entendê-la, mostrando aos seus fiéis as grandes heresias que até desbalancear a sociedade, desbalanceava, como o catarismo. Os conflitos entre ciência e religião foram, em parte, ajudados pela interpretação literal da Bíblia. Esta não deve ser interpretada como um relato preciso da história da humanidade ou uma descrição perfeita da natureza. Galileu Galilei considerava que a Bíblia deveria ser interpretada a partir do estudo da natureza. Os escravocratas basearam-se na parte da Bíblia que conta sobre Noé ter condenado seu filho Cam e seus descendentes à escravidão para justificar religiosamente a escravidão. Martinho Lutero considerava que o amor de Cristo era alcançável gratuitamente por meio da Bíblia. Foi um dos primeiros teólogos a sugerir que as pessoas deveriam ler e interpretar a Bíblia por si mesmas. A maioria das pessoas interpreta a Bíblia por intermédio de seu líder religioso.
A Bíblia é dividida em duas partes o Antigo e o Novo Testamentos. O primeiro, na versão aceita de forma geral por protestantes e judeus, apresenta a história do mundo desde sua criação até os acontecimentos após a volta dos judeus do exílio babilônico, no Os católicos e ortodoxos, por outro lado, têm um cânon mais extenso, cobrindo até os asmoneus do O Novo Testamento apresenta a história de Jesus Cristo e a pregação de seus ensinamentos, durante sua vida e após sua morte e ressurreição, no . ver Vida de Cristo A Bíblia não era dividida em capítulos até , quando o cardeal Sthepen Langton os criou, e não apresentava versículos até ser assim dividida em por Robert Stephanus.
A quantidade de livros do Antigo Testamento varia de acordo com a religião ou denominação cristã que o adota a Bíblia dos cristãos protestantes e o Tanakh judaico incluem apenas 39 livros, enquanto a Igreja Católica possui 46 e a Igreja Ortodoxa em geral aceita 51. Os sete livros existentes na Bíblia católica, ausentes da judaica e da protestante são conhecidos como deuterocanônicos para os católicos e apócrifos para os protestantes. O mesmo se aplica aos livros da Bíblia ortodoxa, que por sua vez pode vir a ter mais livros. Os livros do Antigo Testamento aceitos por todos os cristãos como sagrados chamados protocanônicos pela Igreja Católica são Gênesis, xodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, I Samuel, II Samuel, I Reis, II Reis, I Crônicas, II Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cânticos dos Cânticos, Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Os deuterocanônicos, aceitos pela Igreja Católica como sagrados são Tobias, Judite, I Macabeus, II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruque. Estes estão disponíveis na tradução grega do Antigo Testamento, datada do Século I a.C., a Septuaginta. Segundo a visão protestante, os textos deuterocanônicos chamados Livros apócrifos pelos protestantes foram, supostamente, escritos entre Malaquias e o Novo Testamento, numa época em que segundo o historiador judeu Flávio Josefo, a Revelação Divina havia cessado porque a sucessão dos profetas era inexistente ou imprecisa ver Testimonium Flavianum . O parecer de Josefo não é aceito pelos cristãos católicos, ortodoxos e por alguns protestantes, e igualmente pensam assim uma maioria judaica não farisaica, porque Jesus afirma que durou até João Batista, A lei e os profetas duraram até João cf. .
O Novo Testamento é composto de 27 livros Evangelho de Mateus, Evangelho de Marcos, Evangelho de Lucas, Evangelho de João, Atos dos Apóstolos, Romanos, I Coríntios, II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I Tessalonicenses, II Tessalonicenses, I Timóteo, II Timóteo, Tito, Filémon, Hebreus, Epístola de Tiago, Primeira Epístola de Pedro, Segunda Epístola de Pedro, Primeira Epístola de João, Segunda Epístola de João, Terceira Epístola de João, Epístola de Judas e Apocalipse. As traduções do Novo Testamento foram feitas a partir de mais de manuscritos, que podem ser divididos em duas categorias Texto-Tipo Bizantino e Texto-Tipo Alexandrino. Os pergaminhos do Texto-Tipo Bizantino também chamado Textus Receptus são representados pela maioria cerca de 95 dos manuscritos existentes. Através dos séculos, desde o começo da era cristã, e inclusive em alguns contextos, como na Reforma Protestante do , os textos deuterocanônicos do Novo Testamento foram tão debatidos como os textos deuterocanônicos do Antigo Testamento. Finalmente, os reformistas protestantes decidiram rejeitar todos os textos deuterocanônicos do Antigo Testamento, e aceitar todos os textos deuterocanônicos do Novo Testamento, embora houvesse em Lutero, no processo da Reforma Protestante, a intenção de remover determinados livros do Novo Testamento por considerá-los apócrifos ou dolosos, como a Epístola de Tiago. ver Apócrifos do Novo Testamento .
Este vocábulo não se encontra na Bíblia como designação de uma de suas partes. A palavra portuguesa testamento corresponde à palavra hebraica berith que significa aliança, pacto, convênio, contrato , e designa a aliança que Deus fez com o povo de Israel no monte Sinai, tal como descrito no livro de xodo e . Segundo a própria Bíblia, tendo sido esta aliança quebrada pela infidelidade do povo, Deus prometeu uma nova aliança que deveria ser ratificada com o sangue de Cristo . Os escritores do Novo Testamento denominam a primeira aliança de antiga , em contraposição à nova . Os tradutores da Septuaginta traduziram berith para diatheke, embora não haja perfeita correspondência entre as palavras, já que berith designa aliança compromisso bilateral e diatheke tem o sentido de última disposição dos próprios bens, testamento compromisso unilateral . As respectivas expressões antiga aliança e nova aliança passaram a designar a coleção dos escritos que contêm os documentos respectivamente da primeira e da segunda aliança. As denominações Antigo Testamento e Novo Testamento, para as duas coleções dos livros sagrados, começaram a ser usadas no final do século II, quando os evangelhos e outros escritos apostólicos foram considerados como parte do cânon sagrado. O termo testamento surgiu através do latim, quando a primeira versão latina do Antigo Testamento grego traduziu diatheke por testamentum. Jerônimo de Estridão, revisando esta versão latina, manteve a palavra testamentum, equivalendo ao hebraico berith aliança, concerto, quando a palavra não tinha essa significação no grego ver Vulgata . Afirmam alguns pesquisadores que a palavra grega para contrato, aliança deveria ser suntheke, por traduzir melhor o hebraico berith.
Ficheiro Genesis in a Tamil bible from 1723.jpg thumbnail upright Livro do Gênesis, Bíblia em tâmil de 1723 As diversas igrejas cristãs possuem algumas divergências quanto aos seus cânones sagrados, inclusive entre protestantes. A Igreja Católica possui 46 livros no Antigo Testamento como parte de seu cânone bíblico. Os livros de Livro de Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, I Macabeus e II Macabeus e as chamadas Adições em Ester e Adições em Daniel são considerados deuterocanônicos ou do segundo cânon pela Igreja Católica. Além disso, existem 27 livros no Novo Testamento. As igrejas cristãs ortodoxas e as outras igrejas orientais, aceitam, além de todos estes já citados, outros dois livros de Esdras, outros dois dos Macabeus, a Oração de Manassés, e alguns capítulos a mais no final do livro dos Salmos um nas Bíblias das igrejas de tradição grega, cóptica, eslava e bizantina, e cinco nas Bíblias das igrejas de tradição siríaca . A grande fonte hebraica para o Antigo Testamento é o chamado Texto Massorético. Trata-se do texto hebraico fixado ao longo dos séculos por escolas de copistas, chamados massoretas, que tinham como particularidade um escrúpulo rigoroso na fidelidade da cópia ao original. O trabalho dos massoretas, de cópia e também de vocalização do texto hebraico que não tem vogais, e que, por esse motivo, ao tornar-se língua morta, necessitou de as indicar por meio de sinais , prolongou-se até ao Século VIII d.C. Pela grande seriedade deste trabalho, e por ter sido feito ao longo de séculos, o texto massorético sigla TM é considerado a fonte mais autorizada para o texto hebraico bíblico original. No entanto, outras versões do Antigo Testamento têm importância, e permitem suprir as deficiências do Texto Massorético. o caso do Pentateuco Samaritano os samaritanos que eram uma comunidade étnica e religiosa separada dos judeus, que tinham culto e templo próprios, e que só aceitavam como livros sagrados os do Pentateuco , e principalmente a Septuaginta grega sigla LXX . A Versão dos Setenta ou Septuaginta grega, designa a tradução grega do Antigo Testamento, elaborada entre os séculos IV e I a.C., feita em Alexandria, no Egito. O seu nome deve-se à lenda que dizia ter sido essa tradução um resultado milagroso do trabalho de 70 eruditos judeus, e que pretende exprimir que não só o texto, mas também a tradução, fora inspirada por Deus. A Septuaginta grega é a mais antiga versão do Antigo Testamento que conhecemos. A sua grande importância provém também do facto de ter sido essa a versão da Bíblia utilizada entre os cristãos, desde o início, versão que continha os deuterocanônicos, e a que é de maior citação do Novo Testamento, mais do que o Texto Massorético. A Igreja Católica considera como oficiais 73 livros bíblicos 46 do Antigo Testamento e 27 do Novo , sendo 7 livros a mais no Antigo Testamento do que das demais religiões cristãs e pelo judaísmo. Já a Bíblia usada pela Igreja Ortodoxa contém 78 livros, 5 a mais que a católica e 12 a mais que a protestante.
A primeira versão portuguesa da Bíblia surgiu em 1681, a partir das línguas originais, traduzida para o português por João Ferreira de Almeida. Almeida faleceu antes de concluir o trabalho, que foi finalizado por colaboradores da Igreja Reformada holandesa, e a versão completa com o Antigo Testamento foi publicada no início de 1750.
Os judeus têm o Pentateuco Gênesis, xodo, Levítico, Números, Deuteronômio como seu mais importante livro sagrado, o qual chamam de Torá. O restante do Antigo Testamento de acordo com a tradição protestante são chamados de Nevi im e Ketuvim, coletivamente com a Torá chamados de Tanakh. Os samaritanos, cuja fé se originou em uma antiga divisão no seio de Israel, usam apenas a Torá. A fé bahá i tem tanto a Bíblia quanto o Alcorão como livros sagrados, além de seu livro particular, o Kitáb-i-Aqdas. O Alcorão, livro sagrado do Islã, possui várias passagens em coincidência com a Bíblia, o que leva alguns estudiosos islâmicos a estudarem-na em busca de informações adicionais. As visões dentro do Islã sobre esta Escritura, no entanto, são variadas, com o próprio Alcorão denunciando-a como corrupta e estudiosos como Abzeme denunciando os supostos textos subjacentes à Bíblia condizentes à ortodoxia islâmica como irrecuperáveis. Os Espíritas consideram a Primeira Aliança como um livro histórico, e têm sua doutrina, seus princípios morais, fundamentada em O Evangelho segundo o Espiritismo, que alegam ser uma terceira revelação, superando o Antigo e o Novo Testamentos, que creem ser, respectivamente, a revelação da lei por Moisés e a da graça por Jesus Cristo.
No , diversos estudiosos, especialmente de ordens dominicanas e franciscanas, como Roger Bacon, denunciavam erros e buscavam corrigir através de pesquisas em textos hebraicos e gregos as traduções usadas nas cópias em latim mais populares da época, chamadas Bíblias de Paris. Com as descobertas da biblioteca de Nag Hammadi e dos Manuscritos do Mar Morto ou Qumram , no , essas dúvidas dissiparam-se e, com o advento das técnicas de crítica textual, hoje a Bíblia está disponível com pelo menos 99 de fidelidade aos originais sendo que a maioria das discrepâncias presentes nos outros 1 dos trechos são de natureza trivial, i. e., sem relevância. Segundo alguns estudiosos, em maioria de origem nas Testemunhas de Jeová, um erro de tradução da Bíblia seria o de tomar transliterado stavrós como cruz, e baseando-se nisto, dizer que Jesus foi pregado em uma cruz ao invés de uma estaca de tortura que significa simplesmente um madeiro, pois na época da morte de Jesus, o significado da palavra abrangia apenas uma só estaca ou madeiro. Este posicionamento, no entanto, é rechaçado por outras denominações, que apontam a polissemia da palavra e o antigo testemunho de patrísticos como Justino Mártir, Irineu de Lyon e Hipólito de Roma.
Com uma tradição literária de dois milênios, a Bíblia tem sido um dos livros mais influentes do mundo. Das práticas de higiene pessoal à filosofia e ética, a Bíblia influenciou direta e indiretamente a política e o direito, a guerra e a paz, a moral sexual, o casamento e a vida familiar, as letras e o aprendizado, as artes, a economia, a justiça social, os cuidados médicos e mais. De acordo com a edição de março de 2007 da Time, a Bíblia fez mais para moldar a literatura, a história, o entretenimento e a cultura do que qualquer livro já escrito. Sua influência na história mundial é incomparável e não mostra sinais de diminuir. A Bíblia é um dos livros mais publicados do mundo, com vendas totais estimadas em mais de cinco bilhões de cópias. Como tal, a Bíblia teve uma profunda influência, especialmente no mundo ocidental, onde a Bíblia de Gutenberg foi o primeiro livro impresso na Europa usando tipos móveis.
Os críticos veem certos textos bíblicos como moralmente problemáticos. A Bíblia tem conteúdos que são considerados injustos, imorais ou ofensivos por diferentes grupos sociais, produzindo grandes controvérsias. Por exemplo, são criticadas a condenação da homossexualidade como um pecado e uma abominação sua orientação patriarcal e muitas passagens em que a mulher é colocada em posição subalterna, oprimida e submissa e o uso de trechos selecionados do texto para justificar violência, intolerância religiosa, discursos de ódio, racismo, teorias supremacistas, privilégios de classe, manipulação política, campanhas colonialistas, genocídios, escravidão e proselitismo religioso. A Bíblia não condena a escravidão totalmente, mas há versículos que tratam dela e eles têm sido usados para apoiá-la. Alguns escreveram que o supersessionismo começa no livro de Hebreus, onde outros localizam seu início na cultura do Império Romano do século IV. A Bíblia tem sido usada para apoiar a pena de morte, o patriarcado, a intolerância sexual, a violência da guerra total e colonialismo. Na Bíblia cristã, a violência da guerra é abordada de quatro maneiras pacifismo, não resistência, guerra justa e guerra preventiva, que às vezes é chamada de cruzada. Na Bíblia hebraica, há guerra justa e guerra preventiva que inclui os amalequitas, cananeus, moabitas e o registro em xodo, Deuteronômio, Josué e ambos os livros de Reis. John J. Collins escreve que as pessoas ao longo da história usaram esses textos bíblicos para justificar a violência contra seus inimigos. Nur Masalha argumenta que o genocídio é inerente a esses mandamentos e que eles serviram como exemplos inspiradores de apoio divino para massacrar oponentes. O antropólogo Leonard B. Glick oferece o exemplo moderno de fundamentalistas judeus em Israel, como Shlomo Aviner, um teórico proeminente do movimento Gush Emunim, que considera os palestinos como os cananeus bíblicos e, portanto, sugere que Israel deve estar preparado para destruir os palestinos se os palestinos não deixarem a terra. A aplicabilidade do termo genocídio a períodos anteriores da história é questionada pelos sociólogos Frank Robert Chalk e Kurt Jonassohn. Uma vez que a maioria das sociedades do passado apoiava e pratica o genocídio, ele era aceito naquela época como algo da natureza da vida por causa da sua brutalidade inerente a condenação moral associada a termos como genocídio são produtos da moralidade moderna. A definição do que constitui violência ampliou-se consideravelmente ao longo do tempo. A Bíblia reflete como as percepções de violência mudaram para seus autores. De acordo com o historiador Shulamith Shahar, alguns historiadores sustentam que a Igreja desempenhou um papel considerável na promoção do status inferior das mulheres na sociedade medieval em geral, fornecendo uma justificativa moral para a superioridade masculina e aceitando práticas como o espancamento de esposas. Phyllis Trible, em sua agora famosa obra Texts of Terror, conta quatro histórias bíblicas de sofrimento no antigo Israel, onde as mulheres são as vítimas. Tribble descreve a Bíblia como um espelho que reflete os humanos e a vida humana em toda a sua santidade e horror. Segundo o jornalista David Plotz, da revista online Slate Magazine, a Bíblia tem muitas passagens difíceis, repulsivas, confusas e entediantes, enquanto especialistas em literatura discordam e abordam a beleza da literatura bíblica em artigos acadêmicos. Mark Twain tinha uma visão ambígua da Bíblia. Por um lado entendia que ela continha muitas passagens inspiradoras, belas e grandiosas, muitas ideias interessantes e imaginativas, mas de modo geral mantinha uma opinião negativa, verificando que a Bíblia estava cheia de mentiras, hipocrisia, indecências e carnificinas e apresentava um Deus injusto, mesquinho, impiedoso, cruel e vingativo, punindo crianças inocentes pelos erros de seus pais punindo pessoas pelos pecados de seus governantes descarregando sua ira em ovelhas e bezerros inofensivos como punição por ofensas insignificantes cometidas por seus proprietários. Também criticava as leituras literais e interpretações errôneas do conteúdo e a influência perniciosa do livro sobre a humanidade, por ter doutrinas contrárias à natureza e à justiça e por fazer o planeta ser coberto de sangue em seu nome. John Riches, professor de divindade e crítica bíblica da Universidade de Glasgow, fornece a seguinte visão das diversas influências históricas da Bíblia
A Bíblia tem sido usada para apoiar e se opor ao poder político. Inspirou a revolução e uma inversão de poder porque Deus é muitas vezes retratado como escolhendo o que é fraco e humilde a confrontar o poderoso o Moisés gaguejante, o menino Samuel, Saul de uma família insignificante, Davi confrontando Golias, etc. . Os textos bíblicos têm sido o catalisador de conceitos políticos como democracia, tolerância e liberdade religiosa. Estes, por sua vez, inspiraram movimentos que vão desde o abolicionismo nos séculos XVIII e XIX, até o movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, o movimento contra o apartheid na frica do Sul e teologia da libertação na América Latina. A Bíblia, por sua vez, tem sido a fonte de muitos movimentos de paz ao redor do mundo e esforços de reconciliação. As raízes de muitas leis modernas podem ser encontradas nos ensinamentos da Bíblia sobre o devido processo legal, justiça nos procedimentos criminais e equidade na aplicação da lei. Juízes são instruídos a não aceitar suborno Deuteronômio 16 19 , devem ser imparciais tanto para nativos quanto para estrangeiros Levítico 24 22 Deuteronômio 27 19 , necessitados e poderosos Levítico 19 15 e ricos e pobres igualmente Deuteronômio 1 16,17 xodo 23 2-6 . O direito a um julgamento justo e punição justa também são encontrados na Bíblia Deuteronômio 19 15 xodo 21 23-25 . Os mais vulneráveis em uma sociedade patriarcal crianças, mulheres e estranhos são escolhidos na Bíblia para proteção especial Salmo 72 2,4 .
O fundamento filosófico dos direitos humanos está nos ensinamentos bíblicos da lei natural. Os profetas da Bíblia hebraica repetidamente advertem o povo a praticar justiça, caridade e responsabilidade social. H. A. Lockton escreve em A Bíblia da Pobreza e Justiça The Bible Society, 2008 afirma que há mais de 2 mil versículos na Bíblia que tratam das questões de justiça das relações entre ricos e pobres, exploração e opressão. O judaísmo praticava a caridade e curava os doentes, mas tendia a limitar essas práticas ao seu próprio povo. Para os cristãos, as declarações do Antigo Testamento são reforçadas por vários versículos, como Mateus 10 8, Lucas 10 9 e 9 2 e Atos 5 16 que dizem curar os enfermos. Os autores Vern e Bonnie Bullough escrevem em The care of the sick the emergence of modern nursing, que isso é visto como um aspecto de seguir o exemplo de Jesus, já que grande parte de seu ministério público se concentrou na cura. No processo de seguir este comando, o monaquismo no terceiro século transformou os cuidados de saúde. Isso produziu o primeiro hospital para os pobres em Cesareia no século IV. O sistema de saúde monástico foi inovador em seus métodos, permitindo que os doentes permanecessem dentro do mosteiro como uma classe especial que recebia benefícios especiais desestigmatizou a doença, legitimou o desvio da norma que a doença inclui e formou a base para futuros conceitos modernos de assistência à saúde pública. As práticas bíblicas de alimentar e vestir os pobres, visitar prisioneiros, sustentar viúvas e crianças órfãs tiveram um grande impacto. A ênfase da Bíblia no aprendizado teve uma influência formidável sobre os crentes e a sociedade ocidental. Durante séculos após a queda do Império Romano do Ocidente, todas as escolas na Europa eram escolas religiosas baseadas na Bíblia e, fora dos assentamentos monásticos, quase ninguém tinha a capacidade de ler ou escrever. Essas escolas eventualmente levaram às primeiras universidades do mundo ocidental criadas pela igreja na Idade Média, que se espalharam pelo mundo nos dias modernos. Os reformadores protestantes queriam que todos os membros da igreja pudessem ler a Bíblia, então a educação obrigatória para meninos e meninas foi introduzida. Traduções da Bíblia em línguas vernáculas locais apoiaram o desenvolvimento de literaturas nacionais e a invenção de alfabetos. Os ensinamentos bíblicos sobre a moralidade sexual mudaram o Império Romano, o milênio que se seguiu e continuaram a influenciar a sociedade. O conceito de moralidade sexual de Roma estava centrado no estatuto social e político, no poder e na reprodução social a transmissão da desigualdade social para a próxima geração . O padrão bíblico era uma noção radical de liberdade individual centrada em torno de um paradigma libertário de agência sexual completa na própria imagem do ser humano.
Salomé, de Henri Regnault 1870 . A Bíblia influenciou direta e indiretamente a literatura a obra Confissões de Santo Agostinho é amplamente considerada a primeira autobiografia da literatura ocidental. A Summa Theologica, escrita entre 1265 e 1274, é um dos clássicos da história da filosofia e uma das obras mais influentes da literatura ocidental. Ambas influenciaram os escritos da poesia épica de Dante e sua Divina Comédia e, por sua vez, a criação e a teologia sacramental de Dante contribuíram para influenciar escritores como J. R. R. Tolkien e William Shakespeare. Muitas obras-primas da arte ocidental foram inspiradas por temas bíblicos desde as esculturas de David e Pietà de Michelangelo, até A ltima Ceia de Leonardo da Vinci e as várias pinturas Madonna de Rafael. Existem centenas de exemplos. Eva, a tentadora que desobedece ao mandamento de Deus, é provavelmente a figura mais amplamente retratada na arte. A Renascença preferiu o sensual nu feminino, enquanto a femme fatale Dalila do século XIX em diante demonstra como a Bíblia e a arte moldam e refletem as visões das mulheres. A Bíblia tem muitos rituais de purificação que falam de puro e impuro em termos literais e metafóricos. A etiqueta bíblica do banheiro incentiva a lavagem após todas as ocorrências de defecação, daí a invenção do bidê.
A arqueologia bíblica é uma subseção da arqueologia que se relaciona e foca nas escrituras hebraicas e no Novo Testamento. usada para ajudar a determinar o estilo de vida e as práticas das pessoas que vivem nos tempos bíblicos. Há uma ampla gama de interpretações no campo da arqueologia bíblica. Uma ampla divisão inclui o maximalismo bíblico, que geralmente considera que a maior parte do Antigo Testamento ou da Bíblia hebraica é baseada na história, embora seja apresentada através do ponto de vista religioso de seu tempo. De acordo com o historiador Lester L. Grabbe, há poucos, se houver, maximalistas no mainstream acadêmico. considerado o extremo oposto do minimalismo bíblico, que considera a Bíblia uma composição puramente pós-exílica século V a.C. e posteriores . De acordo com Mary-Joan Leith, professora de estudos religiosos, muitos minimalistas ignoraram as evidências da antiguidade da língua hebraica na Bíblia e poucos levam em consideração as evidências arqueológicas. A maioria dos estudiosos e arqueólogos bíblicos e arqueólogos ficam em algum lugar em um espectro entre essas duas correntes de pensamento. Estela de Tel Dã, Museu de Israel O relato bíblico dos eventos do xodo do Egito na Torá, a migração para a Terra Prometida e o Período dos Juízes são fontes de debate acalorado. Há uma ausência de evidências que comprovem a presença de hebreus no Egito antigo de qualquer fonte egípcia, histórica ou arqueológica. No entanto, como William Dever aponta, essas tradições bíblicas foram escritas muito depois dos eventos que descrevem e são baseadas em fontes agora perdidas e tradições orais mais antigas. A Bíblia hebraica Antigo Testamento, antigos textos não-bíblicos e arqueologia apoiam o Cativeiro Babilónico começando por volta de 586 a.C. Escavações no sul da Judeia mostram um padrão de destruição consistente com a devastação neoassíria de Judá no final do século VIII e II a.C., Reis 18 13. Em 1993, em Tel Dã, o arqueólogo Avraham Biran desenterrou uma inscrição fragmentária em aramaico, a Estela de Tel Dã, datada do final do século IX ou início do XVIII que menciona um rei de Israel, bem como uma casa de Davi. Isso mostra que Davi não poderia ser uma invenção do final do século VI e implica que os reis de Judá traçaram sua linhagem até alguém chamado Davi. No entanto, não há evidências arqueológicas atuais para a existência dos reis Davi e Salomão ou do Primeiro Templo já no século X a.C., onde a Bíblia os coloca. No século XIX e início do século XX, pesquisas demonstraram que os estudos de Atos dos Apóstolos Atos foram divididos em duas tradições, uma tradição conservadora em grande parte britânica que tinha grande confiança na historicidade de Atos e uma menos conservadora em grande parte alemã tradição que tinha muito pouca confiança na historicidade de Atos. Pesquisas subsequentes mostram que pouco mudou. O autor Thomas E. Phillips escreve que neste debate de dois séculos sobre a historicidade de Atos e suas tradições subjacentes, apenas uma suposição parecia ser compartilhada por todos Atos deveria ser lido como história. Isso também está sendo debatido pelos estudiosos como a que gênero os Atos realmente pertencem Atos é história ou ficção Aos olhos da maioria dos estudiosos, é história mas não o tipo de história que exclui a ficção. diz Phillips. Entre os historiadores não ligados a círculos religiosos, é opinião corrente que a Bíblia em sua maior parte não é um documento histórico confiável. Grande parte do seu conteúdo histórico é considerado mítico, lendário ou alegórico, e não pode ser comprovado por evidências indisputadas externas ao texto, e para muitas passagens foram descobertas evidências que as contradizem frontalmente. Além disso, seu texto contém muitas incongruências, contradições, anacronismos, interpolações tardias, que têm gerado intensas controvérsias e trazido problemas para a interpretação do texto, afirmação de doutrinas e determinação da historicidade.
Jean Astruc, muitas vezes chamado de pai da crítica bíblica, no Centre hospitalier universitaire de Toulouse A exegese ou crítica bíblica refere-se à investigação analítica da Bíblia como texto e aborda questões como história, autoria, datas de composição e intenção autoral. Não é o mesmo que crítica à Bíblia, que é uma afirmação contra a Bíblia ser uma fonte de informação ou orientação ética, nem é uma crítica a possíveis erros de tradução. A crítica bíblica tornou o estudo da Bíblia secularizado, erudito e mais democrático, ao mesmo tempo que alterou permanentemente a maneira como as pessoas entendiam a Bíblia. A Bíblia não é mais pensada apenas como um artefato religioso e sua interpretação não está mais restrita à comunidade de crentes. Michael Fishbane escreve Há aqueles que consideram a dessacralização da Bíblia como a condição afortunada para o desenvolvimento do mundo moderno. Para muitos, a crítica bíblica lançou uma série de ameaças à fé cristã. Para outros, ela provou ser um fracasso, principalmente devido à suposição de que a pesquisa diacrônica e linear poderia dominar todas e quaisquer questões e problemas decorrentes da interpretação. Outros ainda acreditavam que a crítica bíblica, despojada de sua arrogância injustificada, poderia ser uma fonte confiável de interpretação. Fishbane compara a crítica bíblica a Jó, um profeta que destruiu visões egoístas para uma passagem mais honesta do textus divino para o humano. Ou como diz Rogerson a crítica bíblica tem sido libertadora para aqueles que querem sua fé inteligentemente fundamentada e intelectualmente honesta.
Terminologia da Cristologia Antigo Testamento Apócrifos Aperuit illis Arqueologia bíblica A Bíblia e a história Bíblia Satânica Cânon Bíblico Cronologia Bíblica cole Biblique Federação Bíblica Católica Harmonia evangélica Inerrância bíblica Literalismo bíblico Manuscritos do Mar Morto Mulheres na Bíblia Novo Testamento Revelação divina Revelação divina, Tradição e Bíblia na doutrina católica Tradição Traduções da Bíblia em língua portuguesa Versões e traduções bíblicas Bíblia Sagrada - Almeida Revista e Atualizada Bíblia Sagrada - Almeida Revista e Corrigida Bíblia de Jerusalém Bíblia Sagrada - Ave Maria Bíblia Sagrada - Edição Pastoral Biblia pauperum Tradução Brasileira Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas edição de 1961 a 1984 Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas edição de 2013 Nova Tradução na Linguagem de Hoje Nova Versão Internacional King James Atualizada Almeida Corrigida Fiel YouVersion
Ligações externasJosé Basílio da Gama São José do Rio das Mortes, Lisboa, foi um poeta luso-brasileiro que escrevia sob o pseudónimo Termindo Sipílio. Célebre por seu poema épico O Uraguai, de 1769, e investido como patrono da cadeira 4 da Academia Brasileira de Letras.
Nasceu no arraial de São José do Rio das Mortes, depois São José d El Rei hoje cidade de Tiradentes Minas Gerais. O seu pai foi Manuel da Costa Vila-Boas, capitão-mor do Novo Descobrimento, e sua mãe foi uma das netas do oficial militar Leonel da Gama Belles. Em 1757, já órfão de pai, começou a frequentar o Colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro. Quando, dois anos depois, em 1759, Gomes Freire de Andrade, 1. Conde de Bobadela, ordenou fechar o colégio, como parte da campanha de perseguição movida pela Coroa de Portugal contra a Companhia de Jesus, o jovem Basílio manteve-se fiel à sua vocação e seguiu para Roma, à procura do apoio da igreja católica para a sua fé. Entre os anos de 1760 e 1766 foi admitido, graças ao poeta Michel Giuseppe Morei na Arcádia Romana, com o pseudônimo de Termendo Sipilho. O fato de um poeta da Brasil Colônia ter sido admitido em uma agremiação tão importante quanto a Arcádia Romana pressupõe que, quase certamente, ele teria sido recomendado pelo clero jesuítico português. No decorrer de 1768 está de novo no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, mas retorna à Europa, dirigindo-se para Coimbra. Nesta ocasião foi detido em Lisboa, acusado de simpatia para com os jesuítas. Em troca da liberdade, prometeu às autoridades ir viver em Angola. Logo em seguida, buscando evitar o degredo, capitulou diante do poder exercido pelo futuro Sebastião José de Carvalho e Melo, marquês de Pombal, responsável direto pela perseguição aos jesuítas. Basílio escreveu então um epitalâmio, dedicado à filha do Marquês, exaltando-o, vindo a cair, em 1769, nas graças deste. No mesmo ano foi publicado poema épico O Uraguai, dedicado a Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão de Pombal, onde se percebe o intuito de agradar o homem forte de Portugal daquele tempo. Além dos guerreiros portugueses, os Guaranis são tratados de maneira positiva pelo autor, cabendo unicamente aos jesuítas o papel de vilões, por serem contrários à política pombalina, retratados como interessados em ludibriar os indígenas. Por essa época estreita-se a sua ligação com Pombal, de forma que se torna oficial administrativo e secretário deste. Com a queda política de seu protetor, Basílio passou a sofrer perseguições políticas, sendo obrigado a se deslocar da Corte para a Colônia do Brasil e vice-versa, como forma de se livrar de arbitrariedades cometidas contra si. Num período em que estava em Lisboa veio a falecer, em 31 de julho de 1795, tendo sido sepultado na Igreja da Boa Hora.
Folha de rosto de O Uraguai, 1769 Epitalâmio às núpcias da Sra. D. Maria Amália 1770 O Uraguai 1769 A declamação trágica 1772 , poema dedicado às belas artes Os Campos Elíseos 1776 Relação abreviada da República e Lenitivo da saudade 1788 Quitúbia 1791
Perfil no sítio da Academia Brasileira de Letras Veja a obra de Basílio da Gama na Brasiliana Digital, com apresentação de Ivan Teixeira Basílio da Gama Basílio da Gama - Biografia Basílio da Gama Categoria Patronos da Academia Brasileira de Letras Categoria Escritores de Portugal Categoria Poetas de Portugal Categoria Escritores árcades do Brasil Categoria Poetas de Minas Gerais Categoria Pessoas do Brasil Colonial Categoria Brasileiros do século XVIIIBeato Inácio de Azevedo Um beato do latim beatum, feliz, bem-aventurado é, no direito canónico da Igreja Católica, um homem ou uma mulher cujo processo de beatificação foi concluído depois, esse processo prosseguirá em direcção à canonização se se verificarem as condições requeridas para o efeito em caso afirmativo, o candidato será reconhecido como santo. Quando alguém é beatificado, essa pessoa passa a ser um exemplo das virtudes cristãs mais ou menos como um santo , seja por martírio ou por outros exemplos, e seu culto passa a ser permitido, mas diferentemente dos santos, o culto só é permitido em sua região de origem ou onde viveu. Os beatos não podem ser representados com o halo e os mesmos não podem ter igrejas próprias a não ser que sejam-lhes concedidas especialmente e também não podem ser padroeiros. A organização responsável por analisar as virtudes, obras e milagres de potenciais beatos é a Congregação para as Causas dos Santos, que pertence à Santa Sé.
Bem-aventuranças Lista de santos Lista de santos e beatos católicosBeatificação do latim beatus, abençoado, pelo termo grego , makarios é o ato de atribuir o estatuto de Beato a alguém. No catolicismo, é o reconhecimento feito pela Igreja de que a pessoa a quem é atribuída se encontra no Paraíso, em estado de beatitude, e pode interceder por aqueles que lhe recorrem em oração. Para outras correntes cristãs não existe uma distinção entre beatificação e canonização. Estas diferem sobretudo no seguinte a primeira implica uma permissão local para a veneração enquanto a segunda se estende muito para além disso, tratando-se de um preceito universal. Ao invés da canonização, muitos teólogos não consideram a declaração de beatitude como uma declaração infalível da Igreja. considerada um passo no sentido da canonização ser declarado santo . O Papa João Paulo II alterou vincadamente a prática do Vaticano no que respeita à beatificação. Até Novembro de 2004, beatificou 1340 pessoas, número maior do que todos os anteriores papas em conjunto.
Atualmente as Dioceses têm autoridade para abrir um processo de beatificação. A causa de beatificação possui um bispo postulador, que atua como uma espécie de advogado, que investiga a vida do candidato para verificar seu testemunho de santidade. Uma vez iniciado o processo, o candidato recebe o título de Servo de Deus. Na fase inicial, investiga-se as virtudes ou o martírio. Neste último caso, investiga-se as circunstâncias da morte em detalhes. Concluído o processo com parecer positivo, a pessoa é declarada Venerável. Para tornar-se beato, é necessária a comprovação de um milagre por sua intercessão. Esta condição é dispensada em caso de martírio. Uma vez atingida a condição de beato, procede-se o processo de canonização.
Beato catolicismo Santidade Categoria CanonizaçãoBuenos Aires é a capital e maior cidade da Argentina, além de ser a segunda maior área metropolitana da América do Sul, depois da Grande São Paulo. Ela está localizada na costa ocidental do estuário do Rio da Prata, na costa sudeste do continente. A conurbação da Grande Buenos Aires, que também inclui vários distritos da província de Buenos Aires, constitui a terceira maior aglomeração urbana da América Latina, com uma população de cerca de 13 milhões de pessoas. A cidade de Buenos Aires não é parte da província de Buenos Aires e nem é a sua capital, mas um distrito autônomo. Em 1880, depois de décadas de luta política, Buenos Aires foi federalizada e separada da província de Buenos Aires. Os limites da cidade foram ampliados para incluir as cidades de Belgrano e Flores, ambas agora bairros da cidade. A emenda constitucional de 1994 concedeu a autonomia política à cidade, daí o seu nome formal Ciudad Autónoma de Buenos Aires . Seus cidadãos elegeram pela primeira vez um chefe de governo ou seja, o prefeito em 1996. Antes, o prefeito era diretamente nomeado pelo Presidente da República. Por algumas formas de comparação, Buenos Aires é uma das 20 maiores cidades do mundo. Ao lado de São Paulo e Cidade do México, Buenos Aires é uma das três únicas cidades latino-americanas consideradas uma cidade global alfa. A Argentina tem a terceira melhor qualidade de vida na América Latina. A qualidade de vida na cidade de Buenos Aires é classificada como sendo a 62. melhor do mundo. A capital argentina é uma das mais importantes e mais populosas entre as capitais sul-americanas, muitas vezes referida como a Paris da América do Sul. Buenos Aires é um dos mais importantes destinos turísticos do mundo, é conhecida por sua arquitetura de estilo europeu e por sua rica vida cultural, com a maior concentração de teatros do mundo. A cidade foi a sede da primeira edição dos Jogos Pan-Americanos, ocorridos em 1951, além de ter recebido partidas, incluindo a Final, da Copa do Mundo FIFA de 1978. Buenos Aires também sediou os Jogos Olímpicos de Verão da Juventude de 2018. As pessoas nascidas em Buenos Aires são referidas como portenhos pessoas do porto . A cidade é a terra natal do atual papa, Francisco ex-arcebispo de Buenos Aires , e de Máxima dos Países Baixos, a atual rainha-consorte da realeza neerlandesa.
Na primeira fundação, Pedro de Mendoza chamou o local de Real de Nuestra Se ora Santa María del Buen Aire para cumprir a promessa que fizera para a Patrona dos Navegantes na Confraria dos Marinheiros de Triana e da qual ele era membro. Em efeito, Buen Aire é a castelanização do nome da Virgem de Bonária, e assim dizer, da Virgem da Candelária a quem os padres da Ordem de Nossa Senhora das Mercês haviam levantado um santuário para os navegantes em Cagliari, na Sardenha, e que era venerada também pelos navegantes de Cádiz, na Espanha. Por muitos anos se atribuiu o nome a Sancho del Campo, de quem Ruy Díaz de Guzmán, em sua obra La Argentina manuscrita, recogitou a frase Qué buenos aires son los de este suelo , pronunciado ao baixar. Por conseguinte, em 1892 Eduardo Madero realizou exaustivas investigações nos arquivos espanhóis, assim, concluindo que o nome estava intimamente relacionado com a devoção dos marinheiros sevilhanos por Nossa Senhora dos Bons Ares. Na segunda fundação, Juan de Garay dá ao novo assentamento o nome de Ciudad de la Santísima Trinidad. A razão seria que a festividade mais importante próxima daquela data havia sido a de Trindade,isso porque,segundo alguns historiadores a nau ancorou no dia da dita festividade. Mas para o Porto,Garay conservou o nome dado por Pedro de Mendoza, e continuou chamando Porto de Buenos Aires. No entanto,os desígnios do vizcaíno não tiveram êxito, pois apesar de que jamais fez disposição oficial alguma que mudassem seu nome, o uso inapelavelmente consagrou desde o primeiro momento o nome de Buenos Aires para a cidade. Na Argentina,podem referir-se à cidade com distintas denominações além de Buenos Aires. O nome de Capital Federal Cap. Fed. é um dos mais utilizados, sobre tudo para diferenciá-la da província homônima, em alusão à condição de distrito independente que adquiriu com a lei de Federalização que promulgara Julio Argentino Roca. Muitas vezes é utilizado o termo Cidade de Buenos Aires, ou essencialmente Buenos Aires, ainda que este último se presta à confusão com a província na qual a cidade se encontra em forma de enclave. O nome de Cidade Autônoma de Buenos Aires CABA é um dos títulos que oficialmente a Constituição da Cidade sancionada em 1996 lhe deu. Informalmente apenas denomina-se Baires, apócope da forma original, comum dentro da cidade especialmente entre os jovens , mas pouco utilizado no interior do país. Poeticamente também lhe tem atribuído numerosos nomes, como A Paris da América Latina por sua beleza arquitetônica e seu caráter cultural, ou Cabeça de Goliat segundo uma novela de Ezequiel Martínez Estrada, por seu tamanho e influência desproporcionada sobre o resto do país e também A Rainha do Prata.
Buenos Aires em 1536 A cidade em 1628 Margens do Rio da Prata em 1790 A mí se me hace cuento que empezó Buenos Aires La juzgo tan eterna como el agua y como el aire. Jorge Luis Borges, Fundación Mítica de Buenos Aires O marinheiro Juan Díaz de Solís, navegando em nome do Império Espanhol, foi o primeiro europeu a chegar ao Rio da Prata em 1516. Sua expedição foi interrompida quando foi morto durante um ataque da tribo nativa dos charruas, na região do atual Uruguai. A cidade de Buenos Aires foi estabelecida pela primeira vez como Ciudad de Nuestra Se ora Santa Maria del Buen Ayre literalmente Cidade de Nossa Senhora Santa Maria dos Bons Ventos em homenagem a Nossa Senhora de Bonaria Padroeira da Sardenha em 2 de fevereiro 1536 por uma expedição espanhola liderada por Pedro de Mendoza. O assentamento fundado por Mendoza estava localizado no atual bairro de San Telmo, ao sul do centro da cidade. Mas ataques indígenas derrubaram os colonos e, em 1542, o local foi abandonado. Um segundo e permanente acordo foi estabelecido em 11 de junho de 1580 por Juan de Garay, que chegou navegando pelo rio Paraná de Assunção atual capital do Paraguai . Ele apelidou o assentamento Santísima Trinidad e seu porto tornou-se Puerto de Santa María dos Buenos Aires. Desde os primeiros dias, Buenos Aires dependia principalmente do comércio. Durante a maior parte do século XVI, os navios espanhóis eram ameaçados por piratas, por isso desenvolveram um sistema complexo onde navios com proteção militar eram despachados para a América Central em um comboio de Sevilha, o único porto permitido para comercializar com as colônias, até Lima, no Peru, e para as outras cidades do vice-reino. Por isto, os produtos levavam muito tempo para chegar em Buenos Aires e os impostos gerados pelo transporte os tornaram proibitivos. Este esquema frustrou os comerciantes locais e uma próspera e informal indústria de contrabando, ainda que aceito pelas autoridades, se desenvolveu dentro das colônias e com os portugueses. Isto também inculcou um profundo ressentimento entre os porte os em relação às autoridades espanholas. Percebendo esses sentimentos, Carlos III da Espanha aliviou progressivamente as restrições comerciais e, finalmente, declarou Buenos Aires um porto aberto no final do século XVIII. A captura de Porto Bello pelas forças britânicas também alimentou a necessidade de promover o comércio através da rota atlântica, em detrimento do comércio baseado em Lima. Uma de suas decisões foi dividir uma região do Vice-Reino do Peru e criar, em vez disso, o Vice-Reino do Rio da Prata, com Buenos Aires como a sua capital. No entanto, as ações de Carlos não tiveram o efeito desejado e os porte os, alguns impulsionados pela Revolução Francesa, ficaram ainda mais convencidos da necessidade de independência da Espanha.
Forte de Buenos Aires em 1816 Catedral Metropolitana de Buenos Aires em 1830 A chegada de ideias liberais fomentou a criação de movimentos emancipadores, que desencadearam em 1810 a Revolução de Maio e a criação do primeiro governo pátrio. Logo depois das guerras civis e da reunificação do país, Buenos Aires foi eleita lugar de residência do Governo Nacional, ainda que este carecesse de autoridade administrativa sobre a cidade, que formava parte da província de Buenos Aires. Durante a maior parte do século XIX, o estatuto político de Buenos Aires permaneceu um assunto sensível. A cidade já era a capital da Província de Buenos Aires e, entre 1853 e 1860, era a capital do Estado de Buenos Aires. A questão foi combatida mais de uma vez no campo de batalha, até que o assunto finalmente foi resolvido em 1880, quando a cidade foi federalizada e se tornou sede do governo do país, com o seu prefeito nomeado pelo presidente. A Casa Rosada tornou-se a residência oficial do presidente. As condições de saúde em áreas pobres eram ruins, com altas taxas de tuberculose. Os médicos e os políticos de saúde pública geralmente culpavam os próprios pobres e as suas casas desoladoras conventillos pela disseminação da doença temida. As pessoas ignoraram as campanhas de saúde pública para limitar a propagação de doenças contagiosas, como a proibição de cuspir nas ruas, as diretrizes rígidas para cuidar de bebês e crianças pequenas e quarentenas que separaram famílias. A necessidade do Governo Nacional de federalizá-la, somada ao movimento de tropas ordenado pelo governador da província, Carlos Tejedor, produziu em 1880 uma série de confrontos que terminariam com a derrota da província de Buenos Aires e a união da cidade ao sistema federal. Em 1882, o Congresso Nacional criou a figura dos intendentes e o Conselho Deliberante da cidade. O intendente não era eleito por voto popular e sim designado pelo Presidente da Nação em conformidade com o Senado. O primeiro a exercer o novo cargo foi Torcuato de Alvear, designado em 1883 por Julio A. Roca.
Rua Florida em 1910 Além da riqueza gerada pela Alfândega de Buenos Aires e pelas terras férteis dos pampas, o desenvolvimento da ferrovia na segunda metade do século XIX aumentou o poder econômico de Buenos Aires à medida que as matérias-primas fluíam para suas fábricas. Um dos principais destinos para imigrantes da Europa de 1880 a 1930, particularmente da Itália e da Espanha, Buenos Aires tornou-se uma cidade multicultural do mesmo nível das principais capitais europeias. O Teatro Colón tornou-se um dos principais casas de ópera do mundo e a cidade tornou-se a capital regional do rádio, da televisão, do cinema e do teatro. As principais avenidas da cidade foram construídas durante esses anos e os alvoreceres do século XX viram a construção de alguns dos edifícios mais altos da América do Sul e seu primeiro sistema de metrô. Um segundo boom da construção, de 1945 a 1980, remodelou o centro e grande parte da cidade. Inauguração do Obelisco de Buenos Aires, na Avenida 9 de Julho, em 1937 Retiro e Torre dos Ingleses em 1945 Avenida 9 de Julho em 1986 Buenos Aires também atraiu migrantes das províncias argentinas e países vizinhos. As favelas villas miseria começaram a crescer em torno das áreas industriais da cidade durante a década de 1930, levando a problemas sociais disseminados e contrastes sociais. Esses trabalhadores tornaram-se a base política do peronismo, que surgiu em Buenos Aires durante a manifestação de 17 de outubro de 1945, na Praça de Maio. Trabalhadores industriais do cinto industrial da Grande Buenos Aires são a principal base de apoio do peronismo desde então e a Praça de Maio tornou-se o local para manifestações e muitos dos eventos políticos do país em 16 de junho de 1955, no entanto, uma facção da Marinha Argentina bombardeou a área da praça, matando 364 civis. Esta foi a única vez que a cidade sofreu um ataque aéreo e o evento foi seguido por um levante militar que depôs o presidente Juan Domingo Perón três meses depois. Na década de 1970, a cidade sofreu a luta entre movimentos revolucionários de esquerda Montoneros, E.R.P. e F.A.R. e o grupo paramilitar de direita Triple A, apoiado por Isabel Perón, que se tornou presidente da Argentina em 1974 após a morte de Juan Perón. O golpe de março de 1976, liderado pelo general Jorge Videla, apenas aumentou esse conflito a guerra suja resultou em 30 000 desaparecidos pessoas sequestradas e mortas pelos militares durante os anos da junta . As marchas silenciosas de suas mães Mães da Praça de Maio são uma imagem bem conhecida do sofrimento dos argentinos neste período. O prefeito nomeado pela ditadura, Osvaldo Cacciatore, também elaborou planos para uma rede de rodovias destinada a aliviaro trânsito intenso da cidade. O plano, no entanto, exigiu uma destruição aparentemente indiscriminada de áreas residenciais. Aquelas que não foram destruídas, sofreram com as rodovias elevadas intrusas que fizeram com que vários bairros anteriormente confortáveis entrassem em decadência. O retorno da democracia em 1983 coincidiu com um avivamento cultural, e a década de 1990 viu um renascimento econômico, particularmente nos setores de construção e financeiro. Em 17 de março de 1992, uma bomba explodiu na embaixada de Israel, matando 29 e ferindo outras 242 pessoas. Outra explosão, em 18 de julho de 1994, destruiu um prédio que abrigava várias organizações judaicas, matando 85 e ferindo várias outras pessoas. Estes incidentes marcaram o início do terrorismo islâmico na América do Sul. Após um acordo de 1993, a Constituição argentina foi alterada para dar autonomia a Buenos Aires e rescindir, entre outras coisas, o direito do presidente de nomear o prefeito da cidade como acontecia desde 1880 . Em 30 de junho de 1996 celebraram-se as eleições que designariam o Chefe de Governo da Cidade, assim como os legisladores que sancionariam a Constituição da Cidade. Nas eleições para o Poder Executivo saiu vencedora a fórmula radical de Fernando de la Rúa, que assim se tornava no primeiro Chefe de Governo. Com dois meses de deliberações, a Convenção Constituinte sancionou, finalmente, em 1 de outubro de 1996 a Constituição da Cidade de Buenos Aires.
Em 2003, foi aí promulgada a união civil, tanto para os casamentos homossexuais como para os heterossexuais, tornando-se a primeira cidade na América Latina a oficializar este gênero de união. Arranha-céus na região de Retiro e San Nicolás O sucessor de De la Rúa na prefeitura, Aníbal Ibarra, ganhou duas eleições populares, mas foi acusado e, finalmente, deposto em 6 de março de 2006 como resultado do incêndio na discoteca República Croma ón. Jorge Telerman, que tinha sido o prefeito interino, foi colocado no cargo. Nas eleições de 2007, Mauricio Macri, do Partido da Proposta Republicana PRO , venceu o segundo turno da eleição sobre Daniel Filmus da Frente para a Vitória FPV , assumindo o cargo em 9 de dezembro de 2007. Em 2011, as eleições foram para uma segunda rodada com 60,96 dos votos para PRO, contra 39,04 para FPV, reelegendo Macri como prefeito da cidade com María Eugenia Vidal como vice-prefeita. As eleições de 2015 foram as primeiras a usar um sistema de urna eletrônica na cidade, semelhante ao usado na Província de Salta. Nestas eleições realizadas em 5 de julho de 2015, Macri resignou do cargo de prefeito e prosseguiu sua candidatura presidencial e Horacio Rodríguez Larreta ocupou seu lugar como candidato a prefeito do PRO. Na primeira rodada de votação, Mariano Recalde da FPV obteve 21,78 dos votos, enquanto Martín Lousteau do partido ECO obteve 25,59 e Larreta obteve 45,55 , levando as eleições ao segundo turno, uma vez que PRO não conseguiu garantir a maioria exigida para a vitória. O segundo turno foi realizado em 19 de julho de 2015 e Larreta obteve 51,6 dos votos, seguido de perto por Lousteau com 48,4 , assim, o PRO ganhou as eleições para um terceiro mandato com Larreta como prefeito e Diego Santilli como deputado. Nessas eleições, o PRO foi mais forte nos bairros mais ricos do norte de Buenos Aires, enquanto o ECO foi mais forte no sul da cidade. Em 2019, Larreta foi reeleito para um segundo mandato como prefeito de Buenos Aires. Obteve 55,9 dos votos e venceu ainda no primeiro turno o opositor Matías Lammens, da Frente de Todos, com 20 pontos de vantagem. A vitória rendeu ao PRO o quarto mandato consecutivo no comando do Executivo portenho.
Imagem de satélite da Grande Buenos Aires A Cidade de Buenos Aires está localizada na América do Sul, a 34 36 de latitude sul e 58 26 de longitude oeste, às margens do Rio da Prata, e seu clima é temperado. Do outro lado do Prata, encontra-se a Colônia do Sacramento e mais distante Montevidéu, a capital do Uruguai, a apenas 45 minutos de avião. A 2 horas de avião se encontra Santiago, a capital do Chile, a km 3 horas de avião , se encontra São Paulo, no Brasil, a outra grande metrópole da América do Sul. O Rio da Prata e o Riachuelo são os limites naturais da Cidade Autônoma de Buenos Aires no leste e no sul. O resto do perímetro está rodeado pela rodovia externa da Avenida General Paz, uma rodovia de 24 km de extensão que circunda a cidade de norte a oeste existe um pequeno trecho de não mais de 2 km compreendido entre a Avenida Intendente Cantilo e o Rio da Prata onde o limite com a província de Buenos Aires, em parte, é a linha imaginária da prolongação da Av. General Paz. Outro trecho é o arroio Raggio, este setor corresponde ao limite entre o Parque dos Filhos e o Passeio da Costa. Exceto seu limite oriental com o Rio da Prata, todos os outros limites indicados da CABA Cidade Autônoma de Buenos Aires separam sua jurisdição da correspondente província de Buenos Aires. A cidade se encontra quase em sua totalidade na região pampeana, salvo algumas zonas como a Reserva Ecológica de Buenos Aires, a Cidade Desportiva do Club Atlético Boca Juniors, o Aeroparque Jorge Newbery, o bairro de Puerto Madero, que se têm terras emergidas artificialmente mediante o aterro das águas do Rio da Prata. A região estava antigamente atravessada por diferentes arroios e lagoas, alguns dos quais foram preenchidos e outros entubados. Entre os arroios de importância estão os Terceiros do Sul, do Médio e do Norte , Maldonado, Vega, Medrano, Cildá ez e White. Em 1908 muitos arroios foram canalizados e retificados, já que com as cheias causavam danos para a infraestrutura da cidade. Foram canalizados, mas se mantinham a céu aberto, construindo-se várias pontes para cruzá-lo. Finalmente em 1919 se dispôs sua canalização fechada, mas os trabalhos começaram apenas em 1927, terminando alguns em 1938 e outros, como o Maldonado, em 1954.
Praia de Buenos Aires no Rio da Prata Nevasca na linha ferroviária General Roca em 2007 O clima da Buenos Aires é subtropical úmido Cfa de acordo com a classificação climática de K ppen-Geiger , com as quatro estações do ano bem definidas. A temperatura média anual é de 18 C o verão é quente com precipitação e o inverno é frio com redução moderada da precipitação. Ao longo do ano, normalmente, a temperatura mínima nos meses mais frios é de 7 C e a temperatura máxima nos meses mais quentes é de 30 C e raramente são inferiores a 3 C ou superiores a 34 C. Apartir do século XX, as temperaturas na cidade têm aumentado consideravelmente devido as ilhas de calor urbano, sendo atualmente 2 C superiores ao de regiões próximas consideravelmente menos urbanizadas. As precipitações também têm aumentado desde 1973, como já ocorrido no anterior hemiciclo úmido 1870 a 1920. A época mais chuvosa é o verão, quando se desenvolvem tormentas, às vezes muito intensas, que ocasionam grandes acumulados de chuva em um curto período de tempo a elevada umidade desta época torna o tempo muito abafado. Já no inverno são mais comuns e contínuos os chuviscos e dias sujeitos a maior nebulosidade, no entanto, não se pode dizer que haja uma estação de chuvas geadas podem se fazer presentes em dias de céu sem nuvens e temperaturas próximas ou abaixo de 0 C. Os nevoeiros, outra característica de Buenos Aires, têm-se tornado raros e, quando ocorrem, se dão em curtos períodos do ano. As nevadas na cidade não são habituais. A última nevada significativa ocorreu em 9 de julho de 2007, esta começou na forma de aguaneve e terminou cobrindo grande parte da cidade. Nas zonas suburbanas a mesma chegou a ter um acúmulo muito maior. Tal evento climático ocorreu em consequência de um grande vento polar que atingiu a Argentina. Desde que se tem obtido registros sistemáticos do clima, apartir do ano 1870, só se sabe de outra nevada considerável em 1918. Em 1912, 1928 e 1967 houve queda de aguaneve. Buenos Aires recebe a influência de dois tipos de ventos sazonais o pampeiro e a sudestada. O primeiro provém do sudoeste, só inicia-se com uma tormenta curta que rapidamente da frente a um ar muito mais frio e seco. Ainda que possa dar-se em qualquer época do ano, se tem com maior intensidade no verão costuma ocorrer logo após um período de calor intenso. A sudestada, menos frequente que o anterior, ocorre principalmente no outono e na primavera. Consiste em um vento forte do sudeste, fresco e muito úmido, que dura vários dias e por muitas vezes acompanhado de precipitações débeis e constantes. O vento contínuo faz subir as águas do Rio da Prata, chegando às vezes a produzir inundações nas zonas mais baixas da cidade, como o bairro de La Boca.
Panorama da cidade a partir de Puerto Madero No último censo nacional realizado em outubro de 2010 pelo INDEC, na Cidade de Buenos Aires contabilizou habitantes dos quais 54 pertencem ao sexo feminino e 46 ao sexo masculino. A cidade conta com uma importante densidade demográfica que ascende a 14 307,6 km . Buenos Aires tem mantido baixas taxas de natalidade nas últimas décadas. Em 2008 45 820 nascimentos foram registrados dando uma taxa bruta de natalidade de 15,1 . O crescimento vegetativo é acessível 4,6 0,46 , semelhante ao de países europeus. Na última década, a fertilidade da cidade variou 1,7-1,9 filhos por mulher. A zona norte da cidade tomando como divisão do norte-sul para a Avenida Rivadavia é rica e próspera, com vários hospitais, serviços e grande densidade populacional.
Hotel de Imigrantes, construído em 1906 A inícios do século XXI, devido ao envelhecimento por escassa fecundidade dos estratos de classe média da população nativa portenha, a emigração ao estrangeiro e a substituição demográfica em grande medida provocada pelas crise econômicas, cerca de 40 dos portenhos não nasceram nem na cidade nem nos partidos do Grande Buenos Aires, sinal que se trata de população que migrou desde as províncias do norte argentino e de outros países se calcula que 316 739 de seus habitantes, nasceram no estrangeiro . Segundo a Direção Geral de Estadística e Censos pertencente ao Governo da C.A.B.A. , em 2008 a taxa de fecundidade foi de 1,94 filhos por mulher por debaixo do nível de superação geracional de 2,1 filhos por mulher .
Catedral Metropolitana de Buenos Aires De acordo com uma pesquisa do CONICET de 2008 sobre os credos, o cristianismo é a religião predominantemente praticada em Buenos Aires 79,6 e a maioria dos habitantes é católica 70 , embora estudos tenham descoberto que nas últimas décadas menos de 20 são praticantes. A cidade é a sede de um arcebispo metropolitano católico romano o primaz católico da Argentina , atualmente Dom Mario Aurelio Poli. Seu predecessor, o cardeal Jorge Bergoglio, foi eleito ao Papado como Papa Francisco em 13 de março de 2013. Existem cristãos protestantes, cristãos ortodoxos, muçulmanos, judeus, testemunhas de Jeová, mórmons e budistas. A cidade abriga a maior mesquita da América do Sul. Além disso, a irreligião em Buenos Aires é mais alta do que em outras partes do país, sendo que cerca de 18 dos porte os declaram-se ateus ou agnóstico.
Favela Villa 31, no Retiro As villas misérias conhecidas como favelas em português existem desde o século XIX, alimentadas tanto pelo êxodo rural como por uma grande quantidade de imigrantes europeus, a recente crise econômica do país, que tem feito crescer a desigualdade no ingresso, apesar do crescimento econômico dos últimos anos. O problema da insalubridade em muitos dos assentamentos informais e tem-se agravado com a contaminação do poluído Riachuelo um dos rios mais contaminados do mundo também em várias zonas do centro da cidade existem assentamentos precários, como o caso da Villa 31 nas imediações do bairro do Retiro. A taxa de homicídios é menor do que as cidades norte-americanas, incluindo Nova Iorque, com 7,0 por 100 mil habitantes, enquanto em Buenos Aires é de 4,57, extremamente baixo quando comparado com a média de 30,7 o que existe na América Latina. Buenos Aires é uma das cidades mais seguras do continente.
Prefeitura de Buenos Aires Legislatura da Cidade de Buenos Aires Polícia Metropolitana de Buenos Aires O Poder Executivo da cidade é composto pelo Chefe de Governo, que é eleito mediante o voto dos cidadãos locais para exercer o cargo durante quatro anos. Seu substituto natural é o Vice-chefe de Governo, que é além do presidente da Legislatura da Cidade de Buenos Aires. O Chefe de Governo da Cidade é Horacio Rodríguez Larreta desde 9 de dezembro de 2015. O Poder Legislativo é formado pela Legislatura da Cidade de Buenos Aires, integrada por sessenta deputados. Cada deputado dura quatro anos em suas funções, e a legislatura se renova por metades a cada dois anos mediante o voto direto no acumulativo na base da Lei ou ao Método D Hondt. De acordo com a Lei 24.588, a Justiça da cidade apenas tem jurisdição em temas de bairro, contravencional e de faltas, contencioso-administrativa e tributária locais. O Poder Judicial se encontra formado pelo Tribunal Superior de Justiça, o Conselho da Magistratura, o Ministério Público e os diferentes Tribunais da Cidade. No entanto, sua organização em termos de autonomia legislativa e judicial, é menor em términos jurídicos que a de qualquer das províncias que compõem a República Argentina. A Justiça em assuntos de direito comum que se em parte na cidade está regida pelo Poder Judicial da Nação. Existe em Buenos Aires una forma de descentralização administrativa composta pelos Centros de Gestão e Participação Comunal, que serão substituídos a partir de 2009 por um novo sistema de comunas. Cada comuna terá seu próprio patrimônio e pressuposto, e estará governada por uma Junta Comunal. Esta Junta estará integrada por sete membros, que duraram quatro anos em suas funções.
Em quanto as forças de segurança, a Lei N 24.588 indica que o governo portenho exerce as funções de segurança em todas as matérias não federais, as quais são exercidas pela Polícia Federal Argentina, a cargo do Poder Executivo nacional. Para estas tarefas foi criada em 1 de Janeiro de 2017 a Polícia da Cidade de Buenos Aires, com a fusão entre a Polícia Metropolitana de Buenos Aires e a Superintendência de Segurança Metropolitana da PFA.O efetivo da nova força é de 21 mil policiais 4 mil civis em funções administrativas. Assim, o governo portenho criou a maior polícia civil municipal de ciclo completo de toda a América do Sul e Caribe. A Polícia da Cidade trabalha em conjunto com a Polícia Federal Argentina e na zona portuária, com a Prefeitura Naval Argentina.
A Cidade de Buenos Aires tem tido, ao longo de sua história, diversos geminações com cidades de vários continentes, além de geminações com algumas regiões ou comunidades autónomas. Atenas Pequim Belgrado Berlim Bilbao Brasília Cairo Cádiz Calábria Guadix Kiev Miami Moscou Nápoles Osaka Oviedo Praga Roterdã São Paulo Seul Sevilha Tel Aviv Toulouse Vigo Varsóvia Erevã Zagrebe
Bairros de Buenos Aires Oficialmente a cidade se encontra dividida em 48 bairros ou unidades territoriais que derivam das antigas paróquias estabelecidas no século XIX. Ainda que se fale de 100 bairros portenhos, esta expressão tem origem em uma canção popular e não na quantidade real de bairros. Cada bairro tem sua própria história e características populacionais que lhe imprimem cor, estilo e costumes únicos e são um reflexo da variedade cultural que atua na cidade. Algumas destas unidades territoriais existem desde décadas, no entanto existem outras que foram determinadas recentemente. Este é o caso de Parque Chas, cujos limites foram estabelecidos em 25 de janeiro de 2006 quando foi publicada no Boletim Oficial a Lei 1 907. No entanto, sempre existiu uma grande quantidade de denominações não oficiais para algumas zonas da cidade, como Bairro Parque e Abasto, quantidade que na atualidade se encontra em aumento devido a motivos puramente comerciais. Os bairros do norte e noroeste têm-se convertido no centro da riqueza, com lojas exclusivas e várias áreas residenciais da classe alta como Recoleta, Palermo, Belgrano assim como também Puerto Madero, localizado ao sul da cidade. Em outro bairro do sul como Barracas, emerge una população de classe média e média alta graças ao auge imobiliário na zona. Excetuando estes dois últimos bairros, a zona sul é a que ostenta os menores indicadores socioeconômicos da cidade. O sistema de descentralização de governo por comunas, retomará os limites inter-bairros, já que haverá uma comuna por cada bairro ou bairros vizinhos.
Banco de la Nación Argentina Bolsa de Comércio de Buenos Aires Em 2008 o Produto Interno Bruto PIB da cidade de Buenos Aires foi de aproximadamente 90 bilhões de dólares quase 350 bilhões de pesos argentinos , sendo responsável por cerca de 43 do PIB total da Argentina naquele ano. Esse valor resulta em 40,4 mil pesos argentinos per capita, muito superior ao nacional de 18,8 mil pesos argentinos em 2008 verificado no mesmo ano e fica para a cidade a terceira cidade capital com maior renda per capita da América Latina, depois da Cidade do México e de Brasília. Isto, devido ao tipo de câmbio relativamente desvalorizado do peso argentino, apresenta importantes distorções, já que, tendo o poder aquisitivo em conta, Buenos Aires conta com o segundo maior produto per capita na região sul-americana. O PIB nominal da cidade cresceu em 2006 cerca de 11,4 a respeito de 2005. O setor mais importante para a economia da cidade é o de serviços, responsáveis por cerca de 78 do PIB de Buenos Aires muito maior aos 56 em nível nacional . Os ramos mais importantes são os relacionados aos serviços comerciais, imobiliários, profissionais, empresariais e financeiros. Nos últimos anos, um dos setores que mais veem se destacando na economia da cidade é o relacionado a construção civil, já que a quantidade de permissões para construir concedidas pelo governo local aumentou cerca de 44 entre 2002 e 2008, principalmente na periferia e nas áreas mais valorizadas da cidade, como em Puerto Madero. A influência do setor no PIB alcançou os 7,4 bilhões de dólares em 2008. Quanto aos serviços financeiros, Buenos Aires gera 70 do valor agregado da nação Concentra 53 dos depósitos bancários e 60 dos empréstimos ao setor privado não financeiro, que ascendem a 90,4 e 53,5 milhões de pesos, respectivamente. Além de 90 das entidades financeiras do país terem sua sede na capital argentina. A cidade também figura como a metrópole, fora do Brasil, que mais presta serviços financeiros na América do Sul. Afrescos na cúpula das Galerías Pacífico. A indústria manufatureira representou 14,2 do PIB em 2008. O sector sofreu um aumento de 10 a respeito do ano anterior, e os setores que registraram um maior aumento da produtividade foram os de medicamentos, produtos químicos e vestuários, que somaram 14 do PIB industrial da cidade. Além destes, os produtos relacionados a indústria alimentícia, a informática e ao papel celulose, concentram 60 do PIB industrial da cidade 2008 , que representou, nesse mesmo ano, 21,5 do PIB total da cidade. Nos últimos anos a cidade se converteu em um polo turístico, em especial pela baixa de custos que produziu para os visitantes estrangeiros e a constante desvalorização do peso. Entre 2002 e 2004 a quantidade de estabelecimentos hoteleiros aumentou em 10,7 , porém a taxa de habitações ocupadas teve um importante aumento, de 42,9 , no mesmo período. Na cidade existe um importante desenvolvimento do setor de serviços relacionados a informática, e a alta-tecnologia. Na cidade de Buenos Aires se encontram instaladas, aproximadamente, 70 das empresas geradoras de software da Argentina, que a nível nacional exportou por mais de 3,9 bilhões de dólares líquidos relacionados ao setor, em 2008.
De acordo com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo, o turismo vem crescendo na capital argentina desde 2002. Em uma pesquisa realizada pela revista de viagens e turismo Travel Leisure em 2008, os viajantes votaram em Buenos Aires a segunda cidade mais desejável para visitar depois de Florença, na Itália. Em 2008, cerca de 2,5 milhões de visitantes visitaram a cidade. Buenos Aires tem mais de 250 parques e espaços verdes, a maior concentração está no lado leste da cidade nos bairros de Puerto Madero, Recoleta, Palermo e Belgrano. Alguns dos mais importantes são os Bosques de Palermo, o Jardim Botânico de Buenos Aires, o Jardim Japonês de Buenos Aires, a Plaza San Martín e a Praça de Maio, onde podem ser vistos cinco pontos turísticos importantes a Casa Rosada, sede do governo da Argentina, o Museu Bicentenário, a Catedral Metropolitana de Buenos Aires, o Museu Histórico Nacional do Cabildo e da Revolução de Maio e o Museu da Administração Federal de Buenos Aires. Buenos Aires tem mais de 280 teatros, mais do que qualquer outra cidade do mundo. Por isso, Buenos Aires é declarada capital mundial do teatro. Os teatros da cidade mostram tudo, desde musicais a balé, comédia a circos. O mais famoso é o Teatro Colón, classificado como a terceira melhor casa de ópera do mundo pela National Geographic e é acusticamente considerada como uma das cinco melhores salas de concertos do mundo. O teatro é delimitado pela ampla Avenida 9 de Julho tecnicamente Rua Cerrito , Rua Libertad entrada principal , Rua Arturo Toscanini e Rua Tucumán. Buenos Aires tem vários tipos de acomodações, desde luxuosas cinco estrelas até hospedarias de baixo custo localizadas em bairros que estão mais longe do centro da cidade, embora o sistema de transporte permita acesso fácil e barato à cidade. Em fevereiro de 2008, havia 23 hotéis cinco estrelas, 61 quatro estrelas, 59 três estrelas e 87 dois hotéis ou uma estrela, bem como 25 hotéis boutique e 39 apart-hotéis outras 298 pensões e outros estabelecimentos não-hoteleiros foram registados na cidade. Ao todo, cerca de 27 mil quartos estavam disponíveis para o turismo em Buenos Aires, dos quais cerca de 12 mil pertenciam a hotéis de quatro estrelas, cinco estrelas ou hotéis boutique. Os estabelecimentos de categoria superior normalmente gozam das maiores taxas de ocupação da cidade. A maioria dos hotéis está localizada na parte central da cidade, nas proximidades das principais atrações turísticas. Teatro Colón No bairro de Recoleta se encontra uma grande quantidade de pontos turísticos de grande valor cultural. Ali se pode encontrar a sede principal do Museu Nacional de Belas Artes, a Biblioteca Nacional, o Centro Cultural Recoleta, a Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires, a Basílica Nossa Senhora de Pilar, o Palais de Glace, o Bar La Biela e o Cemitério da Recoleta, onde se encontram alojados os restos de Eva Duarte de Perón. No bairro de Retiro pode-se visitar a estação do mesmo nome, e percorrer vários monumentos e edifícios emblemáticos da cidade, como os monumentos aos Caídos na Guerra das Malvinas e ao General San Martín, assim como a Torre Monumental e o Edifício Kavanagh, um dos mais altos da cidade. O Museu de Arte Latino-americano de Buenos Aires, um dos mais importantes do país, se encontra no bairro de Palermo, onde também se situam os Bosques de Palermo, o Planetário, e o Zoológico de Buenos Aires. Buenos Aires tornou-se um destinatário do turismo LGBT. Devido à existência de alguns sites gay-friendly, a lei de união civil de 2002. Ao legalizar o casamento homossexual em 15 de julho de 2010, a Argentina se tornou o primeiro país da América Latina, o segundo nas Américas e o décimo no mundo a fazê-lo. A Lei de Identidade de Gênero, aprovada em 2012, tornou o país o único que permite que as pessoas mudem suas identidades de gênero sem enfrentar barreiras como terapia hormonal, cirurgia ou diagnóstico psiquiátrico que as rotula como tendo uma anormalidade. Em 2015, a Organização Mundial da Saúde citou a Argentina como um exemplo em direitos de transgêneros.
Palácio Pizzurno, sede do Ministério da Educação Colegio Nacional Buenos Aires, uma escola pública de ensino médio A Universidade de Buenos Aires, fundada em 1821, é uma das maiores universidades de América A Cidade de Buenos Aires conta com o menor índice de analfabetismo da República Argentina, sendo de 0,45 entre os maiores de 10 anos. Segunda uma pesquisa realizada pela Direção General de Estatística e Censos em 2006, a taxa de escolaridade por nível é de 96,5 para o nível inicial 5 anos é de 98,6 para o nível primário 6 a 12 anos e de 87,0 para o nível médio 13 a 17 anos . Além da quantidade de alunos matriculados se mantém um aumento, alcançando os alunos em 2 318 estabelecimentos durante 2006. A Cidade de Buenos Aires conta com uma grande quantidade de estabelecimentos educativos. Salvo no caso das escolas primárias onde há mais estabelecimentos estatais, é maior o número de estabelecimentos privados. No entanto a quantidade de alunos matriculados em estabelecimentos educativos de gestão privada é levemente menor registrada nas instituições estatais. A capital argentina recebe também a estudantes que vivem na Província de Buenos Aires, durante 2005 a porcentagem de alunos com residência nessa província que assistiram a escolas estatais foi de 4,5 no nível inicial, de 11,8 no nível primário, de 19,5 no nível médio. A educação inicial corresponde ao período entre os 45 dias e os 5 anos. Os Jardins Maternais se encarregam da educação de menores entre os 45 dias e os 2 ou 3 anos, segundo o estabelecimento. As chamadas Escolas Infantis abrigam o período completo, entre os 45 dias e os 5 anos. A educação primária abarca desde os 6 aos 12 anos do menor, e é obrigatória em toda a República Argentina. Em todas se ensina um segundo idioma, nas de gestão oficial apenas desde o 4 grau inglês nas instituições de jornada simples e inglês, francês ou italiano nas de jornada completa , ainda que na cidade funcionem 22 estabelecimentos plurilíngues, onde além do castelhano se ensina inglês, francês, português ou italiano. A educação media está destinada aos menores de entre 13 e 18 anos de idade, pode alcançar os 19 anos em algumas modalidades, e está organizada em um ciclo básico que inclui os 3 primeiros anos, e um ciclo de especialização que inclui o período restante até os 19 apenas nas escolas técnicas . A diferencia de muitas províncias, a Cidade de Buenos Aires manteve suas escolas técnicas, e mediante a Lei 898 se dispôs que o nível médio de educação é obrigatório. Além das diferentes modalidades de educação terciária, a cidade é sede de algumas das Universidades mais importantes do país. Ali se encontram a maioria das sedes da Universidade de Buenos Aires, uma das mais importantes de América Latina. Também se encontram as principais sedes da Universidade Tecnológica Nacional, e estão instaladas algumas sedes da Universidade Nacional de General San Martín. Há alguns terciários dependentes da cidade e alguns professorados como o Instituto Superior do Professorado Dr. Joaquín V. González. A cidade também é sede de muitas universidades privadas, como a Universidade Argentina da Empresa, a Pontifícia Universidade Católica da Argentina, a Universidade de Belgrano, a Universidad del Salvador, a Universidade Austral e a Universidade de Palermo.
Sanatorio de los Arcos Hospital de Clínicas José de San Martín Hospital Garrahan O sistema público de saúde atende cerca de 21,9 da população, de acordo com uma pesquisa realizada pelo governo portenho. A Cidade de Buenos Aires conta com 34 estabelecimentos hospitalares com atendimento totalmente gratuito, que funcionam dentro do sistema de saúde estatal. Cerca de 90 das consultas realizadas no sistema público de saúde são realizadas em alguns desses estabelecimentos. Das consultas realizadas nos hospitais 55,6 corresponde a população residente na cidade, porém cerca de 41,2 corresponde a residentes da Província de Buenos Aires e um 3,2 a residentes de outras localidades. A Cidade de Buenos Aires conta com 34 estabelecimentos hospitalares com atendimento totalmente gratuito, que funcionam dentro do sistema de saúde estatal. Mas a cidade conta também com um sistema de atendimento primário que se ocupa do atendimento de 80 dos casos, para distribuir o uso das instalações hospitalares e para que sejam utilizadas apenas nos casos de maior complexidade. Isto se deve principalmente ao fato da infraestrutura hospitalar da cidade se encontrar bastante deteriorada, não apenas pela falta de equipamentos, mas também pela grande quantidade de casos provenientes da Grande Buenos Aires, que somados aos da cidade sobrecarregam o serviço. Este sistema de atendimento primário é constituído pelos Centros de Saúde, os Centros Médicos de Bairro e os Médicos de Cabecera médico de família . Os Centros de Saúde são integrados, entre outros, por médicos clínicos, pediatras, psicólogos e assistentes sociais, já que sua função não é apenas o atendimento, mas também a execução dos diferentes programas de prevenção. Os Centros Médicos de Bairro CMB cumprem a mesma função de prevenção e atendimento, mas este atendimento e entrega de medicamentos gratuitos está orientada para sectores considerados de risco. A instituição dos Médicos de Cabecera constitui outro sistema de descentralização, onde os médicos dos hospitais fazem atendimento e entrega gratuita de medicamentos em seus consultórios particulares. A cidade conta também com uma grande quantidade de clínicas e consultórios privados, onde se destacam, mas não só, o Hospital Italiano lugar onde se realizam muitos dos transplantes de órgãos na Argentina , a Clínica y Maternidad Suizo Argentina e a Clínica Favaloro. A metrópole tem ostentado baixas taxas de natalidade nas últimas décadas comparada com outras jurisdições do país. Em 2008 se registraram nascimentos dando uma taxa de natalidade de 15,1 . As disfunções foram , com uma elevada taxa de mortalidade de 10,5 produto de uma estrutura populacional envelhecida . Como resultado se vislumbra um baixíssimo crescimento vegetativo de 4,6 0,46 similar ao que se observa em países europeus. A mortalidade infantil é um indicador que reflete indiretamente as condições socioeconômicas de uma sociedade, sobretudo pelo seu impacto nos setores mais desprotegidos. A Cidade de Buenos Aires tem uma das taxas mais baixas do país 8,5 por mil , apenas superada pela província da Terra do Fogo que gira em torno de quatro por mil. No período 1990 2004 a taxa de mortalidade infantil sofreu uma baixa de 47 . Enquanto que em 1990 a taxa era de 16 por mil, em 2004 foi reduzida para 8,5 por mil. Mas existe na cidade uma disparidade muito grande entre o sul e o norte enquanto que nos Centro de Gestão e Participação CGP da zona norte 2n, 14e, 14o, 13 e 12 a taxa é de 6,86 por mil, nos CGP da zona sul 3, 4, 5 e 8 a taxa ascende a 14 por mil.
Cabildo e a Diagonal Norte, no centro histórico de Buenos Aires. A característica convergência de diversos estilos arquitetônicos da cidade pode ser vista A Cidade de Buenos Aires evolucionou a partir de diversas correntes imigratórias pertencentes a diferentes culturas e, em consequência, tem criado um remarcado ecletismo que se evidência em sua arquitetura, na qual podem falar-se expressões que vão do frio academicismo ou art déco, até o alegre art nouveau do neogótico moderno, passando pelo francês borbônico, ao arranha-céu moderno realizado em vidro ou concreto. Os estilos muito pessoais, como por exemplo, o do colorido bairro de La Boca. A cidade se encontra sobre um bom suporte geográfico seu território é extenso e plano, não sofrendo complicações de temperaturas extremas, ventos, nevadas ou terremotos. Possui uma boa fonte de água doce, como o Rio da Prata. O traçado da cidade é muito regular. O centro histórico e financeiro da cidade possui quadras perfeitamente quadradas, estendidas de norte a sul e de leste a oeste, tal como seu fundador Garay as estabelecera. Este traçado de ruas perpendiculares o chamado damero se estendeu em grande parte para o resto da cidade. A metrópole é fértil em áreas de qualidade urbanística e arquitetônica. Possui várias praças públicas, com destaque para os parques Bosques de Palermo ou Parque Três de Febrero , o Almirante Brown e os da Reserva Ecológica de Buenos Aires Andrés Borthagaray e Manuel Ludue a . Praça do Congresso da Argentina Uma característica da cidade é a diversidade de árvores e de cores das flores destas. Em grande parte disto é consequência da tarefa de Carlos Thays, paisagista francês, criador entre outras coisas do Jardim Botânico de Buenos Aires, que implantou árvores como as tipas, os jacarandás e as tabebuias. Outras características destacadas são os coroamentos em cúpulas, torres e mansardas que possuem os edifícios. Em princípio foram o resultado da influência europeia na arquitetura portenha, sobre tudo, pelo trabalho realizado por arquitetos franceses, italianos e alemães, que desenharam os edifícios entre fins do século XIX e princípios do XX, como uma substituição da arquitetura colonial. A princípio era um elemento arquitetônico simbólico. Mas logo se elegeram como símbolo da suntuosidade da burguesia argentina que detinha o poder nacional. Talvez a principal característica das mesmas é a variedade há com forma de meia laranja, de pinha, aceboladas e muitas outras. A área central da metrópole é muito congestionada pelo tráfego de veículos, além de ser muito desabitada fora dos dias laborais, o que além de produzir insegurança, torna-se cara por haver muitas edificações comerciais, usadas apenas em períodos úteis ou de trabalho.
Trenes Argentinos na Estação Retiro Metrô de Buenos Aires Buquebus, que faz ligação com o Uruguai A complexidade da Cidade de Buenos Aires requer um sistema de transporte e de acessos à cidade igualmente complexo e extenso. A cidade não apenas necessita de um sistema de transporte para quem habita nela, como também para os habitantes do aglomerado que se transportam à cidade principalmente por motivos de trabalho. A cidade conta com quatro acessos por rodovia, que se somam à grande quantidade de acessos existentes, como as pontes ou avenidas que cruzam a Avenida General Paz. Os acessos por estrada são a Rodovia Buenos Aires - La Plata, a Rodovia Ricchieri, o Acesso Oeste e o Acesso Norte. Estas rodovias permitem um acesso rápido a partir da província de Buenos Aires, ao contrário do resto dos acessos, onde o trânsito tende a ser pouco fluido a partir do final do horário comercial. O meio de transporte de maior uso é o coletivo ônibus , já que, com mais de 180 linhas, permite não só conectar diferentes pontos da cidade mas, também, alcançar diferentes partidos da província de Buenos Aires. O outro meio massivo utilizado para acessar a cidade é a rede ferroviária, já que todas as linhas férreas do país confluem em Buenos Aires. Na região metropolitana, algumas destas linhas são utilizadas como trem de subúrbio, operadas pela estatal Trenes Argentinos Operaciones. O sistema possui conexão com o metrô, o que permite um traslado relativamente fluido a partir da região metropolitana bonaerense até diferentes zonas da cidade. Os trens também são usados pelos portenhos como meio de deslocamento rápido dentro da cidade. O Metropolitano de Buenos Aires conta com seis linhas em funcionamento, com um percurso superior aos 56 km. Além de, se encontrar em construção o segundo trecho da linha H, que atualmente conecta os bairros de Parque Patricios e Recoleta sob o traçado da avenida Jujuy, e finalmente unirá o sul da cidade desde Nueva Pompeya com a estação ferroviária do Retiro. Está planejada a construção de outros três ramais F, G e I , com os que as linhas em funcionamento chegariam a nove. A linha A foi inaugurada em 1913 é também uma atração turística, por haver sido a primeira linha de subterrâneo do hemisfério sul e da América Latina e por conservar os trens que se utilizavam a princípios do século XX. Trecho da Rodovia Pan-americana em Buenos Aires Aeroporto Internacional Ministro Pistarini O porto de Buenos Aires é o maior do país, e foi tradicionalmente a principal entrada marítima de Argentina. Atualmente maneja 70 das importações argentinas e concentra cerca de 40 do total do comércio exterior do país. A Cidade e o Grande Buenos Aires tem dois aeroportos comerciais, três militares e um privado. Os dos comerciais são o Aeroporto Internacional Ministro Pistarini, no partido de Ezeiza, a 35 quilômetros da cidade, e o Aeroparque Jorge Newbery no bairro de Palermo. Desde o aeroporto de Ezeiza há voos para toda América do Sul, América do Norte, Europa, frica, sia e Oceania. o único da América Latina que conta com voos que chegam aos 5 continentes. Em 2018 passaram por ali mais de 11 milhões de passageiros. Desde o Aeroporto Jorge Newbery chamado comumente Aeroparque , há voos domésticos unicamente, com a exceção dos voos para Montevidéu e Assunção. As duas maiores linhas aéreas são Aerolíneas Argentinas e LAN Argentina. A primeira tem 35 destinos nacionais e 18 internacionais, porém a segunda tem oito destinos nacionais e três internacionais. Voar é a melhor forma de percorrer o país e de entrar ou sair da Cidade de Buenos Aires. Os códigos aeroportuários IATA dos aeroportos são EZE Aeroporto Internacional e AEP Aeroporto Doméstico .
Seus habitantes contam com um elevado acesso aos serviços públicos 99,9 conta com rede de água, a mesma quantidade conta com rede de eletricidade, 92,8 conta com rede de gás, 99,6 com iluminação pública, 99,3 com coleta de resíduos e 89,7 dos lares tem telefone. Estas cifras diminuem para a população residente em vilas, se bem que a totalidade de seus habitantes recebe água corrente incluindo a torneira pública , 99,5 dispõe de energia elétrica, 93,1 de iluminação pública, 87,8 de coleta de resíduos e apenas 1,3 de gás corrente. O serviço de gás natural é administrado pela MetroGAS desde dezembro de 1992. Durante 2004 foram distribuídos um total de 4 468 328 m de gás, sendo 1 201 756 m para usuários residenciais, 371 575 m para Gás Natural Comprimido, 243 024 m para usuários comerciais, 120 119 m para indústrias, 2 484 045 m para usinas elétricas e 47 809 m para as entidades oficiais. O serviço elétrico se encontra a cargo de duas empresas Edesur e Edenor. A área de cobertura da Edenor se encontra delimitada por Dársena D, rua sem nome, atrás da futura Rodovia Costeira, prolongação Avenida Pueyrredón, Avenida Córdoba, vias da Ferrovia San Martín, Avenida General San Martín, Zamudio, Tinogasta, Avenida General San Martín, Avenida General Paz e o Rio da Prata enquanto que a Edesur se encarrega do serviço no resto da cidade. Segundo estimativas de 2004, a cidade gerou 14 783 018 MWh, consumindo apenas 9 689 504. Palácio de Aguas Corrientes O serviço de água corrente e esgotos foi administrado desde 1993 pela empresa Aguas Argentinas, até 2006, quando sua concessão foi rescindida. O serviço é administrado através de duas estações de tratamento a Estação General San Martín e a Estação General Belgrano. A Estação de Tratamento General San Martín, inaugurada em 1913, se encontra localizada no bairro de Palermo, contando com uma superfície de 28,5 hectares e uma produção de 3 100 000 m de água diários. A Estação de Tratamento General Belgrano se encontra na província de Buenos Aires, na localidade de Bernal. Foi inaugurada em 1974 e conta com uma superfície de 36 hectares e uma produção de 1 700 000 m diários. Atualmente, se espera a criação, por parte do Poder Executivo Nacional, da nova empresa de serviços de domínio estatal, que se chamaria Aguas y Saneamiento Argentinos AYSA . O serviço de telefones fixos é de responsabilidade da Telecom Argentina e Telefónica de Argentina. Estas empresas são as encarregadas de levar o serviço desde a privatização de ENTel, em 1990. O serviço de coleta de resíduos se encontra organizado em seis zonas de coleta, nas quais o serviço é prestado por uma empresa diferente. Na Zona 1 que inclui os CGP 1, 2S, 2N e 3 o serviço é administrado pela empresa Cliba, na Zona 2 que inclui os CGP 13, 14O e 14E é administrado pela empresa AESA Bs As, na Zona 3 que inclui os CGP 4, 5 e 6 o serviço é administrado pela empresa UBASUR, na Zona 4 que inclui os CGP 7 e 10 o serviço é administrado pela empresa Níttida, na Zona 5 que inclui os CGP 8 e 9 é administrado pela empresa EHU e na Zona 6 que inclui os CGP 11 e 12 é administrado pela empresa INTEGRA.
Centro Cultural Kirchner Interior da livraria El Ateneo Grand Splendid Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires Fortemente influenciada pela cultura europeia, Buenos Aires é por vezes referido como a Paris da América do Sul. A cidade tem a indústria de teatro ao vivo mais movimentada na América Latina, com dezenas de produções. De fato, a cada final de semana, existem cerca de 300 teatros ativos com peças, um número que coloca a cidade como a 1 mundial, mais do que Londres, Nova Iorque ou Paris, polos culturais em si. O número de festivais culturais com mais de 10 locais e 5 anos de existência também coloca a cidade como a 2 mundial, depois de Edimburgo. O Centro Cultural Kirchner é o maior da América Latina e o terceiro em todo o mundo. Buenos Aires é a casa do Teatro Colón, uma casa de ópera nominal internacional. Existem várias orquestras sinfônicas e sociedades corais. A cidade tem numerosos museus relacionados com a história, artes plásticas, artes modernas, artes decorativas, artes populares, arte sacra, artes e ofícios, teatro e música popular, bem como as casas preservadas de colecionadores de arte, escritores, compositores e artistas. A cidade é o lar de centenas de livrarias, bibliotecas públicas e associações culturais às vezes é chamado de a cidade dos livros , bem como a maior concentração de teatros ativos na América Latina. Tem um zoológico mundialmente famoso e um jardim botânico, um grande número de parques paisagísticos e praças, bem como igrejas e locais de culto de muitas denominações, muitos dos quais são arquitetonicamente notáveis. Buenos Aires tem uma cultura artística próspera, com um enorme inventário de museus, que vão desde obscuros a mundiais. Os bairros de Palermo e Recoleta são os bastiões tradicionais da cidade na difusão da arte. Nos últimos anos tem havido uma tendência de aparecimento de espaços de exposição em outros distritos como Puerto Madero ou La Boca locais de renome incluem o MALBA, o Museu Nacional de Belas Artes, Fundação Proa, Faena Centro de Artes e a Usina del Arte. Outras instituições populares são o Museu de Arte Moderna de Buenos Aires, o Museu Quinquela Martín, o Museu Evita, o Museu Fernández Blanco, o Museu José Hernández e o Palais de Glace, entre outros. Um evento tradicional que ocorre uma vez por ano é a noite dos museus, quando os museus, as universidades e os espaços artísticos da cidade abrem suas portas gratuitamente até o amanhecer geralmente ocorre em novembro. Outra manifestação cultural própria do portenho é o fileteado, arte decorativa e popular, nascida nas primeiras décadas do século XX. Apenas apresenta-se em contextos empareados com o tango, o desenho e a publicidade. Flores, volutas, folhas de acanto, cintas argentinas, se combinam com personagens populares mediante a cores e muito vivos e através do contraste se da ideia do volume. Os textos também formam parte da composição do fileteado, com frases acunhadas pela sabedoria popular. No ano 2006 a legislatura portenha declarou o fileteado como Patrimônio Cultural da Cidade de Buenos Aires a partir da sanção da lei de 1941.
Luna Park Buenos Aires Lawn Tennis Club O esporte mais popular na capital argentina, como em todo o país é o futebol, e grande parte das equipes com maior história no Campeonato Argentino de Futebol residem na cidade. Em Buenos Aires está a maior concentração de times de futebol do mundo 18 clubes , como Boca Juniors, River Plate, Vélez Sarsfield, San Lorenzo, Argentinos Juniors e Huracán, que jogam na Primeira Divisão. E alguns que jogam na Primera B Nacional como o Chacarita Juniors, Ferro Carril Oeste, além de Nueva Chicago, Atlanta e Barracas Central, que participam na Primeira B Metropolitana. Na Primeira C atualmente Sacachispas é o representante portenho na categoria e, na Primeira D estão Yupanqui, Deportivo Paraguayo e Deportivo Riestra. Existem além de instituições que dispõem de infraestrutura para a prática de outros esportes como o basquete Liga Nacional A ou o tênis onde o Buenos Aires Lawn Tennis Club é a sede do único torneio ATP disputado no país, o ATP Buenos Aires . Existem também outros locais para a prática de esportes como o Luna Park no que se destacam os torneios de boxe e o novo Estádio Multiesportivo Parque Roca que é utilizado para a Copa Davis de Tênis . A Cidade de Buenos Aires foi sede de várias competições internacionais dois de seus estádios o River Plate e o Vélez Sársfield, abrigaram a Copa do Mundo FIFA de 1978, em várias ocasiões a Copa América do mesmo esporte, foi sede dos primeiros Jogos Pan-americanos disputados entre os dias 25 de fevereiro e 9 de março de 1951, perdeu por apenas um voto a eleição para abrigar os Jogos Olímpicos de Melbourne em 1956, ficou entre as 5 melhores sedes para os Jogos Olímpicos de Atenas, também competiu em outras oportunidades para organizar esta competição, abrigou dois mundiais de basquete 1950 e 1990 , o Campeonato do Mundo de Polo de 1987 e o Autódromo Oscar Alfredo Gálvez foi sede por vinte vezes do Grande Prêmio da Argentina de Fórmula 1 e por 10 vezes do Grande Prêmio da Argentina de Motociclismo. Em 2006 foi sede dos VIII Jogos Sul-Americanos. E em 2002 foi a sede do Mundial de Vôlei da FIVB já tendo sediado o evento em 1982. Também na cidade se encontra o CeNARD Centro Nacional de Alto Rendimento Deportivo , um complexo estatal que abriga esportistas de todo o país e permite a prática de grande quantidade de esportes. Possui quadras de futebol, hóquei, handebol, tênis, vôlei, pistas de patins, natação olímpica, rúgbi, ginásios de complementos e halterofilia e duas pistas de atletismo.
Lista de bairros de Buenos Aires Província de Buenos Aires Arquidiocese de Buenos Aires Tango Praça de Maio Vinhos de Buenos Aires
Categoria Capitais da América do SulBeja é uma cidade portuguesa, capital do Distrito de Beja, encontrando-se inserida na sub-região do Baixo Alentejo NUT III e na região do Alentejo NUT II , com 24 074 habitantes 2021 no seu perímetro urbano. sede do Município de Beja que tem uma área total de 1 106,44 km2 e 33 401 habitantes 2021 , subdividido em 12 freguesias. O município é limitado a norte pelos municípios de Cuba e Vidigueira, a leste por Serpa, a sul por Mértola e Castro Verde e a oeste por Aljustrel e Ferreira do Alentejo.
Ficheiro Beja panorama.jpg thumb left 220px Panorâmica da cidade vista a partir da torre de menagem do Castelo de Beja . Ficheiro Pelourinhodebeja2006.jpg thumb left 140px O Pelourinho de Beja. Ficheiro Rainha Dona Leonor.jpg thumb left 140px Estátua-monumento da Rainha Dona Leonor de lvaro de Brée . Crê-se que a cidade foi fundada cerca de 400 anos a.C., pelos celtas, especificamente pelo povo dos célticos, um povo celta que habitava grande parte dos territórios de Portugal a sul do rio Tejo atual Alentejo e Península de Setúbal , e também parte da Estremadura Espanhola, até ao território dos cónios atual Algarve e parte do sul do distrito de Beja . Também é possível que tenha sido fundada pelos Cónios, que a terão denominado Conistorgis, embora a localização desta cidade ainda seja desconhecida. Os cartagineses lá se estabeleceram durante algum tempo, no século III a.C., um pouco antes da sua derrota e expulsão da Península Ibérica pelos romanos latinos no seguimento da segunda guerra púnica. Nos séculos III e II a.C. houve o processo de romanização das populações locais e esta cidade passou a fazer parte da civilização romana, pertencendo a uma região muito romanizada. As primeiras referências a esta cidade aparecem no século II a.C., em relatos de Políbio e de Ptolomeu. Com a conquista romana, esta cidade passa a fazer parte do Império Romano mais especificamente da República Romana , ao qual pertenceu durante mais de 600 anos, primeiro na província da Hispânia Ulterior e posteriormente na província da Lusitânia. Com o nome alterado para Pax Julia, e a língua latina generalizada, foi sede de um conventus circunscrição jurídica pouco depois da sua fundação romana - o Convento Pacense em latim Conventus Pacensis , também teve direito itálico. Nessa época, estabelecem-se na cidade os primeiros judeus. Esta cidade, que se tornou então uma das maiores do território, albergou uma das quatro chancelarias da Lusitânia, criadas no tempo de Augusto. A sua importância é também atestada pelo facto de por lá passar uma das vias romanas. Durante 300 anos, ficou integrada na Hispânia Visigótica cristã, depois da queda do Império Romano, tornando-a sede de bispado. No século V, depois de um breve período no qual haverá sido a sede dos Alanos, os Suevos apoderaram-se da cidade, sucedendo-lhes os Visigodos. Nessa época na cidade, da qual restam importantes elementos escultórico-arquitetónicos muito originais no seu estilo próprio, de basílicas e igrejas destruídas no período islâmico, foi edificado um hospital de média dimensão xenodoquian, do grego , semelhante ao de Mérida, um dos primeiros no mundo de então, ainda não alvo de prospeção arqueológica , destacando-se ainda a relevante mas pouco conhecida obra literária do bispo Apríngio de Beja c. 531-560 , Comentário ao Apocalipse, elogiada pelo filósofo-enciclopedista Isidoro de Sevilha, e passa a denominar-se Paca. Do ano 714 século VIII ao ano de 1162 meados do século XII , durante mais de 400 anos, diminuiu a sua importância, e esteve sob a posse dos rabes, primeiro sob o Califado de Córdova e mais tarde sob domínio dos Abádidas do Reino Taifa de Sevilha, que lhe alteraram o nome para Baja ou Beja existe outra cidade com este nome na Tunísia , uma alteração fonética de Paca a língua árabe não tem o som p . Aqui nasceu o Almutâmide, célebre rei-poeta que dedicou muitas das suas obras ao amor a donzelas e também a mancebos homens. No referido ano de 1162 os cristãos reconquistaram definitivamente a cidade. Recebeu o foral em 1524 e foi elevada a cidade em 1517. Beja foi o berço da notável família de pedagogos e humanistas do Renascimento que incluiu Diogo de Gouveia 1471 - 1557 , professor de Francisco Xavier e conselheiro dos reis D. Manuel I e D. João III de Portugal, a quem recomendou a vinda dos jesuítas André de Gouveia 1497 - 1548 , humanista, reitor da Universidade de Paris e fundador do Real Colégio das Artes e Humanidades em Coimbra e o humanista António de Gouveia. Criado pelo Rei D. Afonso V de Portugal em 1453, o título de Duque de Beja foi atribuído ao segundo filho varão, até à instituição da Casa do Infantado, em 1654, pelo Rei D. João IV, tendo-o como base. A cidade manteve-se pequena os séculos seguintes, sendo muito destruída durante as Invasões Francesas entre 1807 e 1811. A partir do século XX notou um certo desenvolvimento económico, como a construção de escolas o novo Liceu em 1937 , o novo Hospital 1970 , assim como novas instalações judiciais e comerciais, embora muito do seu património antigo tenha sido destruído pelas novas construções, nomeadamente no centro histórico. Em 2011 foi inaugurado o Aeroporto de Beja sendo que no entanto a grave crise económica motivou a que este se mantivesse em fraco funcionamento e em situação de quase fecho.