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Angola | eh, doutor João Serôdio, os fluxos migratórios que ultimamente se têm registado, um pouco por toda a África, e também dentro do nosso país teriam provocado graves consequências ao ambiente. |
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Angola | portanto, já isso, mesmo que não haja excesso de populações, mesmo isso já prejudica a própria natureza. |
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Angola | agora imagine o que se passa no Rwanda em que são milhões de pessoas que se deslocam e ficam concentradas durante meses no mesma região em que destroem completamente todo o coberto vegetal. |
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Angola | claro que isso é um cataclismo mesmo. |
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Angola | eh, doutor João Serôdio, no nosso caso de Angola, com as movimentações constantes de grupos de pessoas, eh, provocadas por situações de guerra, essa questão não se põe também? |
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Angola | problemas ecológicos, como disse, já dei há bocado o exemplo, acontecem em Angola permanentemente e acontecem desde a independência de Angola. |
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Angola | a transferência de populares, camponeses, por exemplo, do planalto central para as regiões de Luanda, regiões de Benguela e Lobito, o Namibe inclusivamente, em que eles vêm com hábitos culturais do Lubango, do Huambo, por exemplo, da província do Huambo, onde chovem mil e seiscentos milímetros por ano, e vão para as zo[,], zonas semi-áridas, mas as técnicas de cultivar são as mesmas que eles utilizavam no Huambo. |
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Angola | claro que esssas, essa situação prejudica imediatamente as situações, a, a, a, os locais para onde são levados, o exemplo, Luanda, à volta de Luanda, à volta do Lobito, Benguela, e mesmo Namibe que é um deserto, as populações do su[,], planalto central ao deslocarem-se para ali provocaram dese[,], dese[,], grandes desequilíbrios ecológicos locais, na, na, no, no, nesses locais. |
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Angola | primeiro, porque é uma zona semi, são á[,], zonas semi-áridas, não é, toda a costa angolana, mais ou menos, inclui-se numa, numa, numa zona que ecologicamente se diz semi-árida, ou, e, e esse, e essa situação semi, dessa, essa, esse bioma semi-árido tem características de equilíbrio muito especiais. |
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Angola | se nós alterarmos esse equilíbrio, claro que estamos a destruir a natureza. |
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Angola | portanto, em Angola, está farta de ter exemplos, por toda a Angola, está farta de ter exemplos de destruição ambiental. |
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Angola | em volta disto, o que há a dizer-se? |
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Angola | não é preciso ir muito longe, a própria população do Huambo, que se concentrou devido à guerra, aos, aos problemas da guerra e ao desequilíbrio, políticos e militares, que se concentrou durante anos à volta das cidades. |
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Angola | hoje à volta da cidade do Huambo, ess[,], à volta da cidade do Bié, praticamente o terreno está completamente despido de vegetação. |
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Angola | e v[,], nota-se de avião quem chega, não é, eh, porquê? |
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Angola | era até, as populações locais iriam até onde podiam ir. |
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Angola | ainda ontem, por exemplo, de Saurimo, nós saímos da cidade de Saurimo, que é uma cidade pequenina, mas onde existem, neste momento, vinte ou trinta mil desem[,], eh, desempregados, portanto, pessoas refugiadas e, a toda à volta de Saurimo, pelo menos num raio de dez a vinte quilómetros não há vegetação, não há árvores. |
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Angola | árvores todas foram destruídas. |
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Angola | só a partir daí depois é que se começa a ver outra vez a floresta. |
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Angola | sim, [,] tanto quanto conhece lhe permite fazer qualquer ligação desta, deste desaparecimento de vegetação com desaparecimento também de chuvas, |
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Angola | claro que ao retirar o coberto vegetal, eu estou imediatamente a provocar a situação do surgimento de ravinas. |
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Angola | a água da chuva, é, são, zonas que continua a chover intensamente. |
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Angola | os fluxos, os fluxos migratórios que sempre houve em todo o mundo provocados por desgraças, por guerras, fomes, secas, etc., por cataclismos naturais ou artificiais, dependendo da quantidade de pessoas que se mo[,], que se m[,], m[,], mobilizam de um lado para o outro, claro que traz sempre grandes desvantagens, sempre grandes desequilíbrios ambientais. |
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Angola | essa água da chuva cai directamente no solo, desagregando esse solo e arrastando-o depois para os rios. |
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Angola | portanto, as ravinas do Moxico, as ravinas do leste de Angola são todas provocadas pelo excesso de população que retirou ao solo o coberto vegetal que fazia a protecção física e mecânica, física, mecânica, claro, e química também, fazia a protecção desse solo. |
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Angola | vejam, uma chu[,], se você estiver debaixo de uma árvore a apanhar chuva, a água chega a si já pulverizada, porque ela bate nas folhas, as partículas de água são, são desagregadas e portanto quando chega ao solo já vem sem força, porque houve uma f[,], uma primeira parte que amorteceu a queda da água, da, dessa gota de água, portanto quando chega ao solo já sai l[,], cai lentamente. |
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Angola | depois disso as próprias raízes das plantas, das árvores e dos capins têm incapacidade de retenção do solo. |
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Angola | você não consegue arranjar, arrancar um pé de capim, por mais fraquinho que seja, se não vier com um torrão de terra agarrado. |
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Angola | quer dizer que a própria raiz da planta segrega uma determinada produto que faz uma cim[,], faz, provoca um cimento, uma agregação das partículas de terra em volta das suas raizes, até para se poder agarrar, para se proteger, senão era levada pelo vento, qualquer vento podia arrancar uma planta. |
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Angola | portanto, toda essa acção física e química faz a protecção do solo. |
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Angola | se você retira o coberto vege[,], vegetal, seja ele de árvores, ou de arbustos, ou de capins, não é, de, herbáceas, ou de gr[,], de gramíneas herbáceas, você está imediatamente a tirar ao solo a capacidade de defesa. |
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Angola | essa solo já não tem mais capacidade de, de, de, de contenção e é arrastado pela água corrente. |
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Angola | nós não podemos pensar se é possível fazer. |
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Angola | nós sabemos que o ser humano como qualquer outro animal, desde que ultrapasse, a u[,], a u[,], a capacidade de utilização da natureza, essa natureza tem que ficar prejudicada, tem que ficar de[,], depletada, tem, tem que desaparecer, árvores, plantas, frutas, ah, exi[,], depo[,], co[,], surgem os problemas de erosão pelo excesso de passagem de pessoas, de movimentação, basta apenas os pés a baterem no chão para poderem de[,], desagregar terrenos, para poderem, depois, com a acção das chuvas, essas, pequenas, esses caminhos, não é, serem, utilizados, serem, através das chuvas, do movimento das águas que corre, não é, sobre essa superfície lisa, arrastarem terras, e começam a surgir as, as, as ravinas, pequenas ravinas primeiro, depois maiores ravinas se não houver um trabalho contrário. |
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Angola | nós temos que fazer, que é diferente! nós temos que fazer! e há, desde que haja vontade das pessoas, desde que haja vontade política dos governos, tudo se pode fazer. |
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Angola | podemos fazer através de vários métodos. |
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Angola | primeiro, você tem que convencer as pessoas que, do que têm que fazer, para isso tem que os informar. |
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Angola | após essa compreensão, você tem moral para punir aqueles que não querem fazer. |
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Angola | eu não posso, ou não devo punir uma pessoa que não tem consciência do que está a fazer. |
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Angola | faz as coisas porque não sabe. |
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Angola | bem, essa pessoa deve ser alertada, deve ser admoestada, mas não punida. |
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Angola | então, há dois aspectos importantes que é, primeiro, fazer a ed[,], a campanha de educação ambiental, alertar as populações, para que a maioria tenha consciência do que está a fazer e do que deve ser feito, como pode ser feito. |
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Angola | segundo, ao mesmo tempo fazer publicação de leis para que logo a seguir seja possível a aplicação de acções coercivas - obrigar as pessoas a - outr[,], há muitas maneiras de acção coerciva, como disse, e depois continuar com a investigação científica para, cada vez mais, aumentar o nosso grau de conhecimentos. |
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Angola | também de, sobre políticas a nível de, ambientalistas africanos, eh, parece que se pensa em, sensibilizar governos, em estudar estratégias de contrapor a tanta destruição do ambiente em si. |
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Angola | portanto, sempre que há uma movimentação excessiva de pessoas de um lado para outro, claro que sempre, isso sempre t[,], são, eh, transformadas em problemas ambientais. |
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Angola | é, é possível nesta região continental fazer-se políticas concertadas entre os vários países próximos? |
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Angola | isso faz parte já, é uma política que já está a ser, levada a cabo. |
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Angola | a existência da própria CADC, isto na nossa região, a própria CADC é exactamente isso. |
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Angola | é uma tentativa dos países da própria região coordenarem-se em vários esforços entre eles também a protecção do ambiente. |
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Angola | e temos que fazer mesmo se não queremos correr o risco de desaparecermos da superfície da terra! todas as acções que nós estamos a provocar nefastas ao ambiente vão ter repercussões na nossa própria sobrevivência. |
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Angola | primeiro, você tem que convencer as pessoas que, do que têm que fazer, para isso tem que os informar. |
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Angola | após essa compreensão, você tem moral para punir aqueles que não querem fazer. |
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Angola | eu não posso, ou não devo punir uma pessoa que não tem consciência do que está a fazer. |
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Angola | faz as coisas porque não sabe. |
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Angola | bem, essa pessoa deve ser alertada, deve ser admoestada, mas não punida. |
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Angola | isto, mesmo que não haja grandes quantidades de pessoas, basta apenas transferir populações de um, de uma dado, de um determinada zona ecológica, habituados a fazer uma agricultura que aprenderam ao longo de milhares de anos com a experiência do erro, cometido, portanto, acerto, erro, acerto, erro, acerto, as populações que se habituam a viver em determinadas áreas aprendem a viver em equilíbrio com a natureza. |
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Angola | a partir dali, a partir do momento em que ela tenha consciência de que está a faze[,], a cometer um mal, então a partir daí, nós podemos entrar com a parte coerciva, quer dizer, obrigar a pessoa a fazer desta ou daquela maneira, e há muitas formas de actuar coercivamente. |
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Angola | para actuar coercivamente, você tem que ter leis, porque nós não podemos trabalhar sem leis. |
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Angola | tem que haver leis. |
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Angola | segundo, ao mesmo tempo fazer publicação de leis para que logo a seguir seja possível a aplicação de acções coercivas - obrigar as pessoas a - outr[,], há muitas maneiras de acção coerciva, como disse, e depois continuar com a investigação científica para, cada vez mais, aumentar o nosso grau de conhecimentos. |
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Angola | também de, sobre políticas a nível de, ambientalistas africanos, eh, parece que se pensa em, sensibilizar governos, em estudar estratégias de contrapor a tanta destruição do ambiente em si. |
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Angola | é, é possível nesta região continental fazer-se políticas concertadas entre os vários países próximos? |
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Angola | isso faz parte já, é uma política que já está a ser, levada a cabo. |
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Angola | a existência da própria CADC, isto na nossa região, a própria CADC é exactamente isso. |
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Angola | é uma tentativa dos países da própria região coordenarem-se em vários esforços entre eles também a protecção do ambiente. |
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Angola | se, de repente, por qualquer motivo, você pegar essas populações de populaçõ[,], de, rurais, portanto, de agricultores e transferi-los para uma zona ecológica que eles não estão habituados, a primeira coisa que eles vão fazer é pôr em prática aquilo que estão habituados a fazer. |
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Angola | portanto, os, os cultivares que eles vão fazer, as, os amanhos da terra vão ser adaptados à zona donde eles são originários. |
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Angola | aí começam os desequilíbrios, porque provavelmente, naquela nova zona onde eles estão, se tiver condições ecológicas diferentes, claro que o amanho, o, a gestão da terra tem que ser de formas diferenciada daquelas donde eles são originários. |
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Angola | eh, António dos Santos, você trabalha com o padre Horácio desde quando? |
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Angola | esta educação era mais, eh, moral, vocês transmitiam algum conhecimento, como é que era isto? |
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Angola | moral, da, da, da, religioso, educação, assim, já académico também que era parte de aulas, eh, académicas, eh, porque, também nós já estávamos a pensar no, no futuro deles que é a, a, a, matrícula nas escolas, nas escolas oficiais, porque nós já estávamos a contar com a vinda para aqui, aqui no, no, no Palanca, não é, e prontos, então apla[,], apla[,], apla[,], apla[,], aplicávamos esta, esse sistema para tirar mais ou menos uma parte do vício que elas já, já, já tinham. |
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Angola | porque totalmente as crianças estavam assim, bem inundadas com o vício. |
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Angola | bom, essas crianças, eh, praticamente, nós encontrávamos totalmente drogadas. |
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Angola | às vezes tínhamos, um pouco de dificuldade como contactar com essas crianças, porque nós não tínhamos assim, praticamente uma formação, uma formação para de, para, prontos, corresponder ou estar em contacto com essas crianças, mas com a ajuda de Deus, não é, tudo foi possível, nós conseguirmos, eh, contactar com essas crianças. |
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Angola | tarde depois é quando, eh, com, os conhecimentos ou com a evolução do tempo, a UNICEF apareceu, deu-nos uma formação, prontos, um semi[,], promoveu-nos um seminário, não é, de capa[,], de capacitação, isto para, com estas crianças mesmo de rua. |
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Angola | e ali [,] vimos o trabalho um pouco mais diferente e dali fomos, vivendo com o tempo. |
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Angola | e algumas dessas crianças que vocês encontravam nesse estado, em estado de droga, já estão, estão completamente recuperadas, lembra-se de alguma que está recuperada e está aqui convosco neste centro? |
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Angola | bom, actualmente, das que, as que encontrávamos assim totalmente drogada, uma ou duas crianças, posso me lembrar delas, está, portanto, estão, estão cá no Palanca e o restante já foram encaminhadas para a família, porque isso também é um dos nossos objectivos de, portanto, que é da instituição, promover a vida e os direitos da criança com vista à sua autonomia na sociedade e à sua reintegração na sociedade, porque nós já vimos de, devido um certo tempo, não é, as crianças já estão totalmente assim bem, eh, reintegrada, se eu posso dizer, nós vimos que, não é, eh, achamos conveniente reinseri-los para a família de, para as suas famílias. |
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Angola | e, com que então, eh, também falava-se que nesta altura vocês já haviam tido algumas dificuldades, sobretudo quando protegiam as meninas de rua, falava-se das meninas de rua que muitas vezes eram assaltadas, por indivíduos, até por grupos policiais, conte-nos um bocado como é que era isto. |
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Angola | eh, a princípio foi um pouco assim, meio difícil, não é, porque ainda não tínhamos aquela, prontos, ah, aquela força total para poder, |
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Angola | bom, quanto às meninas de rua, bom, a, o tempo em que nós estávamos a, ter contactos com as, com os rapazes, eh, os meninos de rua, bom, aquelas [,] eram consideradas, assim, como prostitutas, não é, posso assim dizer, eh, passe o termo. |
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Angola | eh, nós protegíamos estas crianças devido também ao, à boa parte de caridade que nós temos, não é, o amor, não é assim, bem, bem elevado, se eu posso dizer, porque, eh, eu, aconteceu o problema do, duma menina, esqueço o nome, que foi baleada por um polícia lá no, na Mutamba, que na qual, eu e o padre Horácio é quem acompanhámos ela até ao hospital, não sei se, não acompanhei mais a, a, a, a evacuação dela da, da, da, do hospital para fora de, de an[,], de Angola, não é, porque ela foi mesmo evacuada fora de Angola, eh, mas [,] o problema foi assim, eh, uns polícias, não é, encontraram as tais miúdas a deambularem no, na, na área da Mutamba, entre o, o b[,], o, o prédio do Ministério das Finanças, é naquela área ali. |
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Angola | então as meninas estavam assim, nos, no meio de, de alguns rapazes que são amigos dele, e prontos, a polícia estava a fazer aí a sua patrulha, [,], o seu patrulhamento e tal, prontos, e os rapazes conseguiram escapar-se e foram. |
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Angola | e as meninas ficaram. |
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Angola | uma delas é que estava, a refilar. |
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Angola | os polícias levaram as duas e foram, deixaram aí a menina. |
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Angola | assim quando nós vínhamos do Baleizão, eh, para vir à Mutamba para estar em contacto com outras criança, encontramos a menina, a gritar. |
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Angola | nesta altura os polícias já não estavam? |
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Angola | já não estavam os polícias, nessa altura. |
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Angola | sim, nós, eh, começávamos o trabalho, praticamente entre, dezanove e tal, até lá para as uma e tal, porque as crianças, ah, entre dezoito, dezanove e vinte é um pouco difícil de serem encontrados num sítio, porque é a hora em que eles vão à procura de, prontos, alguma, alguma coisa para comer e tal, e é entre as zero hora, duas, um[,], da uma da manhã eles estão a dormir. |
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Angola | bom, eu praticamente, actualmente já existe meninas de rua, mas antes nós trabalhávamos só mesmo com meninos de rua. |
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Angola | então ali nós acordamos estas crianças, apesar que é um pouco de sacrifício, não é, eh, e é, é incomodar a criança enquanto está a dormir, mas é aquela hora que nós achamos porque, prontos, eh, é logo, é a hora em que eles estão ali, eh, praticamente, assim, eh, reunidas. |
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Angola | mas isto aconteceu só aqui, na, entre Eixo Viário, eh, Eixo Viário, no, Quinaxixe, no, aqui a área do banco, posteriormente nós fomos até à ilha, porque na ilha onde nós estávamos já assim aglomerados, podemos assim dizer. |
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Angola | ali o programa era diferente. |
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Angola | esta educação era mais, eh, moral, vocês transmitiam algum conhecimento, como é que era isto? |
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Angola | moral, da, da, da, religioso, educação, assim, já académico também que era parte de aulas, eh, académicas, eh, porque, também nós já estávamos a pensar no, no futuro deles que é a, a, a, matrícula nas escolas, nas escolas oficiais, porque nós já estávamos a contar com a vinda para aqui, aqui no, no, no Palanca, não é, e prontos, então apla[,], apla[,], apla[,], apla[,], aplicávamos esta, esse sistema para tirar mais ou menos uma parte do vício que elas já, já, já tinham. |
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Angola | porque totalmente as crianças estavam assim, bem inundadas com o vício. |
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Angola | bom, essas crianças, eh, praticamente, nós encontrávamos totalmente drogadas. |
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Angola | drogadas com vários, já vários, vários produtos, que é a droga mesmo. |
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Angola | tarde depois é quando, eh, com, os conhecimentos ou com a evolução do tempo, a UNICEF apareceu, deu-nos uma formação, prontos, um semi[,], promoveu-nos um seminário, não é, de capa[,], de capacitação, isto para, com estas crianças mesmo de rua. |